Antagonismo

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AN. TA. GO. NIS. MO: 1. Oposição de idéias ou sistema. 2. Incompatibilidade.

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Chegou a Terra, vinda do céu, uma criança. Era a cria do Sol, uma linda menina.

Nascera sob o Sol do meio dia, sua pele dourada cintilava ao ser beijada pelo imponente brilho do seu pai, o grande astro rei. Suas melenas, assim como seus olhos, tinham cor do mais escuro tronco de árvore.

O Sol, entretanto, não poderia viver com a filha, assim como ela não poderia viver com ele. Então, deu a ela um presente. Recolhendo um pouco de sua luz, diretamente do coração, mandou-a para Terra. O regalo, ao chegar onde estava a infante, fora guardado no coração. A criança vinda do céu, percebendo que recebera o melhor dos presentes, sorriu.

Seu sorriso era iluminado, continha a mesma luz que era emanada em lindos dias de verão.

Tenten, filha do Sol. Tinha um pedaço de luz guardado no coração e ele era refletido em seu sorriso.

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Meses depois, a Lua mandava o seu herdeiro. Um orgulhoso menino.

Nascido sob a Lua da meia noite, sua pele pálida, brilhava enquanto era acalentado pela luz de sua mãe. Apesar de ter nascido a algum tempo, permanecia com os olhos fechados. Seus cabelos eram negros, assim como o céu noturno.

A Lua, triste com a separação, chorou duas lágrimas prateadas. Essas lágrimas desceram até a Terra, pousando suavemente nos olhos do infante. Este, desejando ver a mãe, abriu-os. Revelou as íris que guardavam as lágrimas da Lua.

Seus olhos eram prateados, mostrando toda a melancolia que a Lua exteriorizou em suas duas lágrimas.

Neji, filho da Lua. Possuía duas lágrimas no lugar dos olhos e demonstrava tristeza.

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Eram antagônicos. Tenten, quando mais velha, adorava correr e rodopiar pelos campos verdes, banhados pelos raios solares. Neji, entretanto, preferia observar os casais apaixonados - na maioria das vezes, um amor proibido - se encontrarem debaixo do luar. Todos, sem nenhuma exceção, iam embora em direções opostas, com lágrimas nos olhos.

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Anos se passaram e as duas crianças cresceram. Uma sequer imaginava a existência da outra.

Um dia, entretanto, se viram. Ela, com seu sorriso iluminado e os cabelos presos em fitas douradas, olhou para ele, de olhos prateados e melancólicos.

Pouco a pouco, sem que nenhum dos dois percebesse, procuravam se ver sempre que o possível. De dia, nos campos verdes, onde ele se sentava e observava ela correr e rodopiar, até ela se cansar e puxá-lo para brincar. De noite, observavam os enamorados e ela novamente o puxava. Dessa vez, porém, era para ajudar os casais de amor impossível.

Lentamente os anos se passaram. A filha do Sol e o filho da Lua cada vez mais próximos.

Então, no verde campo em que costumavam brincar, eles se beijaram. Como se fossem os que sofriam de amor proibido, se beijavam com ternura e cautela.

Sem que percebessem, ocorria um eclipse. Sol e Lua se encontravam, comemorando a união de seus filhos.

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O Sol e a Lua sempre foram considerados amantes. Um amor impossível, de fato. Nessa história, contudo, foram seus filhos que se apaixonaram e, diferente de seus pais, eles puderam ficar juntos.

O agitado sempre entrará em equilíbrio com o calmo. O mesmo acontece com a emoção e a razão. O Sol e a Lua. Neji e Tenten.

Porque quando o Sol está cansado de brilhar, lembra-se que a Lua precisa de sua luz. E ele continua, por ela. Por mais que sejam incompatíveis, eles se amam e é isso que importa.

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Fic postada no dia 23 de Dezembro de 2008. Desafio proposto pela "Tenten n.n" e um presente (de Natal) para a mesma.

Ficou parecida com uma lenda/conto infantil, mas eu gostei 8D

Espero que gostem também \o/

Kissus,

Prisma-san