E Eu Vos Declaro... escrita por mulleriana, Nina Guglielmelli


Capítulo 12
A primeira consulta




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BPOV

– O que foi que deu em você, hein? – Alice jogou suas sacolas cheias de roupas novas na mesa, e então sentou na minha frente. – Eu entendo que você anda estressada com o casamento, mas você sumiu! Eu achei que tivesse arrumado outra melhor amiga!

Eu ergui meus óculos escuros para olhar melhor seu rosto. – Foram só algumas semanas, Alice. – Respondi, entediada. – Eu estou viva.

– Eu só não liguei pra você porque andei muito ocupada. – Ela deu os ombros, aceitando o cardápio que o garçom lhe entregou sem olhar para ele. – Mas se tivesse me ligado, eu teria feito um esforçinho.

– Sei. Gastar o cartão de crédito dos seus pais deve ser muito preocupante.

Ela apoiou a capa dura na mesa com uma careta. – Mas o que diabos você tem, Isabella?

A resposta estava na ponta da língua, mas mesmo assim fiquei quieta, desviando o rosto para a janela do restaurante.

– Há uma coisa que você precisa saber. – Eu disse a ela, contornando a borda do meu copo de suco.

– Estou ouvindo. – Alice afastou as sacolas para ficar mais perto de mim, parecendo preocupada.

Eu encontrei seu olhar esperançoso e reformulei em minha cabeça o que diria – nada parecia bom o suficiente. Se nem eu mesma acreditava no que estava acontecendo, como poderia verbalizar isso? A garota ergueu as sobrancelhas, me incentivando, e eu me remexi algumas vezes na cadeira antes de soltar a frase.

– Eu estou grávida. – Disse firmemente.

Alice me encarou por mais alguns segundos, e então seu queixo caiu e sua boca se abriu em um imenso “O”.

– Cala a boca! – Ela gritou.

– Você poderia não agir como uma adolescente, por favor?

– Como foi que isso aconteceu? – Ela perguntou, quase ficando em pé.

– O mesmo de sempre, você sabe, a sementinha na minha barriga, a encomenda pra cegonha... – Eu respondi, começando a me irritar.

– Ai, meu Deus! Você tem certeza que está mesmo? Quer dizer, eu já tive amigas que...

– Eu fiz pelo menos 5 testes nas últimas semanas. Todos positivos. – Murmurei.

– Ai, meu Deus! – Ela repetiu.

– Alice, é impressão minha ou você está animada com isso? – Rosnei.

– Ué, você não está? – Ela franziu a testa e encostou outra vez na cadeira, sorrindo. – Bebês são tão adoráveis!

– Alice! – Eu a repreendi. – Bebês de Edward não são adoráveis. Bebês que me transformam em uma hipopótama e soltam melecas que eu preciso limpar não são adoráveis! Os filhos dos outros são sempre umas gracinhas, mas quando a responsabilidade é sua não parece tão incrível, acredite. – Eu bufei antes de beber mais um gole de suco.

– Não seja tão pessimista! Eu tenho certeza que Edward não está realmente feliz com isso, mas toda mulher tem aquele instinto materno escondidinho! Você só precisa encontrar o seu. E que se foda o Edward!

– Eu não estou preocupada com ele, Alice. – Respondi. – E eu vou ter esse bebê. Só não é a melhor coisa que já me aconteceu, eu não planejava e não sou exatamente fã de crianças.

– Pois eu acho que não vai demorar nada pra você se encantar com a ideia! – Ela pulou no lugar. – E, quem sabe, essa criança não coloca um pouco de juízo na cabeça de vocês? – Ela sorriu.

– Ah, é claro! E aí a gente se apaixona e faz mais uns três. – Zombei.

– Genes como o de Edward precisam ser passados pra frente! – Alice disse, e eu precisei rir. – E, sobre ele... Como vocês estão?

– Nossas brigas diminuíram um pouco depois que ele soube, mas não somos exatamente melhores amigos. – Dei os ombros. – E nunca tocamos nesse assunto. Ele queria que eu abortasse, e eu disse que isso não é problema dele.

– E não é mesmo! – Alice fez uma careta. – Olha, eu sei que você vai dar conta de tudo muito bem sozinha, mas eu estou com você!

– Obrigada, Allie. – Sorri. - Eu tenho uma consulta marcada pra hoje. Você me acompanha?

