Ciclone - O Romance De Edward E Bella escrita por Déborah Ingryd


Capítulo 8
Capítulo 8 - O inesperado


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Não abri os olhos, mas isso não impediu que a luz ofuscante do sol penetrasse por minhas pálpebras. Já que era dia, resolvi voltar pra casa e me secar, se tivesse sorte Carlisle ainda estaria lá, assim poderia me desculpar.

Abri os olhos e olhei para o lado, como se esperasse encontrar Bella ali, senti uma pontada no peito, parecia ter sido tão real...

Sacudi a cabeça, tudo menos isso agora. Levantei-me e senti que minha garganta queimava, já fazia mesmo algum tempo em que não caçava, resolvi que pediria desculpas depois. Deixei-me em alerta, à espera, de que algum cheiro invadisse minha mente, para poder deixar meu instinto entrar em ação. Senti um cheiro agradável, muito diferente de minhas presas habituais, ele me lembrava um cheiro parecido... Mas eu não me preocuparia com isso agora, estava sedento, precisava ir de encontro com aquele odor maravilhoso, corri em direção à presa. Quanto mais me aproximava, mais o cheiro delicioso me invadia, até que parei, havia somente um arbusto me separando do alvo, aproximei o rosto e o doce aroma invadiu minhas narinas, mil vezes mais forte, ao mesmo tempo, que o reconhecimento. Dei um pulo pra trás no momento que percebi a quem aquele cheiro pertencia, mas o que ela estava fazendo aqui? Todo o vestígio de caçador desapareceu, substituído por três sentimentos: Medo, felicidade e preocupação.

Medo por que sabia que se me aproximasse mais um pouco, colocaria em risco a vida de minha amada, e isso era algo que eu não perdoaria, eu nunca a machucaria, a convicção era tão forte que imaginei não ser possível fazer-lhe algum mal. Então, fui dominado pela felicidade de encontrá-la ali, mesmo que não pudesse vê-la, era ela, a minha Bella, com quem imaginei estar algumas horas atrás, ali, ali, ali, a alguns centímetros de mim e... Pensei que explodiria de felicidade, mas percebi algo, que preferia morrer a ouvir aquele som novamente, o som de lágrimas escorrendo o rosto amado, foi ai que a preocupação invadiu-me. Aproximei-me até colocar o ouvido direito no arbusto, ouvi-a chorar e soluçar bem baixinho.

– Edward – entrei em alerta, mas fiquei parado onde estava – sabe Edward, você disse pra mim esquecer-lhe – ouvi o barulho de tinta escorregar no papel, então ela escrevia-me um carta? Parei para ouvir – ela pigarreou uma vez – mas não está sendo fácil, meu amor. Parece bobagem, mas na noite retrasada, foi como se você estivesse ao meu lado, senti você.

Senti um aperto no coração, ela percebeu minha presença? Não era possível... Mesmo com toda preocupação me se sentia feliz.

– Edward, eu sinto sua falta e a única coisa que faço para amenizara dor, é escrevendo-lhe cartas, assim finjo que você está viajando, e o único meio de comunicação é esse. – agora ela chorava desesperadamente, ergui um dedo, mas me contive – Não vou esquece-lhe! – disse em uma voz firme – e nem quero! Mas às vezes é tão difícil ter certeza que você existiu, meus pais fazem de tudo para não tocar no assunto... A dor é a minha única aliada, a única que me faz ter certeza que você um dia esteve aqui, ao meu lado, que um dia acariciou meus lábios, que um dia, abraçou-me, um dia... Um dia... – agora era soluçava violentamente.

Uma dor se apossou de mim, uma dor que suplantava até mesmo a dor da transformação, era algo inexplicável, queria atravessar aquele limite entre nós dois e pegá-la em meus braços, mas sabia que isso não era algo possível. Então mais uma vez eu seria um covarde? Deixaria o amor de minha existência desamparada? Não! Eu não faria isso, não importava o que Carlisle diria ou pensasse, eu veria minha Bella novamente.

