Back to Us escrita por The Sweet B


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Incrível como as vezes que o mundo real se encaixa na minha fanfic. Lá estou eu, lendo notícias de Justin, quando deparo com esse artigo: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/justin-bieber-e-selena-gomez-vivem-dias-dificeis
**Créditos
Muito obrigada, Apenas uma sonhadora, pela recomendação! YOU ROCK GIRL :)))



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A música estava muito alta e o cheiro do cigarro muito forte. Tinha tantas pessoas que eu me espremia para passar. Uma vez que cheguei ao bar, me encaixei entre um casal e uma garota de vermelho.

– Cerveja. - Entreguei o bartender uma nota de cinco dólares e ele me entregou uma garrafa de Stella Artois e o meu troco, sem querer a minha identidade.

Metade das pessoas naquele bar eram menores de idade. Muitas mesmo da minha escola. Alguém deve ter espalhado sobre as Hex Girls - não que eu ache que as garotas sejam tão sociáveis a ponto de ter tantos amigos assim.

– Bem, olha só quem apareceu - Senti na minha nuca e eu me virei assustada, dando de cara com Dean, mais uma vez, perto de mais de mim.

– Dean. – Arfei. A respiração irregular por conta do susto. - Nossa. Você me assustou.

Ele tomou a cerveja da minha mão e deu um gole. Estava de camiseta preta e a inseparável jaqueta de couro. Nem deu tempo de protestar, quando me devolveu, já estava na metade. Revirei os olhos.

– Obrigada. Obrigada, mesmo.

– Disponha. - Ele abriu a boca em um sorriso de moleque, parecendo ter dez anos. - Você não devia está com o seu namorado?

– Não tenho namorado. - Fiz cara de emburrada, imaginando de onde ele tirou essa.

– Ah, por favor - Ele riu. - E com quem mais você passou o feriado?

– Do que está falando?

– Estou falando...

– Alô, som? - Um cara no meio do palco fez ao microfone e depois sorriu. - É isso aí, pessoal, vamos dar início a nossa 5ª Edição da Batalha de Bandas! São seis bandas se apresentando esta noite e eles vão dá seu melhor. No final da noite, nossos três jurados julgaram a melhor banda e ela ganhará... - ele fez suspense para a plateia e depois levantou as sobrancelhas, sorrindo. - Um cheque de dois mil dólares! - e a plateia vibrou animada. - Um mês de rosquinhas grátis! - e aplaudiram e gritaram novamente. - E... Um contrato de um ano com uma gravadora!

Enquanto gritavam e batiam palmas, Dean pôs sua mão na minha cintura e me puxou mais perto, para o lado do seu corpo, falando no meu ouvido:

– Logo depois de você ter me dado bolo mais uma vez, falei com Sam e ela me contou o que você andou fazendo, supondo que você estava com ele nesse feriado. E quer saber? Eu não duvido.

Droga... Dean. Mensagem. Encontro. Lanchonete da Sam às 15h. Esqueci completamente de avisar que não iria. Tirei a mão dele de mim.

– Eu esqueci. Sinto muito - Falei em seu ouvido, por conta de todo o barulho, me sentindo sinceramente mal.

– É, sei...

– É serio! Me desculpa!

Ele me olhou com os olhos verdes, provocativos.

– Eu não costumo perdoar duas vezes, mas pra você até que posso abrir uma exceção. Só que não vai ser fácil.

– O que você quer que eu faça?

– E agora, com vocês, da Mission High School... The Cold War!

A medida que a plateia ficava mais agitada e barulhenta, um grupo de quatro garotos entraram no palco, com seus instrumentos.

– Ahn... Oi, pessoal. - O vocalista, também guitarrista, disse no microfone, ajeitando sua guitarra no corpo. - Nós somos os The Cold War.

Os primeiros acordes na guitarra ressoou e todo mundo vibrou. Quando ele começou a cantar, Sarah James apareceu na nossa frente.

– Alicia, Dean, posso bater uma foto de vocês?

– Ahn... Claro. É, tudo bem. - Sorri para a foto, mas então Dean me puxou pela cintura e grudou meu corpo ao seu. Fiquei meio desconfortável, mas continuei sorrindo, até ver o flash.

– Obrigada. - Ela falou checando a foto na câmera. - Estou fazendo uma matéria sobre os casais na escola e preciso fazer algumas perguntas, posso?

– Desculpa, o que?

– Claro que pode! - Dean sorriu, me apertando mais a ele.

– Então, Alicia - Sarah pegou o iPhone e colocou no bloco de notas. -, como foi o primeiro encontro de vocês?

– Ah, não, não, não...

– Eu não diria que o primeiro encontro foi o melhor - Dean me interrompeu. -, ela parecia meio que... em outro lugar. Mas, no segundo, eu a levei para comer macarrão, tinha velas, músicas, essas coisas todas.

– Awwnnnn! Que romântico! - Os olhos azuis de Sarah brilharam e ela anotou tudo.

Tirei a mão de Dean de mim.

– Não, espera aí... - comecei, mas ele pôs seu braço no meu ombro e a mão desse braço na minha boca.

– ... não é só isso. Nós somos mais que isso. Nós estamos meio que sérios agora. Bem sérios.

Ela abriu um sorriso gigante, daqueles que faz quando vê notícia, e anotou tudo.

– É, acho que tenho tudo do que preciso aqui. Vou redigir a matéria agora mesmo. Felicidades para vocês!

E saiu, se perdendo da minha vista em meio a muita gente. Arranquei ferozmente a mão de Dean da minha boca e me afastei dele, o empurrando.

– Qual é o seu problema?!

Ele ria, divertido.

– Você me perguntou o que devia fazer para eu te perdoar. Tá aí, já te perdoei.

– Eu estava me referindo a um cupcake, fazer seu trabalho de história, sei lá! Nunca a se passar por sua namorada!

– Eu falei que não ia ser fácil.

Bufei e dei as costas para ele, indo em direção do bar.

– Tá, tá bom. - O ouvi atrás de mim. - Talvez eu não devesse ter feito aquilo.

Virei-me e ergui uma sobrancelha para ele.

– Ok, eu não devia mesmo ter feito aquilo. - se corrigiu. - Você quer que eu fale com ela amanhã?

– Quero!

– Tudo bem. Eu falo. Está se sentindo melhor agora?

– Ainda não. - Fiz beicinho.

– E que tal se eu te pagar uma bebida?

Pensei no assunto, olhando para ele.

– Tá... tudo bem.

Mais duas bandas se apresentaram e eu e Dean as acompanhamos sentadas nos bancos do bar. Quando foi a vez das Hex Girls, eu me levantei, gritei e bati palmas. Dean olhou para mim, sorrindo. Ele estava ainda sentado, de costas para a bancada, os cotovelos apoiados na mesma.

