Alternativos escrita por hwon keith


Capítulo 1
- Uma Erza furiosa e um Jellal acanhado.


Notas iniciais do capítulo

Esta é uma seriezinha de one shot dos casais. Boa leitura!



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– JELLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAL!

Sim, era realmente o som que o fazia tremer. Não que Jellal Fernades, ex-Mago Santo fosse fracote, mas a ira descontrolada de sua mulher era uma das únicas coisas que o colocavam medo. Ah, como o colocava.

O homem de cabelos azuis deixou a escova de dentes cair na pia quando abriu a boca, em pânico. Merda, o que ele fizera?! Não lembrava-se de nada, mas isso não significava muita coisa. Ultimamente andara esquecendo bastante.

Tipo, como o aniversário de Erza. Um erro terrível. Nem precisa ser dito que ele quase apanhou, não?

Agora, vasculhava sua mente a procura de alguma data que pudesse ter esquecido. Aniversário? Não (ele fora forçado a decorar a data, para não sofrer danos físicos novamente). Aniversário de casamento? (Hm, não. Passara-se apenas alguns meses que eles se casaram.) Primeiro beijo? (Ah, por favor! Ninguém se lembra dessa data!)

Rolando os olhos com o último pensamento, Jellal deixou-se desprevenido. Entrando no banheiro com um andar de cobra planejando o bote, Erza aproximou-se sorrateiramente. Seu rosto estava vermelho e seus olhos roxos escuros brilhavam psicoticamente.

– Oi amor.

E Jellal QUASE se cagou. Olhou no espelho com um medo terrível, e soltou um grito que quase estourou os tímpanos dos dois.

Com o coração batendo descontroladamente, e temendo ter um infarto com aquele susto, ele se virou, encolhendo.

Esperando a morte.

E falando sério, até a Morte em pessoa devia ser mais gentil e compreensiva do que uma Erza de TPM.

É, ela devia estar nela.

MERDA!

– O-oi... - gaguejou, tentando sorrir. O que saiu foi um esgar mal planejado.

Erza sorriu malignamente, torcendo o pescoço para um lado.

CARALHO! Ela parecia uma maníaca mais do que nunca.

Correr, ou não correr? FODA-SE, vou morrer de qualquer jeito!

– Ei amor... - sorriu com algum esforço Jellal, afastando-se um pouco da mulher e passando por ela. Erza virou-se para ele, ainda sorrindo daquele jeito doido - Lembrei de lavar a louça... Vou indo!

E saiu correndo dali.

Estranhamente, Erza não o seguiu.



Jellal acabara com sua tarefa, e secava suas mãos outrora molhadas. Olhava para a louça limpa e sorria: Realmente, ele sabia lavar. Não molhara quase nada na pia e não fizera um estrago na cozinha, como sua mulher fazia. De algum modo, ele parecia ter mais jeito.

Então, caiu a ficha: Onde estava Erza? Realmente, ele não a via desde que a deixou no banheiro. Pensou que ela a seguiria, e é claro que temeu alguma explosão. Mas ela não foi atrás. E ele se esqueceu disso quando teve um choque quando viu tanta louça suja. Pôs-se a limpá-la rapidamente e esqueceu-se da mulher. Agora, lembrando-se, ela estava tão furiosa! Por quê? Talvez por causa da louça? Ah, não podia. Geralmente era Jellal que cuidava dessa tarefa. A mulher sempre parecia achar uma maneira que quebrar um copo ou um prato.

O azulado riu. Sua amada não tinha jeito na cozinha. Claro que ela sabia fazer uns pratos realmente deliciosos, mas deixava quase todo tempo o trabalho culinário para ele. Jellal gostava de cozinhar, ao contrário dela. Erza só o fazia quando estava inspirada ou quando obrigada.

Ao seu contrário, Jellal amava fazer comida. Aprendeu no tempo de andanças contra guildas das trevas, com Ultear e Meredy. Claro que elas não viam problema em cozinhar, mas ele sempre queria o fazer. Descobriu um talento e um amor por essa prática que na maioria das vezes, em sua solidão e auto punição, o distraia.

Voltando a realidade, deixou essas divagações de lado. Porém, tinha um sorriso no rosto. Lembranças do passado! Não que sentisse falta do tempo onde desejava mais do que tudo morrer, deixar de ser um peso para Erza, mas naquela época ele aprendera o que era importante. Deixou para trás para sempre o Jellal mesquinha e aspirante ao poder supremo, e criou um Jellal muito parecido, senão igual, ao que fora quando criança: Alegre, destemido, corajoso, e mais do que tudo, amoroso.

