Uma menina perdida,

uma esquina escura

uma ilusão

e muita amargura.

Duas luas no céu estavam

uma crescente e tímida

outra imponente e fria.

Vagalumes por ali vagavam,

ventos por ali sussurravam.

E nesse lugar estranho

a paz e o encanto

por ali reinavam.

Um menino inconstante

cheio de sonhos e planos.

Poucos o entendiam e muitos o perseguiam.

De imaginação era cheio

assim como bondade ao alheio.

Com seu sobretudo seguia

procurando pelo novo dia.

Os dois trilhavam sozinhos.

Ela beirava o abismo,

encarava-o procurando seu coração

e ele afastando-a da escuridão.

Um dia o destino resolveu brincar:

ensinou a menina a amar.

Ela de confusão ficou cheia.

Ele nem desconfiava da promessa alheia.

Momentos bons passaram

Fizeram-na acreditar que era possível

e o mais incrível

é que ele nem ousou desconfiar.

Seus olhos estavam vendados,

seu coração muito bem trancado.

E a menina que por fora sorria

há muito o entendia.

Jurou que este seria o último

se não desse certo desistiria,

mas por ele até morreria.

Ele sempre queria ajudar,

mas nunca acreditava quando ela lhe dizia

que o maior bem ele já fazia.

Tornou-se a solução e o problema,

Trazendo a paz e o caos consigo

e de longe ela o queria como mais que amigo.

Sua mente não compreendia

dizia-lhe que era loucura.

Seu coração tremia

temendo a volta da amargura.

E ela assim seguiu:

Soltou as borboletas,

as deixou voar

e debaixo de duas luas

resolveu morar.