O Pianista escrita por Charlie Carter


Capítulo 1
One - shot


Notas iniciais do capítulo

Eu creiei isso no meio de uma aula, quando meu professor resolveu começar a falar sobre música, mas então eu fui lembrando de outras coisas e logo minhas mente se encheu de ideias, ai eu misturei tudo e deu nisso.
Enjoy!



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Sem luz. Era assim que o lugar estava, não sabia se estava viva ou morta. Eu estava usando um vestido, que ia até os meus joelhos e era rodado e eu usava jóias que não reconheci como minhas.

Vi algo brilhando, acho que era algo metálico, fui/flutuei até lá e vi que era uma... Maçaneta. Toquei-a, estava completamente gelada, recuei. Só depois fui perceber que não havia porque temer, assim que eu a toquei, a porta logo apareceu. Girei a maçaneta e a porta se abriu.

Era um tipo de sala ou quarto, eu não sabia muito bem. Mas havia cortinas pretas que estavam amarradas para que não impedissem a visão de nada, os móveis eram luxuosos, sombras por toda parte e aquele vestido combinava perfeitamente com o local.

Meus olhos não queriam parar de explorar o local, o piso parecia um tabuleiro de xadrez com todos aqueles quadrados pretos e brancos.

Ouvi um som, era melodioso e agradável. De alguma maneira eu sabia que aquele som vinha de teclas, teclas brancas misturadas com teclas negras. Em meio á aquela escuridão, um feixe de luz recaiu e olhe só: lá estava o tal piano. Um belíssimo e negro piano de cauda. Mas não havia ninguém que fizesse as teclas se moverem... Ou foi isso que eu pensei, pois por um momento desviei meu olhar e quando olhei novamente para o piano, havia alguém sentado na baqueta e com isso eu pulei de suto!

De onde ele veio? – Pensei. Ok, que tipo de pegadinha era essa? Ele parou de tocar o piano, virou-se e olhou para mim. Não sei quem ficou mais surpreso pelo outro estar ali (apesar de eu desconfiar que tenha sido eu). Seus olhos eram vermelhos e intimidadores. Usava uma camisa vermelha, um terno preto por cima e uma gravata também preta. Ele fez um sinal para que eu me sentasse ao seu lado.

Sabe... Agora a escuridão lá “fora” parecia muito mais convidativo do que aqui, ele repetiu o gesto para que eu me sentasse. Aos poucos eu me lembrei como se andava e dei alguns passos, receosa. Eu não sei por que fui até ele, estava relutante em ir até ele, mas eu não tinha controle sobre meus membros, que me acompanhariam aonde quer que ele me guiasse...

Sentei-me, ele continuou a tocar sua melodia. Onde eu estava, que lugar era este? Será que eu estava perdida? Aos poucos aquele mundo ao meu redor foi perdendo o foco, eu olhava para o nada, simplesmente deixando-me levar por aquela melodia, há músicas que parecendo alucinógenos ou algum tipo de bebida alcoólica, mas os três tem quase o mesmo efeito: nos tirar do mundo e nos levar á algum lugar nosso e só nosso.

Em dados momentos ele olhava para mim e em algum momento um interruptor ligou-se em minha mente e eu notei que a pessoa ao meu lado era Roving the arrow, o que ele estava fazendo aqui? Eu via pontos roxos dançantes e criaturas estranhas e simpáticas. As luzes das velas davam a falsa sensação de eu estar sendo vigiada por sombras amigáveis. Roving the arrow tinha cabelos negros, mas seus olhos vermelhos eram intensos.

Em devido momento minha curiosidade venceu:

– Que lugar é este? – Perguntei

Ele olhou para mim, hipnotizando-me com seus olhos.

– Eu não sei – Respondeu ele – Esperava que você soubesse, já que você o criou.

– Não faço ideia de onde estamos – Falei

– Acho que eu posso esclarecer isto para você – Disse uma terceira voz.

E então surgido das sombras, vejo uma criatura baixinha e vermelha (literalmente), com garras afiadas, chifres... o sorriso do coringa, um pouco psicótico... e o mais estranho era que esse “demônio” usava roupas formais e chiques.

– Quem é esse, Roving the arrow? – Perguntei.

Ele pareceu espantado.

– Como sabe meu nome? – Disse ele.

– Já nos conhecemos – Falei – Há muito tempo.

– Sei que não te conheço – Falou ele – Mas tenho uma vaga lembrança de você.

–- Este lugar foi crido pela sua mente, por você - Explicou o demônio.

Roving the arrow levantou-se, mas o piano continuou tocando, por incrível que pareça, eu não achei estranho e detalhes em vermelho apareciam em meu vestido ao longo do quanto eu queria saber, quanto mais eu sabia mais vermelho meu vestido ficava.

