Ciclone - O Romance De Edward E Bella escrita por Déborah Ingryd


Capítulo 4
Capítulo 4 - O despertar


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Qualquer erro de português ou falta de nexo, me desculpem ;)



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A dor ainda não cessara e os pensamentos de Carlisle ainda voavam de encontro a mim, não conseguia minhas respostas então seus pensamentos eram insuportáveis. Comecei a sentir certo alívio em algumas partes do meu corpo, como nas pontas dos dedos, tanto dos pés, quanto das mãos. Mas ainda era pouco, até que percebi que meus sentidos estavam ficando extremamente avançados, além de conseguir contar a respiração de Carlisle, conseguia ouvir a chuva lá fora, é claro que qualquer um conseguiria, mas não tão perfeitamente, era capaz de ouvir cada gota que caía, ouvi os insetos minúsculos que passavam por debaixo da cama conseguia ouvir tudo e sentir tudo, sentia o cheiro de tudo, por mais longe que estivesse. Comecei a contar as gotas de chuva pra passar o tempo.

A chuva cessou e nada de a dor passar. Mais tarde– o que considerei ser uma eternidade– a dor de meus braços, pernas, foram cessando. Mas por incrível que pareça a dor de meu coração só aumentava, como isso era possível? Era como se todo fogo aliviado das outras partes do corpo, passara para o coração.

Meu coração acelerou, foi em disparada, estava rápido de mais. Quando de repente se aquietou, não conseguia ouvi-lo, era como se não estivesse mais ali, o que era bem provável. A dor também cessou, totalmente, não havia mais chamas em mim, só uma estranha dor na garganta, ela estava ressecada. Carlisle veio até mim.

– Edward– ele estava preocupado, nem precisei do tom pra saber, podia ver o quanto estava se sentido culpado por minha dor.

Ele me observou, eu me observei, estava diferente, muito, com a pela branca, muito branca, minhas feições estavam diferentes, estavam belas o que era aquilo? Atordoado de mais pra ficar de olhos fechados, os abri e levantei. Foi estranho quando me movi, nunca havia me movido assim antes, foi um movimento bruto, mas não foi assim que pareceu, foi elegante. Com o rápido movimento, deveria ter visto só um vulto, mas não, vi cada detalhe que se passou em menos de um segundo.

Carlisle olhou pra mim, eu vi através de seus pensamentos, a cor de meus olhos, não eram mais verdes como esmeralda, como estava acostumado a ver, eram vermelhos, eram como sangue.

– O que é isso? – perguntei.

– Sou eu Edward.

– Meus olhos.

Ele ficou confuso ouvi-o pensar: “como eles sabe dos olhos, será que tem algum dom?”

– Como assim um dom? – dom, ler pensamentos era um dom? Não uma das coisas que um…–sei lá o que eu sou agora– tem?

– Você ouviu meu pensamento?

Nossa que fantástico! Ele tem um dom, uma qualidade extra.

– Como assim qualidade? Isso é um erro, eu nem sei o que sou!

– Edward você pode ler pensamentos– ele parou pra refletir– bom, isso pode ajudar.

Ele fechou os olhos e pensou:

Edward, não quero que pense que sou um covarde, por não lhe contar, mas veja que vai ser melhor se você ver o que aconteceu.

Sua mãe me pediu pra lhe salvar, e eu prometi que faria o que estivesse a meu alcance, por um momento pensei que ela soubesse o que eu era, o que nós somos. Somos vampiros Edward.

– Está brincando, não é? Vampiros? Pensa que eu sou o quê? Idiota?

Ele não respondeu, não verbalmente, pelo menos.

Edward, considere os fatos, você pode ler mentes, está forte, seu sentidos estão aguçados e o principal, você está com sede.

Ele começou a me mostrar como ele era, foi muito estranho, ele corria entre as árvores, mas parecia que estava voando– me lembrei de quando pensei que estivesse delirando, mas eu realmente estava voando, quase –, depois ele se concentrava, captava um cheiro e disparava até a sua… presa? Depois avançava nele e cravava os seus dentes afiados em seu pescoço e… sugava o seu sangue. Estremeci.

