Damn! I Fell In Love. escrita por Amanda Silva, Soquinho


Capítulo 4
Surpresa.


Notas iniciais do capítulo

Sem criatividade pra título melhor. Tá aí mais um capítulo e quero agradecer a todas por estarem acompanhando a fic, fia :3



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Estava refletindo, esparramada em um pufe no terraço. Pensativa como de hábito, tentando prever como será lá na Alemanha. Minha mãe ainda não voltara de seu banho. É abominável essas demoras dela, tudo fica monótono, mas ao mesmo tempo é bom pra meditar.

 - Vamos. – Sua voz surpreendeu-me, expulsando os meus pensamentos. Como de costume, ela estava muito linda, usava uma calça jeans preta, uma blusa branca básica, uma jaqueta azul escura e sapatilha da mesma cor. Com certeza, sentirei muitas saudades desse sorriso límpido e suas reclamações.

 - Claro. – Dei-lhe o meu melhor sorriso e falei. Nosso carro estava na garagem, obviamente, então tratamos de seguir pra lá.

 --*--

O aeroporto permanecia friento, as várias luzes iluminavam o terminal. Minha mãe havia ido conferir as ultimas coisa da passagem, agora só falta isso e eu me despedirmos, e brevemente estarei com meu pai em Berlin, graças a Deus.

Ao longe, vejo minha mãe surgir. Sua feição não era de alegria, e sim um notável desânimo. Tudo bem que ela sempre fica assim quando eu viajo para passar um mês com meu pai, mas desta vez ela sente que eu posso não regressar.

 - Pronto filha, agora pode ir. – Seus olhos marejaram. – Vou sentir tanto sua falta, desse cabelo laranja, correndo pelas escadas, a meu Deus meu bebe cresceu! – Exclamou emocionada, como se aquela fosse à última vez que nos víssemos ao vivo e em cores. E talvez... Seja mesmo.

- Também vou sentir sua falta, falta de seus gritos. – Disse-lhe com a voz embargando.  Ela deu um pequeno sorriso que logo se apagou em meio aquele momento meio que triste.

- Odeio despedidas! – Fungou e limpou a água que escoava por sua face. Me deu um beijo na testa e retribui com um rápido abraço, e corri para o avião.

O avião estava lotado de passageiros de diversos mundos, escutei línguas japonesas, espanholas, francesas, italianas e alemãs. Sim, eu sei todos esses idiomas e mais alguns. Olhei o numero da cadeira “23”, e fui olhando até que achei e logo me sentei, coloquei os fones de ouvido, encostei a cabeça na pequena janela redonda, fiquei pensando em tudo, comecei a ouvir as musicas que a Sely comentou, da tal banda.

Notei que alguém se abancara ao meu lado, mas nem dei atenção à criatura.

Estava pensado na Sely e de como ela é diferente, o jeito que ela não liga para a opinião sobre seu estilo das outras pessoas, a ponte de ser tão legal, e de como ela gosta daquela banda.  A pessoa que estava do meu lado proferiu algo, só que não entendi e virei para ela.

- AAAAAAAAAAAAAAAh! - Berrei estridentemente e o gordão que estava na cadeira de frente quase morreu do coração e ouvi uma velhinha de trás murmurar “eu vou processar essa empresa aérea, ninguém mais pode ter sossego nem em uma viagem”. Quando reparei bem que a garota que estava ao meu lado era a SELENA, ela também se banzou ao ver que era eu ao seu lado. - Esta lendo meus pensamentos? – Indaguei super aterrorizada.

- Eu?! Não... Mas... Mas... E ai esta ouvindo o que?- Mudou de assunto e lançou a interrogação, era perceptível que ainda estava bem confusa.

- Lass Uns Laufen, é muito linda. – Respondi. Aquele sorrisinho tímido logo tratou de brotar em seu semblante.

- Hum... Tokio hotel, também gosto muito dessa musica. – Replicou alargando seu sorriso, exibindo seus alvos dentes.

