POV Lisa

- Quando é que vamos para casa do vovô, mamãe? – me perguntou Mimi.

- Não sei, linda. Quando acabarmos de te arranjar.

Como a minha madrasta é muito formal, cada vez que lá vamos jantar, parece que vamos para uma festa de uma rainha. E eu não me esqueci de dizer aos meninos isso. Por isso, optei com um tomara que caia rosa, com uma racha de lado. Fiz uma make suave e calcei uns sapatos que “roubei” à Sara. Vesti à minha menina um vestido florido azul e, com o estava a ficar frio, coloquei-lhe um casaco azul escuro. Lhe coloquei uma bandolete muito fofa que combinava com o vestido. Sara optou por um vestido marron que combinava com o seu lindo cabelo ruivo. Fez uma make mais carregada que a minha mas que lhe ficou otimamente.

Já prontas, fomos para casa do meu pai.

A minha loirinha veio nos abrir a porta e deu um abraço a cada uma. Vinha com um vestido branco e o cabelo apanhado. Não trazia maquilhagem e tinha calçado umas sabrinas que eu provavelmente iria roubar noutro dia. A Gabriela veio logo ter connosco com um vestido azul que só podia ter sido a minha mãe que lhe tinha dado. Não me julguem, eu amo a minha mãe, mas ela simplesmente não tem gosto para a roupa.

- Nem sabes quem é que está cá! – guinchou a minha Histérica favorita.

- Quem é que está cá? – perguntei.

- Ela está na sala! – voltou a guinchar Gabriela, me puxando pela mão até à sala. A Mimi estava ao colo da sua madrinha, fazendo cafuné na cabeça dela.

- Mamãe! – gritei, me atirando para o seu colo.

- Ai Lisa, não vês que já estás um bocado grandita de mais para me fazeres isto?

Fiz biquinho e ela me beijou a bochecha.

- Onde está a minha neta linda? – perguntou fingindo que não via a Mimi e eu me sentei ao seu lado.

- Tou’ aqui, vovó! – exclamou, se atirando para os braços da minha mãe.

O pai chegou à sala, impecável no seu terno preto trazendo pela mão a minha madrasta que vestia um vestido prateado que, na minha opinião, era demasiado extravagante. A minha mãe estava muito mais bonita do que aquela senhora que dava pelo nome de Lilian.

A filha do capeta entrou logo a seguir com um vestido branco co umas cenas pretas esquisitas. O seu cabelo estava apanhado e tinha uma make leve.

Ficou um silêncio desconfortável até que, por fim, a campainha tocou.

Fui abrir a porta que dava logo para a sala. Os primeiros a entrar foram o Louis e a Eleanor. Louis envergava umas jeans e uma camisola azul às riscas brancas enquanto a Eleanor trazia uma camisa branca e umas jeans. Nada de muito formal. Cumprimentaram toda a gente enquanto Zayn e Perry entravam. Perry tinha um lindo vestido branco com renda enquanto Zayn trajava umas jeans, uma camisola vermelha e um casaco preto. O Niall e a Ali entraram a seguir. Niall estava perfeito no seu terno azul e Ali trazia um vestido azul brilhante. Danielle foi a seguinte, seguida pelo Liam. Trajava o que eu pensava que era um vestido e Liam trazia uns jeans e uma camisa aos xadrezes azuis.

O último a entrar foi o Harry. Ele seguiu os meus conselhos à risca e se vestiu totalmente formal… De terno e gravata preta, ele estava lindo!

Me deu um demorado beijo na bochecha, me fazendo corar, e foi cumprimentar o resto das pessoas.

Nos sentámos um pouco na sala, conversando.

A Mimi começou a conversar com o Louis, insistindo que o pato Donald tem três sobrinhos e uma sobrinha, enquanto Louis teimava em dizer que o ele não tem sobrinhas nenhumas e que apenas tinha três sobrinhos. Eleanor batia com a mão na testa perante o comportamento infantil do Louis enquanto eu apenas sorria.

Harry não desviava o olhar de mim o que não me punha totalmente desconfortável. A Lilian até estava a ser… Uma madrasta normal… Ainda não me tinha criticado, o que, para mim, era uma vitória.

A campainha tocou, o que era um pouco estranho pois já não estávamos à espera de ninguém.

- Eu trouxe uma pessoa para ti, Lisa – comentou a minha mãe me piscando o olho.

Ergui uma sobrancelha enquanto fui abrir a porta.

Devido à escuridão que estava no alpendre, ao inicio não consegui distinguir quem era e, apalpando a parede, dei com o interruptor do alpendre, que acendeu logo.

- Mi amore! – gritei em italiano, me atirando para os braços de Gabriel.

- Então linda? Andas desaparacida… Já nem me ligas, nem nada!

- Desculpa. Nem ando a ter tempo. Estou tão contente por tu estares aqui! – exclamei, voltando a abraçá-lo.

- Nem me convidas a entrar? – me perguntou, se fingindo de indignado.   

- Entra. Mas comporta-te que temos cá visitas! – avisei, o arrastando para a sala.

A Mimi, mal o viu, largou a sua conversa com o Louis e se atirou para o colo de Gabriel, que a pegou ao colo, gritando:

- Daddy!

Senti os olhos dos meninos e das respetivas namoradas a se arregalarem.

Eu até percebia o seu ponto de vista. Tecnicamente eu tinha lhes dito que eu não sabia quem era o pai da Mimi e, no final, ela vai chamar pai a um. E na posição que estávamos parecíamos uma família. Gabriel pegava em Mimi com uma mão, me rodeando a cintura com um braço.

- Já tinha saudades tuas, mi farfalla – disse Gabriel para a Mimi, apelidando a de Borboleta.

- Eu também, papai.

Mimi saiu do colo de Gabriel e, puxando o por uma mão, arrastou o para junto de Louis.

- Papai, explica ao Louis que o pato Donald tem uma sobrinha! – pediu Mimi para o Gabriel, olhando exasperada para Louis, que teimava em não lhe dar razão.

Louis esqueceu totalmente a parte do papai e começou a discutir outra vez com a minha menina.

  - Eu vou ver como está o jantar – avisou Lilian, dizendo algo de jeito uma vez na vida.

- Eu também vou – disseram em simultâneo, os meus pais, a Lucinda e a Gabriela.

- Me leva contigo titi – pediu Mimi à Gabriela, que acedeu ao seu pedido.

- Tem cuidado com a Mimii, Gabriela! - gritei, a avisando.

- Afinal sabes quem é o pai da Mimi – disparou Harry, zangado.

Não levando a mal, respondi:

- Nada disso. O Gabriel é o meu melhor amigo e, quando a Mimi nasceu, foi ele quem me ajudou a tratar dela. Então a Mimi começou a chamá lo de papai. Embora a primeira palavra dela tenha sido mamãe – disse casmurra para Gabriel.

- Desculpa, a primeira palavra dela foi papai. PAPAI! – teimou Gabriel e voltámos à discussão de sempre.