– Eu…eu… vou ser assim? – minha voz falhou.

– Você é. Venha Edward. Vamos caçar.

Ele me puxou pelo braço delicadamente e correu, não foi difícil acompanhá-lo. Mas ele parou de repente. Havia uma grande janela. Ele saltou. Tão rapidamente, que se eu tivesse piscado teria perdido.

– Venha Edward– chamou– é fácil.

Pulei. Não sei se foi com a elegância dele, mas eu cheguei ao chão.

– Espere Carlisle, você precisa explicar isso direito.

– Edward…– levantei um dedo.

– Não, posso controlar minha sede– minha voz falhou com a última palavra– você é um monstro! –estava gritando– como pôde fazer isso comigo?

Ele se defendia mentalmente.

– Não coloque minha mãe nessa história! Você… Você roubou minha vida!

– Edward você morreria, não duraria uma hora…

– Não importa! Se for pra viver assim, eu prefiro morrer!

– Não tem mais volta… eu havia prometido…

Lembrou das súplicas quase mudas de minha mãe.

É quase impossível recusar, olhe pra ela Edward, como eu poderia negar?

Disparei pela floresta adentro, ele me seguiu. Corri sem rumo algum, até que senti um cheiro, a dor em minha garganta aumentou.

Carlisle parou comigo.

Me mostrou como se faz, e eu segui suas instruções.

Senti um cheiro diferente, era de um animal, podia ouvir o sangue ir e vir em sua jugular, a dor em minha garganta aumentou e eu corri até o animal e cravei meus dentes em seu pescoço, não demorou um minuto, fui atacando todos que estavam ali. Após ter me satisfeito, coloquei a cabeça no lugar. Vampiros não se alimentam de… pessoas? O que eu havia estava fazendo com um alce na boca?

Larguei o que seria meu último por hoje e corri até Carlisle. Ele terminou de sugar um animal e se virou pra mim.

– Por que animais? – soltei.

– Hã?

– Por que nos alimentamos de animais, invés de pessoas?

– Edward, tente entender, não quero ser um monstro.

Sentamos em um rocha e Carlisle me contou sua história, onde nasceu, como cresceu, como foi transformado e quando decidiu se alimentar somente de animais.

Compreendi perfeitamente sua história, concluí que eu também não queria ser um monstro.

Voltamos para a casa improvisada. Carlisle disse que era o melhor lugar, por causa dos gritos na hora da transformação. Disse que não poderíamos voltar a cidade, primeiro porque pensaram que eu estava morto e segundo porque eu não me controlaria, diante de tantos humanos.

Ele me deixou na casa e foi trabalhar. Me sentei no sofá e fui refletir em um assunto.

Estava deixando esse assunto de lado o máximo que pudesse, porque sabia que quando pensasse nele ficaria deprimido. Bella. Ah, Bella! O que eu faria agora? Sabia que agora, eu a perdera pra sempre, não teria volta, ah! O que ela pensaria? Que eu morri, claro, é o que diriam pra ela quando mandasse um carta perguntando por mim, minha Bella! Ficaria tão desesperada. E pensar que apenas a três semanas atrás, nós estávamos reunidos decidindo a data do casamento e um pouco antes disso, ele havia me beijado. Ah! Como eu me arrependo de não ter retribuído com entusiasmo, pelo menos poderia ter essa lembrança.

Agora estava deixando minha mente a deriva, me lembrei do dia em que a conheci.

– Edward tem uma moça que quer Romeu e Julieta, e eu já lhe disse que já tem uma pessoa com ele, mas ela é insistente– dissera Peter em mais uma tarde de sábado.

– Hmmm, eu estou lendo ele agora, mas esse é meu e não da biblioteca – não que eu gostasse do livro, mas queria ter algo pra falar quando as moças românticas vinham a biblioteca.

– Ah, por favor Edward! Ela está tirando minha paz! – implorou.

Comecei a rir. Mas me levantei e fui dar um tapinha no seu ombro.

