Propositais e Premeditados (HIATUS) escrita por isthattoomuch


Capítulo 11
Vinicius seria um péssimo conciliador


Notas iniciais do capítulo

desculpa cara, mas o ícaro vai TER QUE TER AQUELE CORTE DE CABELO SEDUZENTE QUE O PEDRO DA FIC INVEJA AGUDA TEM. ~DIVULGATION~
sinto muito, mas é irresistível.



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- Amm... oi pra vocês - Vinicius estreitou os olhos verde-escuros, que sempre me lembravam uma gruta inexplorada. Os cabelos extremamente pretos desalinhados contrastavam com a pele clara, e o corpo esguio, o maxilar proeminente e o nariz levemente adunco o faziam belo. - Tô atrapalhando alguma coisa aí embaixo? - sua voz ainda não madura demonstrou ciúmes através de um falsete - mesmo que soasse com desprezo e descaso, com uma sobrancelha erguida que me era familiar.

- Nada a ver. Fala, irmão - Ícaro cumprimentou meio constrangido, se levantando e limpando a sujeira da bermuda jeans cinza. Estendeu a mão, inquieto, para me ajudar a levantar, me indagando com os olhos castanhos qual era o meu problema com o amigo. Apenas o encarei de cara fechada, como quem diz “depois!”, e peguei em sua mão. Ícaro me ergueu e se encaminhou ao amigo.

- E aí, Ácaro? Beleza? - Vini fez um toque com o amigo.

- Ácaro o caramba. Como é que tá aí embaixo, tampinha? - Ícaro retribuiu.

- Cara... eu sou só dois centímetros menor que você - riu-se Vinicius, esbanjando dentes brancos e caninos ligeiramente salientes, que eram, na minha opinião, um charme. - Entra aí. - inclinou a cabeça para me ver atrás de Ícaro. - Você também, Melissa.

Atordoada, não contestei e entrei, forjando uma tosse para quebrar o silêncio. Desconforto, desconforto...

Resumindo, Vinicius e eu tínhamos um problema estranho (Ícaro não foi o primeiro). Todas as vezes em que tentamos ficar - sim, naquele novo sentido adolescente, vulgo “dar uns pegas” -, algo acontecia para nos impedir. Festas canceladas, drinks derrubados em vestidos, até um cachorro raivoso... e então Vinicius desistiu de mim. Não lamentei muito, pois também estava cansada. Nove vezes! Desde então me sinto muito mal em sua presença. Seu olhar faz parecer que fui a culpada dos incidentes estranhos.

Minha vida é recheada de incidentes estranhos.

- Fazendo o que aqui, vocês dois? Ouvi falar de uma campanha publicitária na sua escola - Vinicius perguntou se encaminhando à sala, andando a nossa frente e tentando ser mais simpático e convidativo, mas algo me dizia que ele não queria uma resposta.

Àquela altura eu nem me importava mais com a campanha. Ícaro virou o rosto para mim como quem pede permissão e demorei a entender sua intenção.

- Não - cochichei. - Não, não, não! A gente não conversou sobre isso! - agarrei seu braço e supliquei com o olhar.

- Ei. Mel. Ele é uma boa para eu começar a “assumir pra todo mundo” - argumentou, mas continuei suplicante, agarrada a seu pulso.

Quando olhei em volta Vinicius assistia à cena com interesse. Envergonhada, tentei me afastar de Ícaro, mas ele me segurou pela cintura.

- Vini - começou ele, impulsivamente, os batimentos acelerados -, estamos juntos. - Me olhou de relance esperando aprovação, mas apenas esperei apalermada a reação de Vinicius, que aparentou indiferença.

- Juntos, tipo... juntos - tossiu ele. - Legal - sorriu preguiçoso, colocando as mãos nos bolsos da bermuda. - E a Jessica? - seguiu para o computador móvel, que se encontrava em uma pequena mesa de vidro, e nos chamou com a mão.

- Ah velho, essa aí, nem te conto - Ícaro entrelaçou nossas mãos, ainda um pouco nervoso, e me levou para uma cadeira ao lado esquerdo de Vinicius.

