She Will Be Loved escrita por Giiz Eleonora


Capítulo 14
Sentidos vitais


Notas iniciais do capítulo

E aí, gente boa?
Custei, mas postei!
E para compensar esse atraso magnâmico, um capítulo de 11 páginas de word, que tal?
Espero sinceramente que alguém ainda esteja lendo aqui...
Beijo e bom capítulo!



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Cansaço. Puro e gritante cansaço. Era apenas isso que Ino sentia naquele momento, enquanto acendia um cigarro no telhado da companhia. Silenciosamente, desejava que fosse algo um tanto mais forte que apenas tabaco naquele cigarro e acabou sorrindo com o pensamento. Seu corpo e espírito estavam terrivelmente danificados, de tal forma que nem mais dor ela sentia. Apenas cansaço.

Estava sentada no batente do prédio de dez andares, sentindo os raios de sol tímidos entrarem em contato com sua pele tão clara e levemente avermelhada por causa do vento frio. Olhando para baixo e sentindo o vento brincando com seus longos cabelos que já ultrapassavam seu quadril, Ino pensou tranquilamente que era muito mais fácil se simplesmente caísse dali. Oras, estava tão cansada que nem raciocinava direito nas consequências. Soprou a fumaça devagar, apreciando aquele momento. Aqueles pensamentos estavam atordoando-a novamente. Grandes merdas.

Seus pensamentos foram interrompidos com o som do celular tocando insistentemente. Como se Sakura soubesse o que a irmã estaria planejando fazer, atrapalhou-a com aquele telefonema.

- Testuda... – disse com a voz trêmula, por causa de um bocejo. Só agora, depois de parada por um tempo, percebeu que havia passado a noite em claro. Uma de tantas outras noites.

- Porquinha! Estou te atrapalhando? – Disse a irmã, percebendo o tom de voz da outra.

- Não, imagina. – Ino sorriu. Se contasse o que passava na cabeça dela para a outra, em tempo recorde ela apareceria ali para brigar consigo e perturbar suas idéias... para sempre. – Aconteceu algo?

- Ah, sim. Bem, como eu irei te contar isso? – Começou a irmã e Ino praticamente pôde vê-la mordendo o lábio inferior, juntamente com a unha do dedão da mão direita. Sorriu com aquela lembrança. Mesmo sem querer admitir muito, estava com saudades de casa e poderia até largar tudo e voltar, seja lá o que Sakura viesse compartilhar com ela, com aquela ligação.

- Que tal pelo começo?

- Então... vou me casar e você será tia. – despejou tudo de uma vez, ansiosa.

- Eu disse para começar do começo e não do final, criatura. – retrucou a loira, sorrindo e saindo do parapeito. De repente, aquela idéia de se jogar dali soou um tanto quanto patética. – Tenho meia hora e sei que você também tem. Ligue pelo Facetime¹, algo me diz que eu preciso saber disso olhando para você.

- Ok. – retrucou a outra, porem fora um tanto quanto perceptível aquele tom animado.

Segundos depois, já estavam se encarando face a face e Ino viu o quanto a irmã era só sorrisos. Sabia que tinha o dedo do seu médico ali, ou melhor, algo muito mais do que um simples dedo. Que tal, DNA? Riu com a piada interna e conversou pacientemente com a irmã. Já tinha ido para o seu quarto, de repente um frio imenso havia tomado conta do seu ser naquele terraço.

- Então... você acabou atropelando um hidrante? Eu já tinha minhas suposições de que você não deveria ter tirado carteira de motorista, mas essa foi a mais bela demonstração do quanto eu sempre estive certa. – concluiu a loira, ao ouvir a história daquele dia tão atribulado para a irmã e rindo da cara altamente emburrada dela.

- Não tem graça, Ino.

- Realmente, não tem. Você poderia ter perdido meu sobrinho e eu odiaria não brincar com uma criancinha assim, tão próxima de mim. Mas me diga, como papai tem reagido com essa situação?

Sakura suspirou, antes de dizer.