– Você realmente veio, mesmo brigada com ela.

– Bem... - olhei para ele, procurando as palavras. - Ela é a minha melhor amiga, não é? E, mesmo brigada comigo, ela foi a minha peça da escola. Eu devo isso a ela.

Olhei para o palco e vi as Hex Girls se preparando. A mecha roxa de Sam estava como o resto do cabelo - ondulado - e ela usava botas pretas, saia de couro e uma camiseta que, a Sam que eu conhecia, nunca usaria, mas que ficou legal nela. Ela se posicionou ao lado de Jane como backing vocal quando Roxie pegou seu microfone com uma mão e falou bem perto dele:

– Nós somos as The Hex Girls.

Thorn bateu as baquetas no alto três vezes, depois as batucou na bateria. A guitarra de Roxie e o baixo de Luna ressoaram seus primeiro acordes e a música começou. Fiquei feliz com a aprovação animada da plateia em relação a elas e fiz "uhuuul" várias e várias vezes durante a música. Sam parecia se divertindo. Comecei a balançar a cabeça e o corpo no ritmo da música, sem notar que Dean estava me observando bem atrás. Olhei para ele, animada, e sorri. Ele sorriu de canto, pensativo.

With this little cobweb potion you'll fall into dark devotion.– O ritmo da música ficou mais calmo e Roxie cantava lentamente. Dean se levantou e pegou minha mão, esperando desaprovação. Olhei apreensiva para os olhos verdes dele. - If you ever lose affection - Ele se inclinou para um beijo e nossos narizes roçaram. A boca de ambos estava aberta e eu sentia a respiração dele sair por ela, batendo no meu rosto. - I can change your whole direction. I'M A HEX...

– Girl! - Sam e Jane se juntaram a Roxie. A música tinha voltado a ficar agitada.

And I'm gonna put a spell on you!

– I'm gonna put a spell on you.

Me afastei um pouco de Dean. Eu devia fazer isso. Eu devia beijá-lo. Eu devia esquecer Justin, ocupar minha mente com outra pessoa, finalmente. Justin ia morar com Selena. Ele ia seguir a vida. Eu não devia ficar estancada por causa dele. Eu devia beijar Dean.

– Eu, eu... - as palavras saíram ofegantes da minha boca, me sentindo assustada. Engoli em seco e balancei a cabeça, negativamente.

Dean me puxou pela mão que segurava a minha e abraçou minha cintura, grudando seus lábios nos meus. Mesmo pega de surpresa, eu o deixei fazer o que bem entendesse. Eu devia dá uma chance. Eu devia tentar. Então entreabri os lábios e a língua dele invadiu minha boca, tocando a minha própria língua.

Atrás das pálpebras fechadas, eu sentia Justin. Sentia os ombros dele, a nunca dele, as bochechas dele. Era tão fácil imaginá-lo. Apesar de que não era a mesma coisa, estava quase. Quando eu toquei os cabelos de Dean, sentindo as madeixas, abri os olhos. Não era Justin. Não tinha o mesmo corte, nem a maciez, mas não era isso o que importava. O que importava era que eu queria que fosse Justin. E não é certo beijar alguém pensando em outro.

Quebrei o beijo, franzindo a testa. Dean me olhou decepcionado.

– Desculpa, é só que... Não dá. Não agora.

Caminhei depressa para o mais longe de Dean possível, passando perto do palco, no show terminado das Hex Girl.

– Alicia? - Sam me notou e chamou. Olhei para trás, mas eu não podia encará-la agora. Voltei a caminhar rápido para a saída.

Do lado de fora estava bem mais frio que lá dentro, e eu me agarrei ao meu casaco, tentando me aquecer. Tinha alguns caras fumando do lado de fora e eles me observaram me estranhando, graças a minha cara. Tirei o celular do bolso. Duas chamadas não atendidas, um correio de voz.

– Justin! - Falei quando vi o número dele. Coloquei o celular no ouvido e esperei por sua voz.

– Oi... Sou eu. Eu... Eu nem sei por que estou te ligando. Eu estou confuso... É só que... Você disse que eu ia te esquecer... Bem, isso ainda não aconteceu. A gente precisa conversar, Alicia.

– Justin? - Ouvi a segunda voz vinda do telefone e imaginei que fosse Selena.

– Eu tenho que desligar.

O telefone ficou mudo e eu ainda continuei com ele pregado no ouvido, pensativa, surpresa... aliviada! Ele não me esqueceu! Como me sinto melhor com isso.

– Alicia? - A porta da boate se abriu e, se juntando a mim na noite fria, Sam foi até mim, apertando o casaco militar no corpo.

– E-eu não podia perder. - Gaguejei, me explicando.

Ela olhou para mim séria por alguns segundos, depois sorriu de canto.

– Estou feliz que esteja aqui.

Relaxei vendo o sorriso dela. Era Sam. Cabelo diferente, roupas diferentes, fazendo parte de uma banda e supostamente brava comigo, mas era Sam. E Sam é compreensiva, gentil e meiga de mais para guardar qualquer rancor, para a minha sorte, então ela abriu seus braços e eu corri, impressionada do quanto eu precisava disso, do quanto senti falta da minha melhor amiga.

– Não estou dizendo que ainda não estou decepcionada. Mas fazer o que? Você é a minha melhor amiga.

Sorri e a abracei mais forte.

– E me desculpe por tê-la chamado de idiota. Se você quer namorar ele... Bom, eu vou te apoiar, né. Você sabe que eu sempre te apoio, mesmo que sejam as coisas mais loucas.

Quebrei o abraço e olhei para ela, triste. Ela me olhou de volta preocupada.

– Eu acho que eu estraguei tudo, Sam...

– O que você quer dizer?

– Ah... - suspirei pesadamente, me sentindo cansada. - Longa história.

– Você quer me contar tomando sorvete?

Sorri com a proposta.

– O resultado da batalha já vai sair. Você espera?

– Claro! - Forcei um sorriso, fingindo que estava tudo bem. - Vai lá, vou está de dedos cruzados.

Ela sorriu e se virou indo para a porta. Quando viu que eu não estava a acompanhando, olhou para mim.

– Vai entrando, eu só vou tomar mais um pouco de ar. Lá dentro está abafado. - Dei uma desculpa qualquer e um sorriso reconfortante para ela, até ela entrar de novo na boate.

