Acordei aos poucos e ainda estava um pouco tonta. Estava a um canto da sala e ao meu lado estava um rapaz gordo, ele me lembra uma pessoa… Comecei a lembrar-me aos poucos de um rapaz gordo que
andava com muitos miúdos atrás de um rapaz de cabelos negros. Não lhe vi o rosto. O rapaz se chamava… Dudley! – o gordo-.

Mas não era este… Quando eu ia falar ele me tapou a boca e sussurou:

-Cala a boca! Eu estou te ajudando!

Ajudando ou não eu vi aquela louca a destruir-me a casa mais uma doninha loira gigante. Credo, uma coisa é ser feio agora aquilo que ele é deve ser crime, ou pelo menos pecado, que horror…

Senti uma raiva a apoderar-se de mim quando ela pegou no meu medalhão de ouro, a única coisa que eu sei que era dos meus pais.

-O-Os teus olhos estão a ficar vermelhos… - disse o rapaz a tremer.

Vermelhos? O.o ok, eu ainda não sou albina…

-LARGA!

Gritei-lhe, me levantando, quando vi que ela ia destruir o meu medalhão com aquele pauzinho.

-Ainda ai? – perguntou-me ela. Epá, ela é lerda ou que?

-Essa casa é minha que eu saiba… Gente lerda… VOLTANDO AO ASUNTO, LARGA ISSO SUA VACA LOUCA! – pronto me irritei.

-Bella, olha os olhos dela… - sussurrou-lhe a doninha.

-O QUE TEM OS MEUS OLHOS, DONINHA ALBINA?!

-Eu não tenho tempo para isto. Basta um Avada!

-Não, o mestre vai querer ver isto.

-E eu lá tenho cara de pintura para ser vista?! Me dá logo o meu medalhão!

-Ah! Quer isso é?- disse a louca dando risadas doentias e balançando o meu medalhão.

Ela ultrapassou os meus limites de fúria. Finalmente senti os meus machucados. Olhei rapidamente para mim própria. As minhas roupas estavam chamuscadas e rasgadas , tal e qual como a minha pele.
Senti a minha própria raiva a borbulhar dentro de mim, e quando dei por mim voavam facas. Pronto, enlouqueci de vez… Sanatório, aqui vou eu… Os dois pareceram bem assustados principalmente quando as facas foram a toda a velocidade na direção deles. O medalhão voltou às minhas mãos como por magia. Só aí me lembrei do rapaz gordo. Ele ainda estava encolhido ali no canto. Virei-me para os dois e nenhum estava ferido. Que raio…

-Estupore!

Vi uma luz vermelha como a de antes a passar perto, e me abaixei. Estava possessa de raiva, confusão e medo. Puro medo. Mas não o ia demonstrar, claro.

- Crucios! – gritou a mulher.

Senti uma dor horrível em todo o meu corpo, a pior dor que já senti em toda a minha vida. Me contorcia no chão e lágrimas saiam dos meus olhos, mesmo sem querer. Eu gritava berrava enquanto eles se riam da minha dor e sofrimento. Continuaram assim durante alguns minutos e
eu já nem tinha forças para gritar, já sentia a febre e esperava morrer. Mas
ainda sentia dor. Muita dor.

-CHEGA! – Eu já não via bem, mas ouvi um grito masculino e as dores acalmaram. Depois escureceu…