- Ele ainda não sabe. E eu gostaria de saber a sua opinião. Como eu deveria falar para ele?

- Hm, que tal da forma que eu pedi para você falar para mim? Digo, da forma que você deveria ter contado para mim, desde o começo? Ou então, fale que você está amando de verdade, que irá se casar e de brinde ele ganhará um neto?

Sakura teve que rir das idéias da irmã. Ok, elas não eram tão ruins assim, mas mesmo assim ela sentia que precisaria de algo mais.

- Ainda pensarei direitinho nisso, por enquanto eu quero apenas saber se tudo está bem com você. – perguntou ela, preocupada.

- Estou bem, por enquanto. Não se preocupe, são apenas umas dores musculares.

- Já dissemos que você tem que relaxar um pouco no esforço. Aonde dói mais? – Perguntou Sakura e Ino  sabia que não adiantaria mentir.

- Costelas e meu pé direito.

- Mostre-me, por favor.

Ino acabou obedecendo, levantando a blusa. Sakura, além de observar os hematomas fortes no corpo branco da irmã, percebeu o quanto ela havia emagrecido.

- Não se preocupe, a culpa é do meu parceiro. Ele é um tanto quanto bruto – tentou brincar, Ino. Sakura também fingiu um riso, que soou um tanto quanto forçado.

- E o pé?

Ino tentou esconder aquilo dela, mas foi praticamente impossível. Retirou as ataduras e mostrou o ferimento para ela, pedindo que ela não falasse a ninguém aquilo. Assumindo a postura da médica, Sakura perguntou se doía, saía sangue ou dava febre.

- Nunca percebi a questão da febre, mas é óbvio que sangra e dói, Saky.

- Eu lhe recomendaria repouso, mas como eu sei que você não irá me escutar, nem gasto minha saliva. Compre esses medicamentos que eu enviarei por SMS e no sinal de qualquer febre, me avise, por favor. E se cuida!

- Pode deixar, doutora! – e riu. - Estou com saudades – disse ela, por fim.

- Eu também, muitas. Mas agora tenho que ir, papai chegou e eu preciso conversar com ele sobre aquilo. Quer dar um oi para ele?

- Oh, sim, pode passar para ele um minutinho? – Perguntou Ino, já lacrimando de saudades.

Logo Inoichi foi acionado e estava matando as saudades da filha. Finalizando a rápida conversa, Inoichi comentou que pretendia vê-la o mais breve possível.

- Eu aguardarei todos vocês aqui. – e como se soubesse que Sakura tentaria postergar aquela conversa sobre Sasuke e casamento, emendou – você, papai e Sakura e o noivo dela. Bem, tenho que ir agora. Beijos!

E desligou antes mesmo deles se despedirem dela.

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Os passos de Hinata e Naruto estavam mais do que nunca coesos. E depois daquela noite passada, nada mais justo do que se entregarem de corpo e alma a tudo aquilo.

Hinata se sentia cada vez mais completa do lado dele, seja na dança, na cama ou na vida de modo geral. E Naruto não tinha espaço suficiente nos lábios para segurar um sorriso, ele ia até os olhos, iluminado cada vez mais aquelas safiras. O amor emanava dos dois e nada, nem ninguém conseguiria separá-los. Aliás, as pessoas nem queriam tal coisa. Seria como se não fizessem mais tanto sentido assim a vida sem vê-los andando abraçados pela cidade, brincando com a neve... Pois para eles dois, nada mais fazia sentido além um do outro. Nada mais importava e por isso eles dançavam de forma tão magnífica juntos, pois expunham todo o amor que estava dentro de seus corações com os pés e braços.

E era impossível de que, ao final do ensaio, não fossem abertamente aplaudidos de pé pelo belo trabalho.

- Eu te amo – era o que sussurravam nos ouvidos, de ambos.

E nem era preciso esperar uma resposta. Emanavam ela. Dos seus poros saíam amor, em vez de suor.

Ino reparava tudo de um canto, com um sorriso triste nos lábios.