– Será uma honra!

Minha melhor amiga praticamente pulou da cadeira, agarrando suas sacolas para sairmos logo dali. Eu precisei forçá-la a parar para que tivesse tempo de pagar minha conta.

O hospital não ficava muito longe dali, mas eu propositalmente atrasei ao máximo nossa chegada. Eu temia tudo o que ia me acontecer, todas as conversas, e principalmente não estava a fim de bancar a mamãe apaixonada por sua cria. Mais do que isso, eu esperava um milagre – que eu me sentasse com a médica e ela dissesse que eu era burra e não havia gravidez nenhuma.

Nós entramos e eu me arrastei até a recepção, avisando sobre minha consulta com a Dra. Goff. Uma mulher simpática até demais avisou que logo seriamos as próximas.

Alice sentou e pegou uma revista na mesa de canto, entretida. Eu balançava as pernas ansiosamente enquanto permanecia sentada ao seu lado na sala de espera. Passei o olhar por todas as outras mulheres ali, a maioria já num estágio mais avançado da gravidez e acompanhadas por seus maridos sorridentes.

– Elas são tão prepotentes, não é? – Eu disse, analisando seus rostos. Alice ergueu o olhar também. – Acham que são todas as mulheres mais felizes do mundo.

– Elas estão grávidas, Bella. É direito delas. – Alice deu os ombros.

– Bom, eu também estou, e não ando por aí rindo como se tivesse ganhado na loteria. – Fiz uma careta. – E por que as pessoas insistem nessa coisa de “direito de grávida”? Eu aposto que isso é tudo besteira. Essa coisa de desejo e hormônio demais, é tudo mentira, tudo mito pra não ter que fazer nada quando ganhar o dobro do seu peso.

– Pelo visto, a reclamação não é mito. – Ela resmungou.

– Eu acho que essa mulherada é simplesmente esperta. – Cruzei as pernas com uma bufada. – Sabe o que eu vou fazer? Eu vou contar toda a verdade pra quem nunca engravidou. Eu vou publicar um livro sobre as mentiras que as grávidas contam para serem mimadas.

Alice revirou os olhos e se preparou para responder, quando a médica nos chamou da porta de seu consultório. Nós levantamos juntas, e eu precisei ser praticamente arrastada pelo curto corredor. Mal pisei lá dentro e o ambiente me atingiu em cheio – as fotos de bebês na parede, os fetos de resina em cima da mesa e a grávida de mentira gigante exibindo sua barriga; meu enjoo estava de volta com força total. O que se passava na cabeça de alguém assim? Era como entrar na casa de uma velha obcecada por gatos, só que um pouco mais bem remunerada.

– Então, mamãe, como está? – A Dra. Goff me cumprimentou, simpática. Ela sentou novamente em sua mesa e nós a acompanhamos. – Alguma reclamação? – Ela começou a mexer em minha ficha.

– Só os... Enjoos, eu acho. – Consegui murmurar.

– Pela manhã?

– Não, toda hora, na verdade. – Alice riu com minha resposta, animada. Eu não sabia que ela gostava tanto de bebês.

– Normalmente isso é só no começo da gravidez, logo... – Ela fez uma pausa, lendo minhas informações anotadas ali. - Você está de 10 semanas. – Ela ergueu os olhos para mim, diminuindo seu sorriso. – Isso não é muito adequado. Por que não veio antes?

– Eu não estou... Acostumada com isso. Não entendo nada disso. – Dei os ombros, recebendo um olhar sério de Alice também.

A médica balançou a cabeça, mas sorriu um pouco outra vez. – Por enquanto, eu não tenho porque dar uma bronca. Vamos fazer alguns exames e verificar tudo. Prontas para conhecerem seu bebê? – Ela ficou em pé, olhando de mim para Alice.

Eu a observei pegando o medidor de pressão, e só compreendi quando se aproximou e pegou calmamente meu braço. – Ah, não! – Respondi. – O bebê não é nosso... – Ri. – Alice é minha melhor amiga, só está me acompanhando.

A médica apenas riu e se desculpou, deixando o assunto “pai” educadamente de lado.

Ela elogiou minha pressão, verificou meu peso também perfeitamente normal, e prescreveu alguns exames que eu precisaria entregar o mais cedo possível. Recebi também algumas receitas com vitaminas e remédios que me ajudariam, apesar da boa saúde. Após algumas perguntas mais, eu fui preparada para o ultrassom, com Alice sempre ao meu lado. Eu deitei confortavelmente ao lado do monitor, esperando até que a médica voltasse para o exame.