Então, agora, com isso em mente, e calmo, Jellal dirigiu-se ao banheiro. Surpreso, não encontrara Erza lá. Então, pensativo, decidiu ir até o quarto do casal, onde ela poderia estar chutando algo ou destruindo tudo com suas espadas.

Ah. Ele realmente não queria isso.

Já bastava ter gastado uma fortuna no casamento, aparentemente simples! Já bastava ter pagado a fiança de Natsu e Gray, que quase se mataram na festa! E mais ainda, já bastava ele ter pagado TODA a bebida gasta, e TODOS os bolos pré casamento que Erza pedira!

E também já bastava ele ter que aguentar as paranóias dela de ter engordado! Ah, por favor, (pediu, quase chorando) que ela não tenha quebrado algo para eu ter que mandar concertar!

Desolado, ele entrou no quarto. Então, foi seu susto tremendo, quando pensara que veria tudo ali acabado, quando viu o quarto intacto, nada alterado, e sua mulher sentada na cama, com a cabeça nas pernas.

Foi tomado por um sentimento de preocupação. Ela estava quieta demais...

– Meu amor - falou, se aproximando e sentando-se ao seu lado. Erza não demonstrou reação nenhuma - O que houve? Você está bem?

Depois de alguns torturantes minutos de silêncio, Erza levantou os olhos. Surpreso e chocado, Jellal viu que ela chorava.

Erza o abraçou. Instantaneamente, ele retribuiu.

– Erza, por favor! - implorou, agora com medo na voz - O que houve? Por que está chorando? Há algo de errado? Por favor, me conte, está sentindo dor?

Rindo entre soluços, Erza se afastou, e pôs uma mão sob o peito dele. Com a outra, limpou as constantes lágrimas que caiam por seu rosto.

Seu sorriso era estranho. Um misto de alegria e dor.

– Jellal - disse, olhando-o. Ele segurou suas mãos com força, transmitindo que estava ali para tudo que ela precisasse. Ela riu novamente - Eu tenho uma coisa para te contar. Mas primeiro, desculpe pelo ataque de antes, mas eu estava muito surpresa...

Sua voz diminuiu e morreu. Ela olhava para seus dedos, nas mãos de Jellal. Este, agora, sorriu de lado e levou uma mão até o rosto da mulher, o acariciando.

Então, uma lágrima caiu dos olhos roxos. Com calma, a ponta dos dedos de Jellal a limpou.

Erza respirou fundo e suspirou.

– Lembra dos meus ataques de fúria?

Jellal riu, ainda acariciando seu rosto.

– Ah, lembro. Como poderia me esquecer?

Erza riu de seu tom irônico. Ainda olhava para suas mãos entrelaçadas.

– E da minha paranóia de ter engordado?

Ele fez que sim.

– Lembra-se... Dos meus enjoos? Que até fui no médico e não havia nada de errado?

Uma luz surgiu na mente de Jellal. Porém, na ansia de responder, ele ignorou-a.

– Lembro sim. Eu te levei. Ele disse que era apenas uma comida estragada ou nervosismo.

Ela concordou. Mas, porém, levantou o rosto e encarou a imensidão verde que eram os olhos de Jellal.

– Ele disse mais uma coisa. Mas foi depois que saímos de lá. Ele me mandou uma carta e pediu que eu fizesse uns exames.

Jellal sentiu um embrulho no estômago. Estava começando a ficar com medo.

Iria falar algo, mas Erza o calou, colocando um dedo sob seus lábios.

– Deixe-me terminar, ok?

Ele amuou, concordando.

Erza puxou a mão e olhou para um ponto qualquer, parecendo perdida em pensamentos.

– Eu não acreditei no que ele disse de princípio, mas fiz os exames. E... - ela fez uma pausa, mas depois retomou - Eles saíram hoje, Jellal.

Pelo modo que ela voltara a olhar para baixo, largando a mão dele, Jellal viu que era coisa séria. Começou a entrar em desespero.

– Erza, olhe para mim! - exclamou, agarrando a mulher com delicadeza pelos ombros, remexendo-a tentando fazê-la olhar para si - Por favor, me diga o que aconteceu? Está doente? É sério? Me diga, eu imploro! - e começou a chorar, desesperado.

Erza, assustada com isso, o olhou, e rapidamente pousou uma mão em seu rosto. Ele fechou os olhos diante o toque.

– Acalme-se. Não, não é uma doença. Mas sim, é grave. É algo que vai nos tirar noites de sono e vai nos deixar realmente irritados.

Mordendo o lábio inferior, e com um aperto terrível na garganta, Jellal apenas pronunciou uma palavra:

– Diga.