- Ouvi dizer que ele era seu namorado, antes de você entrar em coma. Que ridículo isso, ela ter roubado ele de vocÊ naquela situação! E olha o quanto aquela lá é irritantemente perfeitina? Imagino o quanto você deve ficar com ódio dos dois.

Ino nem se virou de lado para saber quem estava falando com ela. Veneno escorria pelas palavras dela e se Ino realmente não tivesse passado por tudo aquilo na sua vida, poderia até achar bem plausível aquela colocação de Shion. Mas, calmamente, ela disse, ainda se alongando. Não pararia de fazer o que estava fazendo para dar uma lição de moral para aquela loira.

- Engano seu, Shion. Sim, éramos, digamos, namorados na época que tudo aconteceu, mas Hinata nunca me, como você mesma disse, “roubou” ele. Afinal, só podemos ser roubados de algo que nos pertence, correto? Nunca nos pertencemos, eu e Naruto. Somos apenas os mais fieis amigos que poderíamos ser. E vê-lo assim, ao lado dela, sorrindo deste jeito e emanando amor dessa forma, não me dá ódio, querida. Me dá apenas alegrias. Sabe por que? Porquê o amor só sabe fazer conta de multiplicar. Eu não “perdi” um namorado. Eu ganhei um casal mais do que feliz, que em breve se casará e terá um monte de cópias de carbono² igualmente fofas por aí, me deixando com uma absoluta vontade de vomitar um arco-íris todas as vezes que cruzarem meu caminho. Não que isso seja da sua conta, é claro. – terminou ela, finalmente olhando para Shion, que espumava de raiva. – Agora, se me der licença, preciso terminar o ensaio com o Sasori. Nos vemos por aí!

Shion não se agüentava. Tinha a intenção de desestabilizar-la com aquele comentário ferino, mas no fim não havia conseguido nada. Não queria apelar para aquilo nesta hora, mas como estava com raiva, não pensou muito. E com a delicadeza que lhe era peculiar, passou na frente da loira estrangeira e “sem querer” pisou no pé onde ela sabia que estava machucado. Olhou bem profundamente nos olhos dela e saiu, pedindo desculpas pelo tropeço, falsamente.

Ino, controlando a dor que sentia, logo percebeu o que aquilo era. Uma declaração de guerra silenciosa. E com as formas brutas que era tratada pelo companheiro de dança, sabia que ele também estava evolvido. Oh, como sentia dor naquele pé! Sorte a dela que era o final do espetáculo, o solo do suicídio. Como era um tanto quanto emotivo, logo a coreógrafa gostou de toda a dor que ela externava, nem percebendo alguns erros causados pela dor.

Ao final, escutando as palmas, Ino teve que se retirar o mais breve possível, sentindo seu estômago se revirar por causa de tanta dor. E Hinata, preocupada, correu atrás da amiga.

- Ino-chan... – sussurrou ela, ao ver  a loira afastando a meia antes rosa e agora rubra de sangue.

Ino só teve tempo de ver a amiga chegando perto dela, mas logo as vistas escureceram-se e apenas ouvia agora vozes distantes. Pareciam gritos angustiados. Novamente ela estava causando angustia em pessoas queridas.

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Karin alisava tranquilamente a manta que cobria até o tórax do rapaz deitado. Ele era extremamente bonito, muito parecido com Sasuke, porém um pouco mais velho. Será que ele era algo do moreno? Provavelmente sim, já que no dia da cirurgia ele havia sido comunicado e logo após, fora liberado juntamente com aquela criatura de cabelos cor de rosa.

Algo a instigava. Qual era o relacionamento daqueles dois? Achou engraçado o fato de não mais se importar com eles, isso após ter sido designada a cuidar exclusivamente daquele paciente que estava deitado, além do pequeno fato dos dois terem o mesmo sobrenome.Desde a cirurgia extremante delicada, ele não havia ainda acordado e aquela angústia no seu peito estava deixando-a preocupada. Oras, ela nem o conhecia!

