Dois Bicudos escrita por MiniCoisa


Capítulo 16
Somebody mix my medicine - Parte II




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Estávamos no portão do colégio esperando Steve como sempre, mas Emmy havia ido para o outro lado se encontrar com o grupo de loiras sem cérebro - O que não é meu caso - as líderes de torcida. Tirando Anna Belle e Hillary, que são morenas e uma garota que tem um nome estranho, que é ruiva. Enfim, a vaca sueca havia feito amizade com as líderes de torcida. Acho que tenho mais do que o direito de odiá-la. Uma inimiga dentro da minha própria casa, tenho certeza que Kate irá usá-la contra mim. O Camaro vermelho adentrou o estacionamento. Pedi às meninas que falassem com Steve para que esperasse e fui até o grupo em que Emmy estava mas não a encontrei.

- Onde a vac.. Emmy está? - Perguntei e as garotas me lançaram um olhar que dizia "Por quê você acha que pode falar conosco?". Kate parou em frente a mim e disse:

- Ela foi ao banheiro, agora saia daqui, não queremos que os outros pensem que estamos nos misturando com... - Fez cara de nojo - Você.

- Vou sim, não quero que achem que agora sou uma loira sem cérebro como você - Sorri vitoriosa e fui em direção ao banheiro. Decidi pegar o caminho mais curto e entrar no prédio pelo refeitório, que atravessei rapidamente. Quando virei a esquerda no fim do corredor encontrei a pessoa que procurei evitar o dia inteiro. Tentei desviar mas ele havia me visto, então segurou-me pelo antebraço.

- Por quê a pressa tampinha? - Adam perguntou com um sorriso torto estampado nos lábios.

- Eu preciso ir, me solta Adam.

- Tsc, tsc, tsc. Não respondeu a minha pergunta.

- Você nunca responde as minhas...

Rolei os olhos e me irritei pelo fato de que a minha voz saíra mais frustrada do que eu queria que fosse.

- Tudo tem seu tempo, Babi. - Agora Adam havia colocado uma das mãos em minha cintura e me empurrava com leveza para a parede. Meu corpo não correspondia aos meus comandos, obedecia a Adam de uma forma estranha demais.

- Sim - Minha voz estava trêmula - E o tempo diz que eu tenho que achar a vaca sueca e ir para casa. - Adam jogou a cabeça para trás e riu feito uma criança pequena, fazendo com que eu sorrisse também. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo comigo.

- Vaca sueca? - Perguntou, apoiando-se na parede ao meu lado, não mais me segurando.

- Minha irmã de intercâmbio - Rolei os olhos e deslizei pela parede até sentar no chão. Adam fez o mesmo.

- Por isso você chegou tão irritada não é? - Disse mais para si do que me perguntando - Ela não parece tão ruim.

- Então leve-a para casa! Se bem que eu acho que ela iria tratá-lo de um modo bem diferente do qual me tratou...

- Por quê? - Perguntou sorrindo e com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Por que ela é uma piranha e você... Bem, você é Adam Keyni.

- E...? - Adam segurou meu queixo e se aproximou.

- E... Nós nos odiamos! - Falei enquanto voltava a mim e me levantava. Adam também se levantou e me pareceu mais alto que o normal.

- Sim, nos odiamos - Ele voltou a se aproximar e com o sorriso torto nos lábios.

"Por quê ele tem que ficar tão sedutor quando sorri assim?" Babi! Para com isso agora!

- Desde... o ginásio não é?

- Exato. Por quê você é o babaca que sempre me irritou e que adorava me ver pra baixo - Comecei a lembrar. Minha voz se elevou e o sorriso de Adam sumiu: - Adorava quando eu me sentia mal, quando eu fugia para o banheiro feminino por quê você - Pus meu dedo indicador em seu peito, acusando-o, e senti as lágrimas subirem - Estava me chateando, me dando apelidos ridículos e tornando a minha vida na escola, um Inferno!

- Babi, eu...

