Estava tudo, tudo dando errado.

As coisas estavam tão estranhas. Pessoas estranhas, criaturas estranhas.

Eu já pensei na possibilidade de estar ficando louco. Mas é impossível ficar louco em conjunto.

Niall tinha me dito que andava vendo coisas. Ele jurou que um dia, voltando para casa lá pelas três da madrugada, ele vira um homem metade humano, metade touro.

Já estava começando a ficar com medo. Era sempre assim. Voltando para casa, tarde, ou indo para um bar... Elesapareciam.

Naquele dia em que acordei não me lembrando de nada, havia arranhões pelos meus braços. Niall estava com hematomas nos ombros e rosto.

Estávamos acostumados com encrencas. Brigas em beco, ou delegacias. Mas aquilo era estranho demais.

Sombras, homens com um olho só. Mulheres com asas de couro. O caixa do supermercado que parecia uma foca humanóide.

Mas... Ninguém os via. Só eu e ele. Aquilo me deixava confuso.

Pior que confuso. Culpado. Eu sabia me virar. Corria, ou tentáva assustá-los. Mas eles não iam embora. Passei a enfrentá-los.

Canivetes não funcionavam. Era tudo na base do chute, soco.

Mas Niall... Ele é esperto. Mas eu sabia que tudo aquilo o apavorava. Havia cortes cicatrizando em suas costas, arranhões no rosto, mordidas nas pernas... De algum modo, minha culpa. Eu não conseguia protegê-lo.

Mas então, eles chegaram. Seres mais estranhos que os que víamos frequentemente. Feitos de vento. Seres chamados aurae.