Soltei nossas mãos.

- Não é bem assim - engasguei.

- Pode sentar, eu fico em pé - Ícaro ofereceu abobalhado, ainda em choque pelo ato impulsivo.

- Não, não é isso! Eu...

- Ah, quer sentar no meu colo? - sugeriu esperançoso, tombando a cabeça para mim, os olhos brilhando. Senti uma falsa ingenuidade brincalhona, que o faziam ainda mais irresistível. Os fios castanho-claros (ou louro-escuros, se você preferir) cortados mais baixos da linha das têmporas para baixo, os lábios rosados e o nariz reto, estilo “grego”, extremamente atraente quase me fizeram dizer sim.

Resmunguei habitualmente, como em todas as vezes quando Ícaro esbanjava perfeição e só estar perto dele não era suficiente.

- Não, eu não quero - me libertei do transe e assisti Vinicius abrindo seu facebook com indiferença.

- Então, cara, quando estiver disponível, me conta o que rolou com a Jess. Quero dizer, posso chamar ela assim agora, né? Ei, olha só - o dono do computador chamou, apontando para a tela do eletrônico.

- Ahn... essas garotas atiradas de onze anos são meio chatas mesmo - Ícaro tossiu.

- Não, não essa postagem. A de baixo. Essa aqui é aquela excursão que vocês fizeram, não é? - movimentou para baixo a barra de rolagem, exibindo duas fotos do interior de dois ônibus diferentes, ônibus da linha usada em nossa viagem, postadas pela supervisora da escola. Meu coração acelerou-se tanto que pensei que fosse explodir. - Cadê vocês aqui?

As duas fotos mostravam cada aluno da turma em seu respectivo ônibus. Ícaro arfou.

Levantei-me de minha cadeira e tomei o mouse das mãos de Vinicius, que me olhou aturdido. Rolei a página um pouco mais para baixo. Um comentário pipocou imediatamente. Era Jessica, perguntando onde Ícaro e eu estávamos nessas fotos.

- Tá vendo isso? - choraminguei, sentando-me de volta. - Eu avisei.

Mais comentários surgiram. Olhei para Ícaro.

- Cedo ou tarde ia acontecer. Quanto antes melhor - tentou me tranquilizar.

- O que... - Vinicius estava completamente confuso. O celular de Ícaro começou a tocar “Kill the DJ”, da Green Day. Nós três viramos a atenção para o dispositivo ao lado do computador, e o visor mostrava “Jessica”. Nos entreolhamos.

Movi minha mão com rapidez, e cheguei ao aparelho antes de Ícaro. Vinicius, em um reflexo, fez o mesmo. Brigávamos pela posse do celular, mesmo que um de nós não soubesse por que.

- Me dá - ordenei para os dois enquanto tapeava Ícaro e “cotovelava” Vincius. - vocês não vão querer atender esse telefone!

- Melissa, por fav... - Ícaro começou, desviando-se de meu punho.

Vinicius agarrou o aparelho móvel e se levantou da cadeira, mantendo o no alto. A música do toque já estava no refrão.

- Hey... você - evitei chama-lo pelo nome, constrangida. - Isso é sério! Me dá aqui - estendi a mão, mesmo envergonhada.

- Ok, não sei o que está acontecendo... mas vamos colocar no viva-voz e resolver esse impasse. - o garoto tirou o cabelo dos olhos e clicou o aparelho impiedoso, não se importando com nossos olhares suplicantes.

- Ícaro! - a voz de Jessica atráves do telefone nos deixou surdos. - Qualquer uma, menos aquela vaca, seu NOJENTO! Aquela FALSA, metida à revoltadinha! Piriguete! Você tá aí, sua vadia? - enterrei a cabeça nas mãos.


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Notas finais do capítulo

vocês devem estar pensando, ela é uma traidora :3
ela passou de 1000 palavras de novo :3
no problem :3
caps que vem eu diminuo, bjs :3 UHGDUOFIGHUFGUFDG



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