CAPÍTULO DOZE

PDV EDWARD

O último paciente estava saindo de minha sala e Isabella já estava entrando na minha sala com uma prancheta na mão. Nos últimos meses nós estávamos muito mais próximos do que eu imaginaria e, de certa forma, isso estava acabando comigo.

Passei muitos anos da minha vida me sentindo culpado por aquela menina que agora havia se tornado uma linda mulher. Nesse momento estou tendo a oportunidade de participar da vida dela como um amigo, mas lá no fundo sei que tenho esperanças de me tornar algo mais. Ao mesmo tempo, tenho a plena consciência de que se ela soubesse tudo o que fiz de ruim para sua família não iria querer nem ao menos trocar poucas palavras comigo.

– Nem consigo acreditar que esse dia terminou. – Isabella murmurou colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, eu sorri. Como ela conseguia ser tão bonita?

– Parece que depois das duas da tarde o dia anda mais rápido. – Levantei da cadeira e peguei a prancheta da sua mão. – Acho que podemos verificar isso amanhã. Foi um dia longo e preciso buscar Mary na escola.

– Como ela está? Faz tempo que não a vejo.

Mary tinha dificuldade em lidar com as pessoas, mas com Isabella foi diferente. Ela logo de afeiçoou a Bella e era raro um dia que minha filha não perguntasse por ela.

– Todos os dias pergunta por você. – Admiti. – Ela passou essa semana na casa da minha mãe. Com Alice na situação que está optei por não deixa-la perto demais de problemas.

– Você está certo. Não faz bem para as crianças se envolverem em problemas de adulto, falo isso por experiência própria. – Ela riu e eu apenas sorri de lado.

– Gostaria de ir comigo ao cinema? Prometi a Mary que a levaria para ver um novo filme... Acho que se chama Alvin e os esquilos.

– Acho que poderia ir com você buscar a Mary, mas não poderei acompanha-los ao cinema. Tenho um trabalho da faculdade para entregar e também preciso cuidar de Jacob.

– Não houve melhoras?

– Não. Minha mãe já está sabendo da situação e irá vir com meu pai visita-lo.

– Você não me contou que tinha pais adotivos.

– Sim, eu tenho. Alicia e Cristopher. – Bella sorriu e aquele sorriso me fez bem.

Saímos do consultório e cada um de nós fomos por um lado diferente.

PDV BELLA

Entrei em casa e pela primeira vez em um mês Alice não estava ao lado de Jacob. Ele estava deitado no sofá, cochilava e sua expressão era tranquila. Aproximei-me dele e colei nossos lábios, Como eu sentia a falta daquele homem.

– Está na hora de acordar. – sussurrei distribuindo beijos por seu rosto.

– Já chegou? – resmungou grogue e sorri.

– Sim, assim que tudo acabou vim para casa. Seu pai e sua mãe estão vindo para cá.

A reação de Jacob foi automática. Ele se sentou e sua expressão ficou séria.

– Vai ser difícil conseguir manter a farsa de sem memória com papai e mamãe aqui.

– Estou muito mais preocupada em achar uma forma de permanecermos nosso relacionamento sem eles descobrirem.

– Mamãe surtaria.

– Com toda certeza. – Eu ri deitando no sofá e colocando a cabeça em seu colo. – Como estão as coisas com Alice?

– Juro que não aguento mais aquela garota. Com ela é drama de manhã, a tarde e se pudesse a noite também.

– Sinto muito por essa situação.

– Sente nada. Você está se divertindo com a minha desgraça. – Ele riu. Jacob era a pessoa que me conhecia melhor. – Edward não tentou se aproximar de você hoje?

– Na verdade sim... Ele me chamou para ir buscar a filha dele na escola e ir ao cinema ver um filme idiota.

– E como pode deixar passar esse programa maravilhoso?

– Não quero me envolver ainda mais com a menina. Ela é maravilhosa e eu tenho medo de não conseguir fazer algo com Edward por não querer fazê-la sofrer.

– Não acho que você consiga fazer o Edward ficar mal de verdade.

– Está brincando? Vou fazer ele se arrepender de ter nascido.