POV’s Katrinny

Eu ainda estava olhando para aquele guarda-roupa todo bagunçado sem saber o que fazer havia horas, então olhei para a Bruna, que estava parecendo um defunto jogado de mau jeito na minha cama e fiz uma cara de bebê chorão que eu acho que ela entendeu.

– Eu não tenho roupas pra ir! – fiz aegyo... mesmo sabendo que a Bruna odeia.

– Hm, você tem tanta roupa aí, que se fosse dar para doação, iria agasalhar a África toda! – ela me olhou com seu mau humor habitual quando se trata dessas “coisas” de feminilidade.

– Chata! Você não entende nada de moda, sua coisa! Se eu encontrar o EunHyuk Oppa lá, eu tenho que estar vestida adequadamente, não como você, parece uma mendiga dentro de casa! – eu estava cutucando onça com vara curta, literalmente.

– O QUE?! Você está viajando na maionese, Katrinny!! Qual é a possibilidade disso acontecer? Mesmo se você o encontrasse, ele acharia que você é uma estátua viva, de tão paralisada que ia ficar sua cara! Mas ele não perceberia muito bem...porque você sempre está com uma cara de bosta!! – ela riu da minha cara. Eu quase pulei nela.

–CARA DE BOSTA?!! VOCÊ VAI FICAR COM CARA DE BOSTA SE NÃO PARAR DE DIZER ESSAS BESTEIRAS ABSURDAS!! – comecei a correr atrás dela.

– Coisa absurda é ter que olhar você babando na frente do computador olhando o seu Oppa sem camisa!! – como aquela coisa corria rápido – SUA PERVA DE PRIMEIRA CLASSEEEEE!!!

Eu parei de correr e percebi que já estávamos no meio da rua com todos os vizinhos olhando para nós como se fossemos umas psicopatas sem cérebro e dementes.

– CALMA TUDO AE!! CHEGUEI NESTA PORRAAA!!! – a Brenda chegou abafando no local com umas cinco malas.

– Cuma? Tu colocou foi teu quarto dentro das malas foi? – eu e a Bruna falamos juntas como se nada tivesse acontecido e os vizinhos ainda não estivessem olhando para nós como se estivessem assistindo uma cena de briga na novela das oito da Globo.

– Eu coloquei apenas o necessário aqui! Roupas, pôsteres, sapatos, maquiagem, acessórios, CD’s, fotos do NichKhun e do DongHae... – uma hora de discurso sobre o que ela estava levando nas malas - ...sabe, só o básico mesmo!

Agora eu confesso, eu e a Bruna estávamos como uma típica cara de bosta preguiçosa.

– Bom, eu já fiz minhas malas, mas a Katrinny, como ela é a lerdeza em pessoa, nem começou! – a Bruna falava naturalmente... enquanto eu espancava ela.

– Tá, eu ajudo a arrumar as suas malas! Nós vamos hoje à noite e vocês duas nem estão prontas? Vocês merecem a morte!... – a Brenda parecia, só PARECIA calma...por pouco tempo – SE NÓS NOS ATRASARMOS, EU ARRANCO O FÍGADO DAS DUAS COM OS DENTES!

Bem, não preciso dizer mais nada. Nós corremos para dentro de casa ates que aquela estripadora assassina esfoladora de seres humanos nos alcançasse e arrancasse todas as nossas vísceras.

Depois de horas tentando (TENTANDO, eu repito), conseguimos terminar de arrumar minhas coisas. Eu choraminguei um pouco, porque elas quebraram tudo que viam pela frente jogando as coisas sem dó nem piedade dentro da mala.

Finalmente estávamos indo para o aeroporto, e meu coração disparou quando eu vi uns asiáticos, provavelmente coreanos, desembarcando e eu pensei: “AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH”. Tá legal, isso não foi um pensamento, mas foi um grito, então ainda está valendo.

No início da viagem, eu ainda estava uma alegria de pessoa. No meio da viagem, eu faltava vomitar o meu próprio estômago e fazer as pessoas dali nadarem nele. Além de que eu não dormi NADA naquela carroça que se diz voar. Desabafo mental: “EU QUERO DORMIR, SÓ QUE O MALDITO RONCO DA BRENDA NÃO DEIXA!!(pegando faca)”.

