Odin estava na sala do trono conversando com Tyr, o líder dos soldados e Thor.

– Senhor – disse o comandante – interrogamos o suspeito – mas ele se recusa a falar, no entanto a jovem feiticeira de nome Lorelei nos informou que este homem era o comparsa de sua irmã.

O velho coçou o queixo pensativo e deu um suspiro exasperado.

– Nesse ritmo as coisas não vão se ajeitar – Odin falou com o olhar cansado e depois mirou Thor – Thor, chame seu irmão, preciso dele aqui.

– Mas meu pai – disse Thor – Loki não sai da enfermaria para nada – ele já está lá a mais de quatro dias. Não dorme e nem se alimenta.

– O quê? Ora, menino mimado! Desse jeito ele vai acabar morrendo! – o velho grunhiu nervoso – vá lá busca-lo! Nem que seja a força!

Thor sabia que aquilo de nada adiantaria, mas mesmo assim tentaria conversar com o irmão.

–

Sigyn ainda dormia serena, o ferimento havia cicatrizado porem o corpo da jovem não respondia a nenhum estimulo, como se a jovem estivesse em coma. Milagrosamente havia conseguido resistir, até mesmo Gert se surpreendeu com a força da jovem e também com a força de vontade do príncipe mais novo. Há pelo menos dois dias Loki começara a sentir os sinais de desconforto do próprio corpo, porem o mesmo decidiu se manter firme até que Nina abrisse os olhos. Porem naquele exato momento seu corpo havia chegado ao um nível de desgaste impossível de ignorar.

Thor entrou no quarto e fitou o irmão caçula com preocupação, Loki estava cada vez mais pálido, as olheiras fundas e os lábios partidos devido a falta de agua. Ele notou a presença do deus do trovão e sem encara-lo respondeu.

– Não, já disse que não.

– Escute irmão...

– Eu não vou abandoná-la – ele disse num fio de voz – quando eu estive à beira da morte ela ficou comigo, e agora não seria diferente!

– Você não vai abandoná-la irmão, mas você não pode ficar assim desse jeito, tem que descansar, se alimentar, estar com forças, ela iria ficar muito zangada se visse você assim!

– Você não entende – ele agora encarava o outro – ela é foi a melhor coisa que me aconteceu... ela me faz acreditar em mim mesmo, ela acredita em mim, eu não me sinto um monstro ou um ser desprezível quando estou perto dela... ela me ama... então ela não vai ficar sozinha, ela não gosta de estar sozinha, por isso eu não quero que ela abra seus olhos e não me veja ao lado dela.

– Loki – disse Thor – eu entendo você, eu sentia a mesma coisa por Jane, mesmo que as coisas não tenho dado certo entre a gente, mas quando estávamos juntos a protegia com todas as minhas forças.

– Mas ela é uma mortal – o outro retrucou.

– Não é fato de ela ser mortal, mas sim o sentimento que nós tínhamos, não vê? Irmão, descanse durma um pouco, ela ficará bem aqui, tem as enfermeiras para cuidar dela, Sigyn está em boas mãos.

Loki se levantou enraivecido, será que ninguém entendia que ele não queria sair de lá? Porem quando o jovem se levantou sentiu a vista escurecer e as pernas bambearem, estava muito fraco, Thor percebendo isso rapidamente o segurou, chamou pelo irmão mas então viu que este não lhe respondia, havia desmaiado.

–

Havia um barulho de risos ao fundo.

– Por que este tipo de pergunta tão de repente? – Loki estava confortavelmente deitado com Nina apoiada sob si.

– Nem sei, só curiosidade. É que desde que a gente se casou eu fico sonhando em ter uma família de verdade – de repente a jovem esboçou uma expressão melancólica e ao mesmo tempo suave – eu sempre quis ter uma família.

– Eu sou sua família agora – Loki fez um carinho no queixo da jovem – estamos juntos r nada de ruim irá acontecer com a gente, é uma promessa – os dois deram um selinho.

– Mas se um dia a gente tiver filhos, você vai gostar?

– Bom... – Loki se fez de pensativo – só se forem parecidos com você!

– E nomes? Você tem alguma preferência?

– Não que eu saiba – ele disse – e você tem algum?

– Só um, caso eu tenha um dia uma menina...

– Ah é, e qual seria?

Nina suavizou o olhar.

– Lena.

– Lena... hum, eu gostei, parece um nome tão meigo quanto o seu.

– Era o nome da minha mãe.

– Sua mãe devia ser muito especial para você, não?

– Sim...

– Eu ia adorar ter uma filhinha linda, assim como você.

– Pára Loki – a jovem lhe dava leves tapinhas no braço.

– Não, faz ideia do quão linda você é? – ele ficou com o rosto bem perto do dela – você é linda, minha pequena.