A viagem, de fato, seria longa e teríamos que ter um tema para debater para não desenvolver aquele clima chato de seu papo. Bem, nas primeiras horas do voo, discutimos sobre vários assuntos e descobri que ela já tentou assassinar, seu medo é de confiar, seu ponto fraco é quando lhe encara, tipo assim, olho no olho. Só que durante a viagem, anoiteceu é evidente e o sono não poderia deixar de nos atacar.

E assim seguiu-se toda a viagem.

---*---

O terminal de passageiros da Europa estava lotado, abarrotado de indivíduos. Desci as escadas, sendo seguida pela Sely. Sorte minha que estou com um casaco, pensei. Eram tantas pessoas que me sentia meio que perdida.

- Meus pais... – Ouvi uma criatura murmurejar emocionada. Dirigi meu olhar até aonde ela mirava e encantei-me. Ela é a cópia da mãe.

Uma senhora alta, de cabelos negros e as pontas tingidas de vermelho. Olhos castanhos escuros. Utilizara uma camiseta preta com uma enorme caveira de desenho, uma calça jeans com rasgões e coturnos. Em seu rosto, uma linha fina traçava-se.

Acompanhando-lhe estava um homem. Mais alto que a mulher, seus cabelos eram em um tom de louro cinza médio que derivava para castanhos, caiam sobre seus ombros de tão lisos. Olhos esverdeados e sustentava um sorriso aberto. Trajava uma camiseta xadrezada e uma calça jeans apertada, all star e cheio de braceletes que pegavam do pulso até uma parte do braço.

Enxerguei uma lágrima escapar das pálpebras da minha colega.

- Finalmente... Tchau Amélia! – Exasperei-me.

- Meu nome não é Amélia. – Disse entre dentes.

- A gente se encontra por aí. – Ignorou minha irritação e tomou sua mochila nas costas, correndo para sua genuína família. Soltei um riso abafado.

Agora o negócio é o seguinte... Como achar meu pai nessa multidão? Tá feio o troço aqui, pois com essa quantidade de gente eu vou acabar sendo arrastada até um bueiro.

Mas daí minha vista alcançou uma placa branca com meu nome escrito nela. Sendo que aquele elevado homem de terno e gravata não era meu pai, pois ele nunca andara formal. Tinha cabelos louros platinados e uma expressão inflexível em sua cara. Seu jeitão não me agradou. Com passadas de lebre, me guiei até o esquisito.

- Oi eu sou o Max, você deve ser Amy Zimmermann. - Cumprimentou-me secamente, mantendo sua postura rígida. Tranquei meu aspecto.

- É sou eu mesma. – Retorqui curta e ríspida. - Mas quem é você e como sabe meu nome? – Perguntei-lhe escondendo meu susto.

- Há seu pai Theodor está muito ocupado com a gravação de um cd, e pediu para que eu vir te buscar, e levar até o estúdio. Vamos? – Gravação de um CD? Como assim?

- Como assim, que coisa é essa de estúdio?  - Inquiri sem noção alguma.  Bateu os cílios levemente e bufou. Cara chato!

- Siga-me até o carro senhorita Zimmermann, que eu saiba, não teremos todo o tempo do mundo aqui.

- Ok. – Obedeci e cruzei os braços. Encaminhamo-nos para fora do aeroporto, indo ao encontro do veículo. Mas isso está me indignando, que lance é esse de estúdio e gravação de CD? Por que ele mandou esse homem parvo e bruto vir me buscar? Com certeza, bateu uma pontinha de mágoa.

Enfim, chegamos ao automóvel preto e com os vidros da janela também escuros, assim, quem estava fora do carro não avistava ninguém. Retirou o chaveiro do bolso de sua calça e apertou em um botão vermelho que o fez apitar, avisando que havia destravado-o. Ele não se deu ao trabalho de abrir a porta para mim, talvez também tenha enjoado de minha personalidade.

Adentrei no transporte. O ar condicionado esfriava o ar do carro a ponto de me congelar, já é suficiente o tanto de frio que aguentei e agora mais isso. Que desgraça!

Bateu a porta com rudeza e ativou a chave. Engatou a ré e deu a partida.

