Cinderela escrita por Karmen Bennett


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hei! Uma one shot inspirada na história da gata borralheira! Nos vemos la em baixo! Ainda essa semana, atualizo conexão Seattle!!!



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O baile de formatura anual foi anunciado a dias e Sam e Freddie ainda não tinham pares para o baile. Muitos garotos haviam convidado a loira, mas ela esperava que o seu ex namorado também o fizesse pois não tinha a mínima vontade de ir com outra pessoa.

Carly iria com o capitão do time de futebol, e Sam imaginava que estando a amiga livre, Freddie não poderia escolher outra que não fosse sua segunda melhor amiga. Ficar em segundo plano já era algo com que estava habituada, antes ido do que nada, pensava sempre.

Era uma manhã de sexta feita, um dia antes do baile quando a loira viu os dois amigos conversando encostados ao armário. Carly falava animada, mas Freddie tinha uma expressão frustrada.

–Oi. –Cumprimentou a loira.

–Sam! –Carly chamou histérica. –E ai já decidiu qual daqueles gatos você vai deixar te levar pro baile?

–Não. Fala como se fossem vários... E você Fredonho? –Mudou de assunto rapidamente? –Já achou louca que te quisesse?

–Muitas garotas gostariam de ir ao baile comigo pra sua informação, mas quem eu quero levar nunca aceitaria ir comigo...

A última frase saiu triste e magoada. Carly e Sam se entreolharam significativamente. Era óbvio que ele falava de Carly.

–Então tenta outra pessoa. –Sugeriu Sam.

–Não quero ir com mais ninguém... Vou sozinho.

–Então por que vocês dois não vão juntos? –Perguntou Carly. –Nenhum dos dois tem parceiro, não vejo nada de mais.

–V- você aceita Sam? –Perguntou cauteloso.

Sam soltou um riso indignado. Agora não fora deixada em segundo, mas em último plano.

–Acordo seu doente, o Adam me convidou e eu não aceitei, imagina se vou com um nerd idiota que nem você!

–Sam! –Repreendeu Carly.

Saiu bufando andando a passos tão largos que os cabelos esvoaçavam conforme ela caminhava. A pressa era pra esconder uma lágrima que caiu logo após dar as costas aos amigos. Pedia a Deus que eles não tivessem percebidos seus olhos marejados. A última coisa que ouviu foi Freddie dizer “Eu é quem não ia querer levar essa mal educada”. A voz dele pareceu muito magoada, mas não se virou para confirmar, acreditou ser coisa da sua cabeça.


O dia do baile finalmente chegou e la estava ela sozinha em seu quarto. Sam tinha acabado de sair da seção de choro, e se arrumava, decidida a ir. Não ia deixar que o ridículo amor infantil que Freddie sentia por Carly estragasse a sua vida para sempre.

Vestiu um vestido azul claro, comprido, fez um lindo coque com os cabelos, deixando alguns cachos lhe envolver o rosto. Calçou um sapato incolor com um salto baixo, e pôs uma maquiagem fraca. Se olhou no espelho. Estava irreconhecível.

Não queria ir de bolsa, aproveitou o vestido longo e amarrou uma cinta na perna prendendo a identidade e umas notas para pagar o taxi na volta.

No baile, estavam os estudantes do Ridgeway se despedindo uns dos outros. Carly vestia um lindo vestido laranja e segurava o braço de Nick como se fosse um troféu.

Freddie estava sozinho, conversando com os amigos, todos acompanhados. Haviam outras pessoas como ele, que não haviam conseguido pares, e isso o confortava um pouco mais. Muitas garotas, mesmo acompanhadas o tiraram para dançar,

Ele estava vestindo um smoking, mas devido ao calor, o retirou, e dobrou as mangas da camisa. Retirou também a gravata, e o ar despojado lhe conferiu um aspecto atraente de um pirata. Freddie tinha um físico que em nada ficava devendo aos atletas do colégio, e as garotas do baile se sentiam frustradas por ele ter preferido ir só do que as convidado.

Dançava com Ashley, quando do alto da escada surgiu uma garota. A música não parou, ainda assim todas as atenções se voltaram para ela. Com um vestido azul, e um coque encantador, de repente foi como se o baile fosse dela.

Ela desceu as escadas extremamente constrangida com os olhares pasmados dos colegas e se aproximou de Carly.

–Sam! É você mesmo?

–Acho que sim! Eu sei, o vestido ta meio cafona, mas eu não entendo de moda...

–Você ta linda! Agora sim, vão chover gatinhos, alias quero te apresentar a uns amigos.

–Não! Carly, eu só vim me distrair não quero saber disso...

Não foi o suficiente. Carly a arrastou para uma roda de jogadores de basquete, e lideres de torcida que a receberam muito bem. A principio, se sentiram intimidados, mas depois se acostumaram com a loira.

Um garoto chamado Paul, flertava desesperadamente com ela, mas ela mantinha a atenção num garoto um pouco mais distante, que se quer olhava para ela. O que havia de errado para Freddie odia-la tanto?

Passado duas horas, alguns alunos discursaram, foram anunciados os reis e rainha do baile, e Sam achou que devia se retirar.

Quando tentava passar pelo tumulto, uma mão prendeu seu pulso fazendo-a se voltar.

–O que você quer? –Perguntou ríspida.

–Já vai?

–Não é de sua conta.

