Companheirismo escrita por Nuvenzinha


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Olá, olá, olá~~
Cá estou eu, de novo na sessão do Nyah! de Durarara, trazendo pra vocês mais uma one-shot minha do anime!
Que, por se tratar de mim, óbvio que é ShinraxCelty.
Na moral, eu amo esse shipp, e eu provavelmente vou continuar a postar fanfics sobre eles, mesmo que vocês não leiam. Porque, mano... OTP.
Enfim.
Eu escrevi ela já faz um tempo e escrevi numa tacada só, como quase todas as one-shots que eu faço. Eu raramente faço uma one-shot que leve mais de um dia para ser feita, a não ser que eu fique com um bloqueio criativo muito grande - o que normalmente acontece-. Mas, bom, isso não acontece, já que eu já estou postando.
De qualquer forma, espero que gostem ~~
Até a próxima~
Apenas um Edit: ADORO quando o Word inventa de fazer autocorreção e coloca coisas sem noção. ._.' Agradeço se alguém fizer uma listinha de erros pra eu poder corrigir.



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Era mais uma noite de sexta-feira na qual Celty teria de voltar para casa depois do trabalho com a perspectiva de ficar sozinha. Coisa que não estava acostumada a fazer, ficar sozinha a noite. Dormir e acordar sozinha.



Era realmente muito triste para ela e ainda mais porque não tinha o que fazer a respeito. Shinra estava viajando por causa de feiras médicas, tentando aprender coisas novas que pudesse aprimorar e utilizar em sua profissão. Ele provavelmente também estava triste. Aquilo estava acontecendo já havia um tempo, duas semanas, mais ou menos. Provavelmente, 10 dias.



Sendo, de certa forma, companheiros, o mais lógico era que ela o acompanhasse em tal longa viagem, mas, não sendo uma “criatura real”, não havia como ela viajar junto – ela própria havia dito aquilo para ele, portanto, era sua culpa ela estar se sentindo sozinha. E como dizer a ele que queria voltar atrás agora? O rapaz provavelmente iria fazer algum comentário inconveniente e acabariam discutindo. O jeito, então, era esperar que aquilo acabasse logo.



Enquanto isso, tinha de trabalhar.



Era ainda de tarde, apesar de que já estava em seu fim. Cortava as ruas de Ikebukuro em alta velocidade com sua moto negra, indo de um lado ao outro como sempre, enquanto o sol ia unindo-se cada vez mais com o horizonte, mas sua consciência, não sendo realmente necessitada naquela situação vez que já sabia os caminhos de cor e salteado, estava em outro lugar. Aquela falta de ter no que pensar também tornava o trabalho tedioso. O que lhe dava abertura para, mais uma vez, se lembrar de sua solidão...



“Queria ao menos saber uma data aproximada de quando ele volta”, pensou.



O tempo parecia se arrastar lentamente, como a areia de uma ampulheta que demora a cair. Apesar de que teria de voltar para casa para se sentir tão sozinha quanto nas ruas, ansiava poder voltar e relaxar um pouco. E aquela ansiedade pareceu aumentar ao reconhecer que o caminho que fazia agora era o mesmo que fazia para chegar em sua casa sendo que aquele não era seu destino. Seus ombros caíram junto do que soltou um suspiro de angústia, segurando um pouco mais frouxamente o guidão da moto. Nunca tinha detestado tanto seu trabalho quanto agora.



Algo a fez parar diante de um beco no caminho, como se tivesse alguma coisa ali. Ficou olhando, examinando. A rua estava um silêncio total. Ouviu um barulhinho baixinho vindo de dentro de uma caixa deixada ali, no escuro. Que som era aquele? Por algum motivo, logo pensou “vá olhar”. Algo como um lado humano seu, sempre curioso.



Estacionou sua moto junta à valeta da rua, mas ficou ainda um tempo montada nela, apenas olhando. Não tinha certeza nem se havia mesmo ouvido um barulhinho vindo da caixa nem se seria bom espiar o que era, mais pelo seu horário do que por qualquer outro motivo. Seu trabalho sempre exigia velocidade. O que lhe lembrou que estava um tanto adiantada.... Em seguida, tal pensamento a fez descer de seu veículo e ir adentrar aquele beco.



Lá logo encontrou a caixa como sendo a única coisa ali dentro além de alguns sacos de lixo. Ouviu, de novo, aquele barulho indeterminado, que agora associou aos miados de um gato. Não tinha ainda certeza, vez que era um barulho bem baixinho e fino. Só teria como saber abrindo a caixa, e assim o fez. E realmente havia um gato dentro!



Um filhote de gato, com o pelo branco com certas partes em um tom amarelo, meio alaranjado, junto de um cobertor azul e um pequeno pote de comida, já vazio. Os olhinhos do gatinho caíram sobre o capacete de Celty com certo interesse, erguendo a cabecinha como se fosse cheirá-la. Olhou um pouco ao redor e viu escrito na lateral da caixa um “Adotem-me”. Ela logo tomou-o em suas mãos e o trouxe para perto. Era tão pequenino, e seu pelo era bem macio e fininho. O mais interessante foi que o pequeno havia gostado dela.



