Diários Do Vampiro - Eu Nunca Te Disse escrita por Lulys


Capítulo 43
Capítulo 43




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Damon

A viagem foi rápida e em poucas horas estava em frente à casa dos meus pais.
Minha mãe me recebeu amorosa.
__Que bom que você chegou, querido! – olhou-me preocupada – Como você está?
Não aguentei e corri para os seus braços do mesmo jeito que fazia aos meus 7  anos quando me machucava.
__Vem, vamos entrar.
Sentamos no sofá e ela ficou respeitando meu silêncio. Mas eu não queria mais deixar de falar no assunto.
__É sábado que vem, mãe. Ela vai se casar. E... o pior de tudo é que eu que salvei o casamento... – disse segurando a enorme vontade de chorar.
Contei para minha mãe tudo o que tinha acontecido.
__Mas por que você foi falar com ele, Damon?
__Porque eu amo a Bonnie e ela ama o Matt. Mesmo que eu sofra, quero que ela seja feliz.
__Meu filho, por que você tem que ser assim?
Ficamos em silêncio por um tempo.
__Às vezes eu invejo esse seu sentimento pela Bonnie, sabia?
__E por que você invejaria toda essa dor que eu sinto? – perguntei surpreso.
__Acho muito lindo essa sua mania de se entregar tanto às coisas, você é muito intenso querido – abraçou-me – Vai ficar tudo bem...
Eu precisava ouvir isso, porque o que eu mais acreditava era que nada ficaria bem.
Meu pai chegou logo em seguida com o almoço e comemos em paz. Eu estava em paz com eles ali, só faltava Stefan pra minha paz ser completa. Mas infelizmente ao contrario de mim ele n podia largar o emprego.
Passei o dia inteiro grudado nos dois, estava muito carente.
À noite meu celular tocou, era Bonnie, ri internamente.
__Oi passarinha, já tá com saudades é? – usei o apelido que tinha lhe dado logo após virarmos amigos, para brincar e disfarça minha tristeza.
__Damon! Estou com muitas saudades. Não é justo você me abandonar assim na última semana antes do casamento – como eu amava escutar aquela voz. Parecia um rouxinol cantando.
__Já conversamos sobre isso, Bonnie. Você está bem? Parece tão tristinha.
__Claro que estou triste. Você não está aqui comigo. Não posso viver sem você – não tem como esconder o quanto ouvir essas coisas me deixam feliz.
__É só uma semana, você sobrevive. Também já estou cheio de saudades – eu disse meloso.
__É bem mais que uma semana. Você só volta quinta que vem!
__A gente pode se falar todo dia, você sabe disso.
__Tudo bem. Me liga amanhã? Já vou estar com saudade da sua voz quando acordar.
__Eu ligo, pode deixar. Se cuida aí, amo você – disse sincero.
__Também te amo. Manda um beijo para os seus pais. E outro especial para você.
Desligamos.
Minha mãe me olhava profundamente.
__Era a Bonnie. Ligou porque estava com saudades – expliquei.
__E você não acha isso nada estranho?
__Como assim?
__Vocês se viram de manhã e à noite ela liga dizendo que esta com saudades?
__É porque eu vou ficar a semana inteira aqui e... a gente nunca ficou tanto tempo longe... Você sabe, mãe.
Ela me olhou séria e respondeu:
__Às vezes não sei quem é mais lesado, você ou ela.

Dia seguinte minha mãe me proibiu de ficar com o celular. Nós saímos para dar uma volta pela cidade e ela me proibiu de levá-lo.
__Você tem que esquecer ela, Damon!
__Eu prometi que ia ligar!
__Então você liga de noite, quando chegarmos.
Minha mãe estava certa, eu sabia. Precisava mesmo esquecer a Bonnie, já estava na hora, alias, a hora já tinha passado há oito anos atrás.
Chegamos em casa e fui direto ao o meu celular. Tinha exatamente 30 ligações não atendidas da Bonnie.
__Você vai mesmo ligar, Damon? – meu pai perguntou enquanto lia um jornal.
__Claro, pai, eu prometi. O foi senhor mesmo me ensinou que um Salvatore nunca descumpri sua palavra. – brinquei e talvez não tenha sido uma boa idéia, já que ele me olhou com reprovação.
__Você sabe que precisa se afastar dela, não sabe? – ele perguntou, voltando sua atenção ao jornal, minha mãe só escutava.
__Eu não posso. Prometi que sempre ia estar com ela.
__Não precisa sumir da vida dela, só não pode mais ficar prisioneiro desse sentimento – minha mãe disse.
Eles estavam certos. Eu sabia.
Mesmo assim fui até a varanda e liguei para ela.
__Por que você não me atendeu?! Eu já estava preocupada! – disse assim que atendeu no primeiro toque.
__Eu disse que ia ligar, não disse?
__É, mas já são quase 8 da noite! – disse brava.
__É que eu saí e esqueci o celular em casa. Acabei de chegar e a primeira coisa que eu fiz foi vim te ligar – disse com calma.
__Desculpa... É que não estou acostumada com isso.
__Mas vai ter que se acostumar. As coisas não vão mais ser como sempre foram. Vai ter que se acostumar com nossa distância.
__Não sei se quero me acostumar com isso...
Ficamos em silêncio.
__Eu tenho que ir, minha mãe está me chamando para jantar – menti.
__Tudo bem – disse triste – Não esquece esse celular amanhã! – disse brava.
__Não vou – silêncio – Eu te amo, Bonnie. Durma bem...
__Também te amo. Boa noite.
Desligamos.
O resto da semana passou tranquilamente. Falei com a Bonnie todos os dias.
Era bom estar ali com meus pais. Eles faziam de tudo para que eu ficasse feliz. Passávamos o dia inteiro juntos. Saímos, assistíamos filmes, jogávamos baralho, passávamos horas no telefone com Stefan, faziam minhas comidas preferidas... Tudo para me fazer esquecer o casamento. E até que estava adiantando.
Eu estava ganhando forças para agüentar o que viria a seguir.
Na quinta-feira de manhã arrumamos nossas coisas e saímos os três de carro. Fomos todos no meu, combinamos que depois do casamento eu voltaria e passaria alguns dias com eles. Todos sabiam que eu precisaria disso.


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