After You are Gone escrita por Jennifer Borges, Tayla Zafir


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Queridas leitoras, pedimos mil desculpas pela demora. Mas é que tivemos alguns probleminhas básicos. Esperamos que gostem do capítulo. Vamos tentar postar com mais frequência. Beijos



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- Jenni... Eu. - Harry disse me olhando. - Não sei o que dizer.

- Tudo bem Hazza. Seu dia não foi bom, eu sei. - Disse passando a mão em seu cabelo de leve.

- Mas eu que fiz você constatar isto. - Harry disse todo embolado com as palavras.

- Está tudo bem Harry. - Disse olhando em seus olhos.

- Você quer assistir um filme, passar um tempo só nós dois? - Harry perguntou sorrindo torto.

- Eu adoraria. - Disse e ele me beijou.

   Entramos e fomos para o meu quarto. Harry ligou a televisão e escolheu o filme. Nós nos deitamos e começamos a assistir o filme. Ou tentamos pelo menos. Eu me desliguei do filme depois de apenas alguns minutos e deixei o silencio invadir minha mente. Era difícil não pensar em tudo que havia acontecido. Por algum motivo, eu me sentia feliz e frustrada ao mesmo tempo. Era estranho.  Por um lado, o almoço havia sido incrível. Anne me mostrara o quanto gostava de mim e me apoiava. Por outro, Caroline havia atacado novamente. O que ela teria dito ao meu respeito para Gemma? Gemma havia acredito nas barbaridades que Caroline inventara? Essas perguntas insistiam em me perturbar. 

  Não lembro sequer o nome do filme e tenho certeza que Harry também. Só lembro que de repente a televisão ficou escura; ele havia a desligado. Me virei e o fitei. Seus olhos estavam fixos no meu. 

- E cá estamos nós novamente. - Disse tentando sorrir.

- Só que sem lágrimas. - Harry disse colocando a mão no meu rosto e eu fechei os olhos. - Estamos mais fortes, então? 

- Não. Ou talvez. - Disse abrindo os olhos e pousei minha mão sobre a dele em cima da minha face. - As coisas só tendem a piorar Hazz. 

- Eu sei. - Harry disse e desviou o olhar.

- Mas olha, eu tive um dia bom. - Disse e ele voltou a me olhar. - E sei que você também poderá ter. Vamos viver cada dia, ok? Hoje o meu foi bom, amanhã poderá ser o seu.

- Claro. Vamos viver um dia Caroline me atinge e no outro você. - Harry disse e eu sorri fraco. - E por um ângulo, atinge os dois, pois ambos sentem-se feridos quando o outro está mal. Não vai funcionar. Não pode funcionar. Porque não deve ser assim.

- Não deveria ser assim. Mas é. Vamos aceitar, ok? - Disse e desviei meu olhar. - Eu queria muito que não tivesse que ser assim, mas já conversamos sobre isto e resolvemos que vamos tentar. 

- Tudo bem. - Harry disse pensativo. - Eu vou indo agora.

- Já? - Perguntei o olhando levantar-se.

- Já está tarde, o filme nos tirou duas horas e meia. - Harry disse e tentou mais uma vez sorrir.

- Ok, amanhã nós trabalhamos. - Disse me levantando. - Eu te levo até a porta.

  Caminhamos até a porta de mãos dadas. Harry me observava, mas tenho quase certeza que seu pensamento estava em outro lugar. Abri a porta e ele se aproximou de mim. Apoiou sua testa na minha e colocou suas mãos na minha cintura.

- Eu te amo, meu amor. - Harry sussurrou e selou nossos lábios.

  Antes que eu pudesse responder ele já estava dentro de seu carro. Só agora eu percebi que havia voltado a chover. O olhei afastar-se com o carro parada a soleira da porta. Como uma adolescente boba e apaixonada. Com dois dedos nos lábios e sorrindo ao me lembrar de suas palavras. A diferença, era que aquelas palavras só pioraram a situação. A tornava mais difícil. O nosso amor estava tornando aquilo em um pesadelo. Se não fosse por ele, todos estaríamos bem. Caroline e Harry juntos criando o filho deles. Os meninos não preocupando com o futuro da banda e com ele. Talvez eu fosse o problema.

   Decidi fazer a única coisa que me restava. A única solução. Esquecer aquilo tudo por um momento. Tomei um banho rápido e vesti uma roupa confortável. Peguei um vinho e duas taças na cozinha. Depois os levei até a porta do quarto de Catarina e bati.

- Pode entrar! – Catarina permitiu.

- Atrapalho? – Perguntei receosa ao vê-la estudando alguns processos.

- Olá, fique a vontade, você nunca atrapalha Jenni. – Catarina disse educada. - Tudo bem?

- Obrigada. – Agradeci e sentei-me. – Vou pular esta pergunta, se me permite... Eu vim te convidar para me acompanhar neste ótimo vinho... - Analisei a garrafa em minhas mãos. - Que eu nem mesmo sem o nome. Não entendo de vinhos, desculpa. Quem sempre os comprava era o Lo...

– Aconteceu algo que você queira me contar Jenni? - Catarina perguntou amigável e se aproximou de mim. - O almoço foi ruim?

