Após outra terrível briga com Anfitrite, Poseidon tentava esfriar a cabeça na praia observando as ondas quebrarem, já era quase a hora do pôr do sol e não havia mortais naquele trecho da praia, o deus duvidava até que algum deles soubesse daquela localização pois aquele era seu trecho particular onde o deus sempre ia após uma briga com sua esposa, o que vinha acontecendo muito ultimamente. De repente ele notou uma mulher vindo na sua direção, ela parecia distraída ele pensava se tratar de uma mortal mas quando a mulher se aproximou dele ele a reconheceu.

- Afrodite.

- Poseidon. – Ela foi pra perto dele. – Posso? – Ela apontou pro lado dele.

- Claro, sente-se, mas o que você a deusa do amor faz sozinha nesse trecho da praia?

- Tentando esquecer alguns problemas. - A deusa respondeu sentando-se ao lado de Poseidon.

- Então somos dois.

- Eu atrapalhei seu momento de solidão? Se quiser eu posso ir embora. – A deusa falou começando a levantar-se, mas Poseidon segurou sua mão.

- Não, fique podemos conversar um pouco. – A deusa voltou a se sentar e Poseidon continuou segurando sua mão inconsciente do gesto.

- Anfitrite novamente? – Ela perguntou.

- Sempre. – Ele riu amargamente. – E você, Hefesto ou Ares?

- Os dois, eles estão impossíveis hoje, não param de brigar um só instante e ainda por cima um dos desfiles de moda que eu organizo está prestes a ir por água abaixo.

- Pensei que você gostava de ter os dois aos seus pés.

- Eu gosto, mas é que as vezes cansa sabe, e nessas horas tudo o que eu quero é sair de lá e ficar um pouco sozinha. Engraçado né? – A deusa balançou a cabeça ligeiramente e deu um meio sorriso.

- A deusa do amor sozinha? É bem irônico pra ser sincero. Mas por que aqui? Porque escolheu a praia pra relaxar? – Ele perguntou curioso, nunca tinha notado a presença dela na praia antes.

- O mar me acalma, eu vejo as ondas e as comparo com problemas, não importa o quanto seja grande elas sempre acabam quebrando em algum ponto. – Ela respondeu simplesmente.

- Eu não sabia, não conhecia esse seu lado. – Poseidon falou meio sem jeito.

- Você pensa como os outros, que eu e só me importo com coisas superficiais que sou fútil. E eu sou, mas não o tempo todo, às vezes penso que vou cair, mas me mantenho forte, minha atenção parece estar sempre focada em coisas fúteis e a maioria dos deuses me acha mimada o que não sabem é que muitas vezes é só um disfarce porque na verdade eu to me esforçando pra me manter de pé.

Sem pensar direito o deus a puxou pra si e a apertou num abraço por trás de modo que a cabeça dela estava no peito dele e ambos ficaram em silêncio olhando as ondas quebrarem no mar.

- DEUSES! – Afrodite gritou se levantando e batendo o vestido com as mãos.

 - O que foi? – Poseidon levantou também.

- Uma coisa passou pelas minhas pernas, um animal horrível eu acho.

O deus olhou pra baixo e não conteve o riso ao ver o “animal horrível” que causou o piti da deusa.

- Quê? – A deus perguntou.

- É só um pequeno siri. – Ele pegou o animal e colocou no chão distante deles. – Não é tão horrível assim é? – Ele continuou a rir.

A deusa bateu nele de brincadeira e começou a rir também quando ele fingiu pegar o siri novamente e começou a correr atrás dela, ele deu a volta e conseguiu segurá-la de frente quando tropeçou e caiu em cima dela, ambos se olharam, olhos nos olhos e antes que Poseidon se desse conta ele a estava beijando.

- Desculpe. – Ele falou afastando seus lábios do dela.

- Shiih. – A deusa pôs o dedo indicador nos lábios deles e o beijou.

Ela o beijava agora, e de repente nada mais importava pra ele, o que Anfitrite iria pensar ou fazer não o interessava. Hefesto? Ares? Quem são esses mesmo? Ah não importa, não enquanto seus corpos já despidos se encontram, enquanto  seus lábios queriam mais e mais os dela e seu cheio inebriante tomam conta do deus do mar como uma droga e eles fazem amor enquanto o sol começa a se pôr.

Se ele estava sobre os encantos da deusa do amor naquele dia, Poseidon nunca soube responder, mas de uma coisa ele sabe, depois daquele dia ele nunca mais foi o mesmo.