E as vezes tudo que eu quero é fugir, sem direção sem rumo, apenas partir, sair correndo talvez de repente em uma tarde de verão, ou talvez quando ninguém estiver olhando; simplesmente sair correndo, o mais rápido que eu conseguir ate minhas pernas não aguentarem mais, ate meus músculos doerem e não conseguirem mais  se movimentarem, ate cair e ficar ali, dormindo, um sono profundo em um sono sem sonhos em um sono tranquilo, e quando acordar voltar a correr, sem destino.

Talvez, quem sabe, apenas com uma mochila nas costas, e dentro dela lembranças, talvez um caderno de couro com os meus pensamentos, e em seu meio uma fotografia amassada e amarelada, uma fotografia de bons tempos, um retrato de um dia feliz.

Fugir deixando para trás uma carta, para aqueles que eu amo, dizendo que estou bem e que partir para encontrar novas lembranças; quem sabe voltar um dia e observar de longe todos aqueles que eu amo seguindo suas vidas, e enquanto observo uma lagrima escorra pelo meu rosto? E depois voltar a correr como se correndo as lembranças e tristezas ficassem para trás.