- Não, na verdade foi ótimo. O problema é que o Harry não estava comigo. Ele saiu com a irmã e encontrou a Caroline. Eles discutiram mais uma vez e tudo por culpa minha. Caroline estava fazendo basicamente a minha caveira para Gemma. Harry me defendeu. Ele está mal e eu não sei o que fazer. Eu só sei que... - Desabafei e olhei Catarina. - A minha paciência esta acabando. Aquela mulher está passando de todos os limites. Eu não consigo mais ser paciente. Quando Harry me conta as coisas que aquela infeliz faz, meu sangue ferve. Eu tenho que fingir que eu não me importo e estou “calma”. Mas eu não estou, e nunca estive.

- Ele sabe disso. Vocês se gostam o suficiente para lerem os olhos um dos outros... O Harry sabe que você não tem sangue de barata. - Catarina disse e pegou o vinho da minha mão. - Está na cara que ele já percebeu o que está por vim e está mal por isso. Mal por você. Ele não quer vê-la fingindo estar bem. Infeliz. Harry precisa encontrar uma saída para isso tudo e isso o assusta muito. Ele é apenas um garoto.

- Eu quero ajudá-lo encontrar. Ou melhor, eu quero estar com ele. Mas sinto que eu estar com ele o prejudica mais. - Disse com os olhos marejados e Catarina me abraçou.

- Ok, vamos desabafar mais. Mas antes... - Catarina disse abrindo o vinho e despejando nas duas taças. - Agora sim estamos prontas.

- Mas e os seus processos? - Perguntei olhando as pastas espalhadas pela cama.

- Eles podem esperar. - Catarina disse levantando-se. - Vamos beber na cozinha.

  Descemos e nos sentamos junto a bancada. Bebemos, rimos, choramos, recordamos o passado e sonhamos com o futuro. Eramos duras na queda. Duas garrafas de vinho vazias e ainda estávamos de pé. Eu já havia me acostumado beber vinho, então somente depois que trocamos para algumas cervejas caímos. Literalmente. 

  Acordei com uma dor forte na cabeça. Quanto tempo eu não sentia aquilo. E confesso que não sentia falta. Era insuportável. Eu estava deitada no chão da minha sala. Catarina ao meu lado abraçada uma garrafa de vodka. Levantei-me e cambaleei até a cozinha. Latas de cervejas enfeitavam a bancada e três garrafas de vinho vazias estavam em cima do fogão. Tomei um copo com água e voltei a sala.

- Catarina, acorde. - Disse a balançando. - Eu acho que estamos atrasadas para o trabalho.

- Hmm... Oi Jenni. - Catarina disse sentando-se e rapidamente levou a mão a cabeça. - Oh meu Deus. Acho que alguém me acertou com um taco de beisebol.

- Não. Isto é somente um ressaca. - Disse a ajudando se levantar. - Vamos tomar um remédio e nos arrumar para o trabalho.

  Catarina assentiu e assim fizemos. Fomos para o trabalho e no caminho paramos no starbucks. Compramos café. Muito café. Confesso que mal lembrava da noite anterior. Somente de algumas partes que surgiam na minha cabeça feito flashback. Mas estar com a Catarina era bom. Ter uma amiga era bom. Chegamos atrasadas no escritório. Eram dez horas da manhã. Com muito café e dor de cabeça seguimos para nossas salas.

  O dia passou devagar. Estudei vários processos a tarde inteira. Principalmente um novo da multinacional dos EUA. Catarina pediu ajuda em alguns. Mais precisamente, naqueles que eu havia a impedido de estudar ontem. Olhava o meu celular de cinco em cinco minutos. Mas a única mensagem que havia recebido era hoje bem cedo. Harry iria passar o dia dando entrevistas. 

  Voltei para casa com Catarina. Niall havia ligado para ela à tarde avisando para ela e eu nos arrumarmos. Iriamos sair, os quatro, para jantarmos.  Tomei um banho e lavei meu cabelo. O sequei e passei uma maquiagem. Coloquei um vestido azul não muito curto. Era colado em cima e solto na saia. Meia pata preta e uma bolsa carteira.

- Está pronta? - Catarina perguntou ao me ver aparecer na sala.

- Sim. Que horas eles chegam? - Questionei a olhando; ela vestia um lindo vestido amarelo, a saia com alguns pontos longos e outros não, e um lindo ankle boot.

- Oito horas. - Catarina disse sentando-se no sofá. - Falta meia hora ainda.

- Vamos assistir um pouco de televisão para passar o tempo? - Indaguei me sentando ao seu lado e liguei a televisão.

  Não prestei atenção no que passava. Talvez um seriado antigo. Não prestei atenção. Ultimamente eu não conseguia fixar muito minha mente em algo. Catarina assistia e ria às vezes. Eu fitava a rua distraída. 

- Anh... Jenni... Olha isso. - Catarina disse com a voz trêmula e eu olhei para a televisão.

- O que foi? - Perguntei tentando prestar atenção. - Trocou de canal... Ah, me desculpe, eu sentei no controle. Merda.

- Jenni. - Catarina disse apertando meu braço fortemente; sua mão estava gelada. -  Eles não vão chegar.


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