– Queria vê-lo uma última vez Edward, não importa como, só queria vê-lo.

Então nossos pensamentos conciliavam.

Dei um passo à frente, fazendo com que as folhas se mexessem. Ouvi Bella se mexer, o coração palpitava assustado. Então falaria antes de aparecer.

– Bella?

Então entrei em seu campo de visão e ela ao meu. Seus olhos se arregalaram, a boca abriu, mas dela não saiu som algum, o coração parara, para logo depois acelerar violentamente. Não sabia exatamente o que eu passava exteriormente, mas interiormente eu estava com um turbilhão de emoções, estava feliz, satisfeito, mas acima de tudo preocupado com a reação de Bella, se eu falasse alguma coisa pioraria a situação, então deixaria que ela absorvesse o que estava acontecendo.

Suas pernas tremiam, ela queria sair dali, eu sabia que aquilo fora um erro, mas não havia uma parte de mim que se arrependia, era satisfatório vê-la ali, mas seria melhor se ela não estivesse morrendo de medo.

Resolvi falar.

– Pensei que queria me ver – falei suavemente, seus olhos se arregalaram ainda mais, como se fosse possível – que não importasse como.

Não achei que seria capaz de perceber alguma coisa nessa altura do campeonato, mas percebi que não ouvia nada nos pensamentos de Bella, deveria ter percebido isso antes, mas só agora com ela frente a frente comigo e com essa curiosidade quase que dolorosa, que caiu a ficha.

– Q-quem é v-você? – gaguejou.

Franzi o cenho, como assim quem eu era?

– Bella, sou eu, o seu Edward.

– Não. – disse em uma voz fraca, mas ainda assim era firme – Seus olhos...

Foi ai que entendi, é claro que eu estava diferente e cor dos olhos a quem ela tanto elogiava, mudara. Eram dourados, e ainda tinha a cor da pele, antes era um tanto bronzeada, hoje eu era branco feito osso, minhas feições estavam perfeitas demais... Mas ainda assim acreditava que de qualquer jeito, o antigo Edward ainda estava ali, mudei muito, mas não tanto para que estivesse irreconhecível.

Conclui que ela estava apavorada, que por mais que quisesse me ver, ela esperava que o antigo Edward aparecesse pra ela, e não essa nova versão. Aos poucos fui percebendo tamanha besteira que eu fizera, aparecer pra ela ali, o que eu pensara afinal? Que ela me receberia de braços abertos? Um monstro como eu?

Olhei pra ela. Algo havia mudado em seus olhos, não eram mais apavorados como antes e sim solidários e havia um toque de... Reconhecimento?

– Edward?

Ela estendeu a mão pra mim. Repeti o gesto. Mas estávamos longe para nos tocarmos.

– Sim, sou eu Bella. Estou diferente, mas ainda sou eu.

Ela abriu-me um lindo sorriso.

– Sei que estou sonhando, até estou vendo-lhe diferente, mas é melhor do que não vê-lo, do que sentir tamanha dor...

– Não Bella, não está sonhando.

– Estou sim – disse franzindo o cenho.

Deveria deixá-la pensar que estava sonhando, assim poderia ir embora sem prejudicar ambos, mas não queria isso, queria Bella lúcida.

– Não, não está.

– Você morreu o Dr. Cullen mostrou-me sua carta, disse-me que fora seu último ato.

Nesse momento amaldiçoei aquela carta deveria ter escrito que em breve nos veríamos, inventado um desculpa, que eu conseguira me salvar, mas que ficara diferente. Mas isso não era possível. Então teria que convencê-la.

– Ele mentiu – não colocaria a culpa toda nele – bom, nós mentimos. Fora a única maneira que encontramos para esconder-lhe a verdade, lhe dizendo que escrevi uma carta de despedida, antes de morrer, mas na verdade escrevi a carta depois que sai do hospital e...