Entrei bem a tempo de ver o resultado da competição. As Hex Girls não ganharam, mas ficaram em terceiro lugar, ganhando um cheque de cem dólares que dividiriam igualmente para as cinco. Então Sam só ganhou vinte dólares, mas deu para pagar os sorvetes e cookies e ainda sobrou. Liguei para a minha mãe no caminho avisando que dormiria na casa de Sam esta noite. Mesmo sendo dia de semana, ela sabia que eu e Sam estávamos brigadas e isso era para fazermos as pazes, então deixou, contudo, se eu não perdesse escola no dia seguinte.

Vesti um pijama da Sam e prendi o cabelo em um rabo de cavalo bagunçado e alto. Ela colocou potes de sorvete em cima do carpete felpudo do quarto dela e colocamos Dançando Na Chuva no DVD, que na verdade nem assistimos. Contei desde o começo de tudo para ela, finalmente. De quando me encontrei com Scooter, depois com Justin na festa, de que passamos a trocar mensagens, de quando fui de jatinho para jantar com ele em LA, ou quando ele apareceu no ensaio da peça, depois sobre o feriado e tudo que eu conseguia me lembrar de contar. Falei sobre Selena, sobre as minhas brigas com Justin, sobre Kyle, Sean e Usher. Sobre a minha mãe visitando os estúdios, e as festas, como aquele Christian e a surra que Justin deu nele. A mãe de Sam apareceu irritada vendo que ainda estávamos acordadas as duas da manhã, então jogamos os potes já vazios de sorvete fora, escovamos os dentes - eu com uma escova de dente extra que tínhamos exatamente nesses casos de uma ir dormir na casa da outra sem ter planejado -, desligamos o filme e as luzes e nos deitamos em sacos de dormir no chão do quarto dela, ignorando a cama. E então, eu contei a ela sobre o beijo e a nossa despedida.

Acho que fiz Sam se derreter um pouco a respeito dele. Fomos dormir mais das três da manhã com tudo isso e, as sete, estávamos de pé. Peguei minhas coisas e fui de pijama mesmo para casa, considerando que só sai da casa de Sam para o meu carro e do meu carro para a minha casa. Entrei no meu quarto, tirei o pijama de Sam e o separei para lavar. Entrei no chuveiro, ainda com aquele rabo de cavalo feito de madrugada, e tomei um banho quente de oito minutos, tentando acordar. Já pronta, fui para cozinha e o meu café da manhã já estava me esperando na bancada: waffles, morango e leite. Com a minha avó ainda fora, tomei o café sozinha, já que a minha mãe sempre acorda tarde. Peguei a bolsa, fui para o carro e dirigi até a escola. No rádio, qualquer coisa, menos músicas sobre amor. Começou a tocar Me Against The Music da Britney Spears e eu fiquei feliz por ser uma música agitada, que me distraísse. O meu iPhone vibrou com uma mensagem e era Sam.

Cadê vc? Vem pra escola rápido! Preciso te contar uma coisa xoxo

Franzi a testa para a mensagem, estranhando. Já estava na rua da escola. Estacionei no meu lugar do estacionamento de sempre e mandei uma mensagem para Sam, perguntando onde ela estava. Assim que entrei na escola, alguns dos alunos no corredor olharam para mim, logo depois virando para os amigos, cochichando. Oh-oh. Eu reconheço isso. Caminhei cautelosamente pelo corredor até o meu armário, pegando o livro da minha primeira aula. Fechei o armário e ainda olhavam para mim, depois voltavam a ler o jornal da escola.

– O que é que está acontecendo? - Perguntei a mim mesma, me virando e batendo bem de cara com Dean.

– Ah oi, amor.

– Como é que é? - Ergui uma sobrancelha e ele se inclinou, para falar perto do meu ouvido.

– Não olha agora, mas está todo mundo olhando para gente.

– É - me afastei dele -, eu percebi.

– Então já sabe por quê?

– Não, por que?

Ele me olhou, com medo de mim.

– Desembucha, Dean.

– Não me mata, tá? Hoje eu estava indo falar com Sarah James a respeito daquilo, como você pediu - Fui concordando com a cabeça. - e a encontrei no refeitório... Ali, ela já tinha publicado o jornal.

– O que?! - Falei alto até de mais.

– Eu não pude fazer nada! Não sabia que ela publicaria imediatamente! - Ele levou as mãos para o alto.

– Ai. Meu. Deus. - Balancei a cabeça, chocada, sem saber o que fazer. - Eu, eu... Eu preciso achar Sam.

A essa altura, ela já havia me respondido. Estava no campo de futebol americano, sentada nas arquibancadas, hoje, sem as roupas pretas e maquiagem pesada, apenas jeans e all star.

– Eu vi. - Falei me aproximando dela. - Eu vi o que está acontecendo. O que eu faço agora?

Sentei-me ao seu lado, me sentindo perdida.

– Bom, eu não sei, ficar feliz? Sei lá, isso é tudo sua causa.

– O que? - Olhei para ela confusa. - Como é que eu vou ficar feliz com isso, Samantha? Foi tudo um erro, a culpa é toda dele!

– Do que você está falando? Foi você que apareceu lá e chacoalhou tudo, para começo de história. Achei que fosse pelo menos gostar. Uma chance para você.

– Como é? Espera, do que você está falando?

– De Justin, quem mais?

– Como assim, Justin?

– Do que você estava falando? - Ela é que estava confusa agora.

– Do que todo mundo está falando: Dean e eu estamos namorando.

– É o que?! - ela falou alto, espantada.

– Não, nós não estamos namorando! Mas todo mundo acha isso! Mas o que você estava falando sobre Justin?

– A escola inteira acha que você e Dean estão namorando? Como é que isso aconteceu?

– Sam, foco! O que é que tem Justin?

Ela me mostrou seu iPhone na página de um site de fofoca, Radar Online. O título era bem grande: "Justin Bieber e Selena Gomez vivem dias difíceis" e embaixo, "O romance do casal teen vem andando sobre a corda bamba, diz amigo"

Li rapidamente a matéria.

Para o amigo anônimo, o que está “matando” o relacionamento dos dois é o excesso de drama. “Eles são muito ciumentos e Selena é muito dramática com relação às ex-namoradas de Bieber. Eles chegam perto de terminar várias vezes”, disse. Mas, como é o “primeiro amor” do cantor de Baby, ele ainda não consegue se imaginar sem a moça. Porém, recentemente Bieber escreveu no Twitter um post que dava a entender que ele e Selena tinham terminado o namoro, mas, depois, voltou atrás. "Obrigada pelo tempo que passamos juntos, mas agora, eu tenho de seguir em frente", dizia o post, que foi deletado poucas horas depois. Os representantes de Bieber também negaram que ele tenha escrito o tuíte, alegando que sua conta havia sido hackeada -- o estranho é o tal hacker ter publicado somente esse post. O casal assumiu o namoro durante a festa da revista Vanity Fair da premiação do Oscar, em 2011. Mas na virada de 2010 para 2011 já estava junto, curtindo o revéillon no Caribe, embora escoltado pela onipresente mãe do cantor.

