Nina, ou a doce punição de Loki escrita por Puella


Capítulo 1
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Agora a história começa....



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Lembranças

Qualquer pessoa anseia buscar por seu próprio destino, o lugar cujo qual nasceu para estar encaixado dentro do universo, entretanto, o que acontece quando aquilo que lhe parecia destinado é arrancado de você? 

Bem, essa é a minha história, eu me chamo Nina e sou de Vanaheim, vivia com minha família em uma pequena porem bonita aldeia rodeada de imensos campos verdejantes. Meu pai era um asgardiano que se casou com a minha mãe que era uma maga e curandeira muito requisitada nas redondezas, passávamos muito tempo juntas, e acabei por descobrir meus dons para magia, e por assim dizer, eu era uma vanir mestiça, meu cabelo era de um alaranjado intenso e meus olhos azuis como o céu límpido. Vivíamos em paz até o fatídico dia em que alguns trolls destruíram e mataram a quase todos os que moravam ali, pois eu fui a única sobrevivente e  minha mãe acabou se sacrificando por mim, tudo que restou dela era o seu livro de feitiços. Logo depois os asgardianos chegaram lá, porem muito tarde.

Eu tinha apenas 8 anos, e fui levada até o lar das Valquírias onde fui acolhida para me tornar um dia como uma delas. Mas eu não queria ser uma Valquiria, tudo o que eu queria era minha família de volta, sentia falta do meu pai, dos campos verdejantes de Vanaheim, sobretudo, da minha mãe. Estava tão deprimida que, certo dia eu resolvi fugir do lar das Valquírias. Com alguns truques simples eu saí sem que ninguém percebesse, e corri. Corri muito, tropecei varias vezes entrando bosque adentro, mas ao mesmo tempo chorava e sentia medo pois o bosque parecia ficar cada vez mais escuro, estava anoitecendo, pensei em voltar, a líder das valquírias com certeza iria me punir pela travessura.

De repente ouvi um grunhido que vinha dentro do mato, e para o meu horror vi dois olhos vermelhos cravados em mim, empalideci no mesmo instante, a criatura logo se revelou, um troll pavoroso que provavelmente iria me devorar como janta. Diferente de outras pessoas que ficam paralisadas, eu saí correndo e gritando por socorro. A fera vinha correndo atrás de mim, ela corria muito rápido, e estava prestes a me alcançar, acabei por tropeçar em uma raiz caindo de bruços e logo o monstro veio para cima de mim. Dei um grito de medo, a criatura me olhava com aqueles olhos insaciáveis, “é o meu fim” pensei fechando os olhos deixando escapar uma lagrima. Mas, algo parou o ataque do monstro, foi quando senti algo frio e congelante, abri os olhos e me deparei com a criatura congelada, para o meu espanto, e mais atrás vi um jovem rapaz que parecia brilhar levemente. Ele sussurrou algumas palavras e a criatura se quebrou em minúsculos pedaços de gelo. Assustada eu me encolhi, tremendo completamente. O jovem se aproximou de mim, se abaixando para ficar no mesmo tamanho que eu. Foi então que eu o fitei pela primeira vez, devia ter uns dezesseis ou dezessete anos, era esguio e trajava uma roupa verde e preta, seus cabelos eram negros e penteados para traz, mas algumas mechas teimavam em cair sobre sua testa, tinha um rosto pálido e incríveis olhos verdes. Era a primeira vez que eu via um rapaz que eu achava bonito.

- Não tema, ele não vai mais te machucar, não do jeito que ele está agora – se referiu de forma humorada – Você está perdida? Qual é o seu nome?

- Ni-... Nina – eu disse ainda um pouco assustada.

- Nina – ele disse suavizando o olhar – é um lindo nome. Venha eu te levo de volta pra casa.

- É que eu... eu não posso voltar pra casa...

- Como assim? – ele me fitou curioso.

- Eu não tenho família – meus olhos se encheram de lagrimas de novo – eu... moro com as valquírias... elas devem estar bem zangadas comigo agora...

- Eu bem sei o que é isso – ele falou de repente parecendo divagar – mas eu te levo até lá, posso convencê-las a não brigaram com você.

- Você faria isso? – eu falei um pouco esperançosa.

- Claro, sou bom nisso. E então, o que me diz? Confia em mim?

- Eh... eu confio em você, eh... qual é o seu nome?

- LOKI! – alguém gritou atrás de nós, logo surgiu um outro rapaz loiro, mais velho, ele segurava um martelo em uma das mãos – finalmente te achei! Por onde andavas, os meus amigos estão furiosos contigo. Por que tu colocaste aquelas coisas no hidromel deles?!

O mais novo bufou revirando os olhos.

- Foi merecido, Thor. Você sabe bem disso.

- Mas você sabe que não é assim que se faz irmão?

- Hum, falou o homem que resolve tudo empunhando sua Mjonir – o comentário rendeu-lhe um olhar severo vindo do mais velho.

Eu olhava tudo sem entender direito, até que o loiro finalmente me notou.

- Quem é essa menininha Loki?

- Eu a salvei de um troll há alguns minutos, precisamos leva-la de volta para as valquírias.

