O Desabrochar De Uma Flor. escrita por Kiel Greenleaf


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic de Grand Chase que posto no Nyah, uma one shot. Por enquanto só planejo fazer One Shots até porque estou concentrada em outra fic minha de Ragnarok. (Caso alguém jogue e queira ver, só olhar no perfil)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/255705/chapter/1

Era de manhã. Ryan e Eu, como o habitual, fomos para um belo passeio matinal pela floresta. Como sempre tivemos hobbies e interesses semelhantes, isso era bem comum.

 A floresta permanecia radiante, cujas árvores e plantas possuíam folhas levemente umedecidas com orvalhos. Isso dava um aspecto de pureza, sentia até como se, se aqueles pequenos orvalhos estivessem em mim, minha alma pudesse ser lavada também. O verde predominante naquelas bandas parecia mais chamativo do que nunca.

Eu sempre dizia para Ryan que aquela era a melhor hora do dia para passear por ali. Ele, logicamente, concordava comigo. Afinal, aquele elfo conseguia ser até mais experiente que eu, em questões de natureza. Enquanto, mesmo sendo apegada à floresta, eu não conseguia viver sozinha nela devido ao meu apego por minha casa, Ryan fazia isso brincando. Isso o fez adquirir habilidades como conversar com animais e até virar um deles.

-Ryan, você é realmente demais. Viveu por tanto tempo entre os animais! – Não resisti, tive de elogiá-lo, muito admirada.

-Ah, que isso! – Respondeu ele, sem graça. Geralmente ele se acharia por isso, mas, quando estava comigo, ficava incrivelmente doce e simpático. –Você também sabe andar por florestas como ninguém. – Aproveitou para retribuir o favor, elogiando-me também.

Era verdade. Ryan sempre foi um pouco desligado e tinha problemas para se localizar. Por outro lado, eu sempre fui bem atenta.

Mesmo que tivéssemos começado aquela curta conversa, minha atenção foi roubada por uma íris. Aquela flor, em especial, estava desabrochando.

-Veja só, Ryan! Mal está se abrindo, e já é tão bonita! – Agachei-me para olhá-la mais de perto. Gostava muito de admirar flores.

-Mas há outra flor que conheço que ainda não desabrochou e já é bem bonita. – Comentou o mesmo, que permanecia ao meu lado, só que em pé. Quando ele afirmou aquilo, fitei-o.

-É mesmo, e qual flor é essa? – Indaguei, imaginando qual flor poderia ser.

-Isso não vem ao caso agora, Lire. – Retrucou, me deixando impaciente. Ele não era de me cortar daquela maneira. –Tem muitas outras flores desabrochando aí por perto. – Quando ele terminou de falar aquilo, observei em volta e vi que era realmente verdade.

Fiquei lá um bom tempo, observando-as. Rosas, lírios, íris, cravos, tinha de tudo. Eu percebia que ele sorria gentilmente, me vendo fazer aquilo. Corei um pouco, foi inevitável.

Gostava de passar o tempo com Ryan. Mas, gostava mais do que Arme, Elesis, Amy e qualquer outra garota gostaria. Aquilo era amor. No inicio, custava para admitir isso, pois minha mente só havia se acostumado com a idéia de “amizade”. Eu era muito inocente quando o conheci.

Mas, mesmo tendo-o conhecido há pouco tempo, meu coração batia forte. Meu rosto esquentava, e por fim eu agia das maneiras mais inimagináveis.

Hoje em dia, me acostumei com essa idéia. Por causa disso, percebi que ele também sente algo por mim. Tanto eu como ele sempre gostamos um do outro, mas nunca tomamos uma atitude.

Sempre fomos muito reservados e tímidos. Quando tentavam nos fazer falar algo sobre romance, corávamos e tentávamos esquivar disso. Éramos alvos de muitas piadas.

Aguentava isso, e ainda agüento. Não quero pressioná-lo, assim como provavelmente ele também não quer. É aquela velha situação. Nos sentimos confortáveis sendo só amigos. Então, para não sair desse conforto, permanecemos assim.

E assim permanecerei, até que eu resolva desabrochar, assim como esta bela íris próxima à mim. Porém, sou uma flor medrosa... E mesmo achando que tenho certeza, continuo não tendo.

Pensar nisso me deixa triste, em pensar que sou a pessoa mais sensata da Grand Chase. Quando se trata de amor, eu continuo sendo como as outras.

Uma flor que tem medo de abrir suas pétalas ao mundo.

É isso que sou.

Suspirei quando essas duas últimas frases vieram à minha mente. Ryan viu minha falta de entusiasmo repentina e tocou em meu ombro, agachando-se para ficar mais próximo à mim.

-Está cansada? Se quiser podemos voltar à base. – Aquilo me fazia sentir pior, aquela gentileza e aquele olhar preocupado me deixavam com um nó na garganta. Eu queria falar, queria muito falar.

-Tá tudo bem Ryan. – Respondi em um sorriso visivelmente forçado. Não deveria ter mentido, pois aquilo o atingiu, e ele logo teve a certeza de que eu não estava bem.

-Se é assim, podemos continuar. – Completou, fingindo não ter me visto assim. Ele era compreensivo, acima de tudo. E julgou melhor não se intrometer.