–... Então isso é um sonho? – Perguntei

– Pode-se dizer que sim – Respondeu o demônio. – Ou algum lugar para onde a sua Alma veio.

Roving the arrow pegou a minha mão e me convidou a levantar, eu concordei, já que eu deveria estar... um pouco fora de mim ou a minha alma não deveria estar muito bem... aquele era um lugar para onde as almas iam, acho...

Ele me fez chegar um pouco mais perto, uma de minhas mãos foi para seu ombro e a outra ele tomou entre a sua, movimentos leves, ritmados e calmos. O piano se tornar música de acompanhamento, acompanhando outro som, levemente mais agitado, passinho para cá e passinho para lá.

Acho que aquele tipo de melodia que ressoava no gramofone era blues, eu e Roving the arrow conversávamos sobre como ele podia não saber quem eu era (sua melhor amiga). E como que ele e eu estávamos ali e... coisas assim. Passados alguns momentos, eu já estava coma minha cabeça recostada e seu ombro, meus braços por seu pescoço e suas mãos em minha cintura. Dançar ali estava tão bom, mas Roving the arrow resolveu voltar para o piano.

E então ele recomeçou a tocar o piano e tudo aquilo me fez pensar se tudo não era só um grande sonho ou um amável pesadelo, porque criamos tantas coisas? Só para entreter a nós mesmo, existem tantas coisas e o mundo já não é o mesmo depois de passar por tantas transformações e reviravoltas, mas sabe? Estar com um amigo ali para me confortar (apesar de uma pedra falar mais do que ele) era muito bom, me fazia sentir que se eu caísse haveria alguém ali para me dar a mão e me ajudar a levantar de cabeça erguida. Será que tudo aquilo teria um significado que ainda era oculto para mim? O demônio, por exemplo, poderiam ser meus medos? E porque estava tudo tão escuro? Será que eu estava triste? Ou será que eu estava tendo alguma alucinação? Será que eu estava sendo consumida pela loucura? Quantas hipóteses... Alguma delas estaria certa? Não sei, mas estava a imaginar que sim.

E de repente o demônio pegou meus braços e disse:

– Já que você não é mais necessária... Eu irei devorar a sua alma!

– Espera ai... O que como assim? – Perguntei.

– A loucura foi “implantada” em você – Disse ele – E você nem a notou e então ela foi se apoderando de você e você nem tentou resistir... Adoro esse tipo de pessoa!

Aquilo já estava me assustando, meu coração batia tão mais rápido. Olhei para baixo... Meu vestido estava completamente vermelho, isso significa que eu sei de tudo! Mas ainda tinha peça faltando nesse quebra-cabeça!

– Roving the arrow! – Chamei

Ele nem sequer olhou para mim!

O demônio começou a rir histericamente, com a cabeça jogada para trás, deixando á mostra todos os seus dentes muito bem afiados...

– Roving the arrow!! – Gritei.

Ele olhou para o lado e... Sorriu! Bem quando eu pensei que ele teria um ataque cardíaco... Ele nem percebeu ISTO! Ok, respire fundo... Ai droga isso não estva funcionando! Eu não estava me acalmando, eu só estava deixando á mim mesma mais nervosa e fazendo meu coração bater tão rápido que pensei que uma hora iria acabar saindo pela minha boca...

– Roving The arrow!!! – Gritei em plenos pulmões.

Ele abruptamente parou de tocar piano e arregalou seus olhos vermelhos. Ele olhou para mim e nessa hora... o demônio me pegou pelo pescoço e me ergueu do chão.

– Solte-a! – Gritou ele.

O demônio balançou a cabeça negativamente.

– A alma dela agora é minha – Disse o demônio que agora estava gigantesco – E eu irei devorá-la!

Deu uma enorme vontade de falar um “avá, é mermo?”

E eles continuavam se encarando...

– Ei, pessoal! – Falei – Não queria interromper, mas... dá para você me soltar agora?!

– Vamos acabar logo com isso – Disse o demônio.

Ele me colocou em frente a sua face e começou a abrir a bocarra, pronto para devorar a minha alma, eu que estava quase tremendo de tanto medo que sentia... fechei meus olhos e coloquei meus braços em frente ao corpo, esperando o que viria a seguir.

Então você me pergunta: mas você nem tentou fugir?

Ah é! Eu meio que me esqueci de contar esse pequeno e chato detalhe: eu não estava sentido as minhas pernas, acho que estava levitando... e assim eu estava “presa” á aquele lugar, era como se a minha alma não quisesse ir embora!

Era frustrante!

