- Onde estou? –perguntava-se Marcos-

            Sua visão estava meio ofuscada, seus olhos mal abriam, coçava os olhos, logo se via numa pequena sala, sem portas nem janelas, somente uma cama onde logo estava sentado. Aquele clima escuro e sombrio descrevia uma sensação na qual Marcos começava a tremer. Que sensação fria era aquela, o que lhe botava tanto medo, Marcos estava confuso.

            Ao certo tempo ao olhar para o lado vê manchas de sangue pela parede, virando o rosto novamente se via rodeado por sangue, arregalava os olhos, seu corpo não parava de se mover, tremia de  pavor, chegou a tentar tapar o rosto com as mãos, mas em suas mãos se via sangue, sua cabeça começava a doer, fechava os olhos, pressionando as pálpebras, não querendo ver mais nada. Algumas vozes lhe vinham à cabeça.

- Você não tem escapatória... –dizia a voz-

- Cale-se! –Gritava Marcos-

- Entregue-se a mim... –continuava a voz-

- Nunca! Cale-se! –Marcos gritava desesperado-

            Vinha-lhe a mente a imagem de um homem morto, não conseguira identificar, sua face parecia desfigurada, Marcos estava confuso.

            Quando se levantará da cama. Acordava do pesadelo. Seus olhos se viam o desespero, sua mente não conseguia esquecer as imagens do pesadelo, sua mente estava repleta de perguntas.

- Nãooooooo!-gritava Marcos assustado, com a mão sobe a cabeça, que naquele momento doía constantemente-

            Otavio acordava assustado com o grito de Marcos, logo se levantava de sua cama, saindo de seu quarto, entrava no quarto de Marcos, via este sentado a cama com as mão sobre a cabeça, se aproximava.

- Você esta bem? Marcos-sensei... –dissera o garoto-

            Marcos logo percebia a presença de seu aluno ao seu lado, aos poucos retirava as mãos da cabeça, querendo mudar a expressão presente em seus olhos, mas o medo havia lhe tomado conta, seus olhos arregalados demonstrava um medo que sentia desde muito tempo atrás. Logo fechara os olhos.

- Eu estou bem... obrigado... foi só um pesadelo... –dissera Marcos tentado desviar o assunto-

- Hummm... tudo bem... vá descansar... –disse Otavio-

            Em seguida com passos calmos Otavio saiu do quarto se dirigiu sala onde uma garota estava sentada ao sofá do lugar, seus cabelos azulados davam um toque de ternura aos olhos verde-água da menina, que esperava pelo garoto, ela parecia ter a mesma idade do garoto.

- Ola.. Otavio-kun... –disse a garota com uma voz suave-

- É sempre bom te ver... Camilla-san...

            Otavio logo seguiu para perto dela sentando ao lado da garota, que ao vê-lo se sentar, abraçava o mesmo. Otavio colocava a mão nos cabelos dela, acariciando a extensão do mesmo.

- Senti saudades de você... –disse a garota virando o rosto pra cima observando a face do garoto que demonstrava um sorriso-

- Eu ando muito ocupado ultimamente..

            Otavio logo aproximava seu rosto do dela, observando o rosto da jovem que fechava os olhos suavemente, Otavio direcionava os lábios até os dela, mas desviava, dando um abraço na menina que abria os olhos devagar.

- Desculpa, mas não sei se esta é a hora certa, não quero te botar em perigo... –disse Otavio-

- Eu entendo...-disse a garota-

            Logo ela se levantava, andando até a porta, lá fora nevava muito forte, Otavio sentiu-se preocupado. Logo corria pegando no braço dela.

- Por que você não dorme aqui hoje? –perguntou Otavio, ficando meio sem graça-

            A menina logo sorriu, uma expressão pura e sincera tomava conta do rosto dela, respondia lenta e calmamente, dando um abraço no garoto.

- Claro...

