Reconheci aquela voz de imediato e me virei.

-Guilherme?-Disse incrédula, ele estava lindo como sempre, filho de uma poltra, era meu ex-namorado, sem vergonha.

-Pietra, você não estava em Londres?- Ele disse sorrindo e vindo ate mim, eu me levantei e lhe dei um abraço distante.

-Eu estou morando lá, só que eu tive que vir para o Brasil, teve um probleminha na família.- Disse.

-Esta tudo bem?- Ele perguntou.

-Ah, o Bê suicidou.- Disse olhando para o nome em seu jaleco.- Eu vim para a missa de sétimo dia.

-Meus pêsames, mas o que te trás aqui, a esse hospital?- Ele questionou animado mas eu mexi minha mão direita e ele viu a aliança.

-Eu vim ver o Pedro e a Carol.-Disse sorrindo de leve.

Assim que falei seu nome escutei alguém me chamando e vindo na minha direção, era Carol, Pedro estava vindo logo atrás dela.

-Que saudade!- Ela disse me abraçando e depois somente segurou a minha mão e ficou me olhando.

-Quanto tempo Pi.- Pedro disse me abraçando e eu sorri.

-Estava com saudade de vocês dois.- Disse os olhando.

-Como você ta linda!- Carol dizia animada.- E que aliança é essa? Arrumou um inglês lindo e tudo de bom?

-Acho que sim.- Disse rindo e ela se alegrou mais ainda, Pedro ria e Guilherme fechou a cara.

- Você tem que me contar mais sobre ele!- Carol dizia animada.

-Tudo bem.- Disse a tentando acalmá-la, ela não tinha perdido aquela essência de menininha feliz, o que me deixou contente.

-Ei, eu soube do seu primo, eu sinto muito.- Pedro disse me olhando nos olhos.

-Obrigada.- Disse sorrindo e Carol se recompôs depressa.

-Ah, me desculpa Pi, quando te vi, esqueci completamente, meus pêsames.- Carol falava envergonhada.

-Tudo bem.- Disse sorrindo de leve.

Nós todos sentamos e começamos a conversar, Pedro me falou de sua nova namorada, Carol de seu agora noivo e Guilherme me falou que estava fazendo especialização em pneumologia e fazia residência nesse hospital, eu os contei um pouco sobre Liam, os meninos, meu trabalho em Londres, Gu que tinha ido morar comigo, sobre a Lola. Conversamos até depois do horário de almoço, e quando olhei as olhas fiquei espantada.

-Nossa como o tempo passou rápido, eu preciso ir.- Disse surpresa.

-Já?- Guilherme perguntou triste e eu o ignorei.

-Eu tenho que me arrumar para a missa.- Disse baixo e me levantei.- Foi ótimo rever vocês!

-A gente estava com saudades. - Carol disse triste me abraçando.

-Eu também.- Respondi sorrindo fraco.

-Dá próxima vez que vir com mais tempo, me liga, e traz o Liam, eu quero conhecê-lo.- Pedro brincou me abraçando e nós rimos.

-Ok.- Disse triste e olhei para Guilherme em pé ao meu lado.- Tchau, mande lembranças a sua mãe.

-Tchau, vou mandar sim.- Ele respondeu com um sorriso no canto da boca.

Eu apenas me virei e fui embora, acenei de longe para eles, podia jurar que vi Carol enxugando lagrimas que escaparam, mas então sai do hospital.Peguei outro táxi agora para a casa dos meus pais, chegando lá, vi Gustavo estirado no sofá cochilando com a Lola em seus braços e minha mãe lendo um revista sentada a mesa.

-Já estava ficando preocupada, saiu sem avisar nada.- Minha mãe disse me olhando sorrindo, ela parecia feliz demais por eu estar ali para ficar brava comigo.

-Eu avisei ao Gu.- Disse o olhando e sorri.- Eu fui ao hospital ver a Carol e o Pedro.

-Ah bom,- mãe disse voltando olhar a revista.- O almoço esta no forno, fiz lasanha.

Corri para a cozinha, peguei um pedaço enorme e esquentei. Comi devagar me deliciando com o sabor, havia tanto tempo que não comia lasanha e estava com saudade do tempero da minha mãe.Depois escovei os dentes e voltei para a sala.

-Filha eu vou para a missa agora, ainda faltam duas horas, mas eu preciso ficar um pouco com a sua tia, ela ainda esta muito abatida.

-Tudo bem mãe.- Disse sorrindo.- Daqui a pouco eu vou, não vou demorar muito.

-Se você quiser ir de carro, vá com o do Gu, esta na garagem, ele disse que vai com o irmão mesmo.- Minha mãe falou saindo e eu apenas assenti.

Coloquei um pouco de comida e ração para Lola, peguei meu celular, as chaves do carro de Gu e fui para a garagem.

-Ah meu Deus!- Disse entrando e me sentando no banco do motorista, do lado esquerdo.- Que estranho, será que eu consigo chegar lá viva?!

Gargalhei sozinha e liguei o carro, dirigi devagar no inicio, mas depois voltei a dirigir normalmente, o transito estava ate um pouco rápido, liguei a radio e começou uma musica, a reconheci e comecei a cantar loucamente.

I've tried playing it cool
But, when I'm looking at you
I can't ever be brave
'Cause you make my heart race

Shot me out of the sky
You are my kryptonite
You keep making me weak, yeah
Frozen and can't breath

Some things gotta get loud
'Cause I'm dying just to make you see
That I need you here with me now
'Cause you've got that one thing

So, get out, get out, get out of my head
And fall into my arms instead
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing and
You've got that one thing

Now I'm climbing the walls
But you don't notice at all
That I'm going out of my mind
All day and all night

Some things gotta get out
'Cause I'm dying just to know your name
And I need you here with me now
'Cause you've got that one thing

So, get out, get out, get out of my head
And fall into my arms instead
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing
Get out, get out, get out of my mind
And c'mon, come in to my life
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing and
You've got that one thing

Oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh

You've got that one thing

Get out, get out, get out of my head
And fall into my arms instead

So, get out, get out, get out of my head
And fall into my arms instead
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing
Get out, get out, get out of my mind (out of my mind)
And c'mon, come in to my life
I don't, I don't, don't know what it is
But I need that one thing and
You've got that one thing 

Vibrei ao escutar os meninos cantarem, principalmente ao escutar Liam. Dirigi então ate chegar à igreja distraída, pensado no que Liam poderia estar fazendo naquele momento e meu coração doeu de não poder estar perto dele.