Foi difícil, mas eu entendi. Mas pera, Harry está mesmo gostando de mim? Meu Deus, pera. Ou não, vai saber.

– Lissy, e agora? E agora Lissy? E agora? - Sim, eu estava, completamente, desesperada.

– E agora o que mulher? Desembucha!

– O que eu falo pro Harry quando eu o encontrar?

– Oshê, não fala nada! Se ele quiser algo com você ele vai tomar alguma atitude, seja ela qual for.

– É verdade. Mas, ai meu Deeeeeeeeus! - Surtei.

– Já pensou vocês namorando? Você ia me deixar de lado. - Falou com uma risada provocante.

– Nada a ver Lissy! Amigos, amigos. Namoros à parte.

– Quero só ver, haha. Tenho que desligar agora. Minha mãe está me chamando para almoçar. Beijos.

– OK. Vou comer algo também. Beijos.

Acabou que a briga entre eu e Harry foi “em vão”. Mas da mesma forma, ele beijou aquela, aquela... Argh. E eu fiquei com tanta raiva disso que acabei falando palavrão, como Harry disse, perdi minha pureza.

Minha mãe não estava em casa, pois nas segundas o turno dela é integral, então resolvi não almoçar, comi qualquer besteira. Cookies. Ai delícia! Só de falar já dá água na boca.

Terminando de comer senti algo me cutucar. Peguei um susto, quase tive um treco, mas era Tony. Dei sua ração e fui trocar de roupa. Escovei os dentes e estava pronta. Você deve estar se perguntando “Pronta para quê?”.

Saí de casa e andei um pouco. Um pouco mesmo. Toquei a campainha. Uma linda mulher me atendeu.

– Olá, posso ajudar? - Ela disse. Eu ri de leve, pois ficou parecendo aquelas pessoas que trabalham em lojas e querem nos ajudar e etc.

– Pode sim. O Harry está?

– Está sim. Entre. Vou chamar ele, sinta-se a vontade. - Disse ela, educadamente. Ela parecia ser a mãe de Harry. Parecia não, eu tinha certeza, caramba! O Harry é o cuspo escarrado da mãe dele. – Já chamei ele, já já ele vem. Como você se chama?

– Obrigada. Sou Megan, amiga de Harry.

– Prazer Megan, sou Anne, mãe do Harry.

– Eu já suspeitava que você fosse mãe dele. - Falei rindo. – O prazer é todo meu. - Nos cumprimentamos, dois beijinhos na bochecha, essa frescura toda.

– Oi Megan. - Disse Harry ainda na escada. – Pode subir. Obrigada mãe.

Subi as escadas e fui caminhando em um corredor comprido. Chegamos ao que parecia ser o quarto de Harry.

– Bem vinda ao meu mundo. - Sim, ele me apresentou ao quarto dele. – À que devo a honra?

– Para de palhaçada menino! - Brinquei dando uma tapa de leve em sua cabeça. – Enfim, eu to sozinha em casa, daí vim aqui... Conversar.

– Sei! - Disse franzindo o rosto.

– Ai ai ai! Agora deu pra me provocar né?

– To brincando Meganzinha, haha.

– Sei! - Provoquei o imitando.

– Mas então? Cadê sua irmã? Seus pais?

– Minha irmã está na escola e meus pais trabalhando. E os seus? Você tem uma irmã não tem?

– Aham, tenho sim. Ela saiu, mas já volta. E meu pai... Bem, ele é separado da minha mãe. Eles se separaram quando eu ainda era mais novo.

– Entendo... Sinto muito.

– Tudo bem. Tá a fim de jogar vídeo game? - Perguntou com aquele sorriso encantador que eu sempre gosto de ressaltar.

– Opa, na hora!

Começamos a jogar FIFA. Estávamos um contra o outro. Eu aprendi a jogar vídeo game com meu pai, então tenho minhas manhas.

Estávamos jogando, distraídos, até que algo começa a me lamber.

– Ai meu Deus, o que é isso? - Gritei. Olhei para trás e vi que era um gato. Lembro-me de Harry ter dito que prefere gatos.

– Ah, é Dusty. Sai Dusty, deixa a gente jogar. - Disse Harry “expulsando” seu gato do quarto com seu braço. Ao fazer isso, o braço dele escorregou no chão de alguma forma que eu não sei como, o que fez com que nossos rostos ficassem próximos um do outro.

Nós nos olhávamos atentamente e sem pressa alguma, como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Harry levantou a mão e a estava levando em direção ao meu rosto...

– Filho, quer alguma coisa pra comer junto com sua amiga? - Gritou Anne que estava subindo os degraus. Nos afastamos e ficamos rimos da situação. – Hein Harry? - Disse ela da porta do quarto.

– Não mãe. Quer alguma coisa Megan? - Perguntou Harry olhando para mim.

– Não, obrigada. Almocei em casa.

Anne desceu as escadas em silêncio e nós voltamos a jogar.

– Na traaaaaaave! Ahhhh! Não acredito que eu acertei a trave! - Gritei revoltada.

Harry riu de mim. Ele se achava superior jogando comigo.

– Vou fazer um gol e vou jogar na sua cara que sou melhor que você! - Provocou.

– Vai lá! Boa sorte.

Não demorou muito, ele fez um gol e saiu correndo pelo quarto gritando. Eu fiquei observando a cena que ele estava fazendo.

– Precisa tanto? Foi só um gol, eu posso virar ainda! - Reclamei.

– Isso foi como um “você é melhor do que eu”? - Perguntou rindo.

– Harry, por favor! Volta pra cá e vamos jogar!

Ele sentou no chão e voltamos a jogar. Nem adiantou termos voltado a jogar, nenhum fez gol, então o placar terminou com um para Harry, e zero para mim.

– Eu disse que era melhor que você. - Riu.

– Ok, ok. Mas quando você for jogar na MINHA casa, você vai ver quem é que manda. - Provoquei e sem querer no final da frase, dei um sorriso meio... Malicioso. Percebi que com esse meu sorriso, Harry estava olhando exatamente para meus lábios sem dizer, absolutamente, uma palavra.

– Então. - Disse tentando puxar algum assunto, mas não valeu de nada. Harry estava se aproximando de mim, se aproximando, se aproximando, até que...