Eu já podia sentir o hálito/bafo daquele demônio que chegava mais perto á cada momento que se passava. Senti uma de suas presas encostar-se à minha perna e logo depois eu caí. Sim, eu simplesmente fui ao chão e lá fiquei até ter certeza que não seria mais aperitivo de demônio. Resolvi abrir meus olhos...grande erro!

Vi o demônio de desfazendo aos poucos e assumindo outra forma, uma muito mais assustadora do que a anterior, dessa vez o demônio era totalmente pálido (parecia uma assombração). Tudo ficou duas vezes mais horripilante, seus chifres, garras e pressas... afiaram-se ainda mais. Aqueles olhos pareciam piscina e eu sabia que eu iria enlouquecer se mergulhasse nessa piscina. Logo ouvi um zunido.

E depois outro, outro e mais outro. Fechei meus olhos novamente, pelo que eu ouvi, pude distinguir uma batalha entre o demônio e Roving the arrow . Por um momento tudo ficou em silêncio e então eu ouvi três “tum” , foram três estacas de gelo que atingiram Roving the arrow.

Vi uma espada celestial prendendo o demônio á parede.

Fui até Roving the arrow e o peguei entre meus braços. O demônio sorria para mim, deixando todo o seu sangue escorrer por aquela coisa que ele chamava de boca, ele tocou onde a espada lhe acertou.

– Isso ainda não acabou – Disse o demônio – É melhor que saiba que está não é a última vez que nos vemos.

E então soltou uma gargalhada psicótica que aos poucos foi perdendo som, assim como sua imagem que foi ficando mais translúcida e quando ficou totalmente transparente, ele se fora, mas a espada continuava presa á aprede.

Voltei-me para Roving the arrow, ele sorria singelamente.

– Porque fez isso? – Perguntei.

– É meu dever – Explicou ele – Sou seu anjo da guarda e apesar de só ter uma vaga lembrança de você... é meu dever te proteger.

– Eu não vi o demônio, eu só podia senti-lo – Disse ele – Nada disso teria acontecido se eu pudesse tê-lo visto, foi tudo culpa minha.

– Nunca mais diga isso! – Falei.

– Eu só pude senti-lo através de você – Falou Roving the arrow – Por isso te tirei para dançar.

Fechei meus olhos com força, para impedir que as lágrimas rolassem pelo meu rosto e quando abri meus olhos, com minha visão embaçada vi que Roving the arrow já não estava mais lá. É, ele tinha sumido e estava “chovendo” penas e uma em particular havia se depositado em meu colo. Tudo o que restara fora as estacas de gelo...derretendo.

E então eu senti que o sono se apoderava de mim, minhas pálpebras pesavam e logo eu tudo enegreceu, desmaiei.

E então ouvi aquela risada sinistra outra vez.

Levantei de supetão! Á minha volta tinha uma aura de luz azul que logo foi se dissipando. Então eu percebi: eu estava na minha cama, no meu quarto! Os raios de sol já invadiam meu quarto. Foi tudo um sonho? Pesadelo? Foi Real? Acho que não...

Então quando eu já estava toda feliz pro tudo aquilo não ter passado de um sonho... olho para o meu colo e lá encontro uma pena branca. Logo me lembrei de Roving the arrow.

Levantei da cama taciturnamente e me pus a andar até a cozinha e no caminho eu ouço um “bom dia”

Olhei para o lado e vejo... Roving the arrow com um copo de água na mão.

Devo dizer que demorei um pouco para responder...

Não creio! Como que ele...estacas de gelo...eu vi!

Ele aparentava estar um pouco fraco, isso me fez suspeitar de certas coisas... então ele se aproximou e disse:

– Parece que eu realmente consegui proteger você.

– Você... – Falei.

– Agora em carne e osso – Disse ele – Graças á você, ainda não acredito que você me deu um terço de sua alma, sabe que isso foi muito arriscado, certo?

– Ahn, eu... espera ai! Eu o que? – Perguntei.

– Brincadeira – Disse ele – Mas a parte em que eu consegui te salvar é verdade!

Ah, que legal...meu melhor amigo também é meu anjo da guarda...

– Mas tudo aquilo foi realmente só um sonho? – Perguntei.

– Aquilo tudo o que? – Rebateu ele

Eu estava prestes a falar, mas quando eu abri a boca tudo o que saiu foi... ar. Resolvi deixar para lá.

E quando Roving the arrow foi andando para seu quarto, pensei ter visto assas em suas costas!

E então quando voltei ao meu quarto me peguei pensando: será que foi mesmo só um sonho? E aquele vestido vermelho em cima da minha cama não ajudou em nada!

Uma cruel realidade ou um amigável pesadelo?








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Notas finais do capítulo

Gostaram ou odiaram? Please tell me! Vou ficar esperando as opiniões de vcs.
Até a next fic!
A kiss for you!!!



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