-Cala a boca, Adam! Você nunca se importou comigo, nunca ligou para o que eu sentia e agora o que pensa que está fazendo? Você acha que pode, simplesmente, me seduzir e tudo vai ser esquecido? Eu te odeio! Com todas as minhas forças, Keyni! Você não passa de um verme para mim, entendeu? Um playboyzinho maldito insatisfeito com a vida de merda que leva e querendo transformar a vida de alguém também uma merda! Por quê eu Adam? O que eu te fiz? Absolutamente nada! - Uma lágrima caiu e eu escondi o rosto na parede - Por quê você fez isso comigo? - Minha voz estava embargada em lágrimas agora. Senti sua presença ao meu lado e então sua mão em meu ombro.

- Babi, eu nunca pensei nisso...

- Eu sei! Você nunca se importou! Eu era apenas... uma garotinha, Adam. Eu não entendo... - Voltei-me em sua direção e mesmo que as lágrimas caíssem eu o olhava com ódio. Isso o cortou e pude ver o arrependimento em seus olhos.

- Desconta o seu ódio - Falou enxugando minhas lágrimas com o polegar, depois fechou os olhos e trincou maxilar.

- Hãn?

- Faz o que você sempre quis fazer. Pode me bater, Babi.

- Mas eu...

- Me bate, eu mereço. - Ele tinha razão. O que eu sempre quero quando o vejo é dar um soco nesse rosto cínico. Respirei fundo e cerrei os punhos. Quando dei por mim minha mão fechada o estava acertando, em seguida Adam alisou o local em que bati e disse:

- Essa é toda a sua força? - Riu.

- Como é?

- Pode tentar mais uma vez, eu deixo.

- Vai se foder. Passei por ele, que me seguiu.

- Babi...

Continuei andando rápido fingindo estar sozinha.

- Me... Perdoa.

Meus pés pararam de andar e meus ouvidos não acreditavam no que haviam acabado de ouvir. Adam estava atrás de mim então virei-me lentamente em sua direção.

- O-o-o que disse? - Adam andou um passo em minha direção, o passo que nos separava um do outro.

- Me perdoa, Babi. Por tudo. Eu sou tudo o que você disse que sou e muito mais... Nunca pensei que o que eu fazia te deixava tão mal.

Eu não acreditava no que estava acontecendo. Épico demais para ser verdade.

- Você não pode estar falando sério.

- Mas estou. E eu nunca disse algo tão sério e verdadeiro antes.

Minha mente era um turbilhão de memórias ruins que eu me forçava a lembrar para nutrir meu ódio e que logo foram substituídas pela memória do dia em que caímos no asfalto. Logo após, a memória da noite em que quase nos beijamos em frente a minha casa, dominou minha mente. E então, a noite no Pub em que Adam me defendera por motivos desconhecidos, assim como a tarde em que ele me seguiu até em casa e brigou com Steve.

- Eu vou me arrepender disso pelo resto da minha vida... - Sussurrei, tentando desvair pensamentos insanos - Ah, que se foda. - Deixei-me levar pelo momento e pelos impulsos. Puxei Adam pela nuca e selei nossos lábios.

Adam correspondeu o beijo no momento em que nossas bocas se tocaram. Quando nossas línguas se encontraram houve um misto de voracidade descomunal e harmonia. Arranhei sua nuca de leve o que o fez sorrir. Adam me empurrou para a parede novamente e senti algo estanho nas costas. Era uma maçaneta. Adam viu que era a sala do zelador e disse:

- Se continuarmos aqui podemos ser vistos e ficar na detenção.

Não pensei duas vezes. Abri a porta e puxei Adam para dentro, que fechou a porta atrás de si. Puxei-o pela camisa e selamos nossos lábios novamente. Adam me levantou e eu enlacei seu corpo com as minhas pernas, então segurou-me pelas coxas. Ele sugou meu lábio inferior e em retribuição mordi o seu de leve. Adam ficou de joelhos no chão, me pôs deitada e enterrou os lábios em meu pescoço, fazendo com que gemidos involuntários escapassem da minha boca. Nossas respirações estavam urgentes e sincronizadas, senti que precisava disso há muito tempo. Puxei seus cabelos e arranhei suas costas enquanto ele acariciava meu abdomen por dentro da camisa, fazendo todos os pelos do meu meu corpo arrepiarem-se. Adam apertou minha cintura e foi como se ondas de calor se distribuíssem por todo o meu corpo. Puxei a barra de sua camisa e Adam terminou de tirá-la. Senti um por um seus músculos enquanto nossas línguas travavam uma batalha entre si. Senti suas mãos empurrando minha camisa para cima e obedeci, tirando-a.

