Heimdall estava fazendo a sua costumeira patrulha quando olhou para o céu de Asgard, o guardião franziu as sobrancelhas, pensou ter visto algo no ar, mas nada de estranho tinha, lembrou-se então das palavras de Loki quando este havia voltado com os demais de Alfheim.

“Estamos lidando com um inimigo invisível, precisamos estar em alerta, eles já podem estar aqui sem que nós percebamos.”

–

Lorelei ainda corria por entre as pessoas, com certeza a última coisa que queria era voltar para casa, há algum tempo que ela descobrira o plano maluco de sua irmã, e na mesma época conhecera o capanga dela, Skurg, um mercenário de caráter duvidoso com quem ela teve a infelicidade de ter sido violentada e sua irmã nada fez para protege-la. Queria poder salvar a irmã de sua própria loucura, mas seria em vão, então a jovem tentaria salvar a própria pele, não queria estar envolvida nos planos de Amora, que com certeza resultariam em sua morte ou prisão perpetua.

Não percebeu que havia alguém vindo na direção oposta a dela, Lorelei acabou trombando com um corpo maior que o seu. A jovem caiu no chão e evitou encarar a pessoa.

– Desculpe!

Frandal tomou um susto mas logo viu que era uma bela jovem que havia trombado em si.

– Ora não foi nada – disse ele cortes – deixe-me ajuda-la, senhorita.

Ele gentilmente a ajudou a levantar, Lorelei corou ao ver que o rapaz era deveras bonito mas ao mesmo tempo se retraiu por ele ser um homem, porque isso lhe trazia más lembranças.

– Você está bem? – Frandal notou que a jovem chorava, ele tentou toca-la mas esta se afastou – não tenha medo, sou Frandal um dos Três Guerreiros – ele se apresentou.

– Très Guerreiros? – Lorelei então teve um lampejo em sua mente: os três guerreiros eram os fieis parceiros e companheiros de Thor – Aqueles que andam com o poderoso Thor?

– Sim – e quando ele lhe disse isso a jovem o segurou pela gola com alarde.

– Por favor! Teria como me levar até ele? É caso de vida ou morte!

– Como? – disse o loiro ainda confuso.

–

Sigyn e Amora caminhavam de volta até Frigga e Alvim, ao avistar a jovem Alvim correu até ela.

– Nina! Você demorou! – a criança falou em tom de reclamação Nina se abaixou afagando os cabelos loiros do menino.

– Sentiu a minha falta assim tão rápido.

Alvim olhou para Amora de esguelha e depois cochichou para Nina.

– Não gosto dessa mulher, ela tem cara de falsa.

Nina embora quisesse concordar olhou para a criança em tom de repreensão. Frigga apenas observa rindo.

– Quem é esse garotinho lindo? – disse Amora olhando para a criança amavelmente.

Nina virou-se para a mulher com as mãos pousadas nos ombrinhos de Alvim.

– Este é Alvim de Alfheim, meu grande amiguinho, ele acabou perdendo a família no ultimo ataque que teve.

– Que lástima! – disse Amora – deve ter sido muito difícil, não?

– Sim – disse Nina triste por um momento – mas, felizmente Alvim tem a mim e Loki para não deixa-lo sozinho.

– Loki? – Amora pareceu surpresa.

– Sim, Loki se ofereceu para ser o guardião legal dele – Sigyn falou com uma ponta de orgulho.

– Puxa, isso é realmente muito admirável – depois Amora encarou Frigga – deve estar muito orgulhosa de seu filho majestade.

– Sem duvida – respondeu Frigga – ah, Sigyn devemos ir querida. Vou chamar os guardas.

– Claro – a jovem ia se movendo quando Amora lhe cutucou.

– Teria problema se eu acompanhasse vocês?

Frigga que não estava gostando nada daquilo se pronunciou antes que sua nora dissesse algo.

– Infelizmente não será possível Amora – disse a mulher – é que lembrei-me que eu minha nora temos mais alguns assuntos a tratar, espero que compreenda.

– Perfeitamente minha rainha – disse Amora fazendo uma leve mesura – não quis ser indiscreta.

– Imagine! – disse a rainha de forma teatral.

Logo a carruagem real apareceu para em frente aos quatro.

– Temos que partir – disse Frigga fazendo o gesto para que Sigyn e Alvim entrassem.

– Então até mais – a jovem se despediu do grupo.

Depois que a carruagem se afastou Frigga finalmente bufou irritada.