– Por que você ficou tão ofendida? – Alice soltou após algum tempo em silêncio.

– O que?

– Quando ela achou que o bebê era nosso! – Ela franziu a testa.

– Você... Queria que eu falasse que somos namoradas?

– Não! Mas você respondeu tão rápido... Parecia que tinha vergonha de mim! – Alice cruzou os braços e encarou a parede.

Eu coloquei os braços embaixo da cabeça, demorando um pouco para responder. – Você está falando sério? – Perguntei em meio a uma risada.

Ela deu os ombros, ainda sem me olhar. – Eu seria uma ótima mãe e namorada, tá? Mas agora, com essa sua resposta, eu vou pensar duas vezes se te quero quando você tentar dar em cima de mim.

Eu soltei um suspiro audível, e então ri outra vez, bem mais alto. A Dra. Goff voltou e sorriu ao perceber o clima animado da sala. Obedecendo seu pedido, eu ergui minha blusa, deixando ela passar aquele gel estranho por minha barriga ainda minúscula. Ela passou o aparelho pela protuberância, e Alice se ajeitou ao meu lado, sorrindo esperançosa para o monitor. Eu não estava realmente animada.

– O lado bom é que você verá seu bebê nítido já na primeira vez. A maioria das mamães sai daqui com um grão de feijão nas fotos. – A médica brincou.

As primeiras imagens não me pareceram nada demais. Eu esperei, cerrando os olhos para ver algo mais interessante. Eu reconheci meu útero, é claro, mas em seu interior não parecia ter nada além do grão que ela mencionou. Antes que eu pudesse dizer isso, a Dra. aproximou a imagem, e eu paralisei.

Eu via realmente com total nitidez – era um bebê, um bebê pequenino e perfeito. Eu via seu rosto, a pequena curva de seu nariz ainda pouco formado, suas mãos e pés se agitando juntos. Não fosse seu tamanho, ele já tinha o formato perfeito para caber em meus braços. Agora eu realmente acreditava, eu tinha consciência do que estava acontecendo em meu corpo além de alguns bastões com sinais positivos e vômitos após as refeições; ele estava ali, vivo, saudável, e agitado. Era o meu bebê.

Eu subi uma mão até meu rosto automaticamente quando uma lágrima caiu, mas não fui discreta o suficiente; Alice percebeu minha emoção. Ela riu e deitou a cabeça na minha, sorrindo para o monitor.

– Está tudo muito bem com seu bebê, Isabella. Meus parabéns! – A médica elogiou. Eu assenti, sem conseguir responder. – Você é jovem, saudável, e tem tudo pra conseguir uma gravidez tranquila até o fim. – Ela abriu um sorriso quase tão emocionado quanto o de Alice. - Eu vou deixar vocês a sós por um momento.

Eu mal vi quando ela levantou, me entregou algumas folhas de papel para que limpasse minha barriga, e então saiu da sala; meus olhos estavam vidrados na imagem congelada na tela.

– Não é a coisa mais fofa? – Alice cantarolou.

– Ele é... Perfeito. – Consegui murmurar.

– E você aí lamentando! Olha só que coisinha! – Ela secou o canto dos olhos enquanto falava.

Minha amiga continuou a tagarelar, mas eu não distinguia mais as palavras. Eu deixei que outras lágrimas deslizassem por meu rosto e não as sequei, encarando o monitor com os olhos arregalados e o coração pulando no peito. Eu nunca havia sentido nada parecido, e naquele primeiro momento foi difícil distinguir se a sensação era boa ou ruim. Mas... Como algo tão puro poderia ser ruim? O primeiro sentimento para o qual realmente encontrei um nome foi remorso; como eu pude alguma vez lamentar aquela gravidez, como eu pude achar que a chegada de alguém tão lindo era um erro? Ele era minúsculo, inocente, e precisaria de alguém que cuidasse dele antes mesmo de chegar ao mundo.

O segundo sentimento que consegui nomear foi coragem. Eu precisaria de todas as minhas forças para proteger aquela pessoinha tão frágil dentro de mim.

(...)

