Corredores e mais corredores. E quanto mais eu corria, mais eles apareciam. Eu estava sem saída e totalmente desesperada. Já conseguia sentir minhas pernas ficarem bambas e minha respiração ficar acelerada um tanto ofegante. Eu continuava correndo como se fosse encontrar uma saída mais sabia que não. Isso era uma certeza. Encarei uma das portas fechadas e pensei em arromba – lãs porem eu não tinha força.Sentei – me perto da parede e encarei o chão em um ato de desespero enquanto desejava que ele me não visse. Quem? Eu também não sei. Mais era apenas alguém – ou algo – que me queria mal.

O despertador começou a tocar e por um momento á realidade me invadiu,aquilo era um pesadelo. Sentei – me rapidamente na cama enquanto tentava controlar minha respiração que continuava ofegante. E olhei para o redor, nenhuma das minhas colegas de quarto se encontrava na cama. O que isso significava? Simples! Eu iria me atrasar no meu primeiro dia de aula.

(...)

Austoon Richertem não era um colégio comum. Era um colégio interno. Um inferno, se você realmente quer saber a palavra certa. As salas eram brancas e os armários azuis. A cor do local era completamente repetitiva, o que normalmente me enjoava afinal de contas passar três anos encarando ás mesas cores de sempre era ridículo. Mais isso não era uma das piores coisas que havia no local – quem dera se você apenas isso -. A pior coisa que se encontrava nesse ambiente era ás pessoas, falsas e metidas. Normalmente apenas pessoas totalmente ricas poderiam estudar á essa escola. Então me vem uma pergunta, por que eu estou aqui? É uma pergunta sem resposta. Na verdade eu sou órfã e a única maneira de eu estudar em um colégio como esse é que meu tutor paga metade dele já que eu tenho bolsa. Mais quem é meu tutor? Nem eu sei.

Caminhei ate meu armário pegando meus livros. Eu tinha á leve impressão que esse ano seria o pior de todos afinal de contas ás únicas coisas que eu posso observar no momento eram garotas loiras do cabelo totalmente liso, com os olhos claros que normalmente passavam se observando no espelho. E os garotos viciados em esportes que se achavam os maiores da escola. E ultimamente eu andei sabendo de uma noticia que um astro pop iria entrar na escola. Ou seja, esse ano seria mil vezes piores que os outros.

- Com licença você é... – uma garota dos olhos claros, cabelos vermelhos e um sorriso grande me cutucou enquanto olhava um dos papeis sobre á sua mão. – Katherin Beaut?

- Sou eu. – sorri, simpaticamente.

- Serei sua colega de quarto. – Ergui as sobrancelhas. Afinal de contas eu nunca havia tido uma colega de quarto. Na verdade as bolsistas não dividiam o quarto com os riquinhos e normalmente eu era á única bolsista que havia em todo o colégio. Eu sei estranho, mais agente se acostuma.

– Eu também sou bolsista. – sorriu.

- Ah! Que legal. – Era estranho, mais nem por isso deixava de ser legal. – Quer que eu te acompanhe ate seu quarto? – Arquei as sobrancelhas, sorrindo.

-Seria legal, mais eu acho que você vai perder sua segunda aula, assim como eu.

- Não tem problema. – na verdade não tinha mesmo. – eu te acompanho.

(...)

- Então você esta aqui á três anos... Inteiro? – ela parecia não acreditar.

- è, eu já me acostumei. – Sorri. – Mais é você por que veio para cá? Afinal de contas... – arquei as sobrancelhas, tentando escolher á palavra certa. – não é sempre que temos bolsistas. – dei de ombros ao concluir á frase. Aquela palavra não foi a certa.

- Na verdade eu vim ate aqui por causa da minha paixão por um cantor. – ela sorriu, envergonhada. Como assim? Ela. Uma paixão. Um cantor...? Ela não tinha cara de uma desse tipo de fã problemática que era apaixonada por alguém que nem á conhecia? Ou conhecia? Não sei... Mais eu acho que me entenderam.

- E quem é o cantor?

– Justin Bieber. – ela sorriu, mordeu o lábio inferior. – ele é perfeito. Você gosta dele?

- Sei lá, nem sei quem é. – confessei, segurando o riso assim que á - vi murmurar algo como ‘você é desse mundo?”. – esqueceu eu estou nesse orfanato á três anos e quase nunca pegou no meu celular, ou na internet para ver esses novos cantores. – dei de ombros.

- Ele vem para essa escola. – Ela sorriu e eu jurei poder ver seus olhos brilharem ao completar tal frase. – E eu estou ansiosa. – confessou.

- Isso é... Bom, eu acho. – sorri sem graça. – mais e ai... Vamos para aula?

- Claro, seu eu abaixar minhas notas. Ou perder mais alguma aula meus pais me matam. – ela sorriu. E, logo eu entendi que era uma brincadeira.

E um novo ano acabará de começar. Ele poderia ser bom. Ou ruim.