Propositais e Premeditados (HIATUS) escrita por isthattoomuch


Capítulo 10
Aquele momento em que você não entende bulhufas


Notas iniciais do capítulo

eu sei, eu demorei.
eu tava viajando véi :3
esse cap deve tar muito cagado porque eu tô com pressa açkslaa~ mas ele tá legal porque a coisa de 'proposital e premeditado' começa a fazer sentido e etc. aproveitem c:



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POV Ícaro

Me sentei atordoado no meio-fio, os dedos penteando os cabelos, me perguntando o que de tão revelador Jessica poderia saber sobre mim. Ia afundar a cabeça nos joelhos para absorver as inúmeras surpresas quando ouvi um farfalhar vindo de uma árvore repleta de flores amarelas, aonde a esquina virava. Ergui a cabeça em um reflexo e apurei a audição, estreitando os olhos.

Pode parecer estranho, mas em momentos de tensão, costumo ficar paranoico. Todos os meus sentidos ficam acesos, e meu corpo, em alarme. Qualquer ruído é suficiente para me preocupar.

A planta balançou e detrás dela surgiu Melissa, para meu espanto.

– Parece um gato-do-mato, todo assustado - resmungou, tirando pequenas sementes de sua blusa. - Então ela é uma vaca, é isso que eu entendi? - se aproximou com passos preguiçosos. Me levantei e concertei a postura.

– Você me seguiu - eu disse, e Melissa levantou as sobrancelhas como quem diz “avá, é mesmo?” - ahn, sobre ela, é novidade pra mim... eu não imaginava nem um terço do que ela realmente é. E, hum, o segredo... - me apressei em explicar, mas Melissa me cortou.

– Você... - torceu o nariz - namorou a Jessica, e não a conhecia neem um pouquinho? Nem imaginou um pingo de maldade naquele rostinho maquiado? - Melissa cruzou os braços, desdenhosa.

– Ninguém nunca imaginou - rebati. - Não sei nem se alguém a conhece totalmente. - meu tom de voz se tornou taciturno. - É um choque pra mim saber que ela... tem esses conceitos. Isso é... horrível. - parei, pensativo, me lembrando do quanto tentei, me esforcei, insisti para conquistar Jessica, alguém que eu imaginava conhecer até o mais profundo dos sentimentos. Melissa resmungou, e me despertei da fossa. - Porque, afinal, você sempre faz isso?

– O que?

– Você resmunga.

– Não, eu não resmungo. - Melissa me fuzilou com os olhos e deu por encerrado o assunto. - O que Jessica disse... foi uma ameaça, não foi? - perguntou lentamente, deixando a expressão fechada de lado.

– Acho que... sim - aproveitei a oportunidade e dei o último passo do espaço que restava entre nós. Levei a mão direita à sua cintura e a respiração de Melissa acelerou. É, ela realmente não se acostumava.

E nem eu.

– Quer me contar o que é que ela sabe? - murmurou, evitando meus olhos com cuidado.

– Eu realmente não sei - respondi vagamente, implorando mentalmente para mudarmos de assunto - se é que você me entende. Melissa, relutante, afastou minha mão com força, e irritado cruzei os braços.

– Ícaro, isso é muito sério, se concentra. Como ela conseguiu fingir por tanto tempo que se importava com você? Ela te ameaçou! E isso não é nada, ela pode ser perigosa! - avisou ela. Desfoquei o olhar, pensando na possibilidade de Jessica ser alguém que representasse real perigo. - Imagina quando ela descobrir da excursão... acho que ninguém pode saber da gente.

– Não acho que é esse o “x da questão” - expliquei, mas Melissa ficou tensa. - Quero dizer, é horrível, mas ouviu o que ela disse? Disse que tudo bem, desde que eu mantivesse as aparências... namoro de fachada, acho que é isso que ela quis dizer - continuei, descruzando os braços.

– Mas você não vai fazer isso - desafiou ela, seus olhos castanhos sempre atentos me analisando.

– Não - soprei confiante, olhando no fundo de seus olhos. Melissa resmungou como de costume.

– Então, se você não manter as aparências... - pensou ela, desviando o olhar - não está “tudo bem”. E ela vai tentar te prejudicar. - concluiu pesarosa, levando a mão delicada, mas pesada, ao meu peito, e me empurrando de leve. Virou-se e começou a andar de volta à escola.

Revirei os olhos e bufei.

– Ah, Mel, para! - pedi suplicante. - Preciso de você. - me surpreendi com minha própria confissão e permaneci parado no lugar, assistindo-a ir embora.

– Você também achou que precisava da Jessica - gritou sem se virar, andando com mais pressa. Fui atrás dela.

– Mas é diferente! - minha voz tremia com a colisão de meus pés no calçamento enquanto eu corria para alcança-la.

– Então assuma pra todo mundo - metralhou, virando a esquina da planta amarela, os cabelos levemente ondulados ao vento.

Você foi quem disse que ela vai tentar me prejudicar! Que ela é perigosa! Cadê a lógica? - elevei a voz. Já havia a alcançado.

– Pois é, né! Que tal a gente acabar com isso agora mes... - Melissa tropeçou em uma pedra mais alta, e eu, em uma tentativa involuntária de salva-la, me joguei em baixo dela. Coloquei pressão para a direita, tentando nos direcionar para o passeio, longe das pedras grotescas do calçamento. Melissa quase caiu com a cabeça em meu peito, mas suas mãos se apoiaram no chão com muito custo.

Seu coração batia tão acelerado e sua respiração era tão assustada que não conseguiu se segurar por muito tempo. Caiu com força em meu peito arfante e sufocou o riso.

– Nossa, o “destino” não permite nem que a gente acabe uma briga - tossi, me apoiando no chão com os cotovelos. Melissa ergueu o rosto para mim e pude ver seus longos cílios um pouco sujos de terra, assim como o nariz pequeno de extremidades arredondadas. Sua boca em formato de coração se abriu para respirar com mais facilidade, e ela deitou em meu peito de novo. Tão linda.

Observei o local à minha volta. A rua silenciosa me era familiar. Olhei sobre meus ombros.

– Olha só! Estamos na frente da casa do Vini - percebi animado. Melissa pulou de susto. Toquei seu ombro com delicadeza. - Que foi?

Minha pequena tentou se levantar, mas se desequilibrou e caiu com o decote em meu nariz. Sufocado, mas sempre respeitoso, tentei comunica-la do ocorrido. Melissa tentou novamente e se ergueu, e me esforcei para levantar junto, para entender o motivo de sua súbita preocupação. Percebi que ela encarava, apreensiva, a janela aberta da casa de meu amigo. Procurei enfocar o que Melissa via, sem sucesso.

– Má ideia - murmurou entredentes. - Tenho... problemas com ele - arregalou os olhos para um vulto que entrava por uma porta ao fundo do cenário e me puxou, pelo pulso, para debaixo da visão da janela. Fiquei atônito.

– Mas o que... - gaguejei.

– Esse seu amigo - interrompeu, visivelmente nervosa. - Ele... nós...

Ouviu-se um ranger de portão.


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Notas finais do capítulo

e como agora começa a parte maneira tem mais de 1000 palavras *u* FUCK THE POLICE
nesse capitulo eu quis descrever mais a melissa, e no próximo vou descrever mais o ícaro. MEREÇO UM ABRAÇO?



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