–Não pode dançar comigo? Só uma musica?

Sam não teve tempo de dizer não. Freddie já arrastava para a pista gentilmente. Ele envolveu sua cintura com as mãos fazendo o rosto da garota afoguear. Era uma música lenta, e linda. Se moviam de acordo com a batida. Freddie a encarava com um ar misterioso.

–Então, por que veio sozinha? Se tantos te convidaram?

–Não é verdade.

–É sim. Você é linda, Sam não ficaria sem par a menos que quisesse.

Sam sentiu o coração acelerar. Nunca Freddie lhe dissera algo do tipo. Teve vontade estar usando suas roupas afogadas pra que atenção dos demais saísse de suas curvas, de seus seios que eram bem avantajados.

–Obrigada. Mas você também esta sozinho.

–Mas eu já disse que eu queria vir com alguém que me disse não.

–Não existe só uma garota no mundo.

–Pra mim só existe ela.

Sam sentiu forte vontade de chorar. Por que Freddie a tratava como se ela fosse uma ninguém? Baixou o rosto e logo levantou furiosa.

–Pois então boa sorte.

Sam empurrou Freddie deixando-o sozinho na pista. Saiu em direção a saída quando Carly a interpelou.

–Você já vai?

–Já.

–Por que? Volta, vai dançar com o Freddie.

–Ele tem outras prioridades. Quem sabe a garota que disse não pra ele não muda de ideia?

–Que garota, Sam? O Freddie não convidou ninguém.

A loira baixou o rosto confusa. Ele disse com todas as letras que Carly lhe dera um não. Quer dizer, não mencionou Carly, mas pra Freddie ela sempre seria a única no mundo, não importava o que acontecesse. O namoro entre eles foi só uma experiência. A melhor da vida dela, a pior da vida dele.

Saiu ignorando os chamados da amiga. Andava pela rua apressada quando a voz de Carly foi ficando mais grossa. Mais próxima. Não era Carly. Sentiu um puxão no braço que a fez ficar de cara com o único garoto que ela amou na vida.

–O que você quer, Freddie, me deixa!

–O que foi que eu te fiz?

–Nada! Agora volta pra droga daquela festa e me deixa em paz!

–Só se você voltar comigo!

–Nunca! Por que faz tanta questão que eu volte? Pra bater em algum garoto que se aproxime da sua garota perfeita?

–Pode ser, desde que não seja eu.

–SAI DAQUI AGORA FREDDIE EU TE ODEIO E NUNCA MAIS QUERO OUVIR SUA VOZ OU VER SUA CARA NA VIDA!

Chocado, Freddie se afastou com uma lágrima rolando no rosto. Nunca na vida vira Sam tão triste, irritada, magoada, tudo de uma só vez. Deu as costas extremamente abalado indo em direção ao colégio.

Sam não segurava mais as lágrimas. E, em meio aos soluços, retirou um sapato que calçava e atirou na cabeça de Freddie. Ele saltou um grito de dor. Sam chegou a se arrepender, mas estava certa de que foi bem merecido.

Depois de massagear a cabeça, Freddie abaixou e pegou o sapato. Sam chegou a pensar que ele iria devolver o golpe. Ele se aproximou furioso enxugando as lágrimas.

–Que você me odeia, não é duvida pra mim, Puckett, mas saiba que eu, eu te amo e se não convidei ninguém na droga desse baile, foi por que queria ir com você. E se não te chamei, foi por que sabia que nunca aceitaria, e se a Carly sugeriu aquilo, foi por que eu pedi.

Após terminar as frases que deixaram a loira estática, ele inclinou-se e calçou o pé descalço de Sam. Sem palavras, ela só conseguia sentir a delicadeza com que ele encaixava o calçado.

Após esse ultimo gesto de cavalheirismo, Freddie lhe deu as costas irritado, frustrado e profundamente triste com o silencio de Sam frente a revelações que tanto lhe dilaceravam por dentro.

Não é que não quisesse, Sam apenas não conseguia falar.

–F-Freddie... –Chamou o mais alto que pode.

Ele se voltou esperando as ultimas palavras amargas que viria da loira.

–Então, da próxima vez seja homem e me convide sem envolver ninguém. Me convide como primeira opção e não como última. E saiba que eu sempre vou te odiar. Toda vez que você me impedir te amar.

–E por que eu faria isso? –O choro se misturava as lágrimas de emoção.

–Eu não sei. Só acho que já falamos de mais. -A loira caminhou na direção do garoto. -Você me ama, eu amo você. É tudo.

Sam rompeu a curta distancia que havia entre eles e beijou os lábios de Freddie. O garoto correspondeu com tanta urgência quanto ela. Se sentiam ridículos com tal situação. Era tudo tão óbvio... Freddie precisou levar um sapato na cabeça pra acordar e chamar a loira à razão. Não fosse o sapato, provavelmente aquilo não teria acontecido.

Não foi bem um fim de conto de fadas, mas dali a um tempo, Sam e Freddie passariam a contar a quem quisesse ouvir que ela deixou o sapato no baile e que ele fora atrás e o calçou. Quem poderia provar o contrário? Era uma história onde havia um baile, um príncipe, uma princesa e um sapato, isso não soa familiar?



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Notas finais do capítulo

Espero que não tenha ficado tão ruim e se puderem deixar um comentário, fico feliz!!! Obrigada por ler e até!! Bjos!