A última brisa

Era meia-noite e eu estava sentado na minha cama, tremendo na escuridão de meu quarto. Em minha mão uma carta, uma carta que aliás eu não deveria ter lido. Seu autor me era desconhecido e a letra me dava sinais de profundo desespero.

Eu a havia achado numa caixa, que parecia ser mais do que antiga, em uma de minhas expedições ao sótão. Nunca tinha visto aquela estranha caixa e, desobedecendo ao meu bom senso, resolvi levá-la ao meu quarto.

Lá eu a abri, e dentro, encontrei várias coisas que não faziam sentido em estar guardadas . No meio delas, vi uma carta que parecia ser a mais nova que, ainda assim, era muito velha. De novo, com a curiosidade a tona, comecei a ler a carta, sem saber que das revelações que aquilo me traria.

Ainda estava paralisado em meu quarto, com olhar perdido. O que eu tinha lido ainda martelava em minha cabeça, não conseguia acreditar... NÃO PODIA ACREDITAR...

Então, de repente, a janela se abriu, trazendo consigo uma brisa mais fria que a própria noite em si. Soltei  carta e corri para a janela procurando algo fora do comum.

Do nada, em minhas costas, começou uma dor aguda e muito intensa. Eu parecia ter sido apunhalado. Senti sangue quente escorrer por minhas costas e levar meu último fio de vida. Desesperado, temendo a minha própria morte, cai de bruços na janela. Olhei para trás e minha última visão foi um vulto, uma sombra negra que parecia emanar maldade...

No dia seguinte, meu corpo foi achado no chão, em meio a uma poça de sangue. E a carta ainda jazia sobre a cama, sei aberta e quase intocada, ocultando seus mistérios sob o envelope amarelado.