– O que?! – disse interrompendo-me – você estava doente, escreveu isso, disse que todos estavam, mentiu sobre isso também?

– Não, eu realmente estava morrendo, mas Carlisle encontrou um jeito de salvar-me, por isso estou diferente. Mas era perigoso pra você ficar sabendo, então menti.

Ela voltou a chorar.

– Está me dizendo que, chorei por todas as noites em vão? Que acreditei em tudo aquilo, sendo que não se passava de uma mentira? E você deixou-me sofrer Edward?

Avancei um passo, ela se afastou.

– Bella, eu juro meu amor que, se eu soubesse que poderia haver a mínima possibilidade de você aceitar o que eu sou agora, teria contado-lhe a verdade.

– Como assim o que você é agora? Você é o meu Edward!

Baixei os olhos.

– Não, não sou, disse que era, mas não sou. Estou longe de ser.

– Entendi direito?

– Sim – levantei os olhos – nem deveria estar aqui Bella! Foi um erro, ouvi você chorar e me sensibilizei com isso, mas é errado, deveria ir embora agora!

Ela deu dois passos a frente.

– Não Edward, não! Eu te amo, não faça isso comigo, não me deixe. Eu te amo.

A sensação de déjà vú me sobressaltou, não poderia deixá-la, não queria, mas deveria, era o certo, mas estava cansado de fazer o certo.

– Tudo bem, não vou embora.

Ela veio até mim e me abraçou. Havia dois problemas: primeiro o cheiro dela era muito bom e segundo eu era milhões de vezes mais forte que ela, então parei de respirar e abracei-a delicadamente.

– Hã... Bella?

– Sim?

– Terá que ter mais cuidado amor, estou mais forte do que eu era e não quero machucá-la.

– Acho que percebi não me lembro de você ser tão duro.

Suspirei.

– Eu sei.

– Edward?

– Sim?

– Como Carlisle salvou você?

– Prefiro não falar sobre isso.

– Mas precisa – disse olhando pra mim – como vou explicar aos meus pais a cor de seus olhos? Não quero problemas e nem que adiem mais o nosso casamento.

Respirei fundo, é óbvio que ela pensara que tudo voltara ao normal, teria que lhe explicar cuidadosamente, se queria ela por perto.

– Bella – disse lentamente – nós não podemos nos casar.

Ela se afastou de meus braços.

– Por quê? – disse franzindo o cenho – está tudo bem agora.

– Não, não está. O que eu sou agora Bella, não serve pra você. Disse que não iria embora, mas só não vou embora agora, depois tenho que ir, não vou atrapalhar sua vida. Estou somente lhe concedendo uma despedida que não tivemos.

Lágrimas surgiram em seus olhos.

– Por quê? O que fiz de errado? Não me amas mais?

– Eu amo você Bella, tanto que não sei se sou capaz de explicar. Mas como eu disse antes, não sirvo pra você.

– Não Edward, você é tudo aquilo que eu preciso.

– Não, não mais. Carlisle me transformou em uma coisa horrível Bella. Estou tentando poupar-nos, se eu contar-lhe, sairá correndo daqui. Não sei se sou capaz de sobreviver a isso.

– Eu nunca abandonaria você, não importa o que me disser.

– Não fazes ideia do que é.

– Talvez se me contasse...

– Nunca.

– Não vou fugir... Ou talvez não seja isso, talvez não queira me contar, pois tem medo que eu fale pra alguém. Não confia em mim.

Ri sem humor algum.

– Isso não me preocupa, mesmo que contasse a alguém, ninguém acreditaria. Talvez se fosse no século passado...

– Do que está falando?

– Meu único medo é assustar você! – disse firme demais. Ela estremeceu.

– Desculpe-me, isso foi rude.

– Conte-me – disse de maneira doce, como sempre fazia quando queria descobrir algo – por favor, Edward, eu estou implorando-lhe.

– Ah! Bella!