A motoqueira ficou encantada, um tanto emocionada. O pequeno felino brincava com seus dedos, mordiscava suas luvas e parecia gostar de seu capacete, talvez por imagem e semelhança. Aquilo lhe deu uma ótima sensação. Era um gatinho tão bonitinho... Não conseguiu entender como alguém poderia abandoná-lo. A primeira coisa que pensou foi que aquela era uma pessoa realmente sem coração, mas logo pensou na possibilidade de uma criança tê-lo achado primeiro e os pais o fizeram abandona-lo outra vez. Devia ter chorado muito o garotinho ou garotinha e, na inocência, deixou-o ali, provavelmente um lugar perto de sua própria casa. Uma pena.



Sua tristeza morava no fato de que ela, talvez, também não pudesse ser dona dele. Não teria tempo para cuidar de um filhote.



Com sofrimento, Celty colocou o gato de volta em sua reles caixa, enrolou-o no cobertor e voltou a fechar as tampas de papelão, saindo dali rapidamente. Quanto mais olhasse, mais sofreria com a decisão. Não deveria nem ter criado esperança de tê-lo para si. Seria impulsividade sua adotar um gato, ainda mais por sequer saber se poderia cria-lo em seu apartamento. Pobrezinho. Para tentar tirá-lo de sua mente voltando ao seu trabalho, seguindo por seu caminho.



Mas mesmo durante o trabalho, sua mente estava agitada. Não conseguia tirar de seus pensamentos que o próprio gatinho iria morrer de fome ou frio naquela caixa de papelão. Ou então que algum maluco o pegasse e o matasse num site. Ou então que algum tipo de serviço social o levasse para um abrigo, onde cresceria sem ninguém para adotá-lo. Se remoía pensando naquilo enquanto ia e vinha pelas ruas enquanto ia de um serviço ao outro.



No final de seu turno, já de noite, ela decidiu pegá-lo para si.



Fazendo seu caminho para casa, passando pelas ruas que se esvaziavam depois de terem enfrentado o tráfego do final de turno do trabalho de todo mundo, iria passar antes naquele beco. Estava tão cismada com aquilo que estava disposta a criar o bicho escondida dos administradores do prédio caso eles não lhe concedessem permissão para ficar com ele. Não iria conseguir sossegar sabendo que o gatinho estava lá a ver navios, abandonado. Shinra também não iria ficar chateado com aquilo, tinha quase certeza. Então ficaria tudo sem se ele voltasse e recebesse a novidade de terem um mascote.



Teve de insistir um pouco naquilo em sua mente enquanto olhava os vários becos entre os prédios que delineavam a rua para achar o certo, identificando-o pela caixa de papelão com o anúncio. Estacionou a moto, desceu dela e logo se agachou diante dela, abrindo-a de novo e vendo seu interior vazio.



“Ah...” a motoqueira se afastou com um aperto no peito “Não está mais aqui”.



Levantou-se, mas ficou mais um tempo contemplando a caixa vazia, pensando novamente nas alternativas de antes. O gatinho parecia ser muito novinho para sair por conta própria, então alguém o retirou dali naquele intervalo de tempo em que ficou a trabalhar. Alguém interessado em ficar com ele, um maníaco ou um funcionário do abrigo de animais? De algum jeito, aquilo que se fixou nela foi a ideia de que alguém que quisesse adotá-lo o achou ali e o pegou para si, e aquela perspectiva a consolou um pouco. Ao menos, ele não estaria sozinho. Lhe dariam água, comida, abrigo e carinho, tudo que o pequenino iria precisar. Ela teve de engolir seu próprio descontentamento e então partiu dali.



Não deveria ter se iludido. Shinra poderia sim ter ficado chateado e se ela fosse pega em algum momento pelos síndicos se fosse criar o gato às escondidas estaria com problemas. E, mesmo se ficasse com ele, ele ficaria simplesmente preso dentro do apartamento, sozinho. Era melhor deixar aquilo de lado, por mais que sentisse certa decepção e tristeza naquilo.



Sem demora, subiu ao seu apartamento e foi logo se dirigindo à porta, tirando de um bolso oculto de sua roupa o molho de chaves. No ato de colocar a chave certa no buraco de fechadura, a porta se abriu – o que a surpreendeu. Será que tinha esquecido de trancar a porta? Aquilo não era de seu feitio, mas andava tão distraída e alheia às coisas que não duvidou que realmente houvesse esquecido. Aquilo poderia ser perigoso, poderiam ter sido assaltados, mas aparentemente estava tudo bem. Afinal, o porteiro não disse nada. Estava já convencida de ter simplesmente esquecido quando notou que as luzes estavam acesas. Aquilo já era demais.