- Para as valquirias? – o loiro olhou de soslaio para o moreno – Loki, você sabe bem o que elas fazem com os homens que se aproximam de lá...

- Não com os filhos de Odin, meu caro – ele falou confiante dando uma piscadela para mim.

Em pouco tempo eu estava voltando acompanhada dos filhos de Odin de volta para a minha “casa”.

- Posso saber o nome desta menina tão bonitinha? – perguntou o loiro com um sorriso caloroso no rosto.

- Nina – respondi me sentindo um pouco contagiada pela alegria dele – E você é Thor?

- Sim! Thor o trovejante! E este é o meu irmão caçula Loki, o trapaceiro.

- Não ligue para ele – disse Loki que me carregava no colo – ás vezes meu irmão não costuma dizer coisas coerentes. Não se trata de trapaça, mas, astucia.

- Eu ainda acho que é trapaça – falou Thor, risonho.

- Fique com seus achismos para você – disse Loki, fazendo uma careta que arrancou um riso meu.

- Loki... – eu falei meio tímida – aquilo lá que você fez... por acaso era magia?

- Sim – ele falou.

- Então você é um mago!

- É, mais ou menos isso.

- Minha mãe também era – disse um pouco triste, mas logo disfarcei – ela sabia fazer magia de cura.

- Interessante. Veja! Já estamos chegando!

A nossa frente estava o portão da morada das Valquirias, era lindo, uma representação do paraíso. O portão se abriu e dele apareceu a líder das valquírias, Brynhildr, que aos nos ver mantinha um olhar severo no rosto.

- Posso saber o que estava fazendo fora da morada das valquirias Nina? – sua voz firme me fez estremecer.

- Não pegue pesado com ela Brynhildr – Loki interveio, mas foi logo interrompido por ela.

- Poupe-me de suas falácias Loki, conheço bem a sua fama...

- Fama? Que fama tenho eu? Eu apenas salvei esta gentil menina das garras de um troll malvado. Se não fosse por mim ela estaria na barriga daquele monstro vil! – o jeito dramático como ele entonou a voz chegou a ser cômico.

- É verdade líder Brynhildr – eu falei -  se não fosse por ele eu, eu nem estaria viva!

- E o que uma menina como você estava fazendo sozinha no bosque?

- Eu só... – de repente sente como se alguém botasse palavras na minha boca – estava dando um passeio, não imaginei que havia me afastado tanto da morada, por favor, me perdoe líder, prometo não cometer isto outra vez! Além do mais, eu passei por maus bocados ultimamente.

Para a minha surpresa pareceu ter funcionado.

- Esta bem Nina, agora entre, e não quero mais ver você fora dos limites da morada, entendido Nina.

- Sim líder – eu falei mais aliviada – mas, eu posso me despedir deles antes de entrar – pedi com se fosse minha única oportunidade.

- Não demore – foi sua resposta antes de se retirar.

Aproximei-me dos dois, mas olhando especificamente para Loki.

- Queria vê-los outra vez... mas vai ser difícil – falei cabisbaixa.

Loki se aproximou de mim, abaixando para ficar na minha altura, delicadamente segurou meu queixo com o polegar para que eu o olhasse nos olhos.

- Isso não é um adeus – ele falou sorrindo – vamos nos ver de novo, quem sabe até lá você não se torne uma guerreira famosa.

- Prefiro maga – falei fazendo uma careta a pensar em ser guerreira – um mestre em magia como você.

- Nem sou mestre ainda – ele falou rindo – mas meu irmão diz que serei o melhor mago de toda Asgard.

- Eu acho que ele está certo.

Loki então tirou um cordão com um pingente grande e dourado que estava em seu pescoço colocando em minha mão.

- Gostei muito de você Nina. Então quero que fique com isso.

- Não sei se devo – eu falei receosa, mas ao mesmo tempo maravilhada.

 - Aceite. Para que se lembre de mim, e para que quando nos virmos de novo eu me lembre de você enquanto estiver usando-o. Considere isso um presente especial.

- Obrigada – disse abraçando o – e até outra vez.

- Até – disse ele agora em pé.

- Até mais Thor – eu falei agora me dirigindo ao irmão dele.

- Até mais Nina, foi um prazer conhece-la!

Então depois eles foram embora eu voltei para dentro da morada das Valquírias. Os anos se passaram eu passei a treinar para me tornar uma guerreira, mas praticava magia em segredo graças ao livro de minha mãe. Agora eu era uma jovem de 16 anos, excelente arqueira e manejadora de lanças, mas ainda sim buscava por algo mais.

Porém para Loki, os anos não tinham sidos os melhores, ele havia cometido crimes graves contra o reino de Asgard, e até onde eu sabia ele estava sendo punido por Odin. Isso me deixou muito triste, pois me pergunto o que teria acontecido com aquele jovem meigo que havia me salvado antes.

Apertei o medalhão que ele havia me dado contra o peito – nunca o havia tirado desde aquele dia – sentia que talvez ele precisasse de ajuda, talvez ele estivesse perdido.

Eu precisava encontra-lo.


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Notas finais do capítulo

Vamos para o próximo. Comentários please!