Isso tudo seria curiosidade para ver seus olhos? Com aqueles pensamentos, se encaminhou para trás do pequeno  biombo, onde atrás dele estavam os medicamentos que ela deveria aplicar no paciente.

Fora desperta de suas tarefas quando escutou alguém falando. Logo reconheceu aquela voz. Por mais que não quisesse ser indiscreta, não se mostrou para o visitante e passou a prestar atenção na conversa.

- VocÊ precisa acordar logo para saber das novidades. Sakura me garantiu que isso daria certo... e aqui estou eu, conversando com você. Pois é... ela tem o dedo nestas novidades também. Aliás, colocarei um anel neste dedo. Outra coisa... gostaria muito que você me dissesse como vocÊ soube que esta estava grávida. Ela me disse que não havia contado para você. Que bruxaria foi aquela?! Mas te agradeço. Acredita que ela não iria me contar se você não tivesse dito nada? – Sasuke suspirou com aquelas confirmações e lembranças daquele dia. – mas foi apenas assim que eu consegui fazer com que ela compreendesse o quanto eu a amo.

- Bom saber que eu fui o responsável por vocês se acertarem... – murmurou o homem deitado na cama. – Já estava dando no saco vê-los assim, cada um de um lado, sofrendo.

Sasuke já estava chorando. Itaichi estava acordado! Estava sacaneando com ele! Estava bom... finalmente. E, com cuidado, abraçou-o.

- Senti sua falta, seu idiota. – murmurou.

- Eu também. Deu um puta susto em nós. E se algo tivesse acontecido com Sakura ou o bebê, eu teria te matado. – Disse Sasuke, por fim e rindo. – Mas me conte... como vocÊ ficou sabendo disso tudo?

Itachi apenas riu do irmão.

- Lição numero 1 do Poker, maninho.

- Você estava... blefando?! – Perguntou Sasuke, aturdido.

- Numa de nossas conversas, ela vacilou quando eu disse algo que dava para ser entendido como um segredo. Dali em diante, eu apenas provocava ela. Aí, eu resolvi blefar para ver o que dava. “Plantar verde...”

- “... para colher maduro”, como papai dizia. – Complementou o Uchira mais novo.

Minutos depois de conversas e exames, onde Itachi riu com gosto do atropelamento de um certo hidrante e principalmente da maneira mais sem romance possível de seu irmãozinho pedir a cunhada em casamento, Sasuke saiu do quarto e finalmente Karin pode sair do local onde estava escondida. Estava aturdida com toda aquela conversa que havia escutado. Se bem estava entendendo, aquele homem era Itachi, irmão de Sasuke, Sakura estava grávida e ela e Sasuke iriam se casar. Era muita informação para ela processar de uma vez só.

- Sabia que é muito feio ficar escutando a conversa dos outros, senhorita Enfermeira?

Karin olhou para onde a voz saia e seu coração falhou uma batida quando olhou diretamente nos olhos dele. Embriagou-se no sorriso que brincava em seus lábios.

-Me... desculpe... senhor Uchira. – Disse ela, apressada, querendo sair o quanto antes daquele quarto. Que raios estava acontecendo com ela? Aquela taquicardia estava aumentando gradativamente, principalmente quando seu punho fora tocado por ele

- Qual é o seu nome, belezinha? – Disse ele, dando outro sorriso. As pernas dela fraquejaram. – Poderia me ajudar a arrumar os travesseiros, senhorita...?

- Karin, meu nome é Karin...- Disse ela, rapidamente, e indo afofar os travesseiros. Com a ação, seu busto ficou bem próximo do rosto de Itachi.

- Obrigada, senhorita Karin, dos seios bonitos. – disse ele, depois que ela terminou a tarefa.

Corada e irritada, Karin saiu do quarto praguejando, enquanto Itachi apenas gargalhava com a reação de sua enfermeira.

- Oras, seu...!   

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- Hinata, fale devagar, meu amor. Assim eu não consigo entender! – Falou Naruto, pacientemente para o celular. Não havia entendido nada quando sua noiva saíra rapidamente do seu lado quando Ino se retirou da sala e havia entendido menos ainda quando seu celular tocou e era ela, desesperada.