- Como não tem mais quartos, você vai ter que dormir no meu... –disse Otavio, corando mais-

- Claro...-abria mais o sorriso-

            Os dois se direcionavam silenciosamente pelos corredores entrando no quarto de Otavio, logo se via um quarto, arrumado, uma cama perto da parede, onde uma janela se localizava no centro do quarto, uma escrivaninha cm alguns livros e um notebook a direita e algumas outras coisas do lado esquerdo. A cama de casal sugeria que os dois dormissem juntos, Camilla puxou Otavio e se jogou na cama com ele. Camilla se deitava na cama, ficando de frente para Otavio encarando o mesmo nos olhos, que estava um pouco corado por estar na mesma cama que ela.

            Logo Camila se virava de costas pra ele, fechava os olhos, logo abria os olhos, percebendo que Otavio se aproximara do corpo dela, abraçando-a, Camilla ficou um pouco corada pela atitude do garoto, mas logo se recompunha, via que este colocava a mão por cima de seu corpo, como se a estivesse protegendo, logo os dois adormeceram.

            Logo de manhã Otavio acordava, Camilla ainda estava dormindo, levantava-se, foi no banheiro, lavou o rosto, após enxugar  mesmo foi olhar no espelho, viu Marcos na porta do banheiro.

- Quem é a garota? –perguntou Marcos-

            Otavio sentiu um frio na espinha após a pergunta, se viu encurralado.

- N-não é o que você está p-pensando –disse Marcos-

- Pensa que eu não sei... eu vi vocês dois dormindo juntos de “conchinha” –disse Marcos dando uma Risada- pegador...

            Otavio se via completamente envergonhado diante das palavras de Marcos, logo vira que Camilla passava no corredor.

- Bom dia... –disse ela, bocejando-

- Ola... como se chama? –perguntou Marcos-

            A garota ficava encurralada pelo fato de o mestre de Otavio tê-la visto ali na casa.

- Meu nome é Camilla... e você é?

- Eu sou Marcos, sou mestre daquele mocinho ali...

            Otavio ficava de cabeça baixa, logo saia do banheiro pegando na mão de Camilla, descendo as escadas para a sala. Marcos ficara confuso.

- O que deu nele? –perguntava-se marcos-

            Lá na sala.

- O que deu em você Otavio?

- Ele me deixou encabulado...

            A menina da uma pequena risada.

- Só por que me viu deitada com você?

- É...

            A garota da um terno sorriso, logo se aproximava dele, antes que esse pudesse fazer qualquer movimento, o encurralava na parede, dando um suave beijo contra os lábios dele que não a afastou, mas colocou as mãos sobre os cabelo dela, fechando os olhos, aproveitando a calmaria que os lábios dela traziam a aquele momento, sentir aqueles lábios era a coisa que mais tinha desejado.
            Logo se olhavam olho no olho, Otavio passava a mão sobre a face dela, retirando o cabelo da frente do rosto, colocando o mesmo por trás da orelha.

- Eu te amo... Camilla-san... –disse Otavio-

            A jovem nem acreditara no que ouvia, sua cara de surpresa e seus olhos com ternura o olhavam muito feliz. Ela abraçava o mesmo, em seu rosto se viam lagrimas, não conseguia segurar a emoção de estar feliz diante das palavras do jovem.

- Eu também te amo, Otavio-sama... –Dizia ela-

- Não use -sama, eu me sinto estranho...

- Hai hai, seu exigente.

            Marcos descia a escada, se dirigindo a cozinha, via os dois abraçados.

- Depois diz que não tem nada com ela... –disse marcos-

- Isso não é da tua conta! -exclamou Otavio-

            Camilla dava uma ligeira risada.

- Até você Camilla-san... –disse Otavio-

            Após aquilo os três foram comer, olhando pela janela, se via uma vasta imensidão coberta por neve, onde algumas maquinas limpavam as ruas.

- Estranho nevar nessas épocas... –disse Otavio-

- Pois é... –concordou a menina-

            Em um lugar ali próximo, perto de uma floresta, ao topo de uma arvore se posicionava o homem, cuja mascara não revelara o rosto.

- Esta quase na hora...-disse o homem empunhando a Kunai-

            Não se dava para ver a expressão em seu rosto, mas a luz refletida em seus olhos, sugeria que este estava muito confiante.