- Então Brutamontes. – Fiz questão de inticar. Com sua pose austera, ele fita-me com desdém. Sorri debochada.  – Que história é essa de meu pai estar produzindo um CD?

- Ele tornou-se produtor de CD e ficou bem atarefado, precisando de secretárias e motorista particular. Tem propostas de várias bandas, mas no momento está com uma que é muito famosa, mas esqueci do nome.

- Ocupado é?

- Sim. E tem tido negligência com seus outros compromissos, ele oferece muito atento ao conjunto e abandona algumas coisas que são extremamente importantes para sua carreira e algumas coisas familiares. – Neste segundo, o tal Max mirou-me detalhadamente, como se aquela frase tivesse sido exposta diretamente para mim.

- Está bem. – Disse-lhe por fim e encostei minha cabeça na janela escura. Senti mais uma fitada do Max, desta vez, olhava-me com comiseração.

E algo me dizia que eu estava na lista das “coisas” que ele está esquecendo.

--*--

O percurso no carro foi sossegado. Decidi para espantar os maléficos pensamentos, escutar meu rock e entreter a minha mente com outros assuntos.

- Chegamos. – Sua voz soou um pouco elevada. Possivelmente o fato de eu estar com os fones de ouvido iriam impedir de eu ouvi-lo. Baixou o vidro e apontou com o indicador para eu jogar minha visão até lá. O estúdio era gigantesco, caberia minha casa naquela oficina. - É aqui, você pode ir, procure uma porta branca com uma estrela preta, pode bater que ele estará lá. – Deu o guia de como encontrar à sala onde meu pai está instalado juntamente com a infeliz bandinha.

- Tá, ok... – Foi à única coisa que eu exprimi da minha boca. Soltou as travas do automóvel e eu saí do mesmo.

- Vou levar suas malas para a casa de seu pai - Ele falou religando o carro e deixando-me ali, com fisionomia de tonta e perdida.

Corri para aquele local, muito bonito, tenho de confessar e agigantado. Entrei de primeira no lugar. Diversas pessoas com crachás e rodando pelo saguão com pranchetas, enfezadas e sobrecarregados de deveres. Levantei o capuz do casaco e caminhei sorrateira até uma escadaria.

- Hey garota! – Que decepção. Não darei para a profissão de espiã, não consigo ser discreta.

Lenta e medrosa girei meu corpo para olhar fixamente o possuidor da voz rigorosa. Agora eu me pergunto, por que diabos todo mundo é mais alto que eu?

Ele tinha a pele negra, olhos da mesma cor e vestia o uniforme de segurança. Tinha consigo o cassetete policial o sacudindo. Sorri amarelo.

- Conhece o Theodor? Sou filha dele! – Fui ligeira.

- Você tem realmente os traços de seu pai. Mas ele está ocupadíssimo agora garota, pode voltar depois?

Fiquei fula com seu impedimento.

- Não! Eu cheguei agora de viagem! Ele não foi me pegar no aeroporto, até parece que está esquecendo-se de mim! Mandou um homem chatão e imbecil ir lá! Eu não vou esperar para vê-lo! – Senti meus olhos faiscarem e seu espanto ficou nítido.

- Tá bom! Você me convenceu... Com esse jeito de psicopata, até o Chuck Norris teria medo. – Diminuiu o tom de voz, mas não foi o suficiente para deixar eu não ouvir. – Mas tome este crachá, assim não será barrada por mais ninguém.

Ele pôs o objeto em volta de meu pescoço e deu um soco fraco em meu antebraço. Nas pressas, subi os degraus. Rodeei meus olhos pelos ângulos do corredor, estava sem ninguém e logo me deparei com a tal porta que tem a estrela preta, até que achei a porta bonita – ok, me deem um tiro, pois só uma pessoa sem juízo para admirar uma porta -. Com expressão de tédio bati e bati. Captei risadas masculinas se misturarem e alguns passos aproximando-se. Finalmente alguém veio abrir aquela porta, mas quando ergui a vista, petrifiquei-me.

Continua...     


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Não né? Ok... *chora litros* Eu me contento com isso, deixa eu só ir ali em um penhasco e me jogar.



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