Quando terminei, Sam estava agitada do meu lado.

– Foi por você, claro. Você disse que ela não parecia feliz em ter você por perto.

– É, mas...

– Mas o que? Eles estão brigando por sua causa.

– Primeiro amor... - repeti e bufei. Selena não era o primeiro amor de Justin, apesar de que ela passou mais tempo com ele do que eu. Fiquei surpresa como isso me deixou irritada.

– Eu preciso falar com ele.

– É - ela deu uma risadinha e levantou uma sobrancelha. -, precisa sim. Agora conta isso direito sobre você e Dean.

– Longa história. - Suspirei. - Dean é um idiota. Fez parecer que estávamos juntos para Sarah James ontem e ela publicou tudo hoje de manhã.

– O que ela escreveu? - Sam estava boquiaberta.

– Eu não sei, nem tenho coragem de ver esse jornal. - Apertei as têmporas, massageando.

O sinal tocou e Sam se levantou, me dando a mão para me ajudar a levantar.

– Vamos, cuidamos disso depois.

A primeira aula foi história e eu fiquei agradecida do professor ter passado trabalho, assim eu poderia me concentrar apenas na Idade Média, ao invés de me perder em pensamentos que era melhor evitar. Na hora do almoço, corri para o refeitório, em busca logo de Sam e amigos, para não ter que encarar ninguém sozinha. Chegando ao refeitório, encontrei Jenna dando batidinhas nas costas de Sam, como consolo.

– O que houve? - perguntei, estranhando. Sam, que estava de costas para mim, virou boquiaberta, depois com os olhos negros de raiva.

– Eu vou matar Sarah James!

– Calma, Sam, calma. - Jenna e eu seguramos Sam.

– Mas o que foi? É tão ruim assim?

– A parte que ela fala sobre mim e Kevin? É, pois é. É péssimo!

Peguei o jornal da mão dela e li primeiro a minha parte com Dean, ignorando os outros casais citados. Primeiro a minha foto com Dean, logo em baixo a reportagem:


"Alicia Bernardes-Mayer, inicialmente apenas uma estudante de intercâmbio, finalmente encontrou alguém que preencha seu coração de novo. Todos nós nos lembramos da época em que ela, a própria Alicia, namorava o cantor de música pop, Justin Bieber. Depois do fim do namoro de alguns meses, no primeiro ano do Ensino Médio, ele começou a namorar a atriz e cantora Selena Gomez, o que parece ter deixado Alicia abalada. Dois anos depois disso, Alicia ainda não parecia ter superado, até Dean Maddox - Senior, Bad Boy e Halfback do nosso querido time de futebol americano - aparecer. 'Eu não diria que o primeiro encontro foi o melhor, ela parecia meio que em outro lugar. Mas, no segundo, eu a levei para comer macarrão, tinha velas, músicas, essas coisas todas' disse Dean, antes de tascar de Alicia um beijão de deixar todos com inveja."


E lá estava a foto de Dean e eu nos beijando perto do bar, no clube, ontem. Sério, as pessoas deviam parar de tirar foto minha beijando os caras, isso está começando a me irritar. Mas a matéria ainda não acabava por aí.


"'E nós somos mais que isso. Nós estamos meio que sérios agora. Bem sérios' continuou Dean, abraçado a namorada. O que podemos esperar daí? Será que isso significaria casamento, mesmo sendo tão novos? Essa escola nunca presenciou um casamento entre alunos antes, seria a primeira vez?"


Quando terminei, estava boquiaberta, chocada, abismada e irritada com todo esse absurdo.

– Que coisa mais ridícula! Pelo amor de Deus, ninguém vê que é mentira? - Falei alto, brava.

– E isso nem é o pior. As pessoas estão dizendo que... - Jenna começou, mas Sam bateu nela com o cotovelo.

– O que? Estão dizendo o que? Andem, me contem! - Implorei. Jenna e Sam se entreolharam.

– Estão dizendo que, com essa história de casamento, você deve está... você deve está grávida.

Meu queixo caiu, quase deslocando a mandíbula. Me senti naqueles desenhos animados, quando você vai ficando vermelho de raiva dos pés até a cabeça, e então explode.

– Pode deixar que eu mato Sarah James por você, Sam. - Falei entre os dentes, cerrando os pulsos.

– E olha o que ela escreveu sobre Sam. - Jenna pegou o jornal das minhas mãos, meio amaçados por conta do meu cerrar de pulsos. - "E, finalmente, por que não comentar sobre o último casal modelo da escola, que depois de um ano e meio de relacionamento, terminaram recentemente: Samantha Lewis e Kevin Kimball. Uns dizem que terminaram por conta de traição, ainda não se sabe de quem e com quem. Outros falam que a razão do fim do relacionamento foi por conta da suspensão do nosso Ala do time de basquete, quando ele e outros integrantes do time foram suspensos graças a invasão na escola Lowell High School. Desde o fim do namoro, Samantha tem andado diferente, com um novo visual e sendo vista com as integrantes da banda independente The Hex Girls (formado por alunas do segundo e último ano), terceiro lugar da Batalha de Bandas na noite de ontem. Será que, com a volta do jogador da suspensão ainda essa semana, as coisas irão mudar? Ou Sam batucaria as baquetas na cabeça dele?"

Jenna me mostrou o jornal e tinha uma montagem de Sam batendo com baquetas de bateria na cabeça de Kevin. Foi a cereja do bolo.

– Isso é humilhante. - Disse.

– Eu que o diga. Ai, que raiva! - Sam bateu o pé.

– Calma, vocês precisam se manter calmas. Eu estou aí também, lembram?

– É, mas só tem coisa legal escrita aí e você realmente está namorando.

– Ninguém ainda falou com Sarah? - Perguntei, sentido dor de cabeça.

– Eu já. - Disse Jenna. - Pedi que ela fizesse uma retratação, mas ela disse que não tinha por que, já que foi o próprio Dean que confirmou tudo e você estava lá. E, sobre o caso da Sam... não passa da verdade.

– Certo, mas as pessoas estão achando que estou grávida! - Me exaltei um pouquinho.

– Mas ela não colocou isso no jornal. O pessoal é que deduziu.

– Eu vou enfiar esse jornal goela abaixo nela e ver se ela não retira tudo o que disse. - Falou Sam, furiosa, o que chegava a ser cômico, considerando o quão pequena ela é.

