Because I Love You... escrita por CahillOnFire


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

'__________________________' <- a baleia dá oi p vcs, pessoas lindas que estão lendo a minha fic *-*



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*CONNOR.

Eu vi Katie saindo do pavilhão do refeitório com uma cara estranha, e a segui. Ela não foi para a fogueira como era o esperado, ela foi para a ala de chalés. Quíron não iria incomodar hoje, ela devia saber disso porque havia chego muitos campistas novos.  Ela entrou no chalé de Deméter. Dei a volta pelo cercado de madeira rústica do chalé e espiei por uma das janelas baixas dos dormitórios, estava sentada numa cama de solteiro, a única no chalé, especialmente dedicada à líder (o resto eram beliches), com a cabeça enfiada num travesseiro lilás. Pulei a janela e Katie levantou a cabeça, vi que ela estava com os olhos molhados.

-O que... –minha voz fraquejou ao ver uma lágrima rolando por sua bochecha. – Por que você está chorando?

Ela não me respondeu, ela não gritou comigo nem mandou eu sair dali, o que significava que havia alguma coisa errada.  Ela apenas baixou a cabeça novamente no travesseiro. Eu senti uma coisa, como um aperto no peito. Uma vontade enorme de consolá-la e ficar com ela. Então eu fiz uma coisa que nunca faria em sã consciência, porque eu tinha certeza que ela ia me matar se não estivesse chorando. Eu fui até ela e a abracei, meu coração batia forte.

-Desculpe-me, desculpe-me pelos coturnos, por Miranda, por Paul. Por nascer.

Ela levantou os olhos verdes e, bem... eu a beijei, Um suave beijo nos lábios rosados dela. Aquilo realmente mexeu comigo, meu coração acelerou pedindo mais. Uma sensação que eu nunca havia sentido antes, como um imã que me puxava para ela. Eu havia gostado de outras garotas, havia dado beijos bem mais longos que esse, mas nenhum tão... bem, eu não sei explicar.

Eu levantei e pulei a janela, sem dizer nada. Eu queria voltar pra lá, e falar que eu gostava dela, falar alguma coisa, mas não conseguiria dizer nada depois daquilo. Fui correndo até o chalé de Hermes e adormeci, pensando no que acabara de fazer.

A manhã que se seguiu foi insuportável. Eu nunca mais olharia para ela do mesmo jeito, e ela parecia estar me evitando, porque eu a vi apenas uma vez e, quando nossos olhos se encontraram ela baixou a cabeça e saiu de vista.

-Ah deuses, o que você vai fazer? – Nyssa, a filha de Hefesto, estava atrás de mim. Sua grande,forte e calejada mão de trabalhar nas forjas agarrava o meu braço.

-O que vou fazer? Sobre o que?

-Katie! Você fez alguma coisa pra ela, não fez? Ela está muito, muito estranha.

Contei a ela. Eu contei tudo a Nyssa, que eu nem conhecia direito. Mas enfim, eu teria que contar para alguém o que aconteceu e ela era amiga de Katie, poderia dizer alguma coisa a ela.

-Você gosta dela. –ela falou, decidida. –E não faça essa cara de paisagem. Você sabe que é verdade. E já faz tempo não é mesmo?

Eu não a respondi. Uma lembrança distinta invadiu minha mente. Era meu terceiro verão no acampamento, eu tinha doze anos. Uma garotinha apareceu no meio dos campos de morango, bem onde eu estava, tanto que ela caiu em cima de mim, bem, eu não deveria estar lá, na verdade. Ela tinha olhos verdes e brilhantes como musgo, cabelos cor de terra molhada, e lábios de um cor-de-rosa natural, era delicada como uma flor, ao mesmo tempo parecia determinada e corajosa, um corte profundo sangrava acima da sua sobrancelha esquerda. Um sátiro e outra garota, maior, de cabelos pretos cacheados e olhos castanhos cor de mel, com vários cortes nos braços apareceram depois. O sátiro parecia aliviado, as garotas, olhavam confusas uma pra outra.

