“-Seja bem vinda, logo terá novas amizades!”

E isso foi apenas o inicio da minha nova tortura.

Um dia me perguntaram o que eu queria fazer da minha vida e eu respondi que ainda tinha muito tempo para pensar nisso, mas eu me enganei. O tempo passa rápido e hoje com 16 anos ainda não sei a resposta, se fosse você, o que preferiria: O grande amor da sua vida ou seu futuro acadêmico?

Tudo começou em janeiro de 2008, eu tinha uns 12 anos, foi nessa época que tudo na minha vida mudou, meu pai trabalhava em São Paulo enquanto morava comigo, minha mãe e meus irmãos gêmeos em Curitiba. Desde que me intendo por gente vejo meu pai indo e vindo, ou seja, ele morava em Curitiba, mas ia para São Paulo trabalhar. Com o tempo ele foi ficando cansado e acabou doente. Como esperado minha mãe e meu pai decidiram que iriamos nos mudar para São Paulo, assim ele poderia continuar trabalhando sem que sua saúde piorasse.

Eu descobri por acaso que íamos nos mudar, estava voltando da escola mais cedo quando encontrei minha mãe empacontando as coisas do meu quarto, quando percebeou que eu tinha visto ela veio falar comigo e disse o que eu já imaginava, porém não queria acreditar. Como assim eu vou me mudar para São Paulo daqui a uma semana? E meus amigos? Minha escola?

Naquele momento achei que minha vida havia acabado. Sempre fui um pouco dramática, mas naquela hora todo o meu drama parecia aceitável. Como eles queriam que uma criança que estava chegando à adolescência aceitasse tudo o que estava acontecendo, e minha mãe ainda queria que eu ficasse feliz de me mudar para outra cidade, pior ainda, outro estado? É irônico como os adultos tratam uma coisa tão seria assim de uma forma tão simples.

A partir dai as coisas foram piorando, me mudei pra São Paulo nas férias de janeiro então fiquei bastante tempo trancada no apartamento. Pra mim que estava acostumada a morar em casa foi horrível, era pequeno e parecia uma prisão. Quanto menos restava para o fim das férias mais eu ficava triste e com medo.

Meu pai não queria que eu falasse com meus amigos de Curitiba, ele dizia que seria melhor se eu esquecesse minha vida lá e pra isso eu teria que parar de falar com todos que conhecia e fazer novos amigo aqui, na minha nova cidade. Confesso que com o tempo fui me acostumando a gostar da grande São Paulo, aqui é totalmente diferente do que eu estava acostumada, a cidade é grande cheia de luzes e nunca para, já a minha antiga cidade tudo era bem mais calmo.

Então as aulas estavam começando e o meu medo aumentou, será que eles iriam gostar de mim? Essa pergunta não saia da minha cabeça, eu tinha medo do que poderiam achar de mim. Entrar em uma nova escola de uma nova cidade, pior, de um novo estado não era facíl, na verdade, era assustador. Estava pensando nisso quando escutei um barulho de buzina, só ai fui perceber onde eu estava: dentro do carro indo em direção a minha escola nova, Colégio São Domingos.