- Naruto, estou no hospital...

- Como?! O QUE HOUVE? VocÊ está bem? – e uma sensação de pânico passou por seu coração – eu... eu te machuquei, meu amor?- disse ele, subtamente se lembrando da noite anterior onde haviam feito amor e na possibilidade de tê-la machucado no ensaio também! Eram várias as oportunidades dela ter se machucado de alguma forma, por culpa dele.

- Não, meu bem. Estou acompanhando Ino. Ela desmaiou no banheiro e estava sangrando. Quando ela acordou, obriguei-a a ir ao hospital, e aqui estou com ela. Pode vir, por favor, para cá? Traga nossas bolsas também, por favor, além dos casacos. Estou morrendo de frio – brincou -. Ela já está sendo atendida mas é um tanto quanto complicado, o inglês do médico é péssimo  e eu nem posso falar do nosso russo. Venha logo, por favor.

- Já... já estou chegando meu bem.

E com isso, Naruto voou com as coisas das meninas e pegou o primeiro taxi, chegando em poucos minutos.

- Como estão? – Perguntou ele, ao encontrá-las. Ino estava internada numa enfermaria e Hinata estava a acompanhando. Naruto acabou observando o quanto a amiga estava pálida. Passou a olhar o médico que tentava se comunicar com as duas, numa tentativa um tanto quanto frustrada. Rapidamente se apresentou num russo perfeito e disse que seria o interprete, já que o médico precisava fazer algumas perguntas pessoais a loira.

- Pode falar, eu repasso as informações para vocês – comentou Naruto, preocupado. Logo o médico passou a falar com ele traduziu para a amiga – Ele está perguntando o que você está sentindo ultimamente.

- Ah, sim. Cansaço, dificuldade para dormir. Além de dores no corpo, estou inchada e como você bem pode ver, meu pé está acabado. Mas é tudo culpa do ballet e eu tenho que voltar para lá. Já melhorei Naruto! Quando acabar tudo, eu tiro umas férias, que tal?

Naruto traduziu para o médico, após ter brigado com ela por causa do pé, que agora estava  devidamente cuidado. O médico falou mais algumas coisas e o loiro repassou para a amiga, um tanto quanto envergonhado com a pergunta.

- Ele está perguntando se você está atrasada...- Ino não entendeu bem a pergunta e ele, ainda mais envergonhado emendou – Er, bem... a sua menstruação, Ino. Ela está atrasada?

Rapidamente, ela compreendeu. Fez uns cálculos mentais e assustada, percebeu que sua menstruação não descia a mais de três meses, mas com tanta coisa acontecendo, ela nem havia percebido.

- Tem... mais de três meses que ela não vem. Mas é por causa do stress. Sério, quando poderei sair daqui?! A apresentação será daqui a duas semanas e eu TENHO que estar preparada. Não adianta nada eu passar por tanta coisa e logo agora desistir. Vamos, Naruto, mande ele me liberar logo...

Um tanto quanto confuso, Naruto repassou as informações da amiga, além de complementar com algumas outras coisas que o médico perguntou diretamente a ele. E por fim, teve que o acompanhar a uma sala ao lado, deixando duas garotas apreensivas na enfermaria. Hinata parecia a única a imaginar o que poderia ser.

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Sakura ainda não sabia muito bem como agir no hospital depois do pedido um tanto quanto inusitado de seu chefe e agora noivo. Tentava manter o profissionalismo, mas era um tanto quanto difícil fazer isso com ele sempre a impedindo de pegar algum peso ou se irritar, além de lhe roubar beijos no corredor.

Não que ela esteja reclamando dos mimos, mas era complicado para ela.  Fora que as pessoas já estavam comentando do estranho relacionamento e da constante interrupção de Sasuke  nos atendimentos em que Sakura fazia, apenas para se certificar que nada aconteceria com ela ou com o bebê.