Depois de um século dentro daquele local, que eu prefiro não descrever, pois era horrível, nós finalmente chegamos na CORÉIA DO SUL. Não preciso nem comentar a cena de três ocidentais gritando loucamente e abraçando um monte de bebês asiáticos...quase sendo arrastadas pelos seguranças do aeroporto que fizeram nós prometermos que não iríamos causar confusão.

– Valeu a pena! Quase fomos presas, mas valeu a pena! – a Bruna ergueu o braço estilo Fred Mercury e fez o moonwalker, acredite ou não, nós sabemos dançar. Até que ela esbarrou em alguém. Só podia ser aquela coisa mesmo, a Bruna é impossível.

– 죄송합니다! (Desculpe!) – ela se esforçou no seu coreano até olhar para trás e ficar com aquela cara de bosta que ela descreveu quando ainda estávamos lá no Brasil.

– Bruna? Viu um fantasma, foi? – eu coloquei a mão na frente do rosto dela até que percebi o que ela estava olhando tão fixamente – Meu Deus...meu segundo marido veio aqui me receber!!!

A Brenda chegou e completou o trio das três caras de bosta naquele aeroporto. Claro que nós gritaríamos loucamente até nossa morte...se aqueles fortões seguranças e gostosos da Coréia vieram até nós nos expulsar do aeroporto por fazer um barraco lá pela segunda vez(Vamos esquecer a história dos bebês, ok? Valeu a pena!), até que eu comecei a me sentir mal e vomitei no guarda. Aquilo seria muito engraçado se eu não tivesse perdido a consciência do que estava acontecendo.

A única coisa que eu senti naquele momento, foi mãos fortes e masculinas (*morre eternamente x) me pegarem no colo e me levar para um lugar frio e fedorento, creio que seja uma enfermaria, pois enfermarias fedem a formol.

Já estava acordando, quando percebi uma conversa em coreano e um pouco tensa em minha volta. Então, fingindo que ainda estava desmaiada, eu abri só um pouco o olho e notei aonde estava.

– OH MY GOD!! O QUE EU ESTOU FAZENDO NOS BRAÇOS DESSE DEUS GREGO QUE DESCEU DO OLIMPO?? AAAAAAAAAAHHHHHHH!!! – eu não conseguia parar de agarrá-lo enquanto o Joon tentava inutilmente me colocar em uma maca.

– Solta ele Katrinny! – a Bruna me deu um peteleco tão forte que tive que tirar meus braços do pescoço dele para acariciar o local que agora estava doendo muito.(Obs.: Nós estávamos falando em português, ele não estava entendendo nada, obviamente.)

– AH SUA VACA!! VOCÊ VAI MORRER!! – pulei em cima dela, mas outra pessoa, bem conhecida por nós como Baby Mir nos separou e deu um sorriso que simplesmente amoleceu nossos corações para olharmos as belezas do MBLAQ em nossa volta.

(Agora sim estamos falando em coreano)

– Olá! – fizemos uma reverência.

– Olá! – eles responderam. Meu Deus, que seres perfeitos.

– N-n-nos desculpe por termos causado problemas! – era a primeira vez que eu via a Bruna gaguejando de nervosismo, mas não posso nem comentar minha situação mental naquele momento.

– Oh, tudo bem! Vocês são brasileiras, certo? Nós aprendemos a reconhecer quando fomos para o Brasil! – o G.O sorria ao nos olhar e a Bruna mais uma vez parecia que ia desmoronar. A Brenda ainda continuava calada...por pouco tempo.

– Sim, somos! É um prazer conhecer vocês! – ela parecia à única com sanidade no grupo.

– Nós já estamos de saída, mas que tal um dia sairmos em grupo? – o Thunder falou entregando um papel para nós timidamente com um sorriso de bebê que nós nunca vamos esquecer.

– Nós adoraríamos! – a Bruna deu um belo sorriso aberto e eles sorriram em reposta saindo dom local.

–Eu vou morrer! – a Brendoca finalmente falou uma grande verdade. Pensei que ela estava muda.

– É NÓIS!! – nos falamos bem alto chamando a atenção das pessoas que não entendiam nada de português a nossa volta.

Nós fomos para o nosso apartamento de luxo em um local nobre de Seul e começamos a arrumar nossas coisas por lá.

Nós ainda teríamos grandes surpresas naquele dia...

CONTINUA...