– Não suporto aquela mulher! – a rainha disse chamando a atenção de Nina – Depois de tudo o que ela fez ao meu filho e ainda tem a ousadia de agir daquele jeito dissimulado, ah mais eu conheço aquele tipo!

– Então ela é uma falsa mesmo! – disse Alvim colocando um dedo no queixo.

– Vocês não estão exagerando – disse Sigyn – e que ela fez de tão ruim assim?

– Amora feriu os sentimentos de Loki quando ele tinha 15 anos, ela o usou e depois o descartou como se ele não fosse nada, meu bebê quase morreu de desgosto, vivia trancado no quarto e mal comia, a muito custo ele voltou a vida antes.

– Ele nunca havia me contado isso...

– Loki não gosta de falar sobre o assunto, e aconselho você não comentar isso com ele, a verdade minha menina é que não é bom falar de qualquer coisa sobre rejeição perto dele, mas acredito que você já saiba disso.

– Sim, eu entendo – Nina tinha um semblante pensativo.

Algum tempo depois a carruagem de Frigga chegou ao castelo, a rainha e a nora saíram acompanhadas pelo pequeno Alvim. De repente a rainha teve um sobressalto.

– Está tudo bem Frigga? – perguntou Sigyn preocupada.

– Estou querida – ela pausou – só foi um mal pressentimento só isso

–

Amora estava próxima a uma taverna quando a pessoa que ela esperava finalmente apareceu.

– Finalmente apareceu. Já tenho as informações dos ataques, será hoje perto pôr do sol, e você já sabe o que deve fazer.

– Perfeitamente, minha senhora.

Amora deu um meio sorriso.

– Conto contigo, meu executor.

E sem que ninguém visse Amora transformou seu comparsa em um soldado do Valhala e a ela mesma em uma simples serva de cabelos negros, ambos disfarçadamente seguiram pelo caminho que levaria ao castelo real.

–

Heimdall estava olhando para o horizonte vendo o sol que começava a baixar porem uma sensação estranha o perturbou, sentiu algo passar pela Bifrost, ágil ele correu em direção ao estranho ser ou objeto subindo pela rampa alta da ponte e então saltou com sua adaga cravando-a no objeto que se revelou uma nave negra, o guardião tratou logo de destruir a turbina da nave que acabou caindo e derrapando na ponte. Ele saltou no chão ofegante mas ao mesmo tempo aliviado por ter derrubado a nave porém sentiu uma sombra atrás de si e tamanha foi a surpresa do guardião da noite ao ver outras naves vindo sobre Asgard.

–

Loki, Thor e Sif haviam acabado de sair da reunião com Odin, enquanto caminhavam pelos corredores, ambos estavam pensativos até que são abordados por Vostagg e Hogun.

– Alguma novidade? – disse o volumoso.

– Não, nada – disse Thor – mas mudando de assunto, por que Frandal não está com vocês?

Como se fosse obra do acaso Frandal apareceu do outro lado andando apressado e ao seu lado uma bela jovem com uma expressão aflita. Os dois ficaram próximos até o grupo. Loki franziu as sobrancelhas.

– Lorelei? O que faz aqui?

– Ah, esta jovem me pediu para que eu a levasse até vocês. Disse que tinha algo muito importante para falar para vocês.

Thor fitou a jovem de forma preocupada.

– Pareces tensa Lorelei o que há?

A jovem ofegou, e criou coragem para dizer:

– Milordes.... minha irmã – a jovem começou a chorar – ela está... oh céus!

Loki nem precisou ouvir o resto.

– Eu sabia! Eu sabia! Eles tinham uma fonte!

– O quê? – disseram Thor e os outros.

– Amora está dando informações aos elfos negros.... eu descobri a pouco tempo... e aí ela me ameaçou, mas eu-eu achei melhor contar...

– Aquela vadia imunda – disse Sif que nunca gostou da feiticeira.

– E como Heimdall não descobriu? – Hogun se questionou.

– Ela usava a telepatia – disse Lorelei ainda tremula.

– Claro - Loki deu um tapa na própria cocha – claro, isso faz todo o sentido. – ele virou-se para Lorelei a puxando pelo braço – o que mais sabes?

– Eu...

Mas antes que a jovem responde, o som da trombeta de Heimdall sou por todo território asgardiano.

– Não é coisa boa – disse Loki correndo em direção a varanda do castelo junto com os demais que ficaram pasmos ao verem naves negras voando pela cidade.

– Loki - a jovem fez com que o príncipe a fitasse - tenha cuidado, sua esposa pode estar correndo perigo!