Então, Erza sorriu. O sorriso mais lindo que ele já vira em seu rosto. Não era nada comparado ao dia que ele pedira em casamento, enfim. Não chegava perto ao dia do casamento. Não, era algo muito mais belo e natural, claro e transbordado de felicidade.

E as três palavras a seguir, estranhamente, mudaram o mundo do Fernades.

– Eu estou grávida.



Caramba, como Erza estava gorda! Ah, que ela não ouvisse seus pensamentos, senão, sem sombra de dúvida, o mataria lenta e dolorosamente.

Jellal preparada um brigadeiro com todo amor e carinho que sua mulher e seu filho necessitavam. Tinha um sorriso bobo no rosto, lembrando-se de todos aqueles meses que se passaram desde que ela contara que estava grávida. Tanta coisa! Tanto acontecimentos! Não deixou de rir quando lembrou-se de alguns.

" - GENTE, A ERZA TA ENORME! OLHA ESSA BARRIGA, DEVE SER VERMES!

– Não fala merda, Natsu! Ela está grávida, seu idiota! Quanto tempo você ia levar pra descobrir isso, seu babaca?

– O QUEEEEEEE VOCÊ ME CHAMOU, GRAY? SEU DESGRAÇADO, VOU TE MATAR! OLHOS CAÍDOS!

– PODE VIR, OLHOS PUXADOS!"

" - Maaas eu quero aquele bolo - choramingou Erza, agarrada no braço de Jellal, enquanto eles passavam pela vitrine extremamente atraente de um café.

– Erza, você já comeu demais! Isso pode fazer mal para nosso filho!

– Não vai fazer mal nada, hunf - retrucou de volta a mulher, fazendo bico. Jellal riu diante a cena. Ela o olhou mortalmente - Ah, vamos por favor! - anuiu, fingindo choro - Só mais um! É a última vez!

– Foi o que você disse nas últimas dezessete vezes, Erza.

– Mas desta vez é verdade!

– Não.

Erza resmungou, soltando o braço do homem, que controlou-se para não rir.

Então, saiu do café um jovem qualquer de cabelos pretos e compridos, carregando um bolo e apressado.

– Merda, vou me atrasar! - murmurava.

Então, ele bateu sem querer em Erza. Pediu desculpas e começou a se afastar.

Mas o estrago já estava feito.

NUNCA, NUNCA enfureça uma mulher grávida, muito mais ela sendo Erza Scarlet!

Digamos que o Café, o jovem, e eu tivemos um grande estrago. Só quem ficou feliz foi Erza, degustando "seu" maravilhoso bolo.

E demorou bastante tempo pra eu pagar todo a destruição que aquela mulher demoníaca causou."

Ri das lembranças. Então, perceptivo, vi que o brigadeiro chegara ao seu ponto. Tirei-o do fogo, pus num prato e dirigi-me até nosso quarto, onde Erza estava lendo um livro, este posto sob sua barriga agora enorme.

– Olha o que fiz para você! - exclamei, sentando-me na cama. Erza olhou-me surpresa, e depois maravilhada.

– Obrigada! - falou, pegando o prato, e já colocando uma colherada com rapidez em sua boca.

– Eu que agradeço, meu amor - beijei sua testa, e ela soltou um som de contentamento.

Não podia estar mais feliz. Dali alguns dias provavelmente nasceria meu garoto, e minha felicidade iria aumentar muito. Eu não podia pedir mais, estava em êxtase. Mal podia acreditar.

Beijei novamente a testa de Erza, e abracei. Ela largou o prato, e ainda com a colher na boca, retribuiu.

Mas, pensei, quando acariciava a barriga enorme, nem tudo eram flores. Vocês não iam acreditar como foi tenso aquele período! Erza dez vezes mais paranóica, maníaca, tendo surtos, comendo quase tudo, chorando por qualquer motivo, tendo um apetite tremendo por sexo (não que eu reclame, em todo caso ne, se é que me entendem. Hehehe) e arranjando qualquer desculpa para reclamar de tudo e de todos!

Porém, eu não me incomodava. Ao contrário, me divertia. Eu sabia que minha mulher estava radiante e não podia sentir menos do que isso.

Naquele momento então, eram apenas Jellal, Erza e seu filho na barriga. Mas logo seriam Jellal, Erza e o filho. Seriam os três, o trio perfeito, insubstituível e lindo. Nada podia estar melhor...

Então, Erza pulou da cama, saindo de meus braços e correndo para o banheiro. Ouvi-a vomitar. Ri.

É, pensei, deitando-me na cama e cruzando os braços atrás da cabeça, enquanto ouvia Erza xingar furiosamente, nada podia estar melhor.

Seria impossível.



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