Novamente em casa, sozinha, eu me encontrei nua em meu quarto, analisando meu corpo no espelho pendurado atrás da porta. Eu virava em todos os ângulos possíveis, tentando encontrar uma posição que fazia minha barriga parecer maior. Nada adiantava muita coisa. Sempre fui magra, às vezes mais do que deveria, e qualquer mudança seria facilmente notada em pouco tempo, mas eu só conseguia perceber algo diferente em mim quando passava a mão e sentia minha barriga não mais tão lisa.

Eu não entendia nada sobre gravidez, portanto minha cabeça se enchia de dúvidas a cada vez que pensava sobre o assunto. Quando eu perderia minhas roupas? Quando o bebê começaria a se mexer dentro de mim? Eu perceberia minha barriga aumentando, ou simplesmente acordaria um dia sem enxergar meus próprios pés? Porra, eu era realmente a ultima pessoa no mundo que merecia uma gravidez. Eu não deveria estar tão animada, mas ao mesmo tempo eu olhava a foto do meu ultrassom toda hora, e sentia como se fosse a única mulher no mundo se sentindo assim. Tão confusa e ao mesmo tempo tão feliz.

Apesar da ansiedade, meu reflexo era de alguém simplesmente assustada. Eu ergui o olhar até o reflexo do meu rosto, e percebi meus olhos arregalados com todas aquelas perguntas. Eu ainda tinha muito coisa para descobrir. E estava sozinha nisso.

O barulho na porta me fez afastar as mãos da minha barriga e apressá-las para o vestido em cima da cama; eu joguei o tecido por cima da cabeça e saí do quarto. Ainda no corredor, encontrei o olhar de Edward entrando no apartamento.

– Pensei que estivesse fora com Alice. – Ele disse, tirando o casaco.

– Nós saímos, mas eu já voltei. Estava enjoada.

Ele fez a mesma careta constrangida que fazia toda vez que ouvia algo sobre minha gravidez. – Então, não vai querer pizza hoje? – Ele perguntou.

– Eu posso tentar. Mas, não sei, nós vivemos comendo porcaria, isso pode fazer mal ao bebê.

Edward parou seu caminho até a cozinha e virou para mim, franzindo a testa.

– O que? – Ele perguntou. – Desde quando você... Se importa com isso?

Eu parei, pensando no assunto. Eu não fui exatamente a mãe mais coruja do mundo nas últimas semanas, e ele estava certo em estranhar. Mas nunca pensei em prejudicar aquela criança ou algo do tipo.

– Acho que eu deixei claro desde o começo que a única pessoa contra essa gravidez era você. – Cruzei os braços.

– Não precisa me atacar, Bella, eu só fiz uma pergunta. – Rosnou.

– E eu respondi. Eu estou sendo sensata e dizendo que preciso mudar minha alimentação.

Você precisa. – Ele puxou o panfleto da pizzaria, olhando os sabores que já sabia muito bem.

– Exatamente. Eu. Você não vai fazer o mínimo de esforço pra me ajudar em nada, mesmo.

Eu o olhei uma última vez antes de virar e sentar no sofá, ligando a televisão. Mal havia escolhido um canal, e ele apareceu para atrapalhar minha visão. Cruzei as pernas e suspirei, olhando no fundo de seus olhos.

– Você acha que isso é muito fácil pra mim, não é? – Ele explodiu. – Acordar num dia normal e então descobrir que vai ser pai! O que você espera que eu faça, comemore?

– Eu não me lembro de ter pedido nada. – Respondi, e ele ficou quieto. – Sabe qual é o seu problema, Edward? Você está irritado porque está sofrendo sozinho. Você esperava que eu surtasse, chorasse, e corresse para os seus braços como uma garotinha. Ao invés disso, eu estou lidando muito bem com tudo o que te assusta.

– O meu problema é que estou prestes a ter um filho com a mulher que mais odeio nesse planeta! E ela acha isso perfeitamente normal!

Eu fiquei em pé, começando a me irritar tanto quanto ele. – Você não vai ter filho nenhum, Edward. – Eu apontei um dedo para ele. – Até onde eu sei, eu sou a única que quer essa criança. Eu nunca precisei de você e da sua incompetência pra nada, e não vou precisar agora. O plano continua como sempre. Só tente não me irritar mais do que o normal.

Eu deixei a televisão ligada enquanto voltava para o quarto. Pude sentir ele me seguindo, mas apenas revirei os olhos.

