Pedido da autora pra deixar o cap mais emocionante: Pleeeease, escutem essa música enquanto estiverem lendo, foi a minha inspiração para o capítulo. http://www.youtube.com/watch?v=1zfzka5VwRc

-P-por que fez isso Ian?

-Fiz o quê? – perguntou ele, inocentemente.

Amy olhou pra ele, com raiva. Ela estava soltando fumaça pelas orelhas. Havia levado Ian até a piscina térmica porque era o cômodo mais perto e era coberto. Ele se encontrava deitado em uma cadeira de praia branca e aconchegante enquanto Amy passava Mertiolate na sua testa.

-V-você fica fazendo esses joguinhos. Cansei deles, Ian! Cansei. Eu tenho uma vida. Um namorado, aí você aparece e puf! Tudo se esvai. – dava pra ver que a garota estava a beira das lágrimas, mesmo Amy, que odiava chorar, principalmente quando não há motivo. Ou era o que ela estava dizendo a si mesma naquela hora.

-Amy, eu não quis...

-Não quis me matar também Ian? TODAS AQUELAS VEZES?

-Foi Isabel que...

-Ora, não dê essa desculpa! Não era Isabel em Paris ou em Veneza! Era você! Foi você que disse que tinha nojo da gente!

-Amy eu... se não fosse por mim você estaria esmagada igual à uma panqueca agora, lá na Coréia! – gritou ele, frustrado por não poder se defender.

-VOCÊ ME DEIXOU PRA MORRER NA CORÉIA, IAN! EM QUE PARTE DO EVEREST VOCÊ ESTARIA AGORA SE NÃO FOSSE POR MIM?

O garoto abaixou os olhos.

-Desculpe.

Amy estava inconsolável. Ela limpou as lágrimas do rosto.

-O que você tem na cabeça?

Você, ele quis dizer. Em vez disso, ficou quieto. Lembrou-se de Natalie e quando a encontrou dormindo no closet da mãe, ela ainda não se conformava. Eram muito próximas, até Isabel tomar o soro. Quando se deu conta, tinha uma lágrima rolando por sua bochecha.

-M-me desculpe Ian. – disse Amy. – Eu sei que foi Isabel. É só que...

-Eu sei. É difícil esquecer.

O silêncio que se seguiu era desconfortável.

Ela esperou um pouco depois se inclinou para colocar um pouco mais de remédio no corte.

Amy estava perto demais dele, sua boca perto demais da dele.

Ian começou a perceber coisas aleatórias, como as gotas d’agua que pingavam do cabelo dela, ou o biquíni verde que estava usando...

Ele se sentou.

-Espere, vai escorrer... – começou Amy, mas Ian colocou um dedo suavemente na boca dela. Cuidadoso para não encostá-la.

-Shh.

Ele tinha uma expressão serena e os olhos marejados e a fitava como se estivesse guardando os detalhes para si.

Ela também o encarava, permitindo um momento para explorar os olhos dele.

Uma gota de Mertiolate escorreu da testa para a bochecha dele e Amy inconscientemente a interrompeu antes que chegasse aos lábios, limpando a gota com os dedos.

Fogo parecia estar queimando em seus dedos.

Ian abaixou os olhos para a mão dela e colocou mão dele sobre a dela.

Ela não trouxe a mão para si mesma, em vez disso permaneceu assim, de mãos dadas com ele.

Foi tudo tão natural, como se... como se aquilo estivesse escrito em alguma profecia. Como se houvesse uma corrente que insistisse em prendê-los um ao outro, mesmo depois de tudo o que havia acontecido.

A luz do por do sol que entrava pelas janelas iluminava metade do rosto dos dois, deixando a outra metade no escuro, Ian ergueu os olhos para olhar nos olhos dela.

-Eu mudei Amy – disse baixinho, antes de colar os lábios nos dela.