A jovem sorriu corada e então o casal deu um beijo lento e apaixonado que aos poucos foi tomando um ritmo mais intenso. Algum momento depois os dois jovens estavam abraçados e nus apenas cobertos por uma manta grossa, admirando as estrelas da janela da então casa-arvore, ambos sentiam uma paz inigualável, uma tranquilidade que não parecia existir em lugar algum, apenas ali entres eles.

– Ni...na – o murmúrio do irmão chamou a atenção de Thor que encarou Loki que suava a frio, uma lagrima saiu do canto do olho deste – Ni...na.

– Há quanto tempo ele está assim? – perguntou Frigga que literalmente voou para a sala de cura quando soube que Loki havia passado mal.

– Ele está desacordado há pelo menos umas quatro horas minha mãe, ele não queria sair de perto dela, e nosso pai pediu que eu o convencesse a descansar.

– Ele está sofrendo muito – disse Frigga.

– Ele.... também vai morrer? – foi a pergunta de Alvim, que estava bem tristonho no colo da rainha.

– Não querido – disse Frigga – ele só está fraco, ele ficou muito tempo ao lado de Nina.

– A Nina só fica dormindo ne? Será que ela vai acordar?

– É claro que vai – disse agora Thor – ela pode até ser pequena mas é muito forte.

– É, disso eu sei, até porque ela casou com ele... quero dizer, desculpe! – o menino emendou sem graça.

– Tudo bem Alvim – disse Frigga – mas o importante é que os dois se amam, e isso já é mais do que importante.

– Eu sei, sabe majestade, eu também gosto muito do Loki... sabe eu fiquei muito feliz quando ele quis ficar comigo, na verdade eu achava era um cara mal, mas agora que eu conheço ele melhor, eu acho ele um cara mau bem bonzinho.

Frigga deu um fraco sorriso.

– Ele disse que ficava comigo só se eu não o chamasse de pai, então eu disse que o chamaria de tio Loki, mais ele também não gostou. Daí eu chamo ele de Loki só.

– Mas por que ele disse isso a você?

– Bem, ele disse que não queria assumir o lugar dos meus pais de verdade e disse que ele a Nina seriam como uma espécie de irmãos mais velhos para mim.

Frigga riu e Thor também, porem um gemido chamou a atenção dos três. Loki estava acordando tentou se levantar procurando pela esposa, mas foi impedido por Thor que o deitou de volta.

– Precisa descansar, irmão.

– Onde... está ela...?

– Está do outro lado – Thor falou de forma tranquila – Gert está cuidando dela – fique tranquilo, agora descanse.

– Eu não quero descansar – ele falou ao mesmo tempo em que fechava os olhos e dormia novamente.

Agora Loki se encontrava novamente com Nina em Alfheim quando ele lhe ensinava alguns truques de magia.

– Não! Está fazendo tudo errado!

– Ah, eu desisto – disse a jovem já molhada devido a uma bola d’agua que ela tentou fazer que acabou caindo em cima de si.

– Não pode desistir assim tão facilmente – ele disse esboçando um riso zombeteiro.

– É que a gente já ta nisso há um tempão!

– O que foi que eu disse sobre ter paciência – disse Loki lhe rodeando – é preciso ter cautela, atenção e paciência, para que no momento certo... a coisa funcione!

Loki pegou Nina de surpresa emburrando a jovem no lago, ela deu grito de susto e depois o encarou toda molhada com a cara amarrada.

A jovem bufou e estendeu o braço para ele, Loki segurou sua mão e então se viu puxado para dentro da água. Nina ria divertida enquanto ele a encarava com um riso malicioso. Os dois saíram do lago para tirar as peças de roupa do corpo, ficando apenas com as mais leves, Nina estava só com um vestido branco mais curto que devido a água estava mais colado ao corpo revelando a curva dos seios e do quadril, a jovem se sentiu um pouco envergonhada, já Loki apenas a olhava de forma demorada e com um ar divertido, adorava aquele lado pudico que ela tinha tão diferente do jeito libertino dele.

– Você não precisa disso – ele disse chegando perto da jovem enquanto retirava as alças da camisola de baixo da vanir, aos poucos a peça deslizou deixando a menina desnuda e então a beijou.

Loki acordou e notou que um peso em seu braço e notou que era Frigga que dormia próximo a si. A mulher notou que filho havia acordado, ele parecia ter um aspecto melhor.

– Quanto tempo eu dormi? – disse o jovem se sentando na cama.

– Quatro dias querido – disse Frigga.

– Quatro dias? – o jovem se desesperou – Tudo isso?

– Está tudo bem Loki – disse a rainha – hidratamos você com um soro, Nina ainda está adormecida, mas está bem e fora de perigo.

– Elá ainda não acordou? – ele sentiu o coração se agitar.

– Não meu querido, mas acalme-se, você precisa se alimentar, precisa está forte – a rainha acariciou o rosto do jovem – você precisa estar forte por ela.

Loki ficou cabisbaixo e depois fitou a mãe.

– Sim, a senhora tem razão mãe – ele deu um fraco sorriso – eu me manterei forte, por ela.