Always escrita por hungerpotter


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É minha primeira fic, então espero que vocês gostem, não deixem de comentar! bjx



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Estava correndo, estava desesperada. Era um lugar escuro, mas no alto via uma única estrela, com um fraco brilho... Correndo, correndo... Não sabia o que estava fazendo, eu só corria de alguma coisa a qual eu não conseguia ver. Minhas pernas estavam doidas, meus músculos gritavam por descanso, mas algo dentro de mim falava que eu não podia parar. Eu não agüentava mais. Perguntas iam surgindo: “O que eu estou fazendo?” “Para onde estou indo?” Chamava por todos aqueles que eu amava: Gale, minha mãe, Prim, meu pai, mas ninguém me escutava.

-Katniss – quem falava? Não reconhecia sua voz. – Katniss! – era uma voz que eu já tinha escutado, mas eu não sabia aonde.

De repente tudo mudou. Eu estava em uma praia, com um brilhante sol, e o dono da voz estava ao meu lado. O sol estava muito forte não conseguia ver o seu rosto, mas sua voz continuava

-Katniss, acorda!

Depois que eu escutei sua última palavra me deparei em um quarto. Não era o meu. Alguém estava ao meu lado com olhos azuis preocupados. Quando abri os olhos demorei um pouco para voltar à realidade. Mas quando voltei eu sentia algo bom dentro de mim. Sabia que estava no braço de quem eu amava. E temia. Temia pelo fato de que se eu saísse, ele nunca mais voltaria.

- Katniss, você está bem? – Agora sabia que a voz era de Peeta.

- Não me solte. – Falei de uma forma que parecia uma ordem. Ficamos abraçados por muito tempo. Se eu saísse quem me garantia que ele iria voltar? – Não me deixe, por favor – Estava chorando e sabia que uma hora tinha que soltar...

- Katniss – sai de seu abraço e olhei para seus olhos azuis... – Você está a salvo. Eu estou aqui com você e sempre vou estar...

- Eu sei... – Eu sabia que ele jamais me deixaria. Mas quando ele tinha lembranças modificadas ele não era o meu Peeta. Ele era o Peeta da capital.

- Quer contar o que aconteceu? – ele falou com um tom tão amável que contei para ele.

- Eu estava correndo, chamava por Prim, minha mãe, pelo meu pai e... – Como ele reagiria se eu falasse que chamava por Gale e não por ele? – E por Gale. Ninguém me escutava e de repente eu escutei a sua voz, mas eu não conseguia saber de quem era... Como se você tivesse sido apagado da minha mente.

- Eu sempre vou estar aqui para te ajudar. Sempre! – Ele não tinha ficado chateado, afinal ele sabia o que eu e Gale sentíamos era diferente do que eu sentia por ele. Sabia que ele era meu melhor amigo. – Ei, olha pra mim. – Sua voz suave chegou aos meus ouvidos e seus lábios se encostaram aos meus. – Foi só um sonho certo?

Concordei com a cabeça. Voltei para os seus braços. Sentia-me segura ali. Ele começou a massagear meus cabelos.  Fechei meus olhos e dormi. Sonhei, mas foi um sonho bom...

Sonhei com o dia do piquenique no terraço. Acho que era a única lembrança boa que tinha da Capital. Lembrei do momento em que permiti que Peeta congelasse aquela cena. Quando eu me sentia mal, eu sabia que ele sempre estaria ao meu lado para me proteger. Quando acordei, não estava mais em seus braços. Estava sozinha na cama, e pela claridade que passava pela janela devia estar perto da hora do almoço.

Levantei, tomei um banho rápido. Quando sai do banho, percebi que aquela não era a minha casa. Parecia com a minha, mas não era. Fui até o quarto e percebi que era a casa de Peeta. Como iria me trocar agora? Quando abri o armário para pegar uma roupa dele, percebi que as minhas roupas também estavam lá.

Peeta dormia comigo quase toda noite. Um dia na hora do jantar, ele entrou na minha casa e me chamou. Fui correndo, mas ele não me beijou nem me abraçou, apenas olhou para mim e segurou minhas mãos.

FlashBack On

- O que aconteceu?

- Katniss, eu vou ter que ir à Capital... – Eu fiquei quieta e deixei que ele continuasse. – Dr. Aurelius precisa fazer alguns exames e só pode ser feito na Capital, mas se você quiser você pode ir junto.

Não. Eu não iria junto. Na Capital, foi onde minha irmã foi assassinada. Na Capital, foi onde eu e muitos outros sofremos. Peeta sabia a minha resposta. Ele me abraçou e fomos para o quarto. Dormi em seus braços e quando acordei ele ainda estava lá, do meu lado, me olhando com seus olhos azuis e acariciando meus cabelos.