– Prometo não fugir... Se eu fugir, pode correr atrás de mim e fazer o que quiser...

– Isso é sério Bella.

Ela sempre dizia isso quando eu recusava-lhe contar algo, algo que poderia fazer-lhe rir, o que não era o caso.

– Faça o castigo de maneira séria então.

– Nunca machucaria você.

– Conte-me.

Respirei fundo.

– Sou um vampiro Bella.

Ela franziu o cenho.

– Pensei que estávamos falando a sério Edward.

– E estamos.

Ela bufou.

– Quer que eu prove?

Ela me olhou desafiadoramente.

– Sim.

Em meio segundo estava atrás dela. Ela se virou pra mim e arregalaram-se os olhos, o medo se apossou de seu rosto. Arrependi-me de ter-lhe concedido o pedido.

– C-como fez isso?

– Sou um vampiro – falei simplesmente.

Ela engoliu em seco e depois respirou fundo, abrindo e fechando os olhos.

– Pode fazer mais que isso?

Minha vez de arregalar os olhos, de repente o medo em seus olhos evaporou, ela estava mais calma. E agora queria saber se tinha mais?

– Não está morta de medo?

– Me assustei, mas por um segundo. Depois concluí que são só suas habilidades, acho que tem mais não é?

– Como assim minhas habilidades?

– Bom, você é uma pessoa diferente agora, algumas coisas mudaram, seus sentidos mais aguçados, só isso.

? Ainda diz só? Sou um monstro Bella!

– Quer que eu pense assim?

Vacilei, não, não queria, mas isso não significava que não ficara surpreso.

– Disse que não iria fugir. É estranho saber que essas criaturas existem, e que você é uma delas, mas Edward, ainda é você e eu te amo nada em relação a isso se alterou.

– Mas eu... Bebo sangue.

Ela pareceu refletir. E então arregalou os olhos novamente.

– Bella?

– Machuca pessoas?!

– Não! Isso não, eu sou... Vegetariano.

– Como?

– Alimento-me de animais.

Ela sorriu.

– Ah Edward! Isso é tão lindo! – disse maravilhada.

– Lindo?!

– Sim, vencer seus instintos e não machucar pessoas.

– Carlisle me ensinou assim.

– Então aquele doutor também é vampiro... Dá para se notar semelhança em vocês dois.

– Somos muito brancos, temos olhos claros, olheiras...

– E são incrivelmente lindos.

Franzi o cenho. Ela achava Carlisle bonito.

– Ele muito novo pra ser doutor, tem o que? Vinte três anos?

– E o que isso importa? – disse num tom mal-humorado.

– Não muito – ela sorriu maliciosamente – mas ele é realmente bonito.

Grunhi.

Ela riu com gosto.

– Ciumento como sempre.

Baixei os olhos, constrangido.

Ela me abraçou. Envolvendo meu pescoço com seus braços. Segurei a respiração novamente.

– Você também é muito gelado.

– Isso te incomoda?

– Não, é bom.

– Tem outra coisa que faço.

– O que?

– Brilho no sol.

– Sério?

– É.

– Que legal!

Sorri balançando a cabeça.

– Me mostra?

– Não vai fugir?

Ele revirou os olhos.

– Tudo bem, vamos para um local onde não seja coberto por árvores, onde o sol apareça.

Estava levando-a até o riacho, andávamos há alguns minutos.

– Edward?

– Sim?

– Você é muito veloz... Será que poderíamos ir mais rápido?

– Como?

– Sei lá, me pegue no colo e corra.

– Bella... – censurei-a.

– A qual é? Por favor. Meus pés terão calos – ela fez um som de repulsa.

– Tudo bem.

Ela sorriu pra mim. Retribuí.

– Você é excêntrica.

Peguei-a no colo, estilo como fazem os maridos, quando levam a esposa para dentro de casa após se casarem e corri, com cuidado, mas velozmente e o que levaria horas, teve minutos.