– Tudo bem– respondi.

Entrei na ampla sala cheia de livros. Peter me apontou a moça. Fui até ela.

– Com licença– falei.

Nossa! Ela era a moça mais linda que já tinha visto, e seus olhos...

– Hã– ela piscou duas vezes– você é…?

– Edward Masen, senhorita.

– Isabella Swan.

Assenti, já ouvira falar dessa família, eles tinham uma fazenda um pouco longe da cidade.

– Meu amigo disse que a senhorita está lhe incomodando por causa de um clássico.

– Ah! Ele é um grosso, isso sim! Só estou lhe pedindo um livro, só isso– ela estava inconformada.

Sorri.

– Tome– entreguei-lhe o livro– este é meu, o da biblioteca está sendo usado no momento.

– Obrigada– disse em uma voz doce.

– Não há de quê. É uma honra servi-la.

Ela sorriu.

– És muito educado Sr. Masen, ao contrário do outro.

Olhou sugestivamente para Peter.

– Pode me chamar de Edward.

– Edward. E você pode me chamar de Bella– deu-me um lindo sorriso e foi se sentar para ler.

E assim Bella sempre vinha a biblioteca, mas nunca tinha o livro que ela queria– depois de noivos ela me confessou que era só uma desculpa para me ver– então ficávamos conversando.

Suspirei, bons tempos. Antes que conseguisse impedir, outra lembrança me ocorreu: O dia em que eu lhe pedi em casamento.

Estávamos sentados conversando, como sempre fazíamos quando tomei coragem de lhe pedir.

Fiquei de pé.

– Hã, Bella?

– Sim?

– Tenho uma pergunta, mas antes quero explicar-lhe o motivo.

– Tudo bem Edward.

– Bella, você tem vindo muito aqui e…– vi o desespero em seus olhos arregalados

– Você não me quer mais aqui? – perguntou interrompendo-me.

– Não, não claro que não – acalmei-a– quero exatamente o contrário.

Ela me olhou confusa.

– Como assim?

– Estava planejando ser mais romântico, mas estou nervoso de mais.

– Romântico?

– É, Bella estou apaixonado por você, Bella eu te amo, quero que seja minha. Casa-se comigo?

Parecia que eu iria explodir de tanta emoção.

– Hã…eu…você…quer…– ela estava tão nervosa quanto eu.

– Se não quiser…

– Não– ela me interrompeu– quer dizer SIM eu quero me casar com você, sonho com isso todas as noites– ela estava arfando.

– Sonha?

– Claro Edward –sorriu– quem não sonharia? Tão romântico, tão lindo, perfeito e ah, Edward! Eu te amo. Tanto que nem sou capaz de explicar.

Nós rimos nervosamente.

– Você é tudo isso e mais um pouco, pouco não, iria ser mentira, você é mais, muito mais– sorri.

Ela veio até mim e se jogou em meus braços, ainda bem que estávamos a sós na sala, se alguém visse aquilo…

Passei meus braços por sua cintura e lhe beijei no rosto, ela retribuiu e disse que me amava.

Depois fomos até sua casa pedir permissão ao seu pai, ele adorou e disse que já estava na hora de Bella se casar. Só que achei que estava me precipitando, ainda não tinha uma casa, morava com meus pais. Ele ofereceu ajuda, eu neguei e pedi um tempo pra comprá-la. Mas quando tudo ia dar certo, já tinha a casa, Bella já voltaria com o vestido, faltava menos de dois meses e a praga da doença me atacou e Carlisle pra querer me “salvar” me transformou nesse mostro e agora todo esse futuro brilhante estava apagado, era como um ciclone que é formado por tempestades e que por causa da pressão, o vento adquire tal força que acaba arrastando as nuvens para o centro. Era exatamente assim que eu estava, sendo pressionado pelas situações e sendo arrastado pelas tragédias, primeiro a doença, depois o monstro, a minha vida estava acabada, assim como a minha esperança, nesse caso a ela foi a primeira que morreu.


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Notas finais do capítulo

Mandem recadinho! :DD



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