Era como se houvesse um imã em nossos lábios, pois assim que se separavam voltavam a selarem-se. Adam quebrou a ligação dos imãs e desceu até minha barriga, fazendo algo com a boca que me fez ter espasmos de prazer. Senti leves mordidas ao lado do meu corpo, então foram ficando mais fortes e voltaram ao primeiro estado. Adam voltou ao meu pescoço e desceu para o meu ombro, empurrando com a boca a alça do meu sutiã. Não deixei-o terminar e inverti as posições, ficando por cima. Pus as mãos em seu abdomen, alisando-o e tracei uma rota de mordidas do seu maxilar até seu lóbulo. Senti seu corpo estremecer quando arranhei as laterais de seu corpo enquanto ainda o mordia.

- Quem diria que um dia a "Woompa-Loompa" iria fazer com que você se sentisse assim - Sussurrei em seu ouvido.

Dei um rápido selinho em sua boca enquanto ele sorria e voltei a mordê-lo. Suas mãos acariciaram todo o meu corpo e pararam no botão da minha calça. Peguei a sua mão que se encontrava no botão e pus na minha cintura. Desta vez, Adam inverteu as posições, voltando a ficar por cima. Me beijou demoradamente, explorando todos os cantos da minha boca. Aproximou-se da minha orelha e com a voz rouca disse:

- Farei com que você concorde.

- Esforce-se então - Sussurrei também em seu ouvido.

Estávamos sorrindo e olhando um nos olhos do outro, então Adam quebrou a distância entre nossos lábios mas logo desceu para meu pescoço, e, pela primeira vez, tocou meus seios, sem tirar o meu sutiã, já que recusei antes. Com a língua traçou uma linha até a barra da minha calça, fazendo com que minha respiração saísse cortada, abafada por alguns gemidos involuntários. Adam fez questão que eu visse o que ele fazia, pegando meu queixo enquanto apertava a minha cintura e mordiscava os locais próximos a barra da minha calça. Lentamente abriu o fecho e puxou a calça para baixo. Eu estava em completo êxtase mas percebi o que estava acontecendo e estava pronta para parar aquilo. Decidi que já estava durando mais do que deveria. Segurei a calça e puxei-a de volta, fechei o botão e Adam me encarou confuso.

- Não conseguiu me convencer - Falei enquanto me sentava. Adam engatinhou até mim, pegou em minha nuca e me beijou novamente.

- Isso é uma pena - Respondeu sentando-se ao meu lado.

- Percebe o que quase acabamos fazendo? - Indaguei, sem conseguir evitar um largo sorriso de se formar em meus lábios.

- Por mim teríamos continuado...

- Idiota - Falei rindo e dando um tapa em seu braço.

- Não me arrependo de, absolutamente, nada - Pegou em meu queixo e olhou nos meus olhos - E você?

- Bem... - Desviei o olhar - Isso não pode voltar a acontecer. Nunca mais.

- Não posso garantir nada - Disse despojado e nem um pouco embaraçado com a situação.

- Eu posso.

- Não pode, Babi. Agora que cedeu, não vai conseguir ficar longe de mim por muito tempo.

- Tudo o que eu mais quero é ficar longe de você. Isso foi um erro e nada mudou... Eu ainda odeio você, Adam.

- Tem certeza que quer ficar longe de mim? - Falou com a voz rouca, puxando-me para si e enterrando os lábios na curvatura do meu pescoço.

- A-Adam, para... - Tentei pará-lo, mas eu, realmente, não queria ficar longe dele. Consegui voltar a mim e o afastei.

- Eu sabia - Sorriu torto.

- Não... Eu te odeio, Adam - Dizia para mim mesma, lembrando-me.

- Não tanto quanto antes. O ódio e o amor andam juntos, já ouviu falar nisso?

- Amor? - Ri - Nem se você fosse o último cara na face da Terra. Levantei os olhos e encontrei um relógio na parede.

- Merda! Steve e as meninas! Pode me dar a minha camiseta?