– Eu tive uma ideia. - Falei, ainda que hesitante.

– Tipo o que?

Olhei em volta. O refeitório estava cheio. Cena perfeita.

Engoli em seco.

– É agora ou nunca.

Subi em uma cadeira.

– O que você está fazendo? - Jenna perguntou.

Não respondi. Subi na mesa dessa vez. Tomei a latinha de Coca-Cola de um menino e bati nela com um garfo de plástico, trêmula.

– Alô? Oi? Com licença? Um minuto de suas atenções, por favor?- Perguntei ainda meio tímida. A visão daqui de cima, todo mundo se virando para me olhar, era constrangedor. Mesmo assim, não voltei atrás. Aos poucos, o pessoal foi fazendo silêncio, até eu ter a atenção de todos. - Ahm... Bem, só para esclarecer algumas coisas. Andam dizendo por aí que eu estou... grávida. E que vou me casar.

Identifiquei Dean no canto do refeitório, perto a porta.

– Eu não estou namorando ninguém. E essa é a verdade. E eu acho que se vocês a queriam deviam ter ouvido direto de mim. Quanto a Sam e Kevin... É a vida deles e eles fazem o que bem entenderem, não precisam de ninguém dando palpite ou se intrometendo. Sabe, vocês provavelmente deves está se perguntando - Eu até me sentia um pouco mais relaxada agora, em frente a eles. - "Ela não devia está acostumada com isso?" Mas não dá pra se acostumar. Não quando tem um monte de gente te julgando e se precipitando com você por conta de mentiras.

– É isso aí! - Jenna gritou em apoio.

– Bem... É isso. - Eu me abaixei para descer da mesa, mas voltei. - E, por favor, não continuem espalhando essas fofocas.

Quando terminei, e tentei descer da mesa, o pessoal bateu palmas, inacreditavelmente. Foi bom, porque se eles tivessem ficado calados, eu teria pagado um grande mico. O cara de quem eu tomei a Coca-Cola me ajudou a descer e eu sorri, agradeci e devolvi a latinha para ele. Sam e Jenna me abraçaram, quando eu vi Kevin.

– Kevin! - Dei um abraço nele.

– Eu vi você aí em cima. Obrigado. - Ele agradeceu em um sussurro. Depois olhou para Sam e acenou com a cabeça. - Oi, Sam, tudo bem?

– Sim. E você?

– Feliz por está de volta. - Ele deu de ombros, colocando as mãos no bolso.

– Espero que tenha aprendido a lição nesses últimos dias.

– É, eu aprendi.

Ela sorriu e foi embora, saindo do refeitório, pela mesma porta em que Dean estava parado ao lado. Aliás, onde ele estava? Quando foi que ele saiu?

– Eu ainda não acredito que você fez isso. - Jenna riu, me abraçando de lado.

– Nem eu!

– Você me surpreende cada dia mais. - Ouvimos de trás e lá estava ele. Luke. - É serio, esse discurso um minuto antes e o popstar não teria saído daqui com o rabo entre as pernas.

– Do que você está falando? - Perguntei, me livrando do abraço de Jenna.

Luke começou a rir, me intimidando.

– Chega a ser hilário.

– O que você quer dizer, Luke? - Kevin perguntou, confuso.

– Ele chegou aqui tão animado, mas quando viu o jornal... Cara, aquilo sim deu pena. - No entanto, ele continuava a rir. Meu coração se apertando cada vez mais e mais.

– Justin esteve aqui?

– Como assim "Justin esteve aqui"? - Kevin ficava cada vez mais confuso.

– Ali... - Jenna fez.

– O que você disse para ele? - Fui para cima de Luke e o agarrei pela gola da camisa polo. Ele parou de rir no mesmo minuto, mas continuou sorrindo divertido.

– Você quer mesmo fazer uma cena? Achei que queria manter segredo sobre, sabe - Ele aproximou o rosto do meio e sussurrou de modo que só eu poderia ouvir. -, vocês dois.

– Me diz o que você contou para ele. - Cerrei os dentes, falando tão baixo quanto.

– Primeiro, me solta. - Ele ordenou. Soltei-o, hesitante. Ele ajeitou a camisa no corpo. - Bem melhor. Sério, Alicia, brincar comigo é brincar com fogo.

– Fala logo, Luke.

– O que está acontecendo aqui? - Kevin e Jenna se aproximaram para ouvir melhor nossa conversa, ficando os dois do meu lado.

– Eu não disse nada. E precisei logo tendo essa foto bem aqui? - Ele levantou o jornal e mostrou a foto de Dean e eu se beijando. - É verdade o que dizem. Uma foto vale mais que mil palavras. Aí foi só contar o babado do ano da escola e ele saiu arrasado.

– O que você disse? - Quase gritei.

– Ué, o que todo mundo estava achando. - Ele fez cara de óbvio. - Que você está grávida. Pena que ele não te viu desmentir tudo, que desencontro...

Ele voltou a rir. Minha vontade era de atirar uma cadeira nele.

– O que é que ele está dizendo, Alicia? - Kevin perguntou, desacreditado. - Você anda vendo aquele cara de novo?

Quase levantei a mão para dar uma tapa em Luke, mas ao invés disso, dei as costas para ele, em caminho da saída.

– Aí, Alicia - Luke me fez parar. Senti o sangue ferver à medida que trancava os punhos. - O quanto será que aquela minha informaçãozinha valiosa vale pra imprensa agora, hein?

Só eu e Sam entenderíamos o que ele estava falando. Respirei fundo, tentando me acalmar. Caminhei de volta para ele até chegar bem perto e cochichar:

– Eu faço o que você quiser. Não conte para ninguém.

Ele deu uma risadinha.

– É assim que eu gosto.

Me virei de volta para a saída e deixei o refeitório. A saída da escola era bem no final do corredor.

– Ei, ei - Kevin veio correndo atrás de mim, mas não parei. Ele apressou os passos para me acompanhar. - Você não vai me contar o que está acontecendo?

– Agora não, Kevin.

– Do que é que você e Luke estavam falando?

– Kevin... - Parei, quase explodindo. Fechei os olhos e procurei me acalmar. - Agora não. A gente conversa depois.

– E para onde você vai?

– Eu preciso ir atrás dele.

Voltei a caminhar, mas Kevin segurou meu pulso.

– Agora? E a aula? Por que você não pensa nisso depois da escola?

– Não dá, tem que ser agora.

– Não, não tem não.

O sinal tocou e eu olhei para a caixinha de som, instalada no alto da parede.

– Você resolve isso depois. Vamos. - Ele insistiu e, mesmo hesitante, fui com ele.


