Ligação on

– Oi Hazza, tudo bem? - Liam disse casualmente.

– Oi Liam, mais ou menos. Preciso ir para Nova York. - Disse rapidamente.

– Enlouqueceu de vez?! – Liam gritou exaltado. - Essa semana temos que terminar de gravar nosso clipe e também temos várias entrevistas marcadas e...

– Minha namorada vai para outro país com um advogado culto, maduro, inteligente, educado e para piorar ele é boa pinta... Quer dizer nem tanto, arg, ele é... – Disse nervoso.

– Relaxa Hazza. – Liam disse calmo. - Pega leve nos ciúmes, vocês começaram a namorar agora... A Jenni é uma mulher madura e não vai gostar dessa sua atitude infantil.

– Mas, é que... Não quero correr o risco de perder ela para outro cara. – Disse inseguro.

– Você não vai perdê-la Hazza... É apenas trabalho, daqui a poucos dias ela estará de volta... - Liam disse tentando me animar.

– Tudo bem, obrigado pelos conselhos, eu acho. – Disse e suspirei.

– Fique tranquilo cara e até mais tarde. - Liam disse educadamente.

Ligação off

Fui em direção a porta da sala de embarque onde Jenni estava. Ela e Charlie conversavam sorridentes, pareciam felizes com a viagem. Eu estava aflito, mesmo repetindo para mim mesmo que não existia a menor possibilidade de acontecer algo entre eles. Mesmo sabendo que ela era minha, eu não conseguia aceitar o fato dela estar ao lado de outro homem. Sim, meus ciúmes às vezes passavam alguns limites.

– Tudo bem? - Jenni perguntou me olhando.

– Está tudo ótimo, só a minha ideia que não vai dar mais certo, mas tudo bem. - Disse tentando sorrir.

– Com licença Charlie, volto logo. - Jenni disse me puxando dali.

– O que vamos fazer? – Perguntei confuso.

– Conversar. - Jenni disse sem expressão e me guiou até a cafeteria do aeroporto. - Hazz, calma, são somente três dias e eu vou trabalhar a maior parte do tempo. – Jenni disse olhando em meus olhos. - Não vou a passeio algum e você pode me mandar mensagens quando quiser e até mesmo ligar a noite, tudo bem para você assim?

– Mas... Eu não gosto da ideia do Charlie ir com você... - Confessei cabisbaixo.

– Você fala como se nós fossemos ficar no mesmo quarto! – Jenni disse e ambos rimos.

– Desculpe-me, mas... Você promete não ficar passeando em lugar romântico com o “advogado perfeito” ali? - Disse olhando Charlie se aproximando.

– Sim, eu prometo seu bobo. - Jenni disse selando nossos lábios e depois apoiou sua cabeça em meu peito.

– Jenni, vamos? Já anunciaram nosso voo... - Charlie disse e seguimos para a porta do embarque. - Fique tranquilo Harry, cuidarei bem dela.

– Você não faz ideia do quanto estou tranquilo Charlie. - Disse o fuzilando.

– Hazza... - Jenni me repreendeu. - Vou sentir sua falta.

– Também sentirei sua falta meu amor. – Disse segurando seu rosto. - Me ligue assim que você desembarcar em Nova York. – A beijei lentamente, aproveitando nossos últimos minutos juntos.

– Assim não conseguirei ir... – Jennifer reclamou sorrindo e separou nossos corpos.

– Desculpe-me, boa sorte em Nova York... - Murmurei em seu ouvido e ela sorriu.

– Obrigada. - Ela disse sorridente e logo entrou na sala de embarque.

Sai do aeroporto cabisbaixo. Comecei a dirigir sem rumo. Eu não sabia o que fazer. Com a Jenni fora parecia que a gravidade que me prendia ali havia sumido. Tentei me concentrar nas ruas, mas foi em vão. Eu não conseguia parar de pensar que no final do dia não poderia vê-la e irritá-la. Eu estava triste. Era estranho, tinha uma dor no meu peito que não passava. Balancei a cabeça tentando evitar esse sentimento e respirei fundo pensando: são apenas três dias. Decidi ir até a casa do Louis. Cheguei rapidamente, estacionei o meu carro e tentei abrir a porta. Estava trancada. Então colei o dedo na campainha e Eleanor atendeu a porta.

– Olá Harry, como vai? - Eleanor disse ajeitando o roupão que vestia.

– Oi, estou bem e você? - Disse entrando. - Onde está o Lou?

–Estou bem, obrigada. O Louis está lá em cima. Se trocando. - Eleanor disse envergonhada e suas bochechas tomaram um tom rosado.

– Ah... Estou atrapalhando não estou?! Vocês estavam... E eu cheguei. - Disse sorrindo sem graça.

– E ai Harry, que cara é essa? - Louis disse animado descendo as escadas. - Pode ficar tranquilo, você não atrapalhou nada.

– Eu estou bem, eu acho... - Disse desanimado.