-Quem é você? –a garota maior perguntou.

-Eu... eu sou Connor Stoll, filho de Hermes.

O sátiro me olhava com expectativa.

-Acho que você deve chamar Quíron. -falou

A garotinha veio até mim e pegou a minha mão. Olhou nos meus olhos.

-Você não é um monstro, é?

-Não sou um monstro. Sou um semideus.

Ela me deu um abraço e eu me assustei.

-Sou Katie Gardner, muito prazer.

Eu não apertei a mão estendida dela e ela me deu um soco no braço.

-Ei! – protestei.

-Vá se acostumando. – diz a garota maior.

-CONNOR!! –gritou Nyssa.

-Desde o dia em que vocês apareceram nos campos de morangos.

Sua expressão de preocupação se transformou em um sorriso.

-Temos que juntar vocês dois, temos que juntar vocês doooois – ela saiu saltitando e cantarolando alto. – Eu nunca, na estranha vida de semideus vi uma filha de Hefesto fazer isso. Fui até a arena de combate, estranhamente combater sempre me acalmava, acho que peguei essa obcessão de Luke. Travis estava lá, escrevendo “Tristan, filho de Hermes, morreu prematuramente porque pregou uma peça na Jen linda e gostosa, namorada do Travis.” num dos bonecos de treinamento. Ele enfiou uma espada, onde devia ser a barriga do boneco.

-Prontinho. Tristan vai ver. Ei, você está estranho, você e Katie. –ele me olhou com uma cara pervertida. – o que vocês fizeram?

-Velho, nada.

Travis arregalou os olhos.

-Você o quê?

-eu...

-Ora, estava demorando. Finalmente, você cansou de atazaná-la. E assumiu logo que gostava dela, a gente cresce um dia, se cansa de só pegar e largar...

Ele continuou falando um monte de coisas sobre amor. Eu fiquei apenas olhando pra ele, porque, Afrodite, o que você fez com o meu irmão?

-Zeus do céu, o que te possuiu? – perguntei. –eu não fiz nada.

-Ah, é? Eu sei. Sobre o beijo. No chalé de Deméter. Foi apenas um beijo mesmo Connor? –ele fez novamente aquela cara pervertida.

-Ah cale a boca. –falei.

-Você está escondendo algo de mim, mas eu vou descobrir. Eu sempre descubro. Afinal, tenho o diário.

-Que diário? – perguntei.

-Aquele, que estava no seu baú.

-Por que Hades você estava fuçando no meu baú?

-Dêr. Pra ver se eu achava alguma coisa legal lá oras, por que mais eu estaria? Ah, e é melhor você parar de falar todos esses nomes.

-Que nomes?

-dos deuses.

-Santo Hermes, será que é pecado agora?

Um trovão ribombou no céu.

-Eles se voltam pra você, seu idiota, todas as vezes que você os conjuga.

-Ah, é claro. – falei em tom enojado.

-Oh meu amor – ele disse em uma voz fina – o que você vai fazer?

-Por que todo mundo fica me perguntando isso?

-Espere aí, tem alguém que pode te ajudar.

-Quem? –perguntei.

-Jen! – ele disse com a maior satisfação.

-Tudo pra você agora é Jen! –falei.

-Blá, blá, blá. Sr. Gardner estressadinho.

-Quer saber? Eu não preciso da sua ajuda! –gritei.

-Como quiser. – ele deu de ombros – não me responsabilizo por cortes feios – ele apontou para o meu joelho ainda não cicatrizado. – nem por pancadas, nem por espadas enfiadas na garganta. Não diga que não avisei.

-É tão ruim assim?

-Com Katie? – ele sorriu perversamente (já falei que odeio quando ele faz isso?) – é pior.

-Você não sabe, nunca esteve com ela!

-Quem disse? –ele falou e soltou uma gargalhada, depois saiu correndo.

Meu estômago parecia estar cheio de borboletas, imagens de Travis e Katie invadiram minha cabeça, meu coração se apertou. Uma sensação nova pra mim: ciúmes.


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