As constantes idas de Sakura no banheiro a cada cheiro forte que sentia também contribuía e muito com a suspeita dos outros internos e funcionários do hospital. Não que ela deixava de fazer seu trabalho com igual capacidade que anteriormente, mas acabava se atrapalhando um pouquinho as vezes.

Num desses raptos de Sakura por Sasuke, ela acabou se irritando.

- Não vê que eu tenho que ir para a emergência? Um garotinho quebrou o braço e já deve ter voltado da radiografia. Preciso cuidar dele e não ficar te beijando, Sasuke! – disse, brava.

-  Outra pessoa não pode te cobrir?! Ah, é por uma boa causa! Preciso falar com vocÊ... – reclamou ele.

- Não, e vocÊ está me soando um tanto quanto irresponsável! VocÊ pode falar comigo enquanto eu cuido dele.

- Ah, mas...

- Mas nada, ele está sozinho, com medo e com dor. A mãe ainda não chegou e eu preciso cuidar disso agora, Sas...- foi interrompida por mais um beijo, assim que o elevador fechou as portas. Estavam indo em direção a emergência, e Sasuke acabara acompanhando sua interna.

Ela, que a segundos atrás estava irritada com ele pelos beijos escondidos, abriu um sorriso delicado, a fim de tranqüilizar o garotinho ruivo que estava sentado na maca, sendo observado por uma enfermeira. Assim que os médicos chegaram perto, ela se retirou para pegar os objetos necessários para a aplicação do gesso.

- E aí, Shippo? Ainda está doendo muito? – Perguntou Sakura para o garotinho.

- Não muito, doutora Sakura. O remédio que você me deu já está fazendo parar a dor. Você sabe se minha mãe vai demorar muito para chegar? Eu não queria fazer ela ficar preocupada – falou ele, olhando diretamente para Sakura, com uma expressão culpada no rosto.

- Ela já deve estar chegando. Então... que cor você quer colocar? Temos verde do Hulk ou o azul do Capitão América³... o que quer dessa vez? – Perguntou ela, doce. Sasuke não podia deixar de admirar sua noiva e o cuidado com que ela tinha com crianças. Ela, sem dúvidas, seria uma boa mãe. Não tinha mais sem sombra daquela mesma Sakura que conheceu, anos atrás.

- Humm, vou querer o verde desta vez. Me diga Dra Sakura... quem é esse outro médico que não para de babar em você? – perguntou o garotinho. Sakura riu da forma um tanto quanto enciumada dele e antes mesmo de responder, Sasuke se intrometeu na conversa.

- Sou o doutor Sasuke Uchiha, noivo da Dra Sakura. – falou com um olhar prepotente para o garotinho, indicando estar enciumado com a situação.

- Ah, é?- Perguntou ele, depois de olhar diretamente para a mão da médica – pois eu não vejo nenhuma aliança na mão dela!

Sakura empalideceu e Sasuke não se fez de rogado, retirando uma caixinha do bolso.

- O que você está fazendo? – Perguntou ela, atônita para o moreno, ao vê-lo ajoelhando e pegando na mão dela, retirando a luva de látex e chamando a atenção de todos naquela área do hospital.

- Veja bem, senhor Shippo. Era exatamente isso que eu iria fazer agora, num lugar mais apropriado e romântico. Mas ela achou muito melhor vir aqui cuidar do seu braço. Mas como você mesmo percebeu, ela não tem nenhuma aliança na mão dela. Sabe, não podemos deixar a nossa garota assim, desprotegida, não é? – Shippo concordou com a cabeça e Sakura parecia querer desmaiar – Agora é com você, Sakura. Ainda aceita se casar comigo? Sei que não é tão romântico quanto o dia que eu realmente fiz o pedido, afinal, tinha chuva, protetor de pescoço e um pequeno acidente com o seu carro num hidrante, mas...

Sakura estava atônita. Todos olhavam para ela, esperando uma resposta, enquanto Sasuke abria a caixinha revelando um anel de noivado, em ouro branco, um diamante no centro e algumas esmeraldas pequenas a volta.