O clima ficou pesado. Mesmo ele tentando chamar minha atenção para a bela paisagem, eu não dava a mínima. Apesar de ter dito que agüentava, por alguma razão, naquele momento não estava dando certo. Meu peito doía, como se me alertasse que já não suportava aquela situação.

Alertava-me que, mesmo tentando me enganar repetindo para mim mesma que “estava tudo bem”, na verdade era o contrário. O sofrimento ignorado por mim durante todos aqueles meses veio à tona, me fazendo sentir como se estivesse sendo esmagada.

Esmagada por aquele mesmo amor que cultivei. Imaginar-me sendo sempre uma amiga do Ryan, e ele acabando por conseqüentemente arranjar outra, me fazia ter calafrios.

Foi aí então, que tomei uma atitude impensada. De repente, como se quisesse agarrar o amor que um dia perderia caso o deixasse escapar de minhas mãos, o abracei. Ele andava na frente, então abracei as suas costas, pondo minhas mãos em sua barriga. Eu o agarrava com certa força, pois tinha medo de perdê-lo.

- ...Lire? – Foi tudo o que ele disse, atônito pela minha atitude inesperada. Quando dei por mim, larguei-o. Meu medo falou mais alto e novamente mantive minha “distância segura”. Ryan estava confuso com minhas atitudes, já era tarde para voltar atrás. –Porque fez isso? – Perguntou-me, realmente não esperando por aquilo.

Me vi em uma situação em que não havia escapatória. Já o tinha abraçado, e era hora de explicar o porquê daquilo. Comecei a suar, com medo das conseqüências. Acho que cheguei até a tremer um pouco.

-Lire? Tá tudo bem? – Aos poucos ele acabou aderindo ao meu nervosismo, pensando que eu passava mal ou algo do tipo.

Então, esvaziei meus pensamentos e engoli em seco. Engoli todos os medos que haviam se apoderado de mim. Era aquela a hora. A hora em que minha vida mudaria para melhor ou não.

-Ryan... Eu fiz isso por que... – As palavras morreram por um instante, quando observei seus olhos verdes que me retribuíam em ansiedade e desejo. Senti então, através de seu olhar, que ele também esperava por aquelas doces palavras que sairiam de minha boca. –E-E-Eu... – Quando saiu algo, comecei a gaguejar, vermelha. Mas fazia esforço para continuar. –S-Sempre... T-T-Te a-a-a-amei... – Minha alma se via livre daquele fardo. Havia falado. Havia finalmente falado. Aquelas palavras soaram como música para mim, que agora me sentia em uma paz plena.

Difícil imaginar como alguém tão controlada quanto eu poderia sentir aquela explosão de sentimentos, em um único passeio pela floresta. Ryan ficou vermelho até a orelha. Parecia não saber o que falar. Também, quem de nós imaginaria que aquele grande passo ocorreria naquele instante?

-E-E-E-Eu... – Enrolou-se com as palavras, assim como eu. Acabei por dar uma leve risada diante de tal semelhança, acabando por deixá-lo frustrado. –Ei! E-Eu consigo falar! Espere só! – Aquilo me fez rir mais ainda, descontraindo totalmente meu nervosismo. –Pára de rir e escuta: Então... E-Eu... T-Te... A-A-A-AMO! – Gritou de tanta impaciência para responder, mas ao invés de me fazer cair na gargalhada, corei novamente.

-E-Então nós nos amamos... – Abaixei a cabeça, para que ele não pudesse ver o quanto sorria feliz com aquilo. Meu sorriso era o mais patético e bobo que se podia imaginar.

-É-É... – Respondeu, não abaixando a cabeça, mas virando para o lado, sem graça.

-Somos namorados? – Perguntei. Mas porque perguntei aquilo? Era lógico que éramos... Não é?

-Sim, eu acho. – Também parecia em dúvida, mas cheguei à conclusão que já que nos amávamos, obviamente sim.

-Já sei o que falta para sermos namorados. – Me veio uma idéia em mente, e ele voltou o olhar para mim, curioso.

-O que?

-Isso. – Após falar, tomei toda a coragem para me aproximar dele e beijá-lo suavemente. Meus lábios tocaram os dele, e pude sentir a maciez desse gesto. Ryan ficou surpreso, mas nada fez e aguardou minhas próximas ações. Percebendo isso, provoquei-o apertando mais minha boca contra a dele, tentando-o. Então, finalmente, ele desistiu e retribuiu. Duraram alguns minutos, sentindo aquela sensação que me fazia sentir nas nuvens.

Mas, logo nos separamos. Agora, nossos olhares nos denunciavam: Claramente ele me fitava com um olhar de paixão e desejo, enquanto eu retribuía da mesma forma.

- A Lire que eu conheço não me beijaria assim de repente! – Exclamou, só que em um tom brincalhão. Dei uma risada abafada, para extravasar a tensão tida anteriormente. –Mas eu prefiro essa Lire de agora. – Concluiu, me fazendo sorrir.

-Bobo... Eu sempre fui assim. Só tinha receio... – Tentei justificar-me, mas ele pareceu se lembrar de algo após eu falar aquilo.

-Se lembra do que disse antes? Da flor que era bonita mesmo antes de desabrochar? – Indagou ele, e respondi com um gesto afirmativo com a cabeça. – Era você. – Foi então que me toquei.

Eu, assim como aquela íris, abri minhas pétalas. Finalmente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram, odiaram? Favor mandarem Reviews! =3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Desabrochar De Uma Flor." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.