“Mas que...?”



–Celty! – Shinra, que estava sentado no sofá da sala, levantou-se com um enorme e radiante sorriso em seu rosto – Que bom que chegou! Fiquei com medo de você vir muito tarde! – e abraçou-a forte antes mesmo que ela pudesse reagir à sua presenta.



“Shinra...!” Ela, em primeiro momento, ficou com os braços meio suspensos, estática. As mãos com os dedos ligeiramente abertos e os ombros travaram, se erguendo com o pequeno susto. Apenas depois de algum tempo processando tudo, pousou as mãos sobre as costas do doutor, retribuindo timidamente o caloroso abraço. Em seguida, se afastou um pouco. “ Quando foi que chegou?”



–Não faz muito tempo. – Ele disse, se afastando também, mas segurando suas mãos, que rapidamente levou ao seu rosto, tirando-lhe as luvas negras e dando-lhe um beijo em sua palma alva – Senti sua falta!~



“...!” tomou mais um susto, constrangendo-se, recolhendo rapidamente as mãos e os ombros, tendo de se segurar para não dar-lhe um tapa naquele instante ”Shinra!!!!!!!!!” Seus dedos tropeçaram uns nos outros no que foi digitar, colocando propositalmente várias exclamações.



–Desculpe, desculpe! – ele riu, sem graça – Senti mesmo, muito a sua falta!



Os dois ficaram a conversar mais um tempo, sentando-se à mesa da sala e pondo-se a jogar papo fora. Contaram um ao outro como foram seus dias, como passaram as horas naqueles dias em que estavam separados. Não só o rapaz havia sofrido com as saudades, mas Celty não estava disposta à deixar que ele soubesse do que ela havia sentido. Não depois do que ele tinha feito, tão repentinamente. Mas de uma forma ou outra, ambos aproveitaram aquele tempo conversando, mesmo sendo um momento considerado banal.



Em certo momento, ele pareceu lembrar-se de algo. Não haviam conversado nem por dez minutos antes disso acontecer e ele se levantar de sua cadeira, indo de volta ao sofá, pedindo a ela que pegasse um abridor de latas aparentemente sem nenhum motivo.



“Mas pra que precisa do abridor?” foi atrás dele ao invés de ir logo para a cozinha.



–Pra abrir essa lata aqui. – Sequer olhou enquanto levou a mão à uma sacola plástica e dali tirando uma latinha de comida. Parecia procurar algo entre as almofadas que compunham os assentos do sofá.



“...Shinra, isso é comida para gatos.”



–Exato! – ele riu, em seguida se erguendo com um gatinho nas mãos. Não só um gatinho qualquer, mas aquele que estava na caixa ali perto – É pra esse amiguinho aqui, não pra mim!



Mais uma surpresa. Celty deu um salto para trás, mas logo se aproximou de novo, extasiada. Mal conseguia acreditar que ele estava mesmo ali. Não perdeu tempo em perguntar como nem porque ele estava ali, e já tomou-o em mãos. O pequeno felino imediatamente estendeu a pata até a fumaça que saía do pescoço da durahan, que sacodiu de leve os ombros, indicando que riu. De certa forma, aquele contato lhe fez cócegas.



–Imaginei que vocês fossem se dar bem quando o vi naquela caixa. – ele sorria, observando-a se divertir com o filhote, fitando-os com um olhar terno.



“Eu o vi na rua, também... E já queria trazê-lo para cá.” Ela suspirou, acomodando o filhote na dobra de um dos braços, logo começando a digitar em seu palmpad “Mas...”



–Não precisa se preocupar. –riu, segurando-lhe a mão antes que terminasse a frase – Já falei com o síndico e ele deixou que ficássemos com ele. – aquilo a fez se animar – Apesar de que eu tenho a impressão de que você iria acabar criando-o escondido aqui mesmo se não tivessem deixado...



“Entendo...” Ficou sem graça.



–Mas, sabe... –ele disse com um ar sereno, porém meio triste no fundo – Ele veio em boa hora.



“Como assim?”



–Eu ainda vou ter de viajar mais algumas vezes. –Ele coçou a nuca- Sabe como é, muito o que fazer!



“Sim...” ela digitou com pouco ânimo.



–E você vai ficar sozinha...



“Bom, sim...”



–Não mais! – ele falou em um tom um tanto animado- Agora, ele vai estar aqui para garantir que você vai ter companhia! ~



E que não vai ser a de outra pessoa, ela pôde ler nas entrelinhas do que ele dizia, apenas pela expressão que ele fazia. Sorridente, mas com uma ponta de desconfiança, como se ele achasse que ela fosse sair com outro alguém em sua ausência.



Aquilo fez com que ela risse.



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Notas finais do capítulo

~x~
- Por que você tá rindo, Celty?
Você é muito ciumento, sabia? Cutucou-o.
-Você fala como se eu não tivesse motivos! fez uma expressão brava quase birrenta.