- Aceita logo, Dra Sakura! – disse, Shippo, sorrindo. Sakura teve que rir também, havia se desligado do mundo por alguns segundos.

- Realmente, não é tão romântico quanto aquele dia, mas... é claro que eu aceito, Sasuke! – E uma salva de palmas preencheu o ambiente, enquanto os agora oficialmente noivos, se beijavam.

- Shippo, está tudo bem, meu amor? – perguntou uma mulher, fazendo com que todo o clima voltasse ao normal e os médicos se afastassem, para finalmente Sakura engessar o braço do menino.

- Mamãe! Oh, não chore, mamãe. Eu prometo nunca mais subir em árvores na escola... olha, nem ta doendo mais, a Dra Sakura já está colocando um gesso. Veja, ele é verde! – disse o garotinho, algo desesperado, ao ver a mãe chorar, chegando perto dele. Sasuke pôde ver que ela estava grávida e pelo tamanho da barriga, logo logo daria a luz. Não agüentava de ansiedade para ver Sakura daquela mesma forma, tão cheia de curvas. – Está tudo bem, mamãe?

- Oh, sim, meu amorzinho. Eu só fiquei preocupada com você. Sua irmãzinha também ficou. – disse ela, colocando a mão na barriga. – Está tudo bem, Dra Sakura? – Perguntou a mulher de cabelos castanhos avermelhados e olhos quase tão verdes quanto os de Sakura.

- Sim, aqui está tudo bem. E com você, Jun4?- Perguntou Sakura, preocupada pelo semblante de dor dela.

- Oh, eu.. eu acho que está tudo bem. – disse, sorrindo, mas dava para perceber que ela sentia dor ainda, mas não queria preocupar o filho. Sasuke percebeu que pareciam contrações. – A-acho que sua irmãzinha quer te ver antes da hora, querido.

Rapidamente, Sasuke providenciou tudo para o parto da senhora Jun, enquanto Sakura ainda cuidava da criança.

- Vai ficar tudo bem com ela, Dra Sakura? – perguntou o garotinho, apreensivo.

- Mas é claro! Prontinho, acabamos por aqui, mas você precisa deixar esse gesso secar. Quer ficar comigo, para avisarmos o seu pai que sua irmãzinha está chegando?

O rosto do garoto se iluminou e segundos depois, Sakura já estava com o garotinho no colo, a caminho de sua sala, para ligarem para o senhor Kakashi, a fim de avisar que a esposa havia entrado em trabalho de parto.

Minutos depois, Sakura pôde ver seu ex professor de história correr para perto dela e de Shippo, querendo saber notícias da esposa.

- Assim que eu tiver, eu virei aqui te informar. Fiquem tranqüilos, a gravidez dela está ótima e tudo indica que o parto é normal. Eu já volto. – E com isso, Sakura correu para a sala de parto, querendo saber de alguma noticia.

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- Bom, senhor Uzumaki, pelo que foi constatado no exame clínico e na entrevista com a senhorita Yamanaka, o caso dela é um tanto quanto grave. Faremos alguns exames mais profundos e se for confirmado o que estamos suspeitamos, temo em dizer que ela deverá ser internada o mais rápido possível. Pode avisar a família? – Naruto fez que sim com a cabeça – Irei pegar os exames e depois conversaremos.

- Ok. - E ao ver o médico sair de perto, Naruto suspirou e começou a discar um número.

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Notas finais do capítulo

1)Facetime: Aplicativo do Iphone em que você conversa com a pessoa do outro lado por vídeo-chamada

2)cópias de carbono: nosso organismo é composto por átomos de carbono. A forma de se referir a pessoas foi tirada do filme Across the Universe, onde a personagem Lucy diz que nunca terá filhos, pois acha puramente narcisismo ter pequenas cópias de carbono, para tentar encontrar neles pequenos pedaços dos pais.
(PS:Esse filme é lindo!)

3)Hulk e Capitão América: personagens de quadrinhos


Espero que tenham gostado!
Comentem, por favor.
Beijo



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