A semana se passou e com ela o mês, comecei a me adaptar. Tinha feito amigos, amigos pra vida toda e também estava me surpreendendo com a minha nova vida.

Como toda escola normal, os famosos grupos estavam se formando: tinha os populares, os dedicados ao esporte, os zens, as patricinhas, os fortões e os nerds. Eu nunca achei normal essa divisão, por isso ficava mesclando entre os grupos, ou seja, falava com todo mundo, mesmo assim convivia mais com a Julia, a Nat e a Gabi.

No terceiro mês letivo o colégio tem a tradição de ocupar um dia inteiro com jogos e apresentações. A gabi, a nat e a juju faziam ballet depois da aula, então nesse dia elas iriram apresentar. Elas ficaram a semana inteira falando sobre a apresentação! Eu mal podia esperar.

O dia chegou, e elas não podiam estar mais empolgadas. A apresentação ia ser depois do tempo, então, como esperado, elas nem prestaram a atenção na aula. A professora de matemática, Marcella, reparou a situação da turma e entrou na farra, bem ela.

As aulas foram passando e como um "coro de aleluia" o sinal soou. A Nat, eufórica como sempre, deu um gritinho que deu até dor de cabeça pegou nós três pelo braço e saiu correndo em direção ao banheiro.

– Calma Nat, eu vou cair! - Eu dizia enquando tentava desembolar a alça da minha mochila do meu pé!

– Não Jo, anda, corre!!!

Eu tinha acabado de me ajeitar quando um menino do Ensino Medio veio correndo e me deu um empurrão fazendo com que eu rolasse dois lances de escada. E de repente tudo ficou escuro!

– Ela ta bem?

– Cara, cuidado com a cabeçada!

– Ai meu deus foi culpa minha eu não divia ter saido correndo com ela!

– Calma gente, ela ta acordando!

Eu sintia tudo girando, minha cabeça latejava e eu não conseguia enxergar o que estava acontecendo. Depois de uns minutinhos comecei a sentir como se eu estivesse flutuando.

– Ahh miinha cabeça, o que ta contecendo? - eu dizia tentando ver quem estava ao meu redor.

– Calma Jo, não faz força o Caio ta te levando até a enfermaria.

Com assim o Caio? Ele ta me carregando? Então era por isso que eu estava me sentindo flutuar. Mas por que ele ta fazendo isso?

Eu estava morrendo de raiva dele, mas infelizmente tinha que perceber que ele estava de novo me ajudando. Quando cheguei na enfermaria que fui reaparar o amontoado de pessoas que se formava em volta de mim. Percebendo que eu estava começando a acordar a enfermeira disse:

– Anda pessoal, saiam por favor! Ela bateu com a cabeça e precisa se recuperar!

Assim que todos sairam ela me deu para beber um remédio bem amargo e depois disse eu apaguei. Comecei a acordar e me toquei que estava na enfermaria do colégio quando olha pra frentem levo um susto!

– O que você ta fazendo aqui? - Perguntei meio fanha.

– Calma ruivinha, você precisa descansar!

– Já descansei o suficiente. Agora me explica, o que você ta fazendo aqui?- Ele realmente conseguia me deixar irritada.

– Todo mundo estava preocupado com você e a enfermeira só deixou um ficar aqui, como as meninas tinha a apresentação me ofereci.

A apresentetação, eu tinha que ta la. Elas estava tão empolgas, só eu e minha sorte mesmo.

– Eu tenho que ir pra lá! - Falei me levantando.

– Não, pode ficar sentadinha ai. Até porque a apresentação já acabou.

– São quantas horas??

– Hm... são 17:00h!

– Nossa, eu tenho que ligar pra minha mãe!

– Não precisa, eu já mandei fazerem isso. Elas já está á caminho, só vai passar pra buscar seus irmãos. Enquando ela não chega, trate de se deitar e descansar!

– Nada disso, Já dormi muito! Eu quero é saber tudo que aconteceu enquanto eu estava desacordada.

– Ta bom eu te conto, mas fica deitada.

– ok!

Ele me contou que estava descendo para ver a apresentação quando a Gabi veio correndo falar com ele o que tinha acontecido e pediu para ele ajuda-la a me carregar até a enfermaria e depois disse que o menino que tinha me derrubado ela um tal de João e que ele havia me pedido desculpas.

Quando ele terminou de me contar a história minha mãe chegou sto deseperada, gritando:

– Cadê minha filha??

– Calma mãe, eu to aqui!

Ela me apertava tanto que eu não conseguia respirar, só via o Caio rindo da minha cara de desespero. Ela o agradeceu e pediu pra que ele explicasse o que tinha acontecido e depois disso ele foi embora.

Minha mãe me levou pra casa, tomrei banho e me deitei mas não consegui dormir por dois motivos, o primeiro era porque eu já tinha dormido o suficiente aquele dia e o segundo era que o Caio me surpreendia cada vez mais e também não saia da minha cabeça!