– Bom, e então, o que? Nós vamos reunir nossas famílias e anunciar a sua gravidez como mais um motivo da nossa eterna felicidade? – Ele zombou enquanto eu parava na frente do guarda-roupa.

– Exatamente. – Disse enquanto arrancava o vestido, sem me importar de ficar nua na frente dele, e começava a vestir uma lingerie para dormir. – Isso só vai acelerar tudo. Carlisle vai precisar nos dar a grana com um bebê a caminho.

Ele ficou em silêncio atrás de mim, e então eu ouvi uma gargalhada estrondosa. Virei, tentando entender o som e o que vi em seus olhos.

– Agora eu entendi tudo! – Ele disse, ainda rindo. – É por isso que você amou essa gravidez! Porque vai ajudar no plano!

– O que disse? – Eu franzi a testa, ofendida.

– Você não me engana, Bella! Eu sabia que não podia estar simplesmente apaixonada por um bebê que não conhece, você não é assim! E você ainda fala como se eu fosse o monstro! Olha pra você, querendo usar um bebê inocente como arma pra conseguir a grana! Pelo menos eu fui sensato de querer acabar com isso o quanto antes!

– E isso não é problema seu, é? – Eu franzi a testa, cínica, ficando mais perto dele. – Você não é nenhum inocente, então aqui vai a dica: Se você acha que esse é o meu jogo, entre nele. Diga para seus tios que é o futuro pai mais feliz desse mundo. Vamos pegar o dinheiro o quanto antes, e eu desapareço da sua vida. Não é isso que nós dois queremos?

Ele parou, pensando no assunto, e eu continuei. – Ah, o que foi? Não quer que o seu filho vá embora assim? Isso é frio demais pra você? – Eu zombei dele. – Bom, assumir você não vai, porque é praticamente um moleque. O que você quer da vida então, Edward?

Eu esperei enquanto ele encarava o chão, trocando o peso dos pés. – O plano continua como sempre. – Ele repetiu minhas palavras.

– Ótimo! Eu vou chamar meus pais e seus tios para um almoço. E então podemos contar a grande novidade! – Eu sorri.

Edward me lançou uma careta, percebendo meu tom irônico. – Eu não quero que você faça tudo sozinha. Eu só...

– Só o que? Não é responsável o suficiente?

– Não é algo que eu esperava. – Ele murmurou.

– Bom, e nem eu, mas não estou me afundando na minha covardia. – Rebati.

Edward deixou os olhos verdes nos meus por mais algum tempo, se encolhendo como uma criança arrependida. Ele assentiu quase para si mesmo, chateado, e então saiu do quarto.

Eu suspirei, deixando meu semblante firme desaparecer assim que me vi sozinha. – Nós não precisamos dele. Vamos embora disso tudo o quanto antes. – Sussurrei enquanto acariciava minha barriga. – Eu prometo.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu e a Nina nunca engravidamos (acho que isso é meio óbvio), então a gravidez precisa de tanto Google quanto o casamento... A única diferença é que eu to me divertindo muito procurando sobre grávidas e bebês Hahaha Quem entende do assunto, por favor se pronuncie caso veja algum erro. E, essa semana em especial, peço mil desculpas mas não vou conseguir responder todas as reviews, algumas sortudas ganharam respostas mas precisei parar, to ficando doida com o ENEM no fds e tals, desculpa mesmo! Se alguém fez alguma pergunta muito importante pode fazer nesse capítulo de novo que eu respondo semana que vem.
Por último mas não menos importante, o climinha pesado logo vai acabar, prometo! Isso foi necessário um pouco pela notícia chocante, e não deixa de ser algo sério, mas o intuito da fic é a comédia, com tudo que envolve o casamento (décimas vez que falo isso).
E vamos ao teaser pra tentar amenizar a raiva do Edward:
"O que nós pensamos estava certo aquela notícia era o empurrãozinho que precisávamos para Carlisle amolecer. Uma grande parte de mim estava feliz com isso, mas ainda havia outra, mais racional, que entendia a grandiosidade de tudo que estava por vir. Cada vez que me abraçavam e eu sorria falsamente, eu via o olhar de Bella cheio de raiva em minha direção. Ela sabia mais do que ninguém que eu não queria nada disso. O lado racional gritava, me alertando que a mentira estava indo longe demais."
Até quarta!