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– Ah, eu gosto dessa música. - Sam aumentou o rádio ao som de Last Name de Carrie Underwood. Depois, ela olhou para mim.

Estávamos no carro dela, logo depois de termos deixado o meu na casa dela, para pizza depois da aula. Não fazíamos isso há séculos. Mas hoje eu estava com a cabeça distante, olhando pela janela, sentindo por Justin.

– Ah, por favor. É noite da pizza. Você não vai ficar assim tristinha, vai? - Ela fez beicinho.

– Ele não me atende. - Suspirei e olhei para o celular no meu colo.

– Talvez ele nem tenha aparecido na escola hoje. Você conhece Luke. Não é de se confiar.

– E se ele estava falando sério? E se Justin foi mesmo atrás de mim e viu aquele jornal idiota? Justin está por aí, achando que estou grávida de outro cara. Que fiquei com ele no feriado e fui embora, para ficar com outro logo dois dias depois! Deve está achando que eu já estava com Dean antes de viajar para LA!

– Ok. Que desastre.

– Bem-vinda a minha vida. - Bufei, voltando a olhar pela janela.

– E o que você vai fazer?

– Se ele pelo menos atendesse meus telefonemas...

– Não tem mais ninguém que você pode ligar? Tipo, um amigo, a mãe dele?

– Eu já liguei para Sean, mas ele não vê Justin desde a festa na casa dele. O celular de Scooter está desligado e eu não quero incomodar Pattie. A não ser...

– A não ser, o que?

Olhei para Sam, esperançosa.

– Só tem um cara que conheço que pode saber tanto sobre babados. É serio, ele só perde para Perez Hilton.

Peguei meu celular e procurei entre os contatos, até achá-lo e ligar.

– Não acredito que já está com saudades de mim. - Ele disse, na linha.

– Oi, Kyle. - Falei feliz por ele ter atendido. - Eu preciso de um informante e você é o melhor da área.

– O que eu puder ajudar...

– Você sabe onde Justin está?

– Ele já foi atrás de você?

– O que quer dizer? - Perguntei, confusa.

– Você não soube das novas?

– Se está se referindo sobre Justin e Selena, já.

– E quem você acha que é a fonte anônima?

– Foi você?!

Ele deu uma risadinha.

– E então, o garoto prodígio foi ou não foi atrás de você?

– Sim. Mas nos desencontramos. Agora eu preciso saber onde ele está.

– Liga para ele. - Quase não ouvi, graças ao barulho na linha.

– Ele não me atende. Kyle, onde você está?

– Toda a noite é noite, amor. Só uma Pub com amigos. Eu não posso imaginar onde ele esteja. Em casa não deve ser, já que Selena está vivendo lá agora e eles tiveram uma briga feia hoje.

– Selena já está lá?

– Por enquanto, né amor. Porque pelo que parece eles terminaram.

– Eles terminaram?!

Era uma surpresa atrás da outra.

– Foi o que me contaram. Aí, quando me disseram que ele deixou a casa, pegou o carro e foi para só Deus sabe aonde, imaginei que ele foi atrás de você.

– Ele veio até aqui de carro? Kyle, são seis horas de viagem!

– Então o garoto é mesmo determinado. - Ele riu.

– Eu tenho que desligar. Falo com você depois.

– Beijinhos.

Olhei chocada para o celular e depois para Sam. Ela tinha ouvido a conversa e já podia deduzir tudo.

– Tudo bem, eu não estava tão a fim assim de comer pizza. - Ela deu de ombros e parou o carro, coincidentemente, no píer.

Saltamos do carro, o vento vindo do mar me deixando arrepiada. Peguei o celular e tentei ligar mais uma vez para Scooter. Nada. Mais uma vez para Justin. Nada.

– Tenta FaceTime. - Sam sugeriu, comprando uma salsicha empanada.

– Se ele não me atende, então não atenderia no FaceTime.

No mesmo momento, meu celular tocou e Sam e eu olhamos para ele, surpresas. Não demorei para atende-lo.

– É Pattie. - Falei para Sam antes de atender. - Alô, Pattie?

– Alicia, ainda bem que você atendeu. - Ela realmente parecia aliviada. - Você por acaso não viu Justin hoje, viu? Ele saiu de casa nessa manhã e não voltou até agora.

– Eu não sei onde ele está, mas estou tentando falar com ele o dia inteiro. Eu soube do que aconteceu.

– Ele simplesmente terminou com Selena e foi embora. E eu só imagino o por que.

Senti as bochechas corarem.

– Eu estou preocupada com ele, Pattie. Eu tenho quase certeza de que ele veio para São Francisco, mas não consigo falar com ele. Eu não sei o que fazer.

– Deixa eu falar com ela. - Ouvi a voz de Scooter e depois acho que ele pegou o telefone de Pattie. - Alicia? Sou eu, Scooter.

– Scooter! Eu tentei ligar para você o dia inteiro!

– Meu celular está descarregado. Você falou com Justin hoje?

– Não. - Lamentei. - Isso é o que está me incomodando.

– Precisamos fazer algo, Scooter! - Ouvi a voz de Pattie, meio abafada.

– O que? O garoto é maior de idade. Só podemos esperar. Alicia, se você se encontrar com ele, avise-nos imediatamente.

– Claro.

E ele desligou. Fiquei segurando o telefone com as duas mãos, olhando para o mar há alguns metros de distância, me sentindo derrotada.

– Nada dele? -Sam perguntou, me oferecendo um pouco do seu espeto, preocupada comigo.

Balancei a cabeça negativamente e dei uma mordidinha na salsicha. Estava com fome, eu podia sentir, e já não tinha comido nada no almoço, mas com os acontecimentos do dia, não tive muito tempo.

– Olha, ferido ele não está, porque ele postou uma foto no Instagram.

– O que? Deixa eu ver. - Peguei o celular dela.

A foto era Justin dentro de um carro, nem cara de triste, nem de feliz, e a única legenda na foto eram reticências. Havia sido postada essa tarde, logo depois da minha briga com Luke. Meu coração se apertou de pena. Se ele pelo menos atendesse meus telefonemas...

– Justin, cadê você? - sussurrei, olhando para a orla.

– Vamos pensar um pouco. Você o conhece tão bem quanto qualquer um. Onde você acha que ele poderia está?

Dei de ombros.