-Peeta, quando você vai?

- Isso não importa agora. Quero ficar esse dia com você.

- Podemos ficar aqui? – Perguntei para ele

- O tempo que você quiser... - Ficamos deitados por muito tempo, não queria sair. Estava com um mau pressentimento em relação aquela viagem.

Ele partiu no dia seguinte, mas em três dias, era para estar de volta. Esperei três, quatro, cinco dias e ele não tinha dado noticias. Meu telefone estava estragado, na televisão não passava nada e Haymitch ficava bêbado o dia todo.

Depois de uma semana de espera, estava cansada. Peeta não iria mais voltar. Agora não tinha mais por que eu viver. Parei de comer, parei de caçar, parei de fazer tudo de que eu gostava. Ficava o dia todo olhando para o livro e a noite tendo pesadelos horríveis.

Não sei quanto tempo passou, mas um dia fui levantar do sofá, mas não consegui. Cai no chão. Todos os tributos começaram a aparecer na minha frente eles e Prim falavam a mesma frase: “Você me matou.” De repente eu estou no colo de alguém. E esse alguém estava me levando a algum lugar...

Quando acordei, estava deitada na minha cama. Estava sentindo um cheiro de sopa que vinha lá de baixo. Estava pensando em levantar quando Peeta passou pela porta.

-Você está bem? – Ele trazia em suas mãos, uma bandeja com um prato de sopa, com alguns pedaços de torrada.

-Peeta!- Eu fique tonta, porque tinha levantado rápido de mais e voltei a deitar. – o que aconteceu?

- Depois conversamos agora você precisa comer.

-Mas eu não quero...

- Não Katniss, você vai comer – ele me ajudou a levantar e começou a me dar sopa. – você ficou muito tempo sem comer, precisa se alimentar.

Não discuti mais por que sabia que era verdade o que ele estava falando. Quando terminei de tomar a sopa, não pude evitar o comentário:

-Você salvou a minha vida de novo...

- Eu sempre vou estar aqui para te proteger. – nos beijamos e ele continuou a conversa. – Katniss o que aconteceu?

FlashBack off

Não conseguia mais me lembrar de nada. O que tinha acontecido? Enquanto colocava uma calça e uma blusa simples tentava raciocinar o que tinha acontecido. Achei melhor ir perguntar para Peeta. Desci as escadas e ele estava na sala, vendo uma noticia sobre um novo programa de TV.

- Oi, o que é isso? – Perguntei para ele sobre o programa de TV

- Ah... Só estão anunciando o novo programa de TV. Vai se chamar FED...

- Por que FED?

-“Fun Every Day”… Vai ter comédia, músicas e filmes com histórias fictícias.

- Deve ser emocionante... – parei para raciocinar um pouco. – Hey! Esse vai ser o novo programa de Plutarch! Quando ele vai estrear?

- Em duas semanas. Será que vão te ligar?

- Não faço a mínima idéia. – Tinha que perguntar para ele sobre minhas roupas em seus armários. – Peeta, porque as minhas roupas estão no seu armário?

- Corrigindo, nosso armário. Alguns dias atrás, eu te encontrei caída no chão da sua casa quando voltei da viagem. Você estava muito fraca, e só acordava para comer e ir ao banheiro.  Hoje que você levantou, depois de algum tempo.

- Mas por que você demorou tanto assim na viagem?

- Então, teve um problema técnico no laboratório de Beetee, e todos os meios de comunicação foram cancelados, até o problema ser concertado. Não tinha trens, não podia usar o telefone e se eu escrevesse uma carta, não tinha como ela chegar até você. Então depois de uma semana, peguei o trem e fui direto para a sua casa.

- Você quase me matou de susto! – Estava entendendo a história agora.

- Susto não, você quase morreu de fome... – A gente riu e me juntei a ele no sofá. – Mas Katniss, porque você parou de comer?

Ainda não era boa com palavras. Eu amava Peeta, mas às vezes tinha vergonha de falar para ele, e sabia que eu não precisava ter vergonha por que ele era o meu Peeta. Tinha que falar a verdade, e ele sabia que eu não era muito boa com palavras, então entenderia seu eu falasse do meu jeito.

- Porque sem você eu não tenho por que viver.

Deitei em seu colo. Era assim que gostava de ficar. Eu e ele no silencio, juntos por um período que eu não conseguia ver o fim. Queria conversar com ele, fazer perguntas, mas algo dentro de mim falava que não era à hora.

- Então como foi à viagem? – Ele pareceu surpreso por eu perguntar sobre a Capital.