Adam pegou a camisa ao seu lado e disse:

- Você fica bem melhor sem ela - Sorriu malicioso. Rolei os olhos.

- Me dá logo.

Ele me entregou e eu a vesti rapidamente. Dei um jeito no cabelo e dei glórias por não estar usando batom. Levantei-me e fui em direção a porta.

- Ei, espera. Vai sair assim? Fria e seca? - Brincou me segurando pela mão.

- Você precisa esquecer o que aconteceu aqui Adam, estou falando sério.

- Impossível - Disse e beijou os nós dos meus dedos.

- Chega Adam...

- Não vou contar, pode ficar tranquila. Mas esquecer? Nem pensar.

- O problema é seu, por quê eu já esqueci. Agora tchau, tem pessoas me esperando.

- Aquele idiota do Steve? Qual é, Babi.

- Ele não é um idiota.

- Não? Ok, ele é um broxa.

- Você só fala merda, Adam - Rolei os olhos - Preciso ir.

- Não vou deixá-la esquecer.

Ao finalizar a frase, Adam beijou meus lábios outra vez, e não consegui dizer a mim mesma para recusar. Terminamos o beijo com alguns selinhos, Adam vestiu sua camiseta e então saímos da sala do zelador.

O corredor estava vazio, do mesmo modo em que estava antes de entrarmos ali. Fui até o portão e Adam me seguia de longe. Alice não estava ali, e nem mesmo Julie. O Camaro também não estava no estacionamento. Que ótimo.

- Eu te levo até em casa.

Levei um susto ouvindo a voz de Adam próxima ao meu ouvido.

- Está louco? Tem pessoas além de nós aqui.

- Pois é - Pôs as mãos nos bolsos e sorriu - Vamos?

Eu não tinha escolha, mas também não tinha boas lembranças da última carona que Adam me oferecera.

- Vamos.

Ainda não acreditando que havia aceitado a proposta, sentei-me no banco do passageiro enquanto Adam girava a chave na ignição do carro. Rapidamente estávamos em frente a minha casa. O caminho até ali fora inacreditavelmente, divertido. Adam havia me feito rir de uma forma que eu nunca imaginei que faria.

- Bem... Tchau - Disse pegando meu skate e minha mochila no banco de trás. Adam pegou-me pela nuca e me beijou. Retribuí o beijo mas logo parei o mesmo. - Tchau Adam - Repeti com mais firmeza.

- Tchau tampinha.

Pela primeira vez um apelido idiota me fizera sorrir, isso não podia ser bom. Saí do carro e entrei em casa, encontrando Emmy assistindo televisão com Cameron, Alice, Julie e Steve.

- Suas amigas cansaram de esperar e mandaram o motorista nos trazer sem você - Disse a vaca sueca.

- Pela milésima vez: Eu não sou motorista! - Disse Steve.

- Onde você estava? - Perguntou Alice.

- Ficamos preocupados - Completou Julie.

Eu não sabia o que responder e todos me encaravam, curiosos. Eu precisava de uma desculpa e rápido.

- Vou tomar um banho. Depois conversamos - Concluí e corri escada acima. Assim que joguei-me na cama, Alice e Julie adentraram o quarto e trancaram a porta.

- Pode começar a falar - Disse Julie sentando-se na cadeira da minha escrivaninha.

- Sabe que não vai se livrar de nós - Falou Alice, com um sorriso nos lábios e uma das sobrancelhas arqueadas.

"Você está fodida." Agora que você aparece, consciência? Inútil!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Muitos estavam esperando que o Adam e a Babi finalmente ficassem juntos? Preferem Babi e Steve? Digam sua opinião nos reviews!! A fic tem 39 leitores mas a cada capítulo recebe bem menos da metade em reviews, isso me faz pensar que não os estou agradando, preciso saber a opinião de vocês. Sejam bem-vindos, novos leitores! Não sejam fantasmas, apareçam, eu ficarei muito feliz se isso acontecer c:
Ps.: Desculpem a desordem no capítulo, alguns travessões sumiram quando o editei pelo celular (por quê estou sem computador) e não consegui colocá-los de volta, me perdoem, por favor.
Bjos & Qjos,
MiniCoisa.



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