Onde Justin poderia está? Pensa, Alicia, pensa. Ele está chateado. Quando Justin está chateado, ele gosta de ficar sozinho. Então ele está sozinho, mas onde? Ele tem o mundo inteiro para isso. Onde ele ficaria sozinho aqui em São Francisco? Em um cinema? Bar? Ele não conhece esse lugar tão bem assim. Ele teria vindo para o píer? Porque eu estou aqui agora. É um bom lugar para pensar, até eu faria isso, com a vista, o cheiro de água salgada, um monte de gente passando, fácil de se misturar... Mas ele é Justin Bieber, não é fácil de se misturar quando se é Justin Bieber.

A rocha! O parque perto da casa dele, o lago. O que foi que ele me disse mesmo quando me mostrou o lugar? "É aqui que venho quando a cabeça está muito cheia". É isso. Apenas fiz um cálculo rápido, considerando a hora do almoço em que ele supostamente estaria na minha escola até agora. Já se passaram 7h desde então. E ele dirige rápido, pode ter feito a viagem em 5h. A essa altura, ele já poderia está em Los Angeles.

Sam me olhava, assustada com a minha cara.

– Eu acho que sei onde encontrá-lo. - Falei para ela e peguei o celular.

– Para quem você vai ligar? - Ela foi até o meu lado para ver o que eu fazia.

– Para a mãe dele, quem mais?

– Você não quer pensar nisso antes? - Ela colocou sua mão no meu braço, me fazendo parar. - Se fosse você, você gostaria que Justin contasse para a sua mãe?

– E para quem mais eu contaria? Eu não posso ir para lá, Sam. Eu queria muito, mas não posso.

Ela deu de ombros, sem saber mais o que falar. Pensei mais um pouco de novo. Infelizmente, só havia uma pessoa a quem eu poderia falar. Liguei para Kyle novamente.

– Oi, sou eu. - Disse para ele. - Você pode me passar o número de Selena?

Sam me olhou, surpresa. Encolhi os ombros. Não era algo que eu estava gostando de fazer, mas era por Justin. Nunca me perdoaria se ele inventasse de fazer qualquer besteira. Sam me compreendeu e alisou meu braço, em consolo.

Uma hora depois da minha mais rápida conversa com Selena Gomez, Sam e eu ainda esperávamos no píer. Estava sentada no banco do carro, com as pernas para fora, deixando a porta aberta, olhando derrotada para as minhas mãos. Eu ainda estava pensando naquele telefonema. A voz de Selena atendendo e o exato momento em que lhe contei onde procurá-lo. Ela ficou em silêncio por alguns segundos e depois disse "obrigada", não parecendo ter raiva de mim ou rancor. Afinal, por que ela teria? Acabei de ajudá-la a reatar seu namoro. Sam foi até mim e se agachou, para ficar na altura do meu rosto.

– Você não quer ir para casa, agora? - Ela perguntou gentilmente, pegando as minhas mãos.

Assenti, concordando, e contornei o carro, indo para o banco do passageiro. Ela entrou no carro, fechou a porta e colocamos o cinto. Olhei pela janela enquanto ela dava partida.

– Você está bem?

– Não. - Respondi, triste, tentando imaginar o que estava acontecendo agora a quase 700km de distância de mim.

Justin e Selena provavelmente estão se entendendo. Ele vai ficar com ela, claro, de tanta raiva que deve sentir de mim agora. Tudo vai dar certo de novo no castelo da princesa, como diria Kyle, e eu vou ficar sem o meu príncipe.

Sam parou o carro na frente da sua garagem e eu desci dele, tirando minhas chaves da bolsa. Sam parou na minha frente.

– Você vai ficar bem, não vai?

– É, eu vou tentar. - Contrai os lábios em qualquer tipo de sorriso forçado. - Eu sinto muito por ter estragado nossa noite da pizza

Sam sorriu, balançou a cabeça e me abraçou.

– Não tem problema nenhum. Qualquer coisa me liga.

Assenti e quebrei nosso abraço, indo até meu KIA Soul preto.

– Vejo você amanhã. - Acenei antes de entrar no carro.

Joguei a bolsa no banco do lado, coloquei o sinto e a chave na ignição. Meu celular tocou de novo e eu parei tudo o que fazia para pega-lo. Mas era a minha mãe.

– Oi, mãe.

– Oi, onde você está? - Ela perguntou. Eu podia ouvir barulho de taças se tocando e música ao fundo.

– Na casa da Sam, indo para casa.

– Você pode dá uma passadinha naquele restaurante francês da Sutter Street? Aquele que fomos com a sua avó um dia.

– Sei qual é. Mas por quê?

– Tenho uma surpresa para contar. - Ela falou animada

Tudo bem. Eu estava precisando de coisas boas hoje. Desliguei e, no caso da dúvida, coloquei o restaurante no GPS. Em vinte minutos, graças ao trânsito, estava lá.

Fleur De Lys brilhava no topo do restaurante e eu entreguei meu carro ao manobrista. Uma busca rápida no local e quem me encontrou foi a minha mãe, acenando. Fui até ela e, quanto mais eu chegava perto, melhor tinha visão da mesa. Havia um homem sentando na mesma mesa que ela. O cara que ela andava se encontrando e mantinha segredo. Quando o cara virou o rosto para me ver, sorridente, parei de andar e arregalei os olhos, interrompendo a passagem de um garçom que passava, o fazendo derrubar a bandeja com vinhos em cima de mim.

A música do piano parou e todo mundo olhou para mim, enquanto o garçom se desculpava e tentava limpar a imensa mancha de vinho do meu suéter.

– Oh, senhorita, eu sinto muito mesmo.

– Está tudo bem, sério. - Sorria, tentando fazê-lo se acalmar.

– Alicia, você está bem? - Mamãe perguntou, já do meu lado, preocupada.

– Mil perdões, por favor, deixe-nos ajudá-la. - O homem careca, que imaginei ser o gerente do restaurante, disse, serio e profissional.

– Eu estou bem, está tudo bem, a culpa foi minha.

Levantei o olhar, e lá estava ele, de paletó caqui e gravata vermelha, assim como hoje de manhã. Meu professor de história.

– Sr. Wilson - Falei para ele, tentando agir normal. - Que surpresa.

Ele sorriu, também um pouco embaraçado com a situação. Ainda me ajudaram a me limpar até podemos sentar de volta a mesa. A música já havia voltado e as pessoas tentavam esquecer a minha pequena cena de constrangimento que atrapalhou o jantar deles.

– Você não ficou muito espantada, ficou? - Perguntou a minha mãe hesitante, enquanto nos sentávamos a mesa.

– Em encontrar meu professor de história em um jantar com a minha mãe? Nem um pouco. - Tentei esconder o sarcasmo, colocando o guardanapo de pano no colo.

– Estávamos preocupados, imaginando a sua reação há dias, então eu disse "Por que não descobrirmos isso agora?". - Eles se entreolharam e sorriram. Olhei para a mesa, onde ela havia acabado de colocar a mão em cima da mão dele. Engoli em seco. - E então, eu liguei para você.

