Anie?anie?- eu gritava pela casa.
Oi, meu nome é Valentina, mas todos me chamam de Vale. Tenho 14 anos e não consigo achar minha irmã de 9 anos que resolveu se esconder pela casa... Que legal. Será uma tragédia se minha mãe chegar e não ver ela pronta para o jantar, minha mãe e meu pai vão para um jantar no trabalho deles e como é dia dos pais, resolveram fazer o jantar com os filhos e se a Anie não estiver pronta, quem levará a bronca sou eu! Nos acabamos de nos mudar e eu particularmente não gostei muito da casa, Tem muitos quartos é muito grande, e tem cômodos que eu ainda não entrei... Sendo que já faz uma semana que eu moro aqui. O sopro do vento é constante e fazia eu me sacudir de noite mais do que dormia, as janelas batiam com força e as escadas rangiam mesmo sem ter ninguém subindo, ou descendo nelas. É uma casa assustadora.
-Anie!?
-LALALALA, você não me pega!- consegui ouvir a voz dela berrando em eco, em um dos bilhões dos corregores da ala oeste da casa.
-Anie!? Você precisa está aqui meio que... AGORA! Estamos atrasadas, só tenho 20 minutos para te arrumar, vamos!
-AAAAHHAHAHAHA!- consegui ouvir ela gritando, dessa vez localizei da onde.
Corri em sua direção, pensando que tinha acontecido alguma coisa, mas na verdade foi só um copo que ela quebrou.
-Minha mãe vai te matar! Você quebrou um copo de cristal dela!
-Mas não fui eu Vale!
-Foi quem então?
-O vento! A janela abriu sozinha e soprou um vento como uma mão e jogou o copo no chão!
-Ok, mentir é muito feio viu! Vamos.
-Ok, Ok, Ok.- quando eu finalmente consegui coloca-la em um banheiro, esqueci a toalha e eu não sabia onde tinha as roupas limpas, entrei na primeira porta que eu vi, e percebi uma silhueta encostada na janela só que não tinha ninguém em casa.
-Oi... Quem é você?- falei me aproximando devagar.
-Olá. Você não tem medo de mim?- ele falou virando-se para mim e percebi que sua cara é bem pálida com olheiras profundas e roxas e suas roupas em um tom desbotado, como se já as usasse a séculos.- Ou melhor, você consegue me ver?-Ele disse dando um passo em minha direção.
-Claro, porque não veria? O que aconteceu... Porque está aqui dentro?
-Eu estou perdido.
-Tudo bem, me fala onde você mora, que assim que meus pais chegarem eu pergunto onde fica, ai você pode ir para casa.
-Não, eu não me perdi de rua, perdi de dimensão, estou em um plano de vida errado.
-Hãn? Como assim?
-Eu estou morto, sou um fantasma que não conseguiu passar para o outro lado, fiquei preso aqui.
-Ah...- falei com cara de espanto.-Como posso te ajudar?
-De jeito nenhum.- ele escorregou pela parede e começou a chorar... Isso mesmo chorar.- Eu morri aos 15 anos e continuo com essa idade até hoje, mas era pra eu está com 115 se ainda tivesse contando os anos que estou vivo.
-Poxa e porque exatamente você não passou?
-Não sei bem porque...
-Então iremos descobrir.- falei abraçando-o, e em vez de eu atravessa-lo, ele me abraçou de uma forma normal...Não igual aos fantasmas de filme, ele simplesmente me abraçou e eu lembrei que eu iria ajudar um cara que eu nem ao menos sabia o nome.-Mas qual o teu nome?
-Lucas.