– Chegamos – disse colocando-a no chão, ainda estávamos debaixo das árvores – fique aqui e observe.

Afastei-me dela, desabotoando a camisa até a metade. Deitei-me no mesmo lugar onde havia quase adormecido na noite passada, quanta coisa havia mudado...

Ouvi um arfar e me virei para vê-la. Bella me olhava maravilhada, um sorriso brincou no canto de seus lábios quando percebeu que eu a olhava.

– Posso ir até contigo? – disse dando um passo ansioso em minha direção.

Assenti. Bella era tão favorável, nada a abalava.

Ela veio até mim e tocou minha mão. Foi fazendo trilha desde minha mão, passou pelo meu braço até alcançar minha bochecha esquerda, depois tocou meus lábios.

– Você é lindo Edward, muito mais nesse novo corpo.

Sorriu.

– Mas tenho que confessar que sinto falta de seus olhos de esmeralda.

– Eu sei.

– Mas esse dourado tem o mesmo poder de me derreter todinha.

Balancei a cabeça sorrindo.

– Eu te amo Bella.

– Eu te amo Edward.


Estava deitado e com Bella ao meu lado, exatamente como havia imaginado, já estávamos assim há mais ou menos uma hora. Ela estava com a cabeça em meu peito e eu acariciava seus cabelos, de vez em quando respirava, mas logo depois voltava a segurar a respiração.

– Edward?

– Sim?

– Tenho lhe observado e percebi que não está respirando.

Franzi o cenho, ela era observadora demais.

– Bella, pode se afastar, por favor? – falei usando a última reserva de ar que tinha.

Ela me olhou em dúvida, mas fez o que pedi. Afastou-se três palmos e se sentou. Segui seu exemplo.

– O que foi?

– Precisava que se afastasse para poder explicar.

Ela assentiu ainda em dúvida.

– E então? Por que não estava respirando?

– Por causa do seu cheiro.

Ela corou.

– Estou... Cheirando mal?

Sorri.

– Não amor, muito pelo contrário. Você cheira bem demais.

Suas sobrancelhas se juntaram.

– Então por que...? – interrompeu-se sugestivamente.

– Pode ser... Perigoso eu ficar tão perto de você, seu cheiro é bom e eu sou novo nisso.

A princípio ela pareceu não entender, mas aos poucos sua feição foi de confusa a assustada.

– Mas eu nunca a machucaria. – aprecei-me em dizer – Por isso estou tomando cuidado.

Ela relaxou.

– Fico feliz então.

Fiz um gesto com o dedo indicador para que voltasse ao meu lado. Ela o fez.

Bella estava com os lábios a centímetros dos meus, prendi a respiração, não por seu cheiro dessa vez, mas pela tensão do momento, tive vontade de beijá-la naquele instante. Lembrei-me de que um dia, logo após minha transformação desejei tê-la beijado com entusiasmo, queria fazer isso agora, mas me controlei. Bella olhava para meus lábios,assim como eu para os dela, ambos queriam a mesma coisa, mas eu não era humano, poderia machucá-la.

Ela fechou os olhos.

– Beije-me Edward – sussurrou.

– Não, posso machucá-la.

– Vai me negar um beijo seu? – disse olhando pra mim, com aquele mar de chocolate que tinham o poder de me deixarem incoerente.

– É perigoso, Bella.

– Eu não me importo. – abri a boca pra falar, mas ela não permitiu – Senti sua falta Edward, não sabe o quanto me arrependi de não tê-lo beijado todas as vezes que tivera a chance, por isso peço-te: Não me negues um beijo teu.

Por mais que fosse perigoso, não negaria um pedido desses, ainda mais quando eu também queria.

Aproximei-me e Bella fechou os olhos. Com um cuidado calculado coloquei meus lábios nos dela, a mão atrás da nuca, acariciando-a, comecei com um leve beijo, mas Bella queria mais, desafiando meu autocontrole, passou os braços por meu pescoço, enterrando os dedos em meu cabelo, aprofundando o beijo, retribui cautelosamente e depois me afastei.



