Onde Tudo Começou escrita por os quatro marotos


Capítulo 4
Capítulo 4 Eu preciso de você


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo também não é muito comprido. É quando Severo descobre que Lílian vê ele somente como amigo, nada mais. Boa leitura.



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Fui para a aula de voo pensando em Severo e Tiago. "Sev era meu amigo desde quando éramos pequenos, ele sabia tudo sobre mim e eu dele, éramos como irmãos. E agora aparece esse outro garoto na minha vida, e se ele roubar o lugar de Severo? Eu iria me sentir muito culpada."

Mas ela bem sabia que o que sentia por Tiago era algo diferente. A algum tempo já tinha percebido que os garotos davam reações nela que não tinham nada haver com amizade. Afinal, ela já não era mais uma garotinha, iria fazer 12 anos em janeiro.

Chegando nos jardins viu que já haviam alguns alunos agrupados ali onde haviam várias vassouras postadas no chão lado a lado. Aos poucos mais alunos foram chegando - inclusive Alicia, Penélope, Helena, Ana e Sirius... Com Tiago.

Tiago, sorrindo, logo veio conversar comigo

- Você praticamente fugiu do Salão Principal, o que foi que houve?

- Eu tinha esquecido de pegar uma coisa no meu dormitório...

Nesse momento, o professor começou a falar

- Bem vindos a sua primeira aula de voo. Meu nome é Gregório Bell, Sr. Bell para vocês. Bom, como todos devem saber é proibido aos alunos do primeiro ano entrar para o time de quadribol de suas casas, mas no segundo ano, ao passar no teste, vocês já podem jogar. - houve um murmúrio de animação entre os garotos e alguma garotas.

- Pra começar, fiquem ao lado esquerdo de uma vassoura, ergam sua mão direita sobre ela e digam “Suba!”.

Todos os alunos falaram ao mesmo tempo, algumas vassouras subiram para a mão de seus “donos” imediatamente, outras ficaram tremendo no chão e algumas sequer se mexeram.

A de Tiago era um das que havia subido imediatamente, e a de Lílian sequer se mexera.

- Você quer uma mãozinha aí? – Perguntou ele, gentilmente.

Pensando seriamente em discordar pelo mesmo motivo em que eu havia saído do Salão Principal mais cedo, fiz simplesmente o que meu cérebro mandou, e toscamente, falei:

- Pois é... Souruimmuitoessecomcoisatipo.

- Desculpe, o que disse?

- Eu quis dizer que sou muito ruim com esse tipo de coisa. – disse, dando um sorriso amarelo.

- Isso quer dizer que eu tenho permissão de me aproximar?

- É claro que sim, por que não teria?

Ele veio devagarzinho e pôs seus braços ao redor dos meus, colocando sua mão direita sobre a minha e falando no meu ouvido:

“Você tem que falar com convicção, você é quem controla a vassoura, ela é que lhe obedece.”

E então ele olhou nos meus olhos – e eu nos dele – e ficamos assim por alguns segundos, fomos nos aproximando... Nossos lábios ficaram a centímetros um do outro... E então... A sineta tocou.

Nos afastamos bruscamente, olhei envergonhada para os lados, graças a Deus nenhum de nosso colegas nem o professor tinha visto o que (quase) aconteceu.

Murmurei um rápido tchau para Tiago e fui em direção ao banheiro feminino, mas no meio do caminho esbarrei com Severo.

- Severo! Onde você estava? Eu te procurei no Salão Principal hoje de manhã, você falou que iríamos conversar, mas aí você não apareceu. Olha eu queria muito ter ficado na mesma casa que você é verdade, você vai fazer muita falta, mas a gente ainda pode se ver nos finais de semana não é? Severo? Sev, você está chorando? Severo! Olhe pra mim!

- Me deixe em paz Lílian! Por que você não vai para a aula com o seu amiginho sangue puro, Tiago, não é? – Falou ele ainda sem olhar pra mim

- Severo, do que você está falando? Pare com isso, o que houve? – eu gritei agora também com lágrimas nos olhos

- Você acha que eu não vi? Você acha que eu não vi os dois quase se beijando, agora a pouco? Poupe-me Lílian, me deixe em paz. Vá lá com seu novo “amiguinho”!

- Severo, aquilo não era nada, acredite em mim! Severo, eu preciso de você! Você é meu melhor amigo! Não faz assim, você é meu irmãozinho de coração, lembra? Lembra, Severo...?  – falei, agora entrando em desespero.

- Fique longe de mim, sua sangue-ruim! Não sei como pude ser seu amigo todos esses anos, sabendo o que você era! – Pondo um fim na conversa, se virou e foi em direção as masmorras.

Algumas pessoas da Grifinória tinham me falado sobre sangue-puro, mestiço e sangue-ruim. Sangue–puro é a pessoa que tem pai e mãe bruxos. Mestiço é quem tem um dos pais bruxo e o outro trouxa. Sangue-Ruim é quem te pai e mãe trouxas, que não tem magia no sangue. Eu achei que chamar alguém se Sangue-Ruim era uma grande ofensa.
Pelo que me falaram, era uma ofensa tão grande que as pessoas procuravam nem dizer “Sangue-Ruim”. Uma coisa que eu jamais imaginei na vida, foi que alguém me chamaria disso. Imagine então que eu pensaria que Severo me chamaria disso. Severo, aquele meu melhor amigo de tantos anos, em quem eu confiava de olhos fechados, quem eu contava todos os meus segredos, quem me mostrou esse mundo mágico, quem eu considerava um irmão... Eu não conseguia acreditar.

Segui me caminho para o banheiro, ainda me debulhando em lágrimas. Cheguei lá, me olhei no espelho em pensei:

“Chega Lílian, chega de sofrer”. Você veio pra essa escola pra estudar e não pra ficar sofrendo. Se a amizade acabou é porque era pra ser. Agora eu só vou me preocupar com os estudos.

Lílian realmente iria se preocupar somente com os estudos.

Ou pensava que ia...


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Notas finais do capítulo

Não me matem pfvr



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