- Foi normal... – Rimos. A única coisa que a Capital não era, era normal. – Foi entediante. Dr. Aurelius pedia para que eu entrasse em diferentes maquinas de diferentes tamanhos muitas vezes. Tudo está bem comigo. Posso ter lembranças, mas ele disse que quando eu as tiver, era melhor eu estar com alguém para me lembrar de quem eu realmente sou. A Capital está bem parecida do que era antes. Só parece que as pessoas estão mais... Eu não sei... Educadas. Existem vários monumentos e homenagens a vocês!

 - A gente – eu interrompi. – As homenagens são para nós todos. Não vamos voltar a falar nesse assunto.

Peeta se sentia excluído dos homenageados. Ele falava que a única coisa que ele fez durante a guerra foi tentar me matar e estragar um pouco as coisas. Não gostava de discutir com Peeta. Nós éramos tão diferentes, mas ao mesmo tempo, a gente se entendia.

- Está com fome Kats?

- Estou, tem almoço?

- Vou colocar a mesa para a gente.

- Vamos que eu te ajudo.

Arrumamos a mesa servimos o almoço e começamos a comer. Estava delicioso. Era uma massa com um molho branco por cima.

Durante o almoço conversamos sobre reabrir a padaria. Peeta não queria. Ele falava que isso era coisa do pai dele, não dele. Eu achava que ia fazer bem para todos. Mudamos de assunto e estávamos falando sobre filmes quando o telefone tocou. Peeta se levantou para atender.

- Ok vou passar para ela. Kats – quem iria querer falar comigo na hora do almoço? Fui até Peeta, que me entregou o telefone. – É da produção do FED. – Peeta saiu da sala.

Demorei cincos minutos para voltar à sala. Quando cheguei, Peeta não estava almoçando, mas estava sentado na mesa esperando por notícias.

- E ai, quando vamos para a Capital? – Ele parecia animado com a idéia.

- Calma, eu não sei se vamos – não queria desapontá-lo. – Primeiro vou falar com o Dr. Aurelius.

Para ser sincera eu acho que eu é que não estava preparada para ir a Capital. Ficamos em silêncio o resto do almoço. Peeta parecia estar pensando em alguma coisa seria e não era eu que iria atrapalhar esse pensamento. Acabamos o almoço, tiramos a mesa e lavamos a louça sem falar muitas coisas.

Quando fomos para a sala ver TV, o silêncio foi interrompido por mim.

- Vou ligar para o Dr. Aurelius. – Ele sorriu. Parecia que eu rinha dado para ele o melhor presente do mundo.

Fui até o escritório para poder falar a vontade com ele. O Doutor demorou um pouco para atender, o que me deixou nervosa.

-Alô – ele atendeu com uma voz de sono.

- Oi doutor... Aqui é a Katniss.

- Oi Katniss. Aconteceu alguma coisa com Peeta?

Não, não, ele está bem. – acho que eu seria a última pessoa que ele imaginaria estar fazendo essa ligação. – então como o senhor sabe me convidaram para ir fazer uma apresentação no FED

- E você não sabe se está pronta para voltar a Capital.

-É – acho que ele não me escutou porque o silencio prevaleceu nesse momento. – E então...

- E então o que?

- Eu posso ir para a Capital?

- Por que você não poderia Katniss?

- Por que foi lá que assassinaram Prim, foi lá que telesequestraram Peeta, foi lá que Finnick foi morto, e muitos outros. Foi por causa da Capital que passei fome. Foi por causa dela que quase morri duas vezes. E foi por causa dela que meu pai e Rue foram mortos. E eu odeio ter essas lembranças. – Eu respondi de uma forma tão rápida que parecia que eu havia planejado essa resposta. Estava quase chorando. Era triste para mim falar sobre isso.

- E o que você faz quando tem essas lembranças? – A resposta é bem pessoal, mas ele sendo meu medico, tinha que saber que a minha principal terapia era estar junto a Peeta.

- Procuro por Peeta.

- Por que por ele?

- Porque com ele me sinto segura.

- E quem vai com você nessa viagem?

- Peeta. – ficamos em silencio por um tempo. – E então...?

- E então o que?

- Eu posso ir para a Capital ou não?

- Oh, minha querida Katniss, quem vai responder essa pergunta é você. Tenha uma boa tarde. – Ele desligou o telefone. Dr. Aurelius era um gênio. Ele fez com que eu achasse a resposta.

Sai do escritório e fui direto para a sala. Peeta estava sentado no sofá, e seus olhos azuis, olhavam o nada. Quando ele notou minha presença sua afeição mudou. Parecia que a vida dele dependia das minhas próximas palavras.


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Notas finais do capítulo

Ficou enorme eu sei... Os próximos vão ser mais curtinhos... Espero que vocês tenham gostados, por favor comentem, para eu saber o que eu preciso melhorar ou coisas parecidas... A gente se vê em breve! XOXO