Pensei que ela fosse reclamar por ter sido rápido, mas ela não o fez.

– Obrigada Edward.

– Eu é que tenho que agradecer meu amor.

Ela sorriu e eu abri um sorriso torto. Seu coração disparou, pensei tê-la assustado de alguma maneira.

– Bella? Está bem?

Ela corou.

– Ouviu meu coração?

Assenti ainda preocupado.

– Bom, é que seu sorriso é de tirar o fôlego, como consegue ser ainda mais bonito?

Sorri novamente, aliviado.

– É porque ainda não viu o seu.

Ela revirou os olhos e beijou minha bochecha. Depois suspirou.

– O que foi?

– Tenho que ir.

Senti um aperto no coração, ainda não estava pronto.

– Já que não pode ir comigo, quando o verei novamente?

Ponderei um pouco, não era certo vê-la, mas se Bella queria, não era eu que diria não.

– Se eu conseguir escapar de Carlisle, hoje à noite em seu quarto.

– Então, você foi mesmo ao meu quarto?

Assenti sorridente.

–Sim, não agüentava mais ficar longe de você.

Ela sorriu.

– Te espero à noite. – ela franziu o cenho – Mas por que Carlisle impediria você de me ver?

– É uma longa história, assim que tiver tempo te explico.

Foi ai que me percebi uma coisa.

– Mas o que faz aqui Bella?

– Como assim?

– O que veio fazer na floresta? Seus pais não estão preocupados?

– Ah não! Eles não estão preocupados comigo, eu sempre saio de casa pela manhã e só volto à tarde, eles acreditam que assim posso esquecer você – ela bufou – mal sabem que estou com o próprio.

Franzi o cenho.

– Eles não podem ficar sabendo Bella.

– Eu sei, já entendi que é segredo.

Balancei a cabeça positivamente.

– Melhor assim. Agora vamos?

– Tudo bem. Alguns metros de onde me encontrou, está meu cavalo.

– Vamos lá pegá-lo.

Peguei-a em meu colo novamente e fomos pegar seu cavalo. Chegando lá desci Bella e ela se virou pra mim e me abraçou.

Afastou-se e olhou pra mim.

– Vou sentir saudades.

– Eu também, mas prometo tentar estar lá hoje à noite.

– Tenho medo de acordar e descobrir que tudo foi um sonho.

Aproximei-me e dei-lhe um beijo rápido nos lábios.

– Não foi um sonho.

Ela sorriu e depois pareceu pensar em algo.

– Alguma possibilidade de você me levar pra casa, pelo menos até a curva antes do portão?

– Bella... – censurei-a.

– Por favor – falou docemente.

E como sempre, não consegui negar-lhe.

– Tudo bem – disse derrotado.

Ela abriu o meu sorriso preferido.

Subi no cavalo e depois a ajudei a subir. Ela abraçou minha cintura e beijou meu pescoço, fazendo-me estremecer. O cavalo entrou em movimento, cavalgava com uma mão só, com a outra acariciava seus dedos que estavam entrelaçados em minha barriga. Enquanto seguíamos caminho, lembrava-me dos passeios em que fazíamos a cavalo juntos, era muito bom estar com ela novamente, depois de tanto tempo sentindo-me sem coração, ele voltara com Bella, o que comprovou minha teoria: Ele sempre esteve com ela e sempre estaria, não importava a distância.

Chegamos à curva que ficava antes do portão. Desci e coloquei Bella no meu lugar.

– Até a noite, então.

– Até.

Ela se curvou e nos beijamos por uns segundos, depois me afastei e vi Bella se afastar lentamente, hora ou outra olhando pra trás, depois que ela saiu de meu campo de visão, corri para fora dali, em rumo à casa de Carlisle.



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Notas finais do capítulo

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