– Que bom que ligaram. - Forcei um sorriso, tomando um gole da água dela em uma taça.

– Eu sei que é muito para registrar. - Meu professor falou, cauteloso. - Mas eu e sua mãe estamos nos dando muito bem e esperávamos que você ficasse feliz.

Assenti com a cabeça, sem saber o que falar.


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– Ficar feliz?! Mãe, foi um choque!

Eu estava no quarto dela, já vestida para dormir, ajoelhada em sua cama a observando tirar a maquiagem na penteadeira.

– Eu não imaginava que você fosse ficar desse jeito, todas as outras vezes que sai com ele, você me incentivava.

– É, isso foi antes de saber que o tal cara misterioso era o meu professor de história.

Ela não falou nada, tirando os brincos agora.

– E como foi que isso começou, pelo amor de Deus?

– Cinco semanas atrás, ele me ligou querendo falar sobre a sua nota e eu fui. Não aconteceu nada, mas dias depois nos encontramos na fila do supermercado e ele me ajudou a levar as compras para o carro. Trocamos os telefones, então.

– Foi assim? O que é você estava fazendo no supermercado, Thomas é que faz essas coisas!

– Eu não nasci para ter gente fazendo as coisas por mim, Alicia.

Fiquei calada, sem mais nada para dizer, até que ouvimos um barulho vindo do andar de baixo. Eu e minha mãe nos entreolhamos e saímos do quarto dela, de fininho, indo até a escada que levava para o andar de baixo e nos abaixando para ver, sem sermos vistas.

Adam entrou no hall da casa com malas e as colocou no chão. Thomas apareceu, em sua pose profissional.

– Bem-vinda de volta, senhora. - Ele disse e minha avó entrou.

Ela estava agasalhada e com um lenço na cabeça. Me senti feliz quando ela tirou o lenço e seus cabelos loiros quase branco estavam lá, assim como quando ela saiu para Nova York para o tratamentos, semanas atrás.

– É bom está de volta, Thomas. - Ela sorriu e olhou em volta, feliz por está em casa.


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No próximo capítulo:

– O que você quer? - Disse a Luke, nada educada.

– Chegou a sua hora de mostrar até onde você é capaz de ir para não ter seu pequeno segredinho revelado.

Franzi o cenho, cruzando os braços, esperando que ele falasse algo.

– Eu não fui muito bem na prova de física.

– E o que eu posso fazer? Se queria ajuda, devia ter me pedido antes.

– Você não entendeu. - Ele riu, balançando a cabeça. - Eu não pretendia pedi-la ajuda nos estudos. Eu quero que você entre aí dentro, pegue a minha prova e altere as minhas respostas.

(...)


O celular tocou avisando a chegada de uma mensagem. Era uma mensagem de Kyle:

What the heeck??? Bieber e Selena voltaram! :@


(...)


- Alicia - a minha vó disse em meio a uma conversa chata sobre ações e investimentos -, estavamos pensando aqui um pouco mais cedo e eu me perguntei: o que você pretende fazer no seu aniversário?

O papo do baile, enfim à tona.

- Eu não pensei nisso ainda. Acho que nada. - Disse, brincando com a sopa.

- Nada? Isso é triste, não é qualquer dia que se faz 18 anos.

Nem 17, nem 16, nem 15, mas todos os anos são a mesma coisa.

- O que você acha de um baile de máscaras?

Eu lentamente elevei os lábios a um sorriso de acordo, pensando em quem eu poderia chamar para essa festa.


(...)


- Por que veio até aqui?

- Para ver se era verdade. - Sean Kingston me disse.

- Que verdade?

- Eu não sabia o que esperar quando chegasse aqui. Talvez um barrigão. Não vou mentir que fiquei surpreso... bem surpreso aliás. - Ele riu, de deboche, coçando a nuca. - E decepcionado também, um poquinho. Nunca pensei que você poderia fazer isso ao Bieber, sabe, o cara ficou realmente arrasado. Mas eu não poderia virar as costas para você, não com você desse jeito. - Ele apontou para a minha barriga.

- O que?! Não, não, não! - Eu chacoalhei as mãos, nervosa. - Não, você... Você acha que eu? - Comecei a rir, porque chegava até a ser hilário. - Sean, eu não estou grávida.


(...)


Notei o cara de pé perto a uma das tendas. Cerrei os olhos, tentando enxergar melhor. Tudo o que eu conseguia ver era o blazer preto dobrado até os cotovelos e a máscara igualmente preta, cobrindo boa parte de seu rosto.

Quando ficou obvio que eu estava o seguindo, gritei:

– Ei! Ei, você! - Mas ele não parou. Gritei mais forte dessa vez. - Pode parar, por favor?

E ele parou, continuando de costas para mim. A fita preta da máscara amarrava em um laço na parte de trás da cabeça dele, se destacando no cabelo claro. Me aproximei dele, sem medo. Aos poucos, o garoto se virou. Eu reconheci o semblante; seu nariz, o formato de sua boca, as sobrancelhas grossas.

– Justin?


(...)


– Ele me deu um pingente.

Sam agarrou meu pulso com as duas mãos, analisando o pingente de perto.

– Que filha da mãe sortuda - Ela deixou soltar e eu ri. - Vamos entrar agora no site e ver quanto foi isso! ... Ouro 18 quilates, diamantes... $1,100. Nada para o Biebs.

Balancei a cabeça em concordância, de olhos arregalados.

– Nada para o Biebs. - Repeti.


(...)


– Vovó? - Chamei. - A senhora está aí?

Girei nos calcanhares, indo em direção ao banheiro para procura-la, mas não precisei. Pois, assim que me virei, a encontrei desmaiada no chão.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAH tô tão animada para compartilhar o próximo capitulo com vocês! Acho que vão gostar. Desculpem a demora, mas geralmente tenho de duas a três provas todas as semanas no colégio. Com a chegada do fim do ano, estou tendo uma média de cinco provas por semana. Além do mais, um capítulo demora no mínimo 3 dias para ser feito e eu pretendia concluir o capítulo seguinte a esse para dá para vocês essa preview no fim. Gostaram? Acho que agora vocês ficam mais animadas para os próximos capítulos. Segunda-feira é o meu aniversário, que tal me darem recomendações de presente? :D
!!!!! LEIA !!!! Que outro site de fanfic vocês me recomendam para postar fics do Justin? Eu amo o Nyah, mas infelizmente a categoria bandas está fechando.
PRÓXIMO CAPITULO SÓ A PARTIR DE 13 REVIEWS.