– Fiquei sabendo que a Jenni viajou. Esse é o problema não é? - Louis disse sorrindo fraco.

– Não, não é este o problema. Quer dizer, também... O problema maior é quem foi com ela... - Disse cabisbaixo.

– Ela foi com aquele sócio dela? Eles tem bastante coisa em comum... -Louis disse receoso. -Você deveria ter ido com ela. Vai saber se ele tem segundas intenções.

– Amor, para com isso, o Hazza já não esta legal e você ainda estimula essas bobeiras. - Eleanor o repreendeu e depois me olhou. -Relaxa Hazza, o pouco que a conheci, percebi que ela é muito integra e nunca te trairia.

– Eu sei, mas, vamos mudar de assunto? - Pedi sorrindo de leve e eles assentiram. - Vamos terminar de gravar o clipe hoje?

– Sim. - Louis disse orgulhoso. - Você precisa ver El's, está ficando muito bom.

– Imagino... Estou louca para ver, vai ficar incrível, aposto! - Eleanor disse sorrindo e abraçando Louis.

Ficamos conversando por um bom tempo. Depois, Louis e eu resolvemos sair para comer algo e logo após fomos para o estúdio. Nos divertimos bastante com as modelos que participaram do nosso clipe. Mas, não me interpretem mal. Eu só conversei com elas e rimos bastante. Por incrível que pareça nenhuma delas me despertava interesse. Obviamente eram lindas, mas nenhuma era tão bonita como a Jenni. Nenhuma tinha a voz doce como a dela. E principalmente... Ninguém possuía aquele seu lindo sorriso. Foi nesse momento que eu descobri que nenhuma mulher, fora a Jenni, tinha “aquela coisa” que me deixava perdido, bobo, louco; apaixonado.

O dia passou rapidamente. Despedi-me dos meninos e segui para casa. Peguei meu celular e percebi que havia diversas chamadas da Jenni. Ela deve ter ligado assim que desembarcou em Nova York, como o prometido. Mas eu me esqueci. Liguei para ela imediatamente e ela rapidamente atendeu. Desculpei-me por não atendê-la e ligar para ela de madrugada, já que o fuso horário era diferente. Sua voz parecia feliz. Ela me contava empolgada sobre seu novo projeto para a multinacional Americana. Confesso que eram entediantes esses assuntos de advogados, mas o fato era que enquanto ela falava, eu apenas fechava meus olhos e apreciava aquela voz. Tão doce, aconchegante. Depois de longos minutos nos despedimos. Tomei um banho rápido e fui me deitar. Virava-me de um lado para outro na cama. O meu sono insistia em não vir. Eu sabia muito bem o causador da insônia, ou melhor, causadora, afinal, ela tinha nome e sobrenome. Depois de algumas horas finalmente adormeci. Acordei por volta das 7 horas, com os meninos gritando nos meus ouvidos.

– O que vocês estão fazendo na minha casa a essa hora?! - Perguntei sonolento.

– Ah Harold, resolvemos fazer companhia a você que está deprimido, porque a Jenni viajou com o advogado perfeito... - Zayn disse sarcástico e todos riram.

– Engraçadinhos, estou morrendo de rir... - Disse irônico. - Queria ver se fosse a namorada de algum de vocês...

– Não tem nada para comer nessa casa? - Liam perguntou incrédulo.

– Vou me trocar e vamos a algum lugar comer. - Disse e os meninos assentiram enquanto saiam do meu quarto.

Enquanto eles me esperavam na sala, aproveitei para mandar uma mensagem para Jenni, desejando um bom dia. Enviei e terminei de me arrumar. Saímos para comer e de lá fomos para nossa seção de fotos. Ficamos praticamente toda a manhã lá. Almoçamos no Nando’s, obviamente a pedido de Niall. Ele insistiu muito alegando que não comia lá a semanas. Logo após, seguimos para duas cansativas entrevistas, onde passamos toda a tarde. Depois desse longo dia, seguimos para a casa do Liam. A Sra. Payne havia feito um jantar perfeito. Ela cozinhava muito bem. Comemos bastante, conversamos e rimos. Depois de um tempo, o cansaço me pegou e resolvi ir para casa. Agradeci pelo jantar e fui embora. Dirigi pensando no dia seguinte. Jenni estaria de volta e eu poderia lhe fazer uma bela surpresa, só tinha que pensar em algo. Distrai-me e quando dei-me conta já estava em frente a minha casa. Estranhei o fato de haver um carro desconhecido na minha garagem. Chamei o porteiro do condomínio e perguntei de quem pertencia, ele afirmou ser da minha “namorada”. Confuso, apenas o agradeci pela informação e entrei em minha casa esperançoso. Ao abrir a porta, me assustei ao ver uma trilha formada por rosas vermelhas e velas. Receoso, a segui. A trilha me levou até a porta do meu quarto. Respirei fundo e abri lentamente a porta.