Escrevendo Nas Estrelas escrita por Fantine


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

"Aquiles ordena-lhe então que vista o seu escudo, o escudo em que Hefesto pintou céu, terra, mar, o fogo que tudo consome, o sol infatigável, as estrelas e a lua, as cidades mais belas, as bodas, as festas e as celebrações dos humanos. Essa faiscante visão harmónica do universo concepção épica de Homero fará, por si só, tremer o adversário."
Manuel S. Fonseca



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O guerreiro não esperou segunda ordem e começou a vestir a resistente couraça. Colocou, depois, as cabeleiras, que prendeu às pernas com fivelas de prata. Lançou aos ombros a espada de bronze com incrustações de prata e sobraçou o imenso escudo. Pôs o capacete de bronze, bem modelado e sólido, tendo no alto um penacho de crina, que por si só bastava para infundir pavor ao adversário, na cabeça.


– Pai, Pai! Quem era Aquiles?

– Telémaco, meu filho, quem te falou dele?

– Ah pai... quem era?

Ulisses olhava Telémaco, agora nos seus vinte anos, como se ele fosse ainda o rapazinho pequeno que era antes dele partir para Tróia.

– Sabes, meu filho, Aquiles, foi um grande guerreiro, o maior de todos. O único homem que assinou o seu nome nas estrelas...

– Mas a mãe disse que qualquer um podia fazê-lo. Disse - me, até, que um dia iria conseguir.

– Sempre, e desde que conheças as leis básicas e as domines.

– Então?

– Então o quê? - Ulisses sorriu, sabia exactamente o que o seu filho queria, mas queria escutar da sua boca.

– Porque era ele especial?

– Quem disse que era?

Telémaco olhou para o seu pai...

– Ele assinou o seu próprio nome, esquecendo que era apenas um homem e não um deus... Embora agora, eu, já não esteja tão certo disso.

Ele observou então o seu filho arregalar os olhos, perante tal contradição...

– Ela era um deus?

– Não... os deuses são imortais...

– Então porque disses - te que não tinhas a certeza da sua natureza?

– Ele assinou o seu nome nas estrelas, o seu nome será eterno. Ele morreu como um mortal, mas ele sempre será recordado como um deus. Ele morreu porque a sua glória, andava de mãos dadas com o seu destino. Os homens são assombrados pela vastidão da eternidade. E assim perguntamo - nos: será que as nossas ações ecoam através dos séculos? Será que estranhos ouvirão os nossos nomes muito depois que se forem, e saberão quem éramos, como nós lutamos bravamente, como ferozmente nós tenhamos amado? Mas uma coisa eu tenho a certeza, meu filho, vão escrever histórias sobre as suas vitorias por milhares de anos, o mundo vai se lembrar do seu nome pelo resto dos tempos. Nós, homens, somos coisas miseráveis. Mas a verdade é que os deuses invejam - nos, eles invejam - nos porque somos mortais, porque qualquer momento pode ser o último, tudo é mais bonito e estamos fadados a isto, nunca ficará mais belo do que está agora, nós nunca mais estaremos aqui... Não meu filho, Aquiles nunca foi um deus, nunca teve nada de divino. Mas ele sempre será lembrado... porque ele foi bem mais do que um deus.


***

Se alguma vez contarem a minha história, que digam que eu caminhei com gigantes.

Os homens ascendem e tombam como o trigo de Inverno...

...mas estes nomes jamais morrerão.

Que digam que eu vivi na era de Heitor...

...domador de cavalos.

Que digam...

...que vivi na era de Aquiles.


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Notas finais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=N3OWOr0ZhpM



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