Dia de visita na Dover High School. Hm, isso parece bom, certo? Quer dizer, nunca foi ruim, os visitantes nunca me incomodaram – pelo menos não tanto quanto os alunos com quem convivo. Agora, para Harry, é claro que isso é maravilhoso, garotas novas, que não sabem o quão suja a reputação dele é ruim, apenas por andar com uma esquisita como eu. Ou melhor, por ser parecido demais com uma esquisita como eu.

Styles e eu somos os únicos da escola com dislexia e TDAH, a diferença, é que ele é extremamente sedutor e eu sempre fui uma estúpida com qualquer coisa relacionada ao sexo oposto.

Enfim, voltando a falar dos visitantes… Eles nunca haviam me incomodado, até o dia em que três deles eram realmente muito anormais, se é que posso dizer assim. Eram cerca de quinze visitantes e nós estávamos no horário de almoço.

– Harry, por favor, teria como você parar de olhar pra essas garotas e prestar atenção no que eu estou falando? – eu disse quase arrancando os olhos dele fora, já que eu havia passado mais de dois minutos falando sobre como aquelas garotas andavam estranho.

– O que foi?

– Reparou no quanto aquelas garotas andam estranho? Elas parecem estar…

– Rastejando?! – me interrompeu assustado. – Reparei isso também, mas elas só devem estar com algum machucado ou… Sei lá.

Nesse momento, as três esquisitas apareceram ao lado da nossa mesa. Opa, como elas chegaram aqui tão rápido?

– Vocêsss poderiam nosss ajudar a encontrar a saída dos fundosss? Estamosss meio perdidasss. – a Estranha Número 1 disse. Olhei para Harry, e ele deu de ombros.

– Claro, hm, por aqui… – nós as guiamos pelo refeitório, até o corredor sul, depois ás escadas e por fim, a saída. – É aqui. Mas porque vão embora tão cedo? A visita só termina daqui duas aulas.

– Temossss coisasss a resolver, meiossss-sanguess. – A Estranha Número 2 disse. – Nossa patrona ficará satissssfeita com suass mortesss.

– N-Nossas mortes? – gaguejei. Que tipo de pessoa deseja a morte de outra que sequer conhece? – Quem são vocês?

– Não conseguem ver? A Névoa deve estar muito forte nesses olhinhos de semideusss. Masss ajudaremosss vocêss antes de matá-loss. – a Estranha Número 3 disse, se aproximando enquanto suas pernas ficavam verdes e sua pele ficava verde e escamosa. Calma. Pernas verdes e escamosas? É, ok, eu estou realmente ficando louca. As duas pernas da garota estavam virando o corpo de duas cobras.

– Dracaenae… Vocês são dracaenaes! Mas isso é impossível, isso não existe de verdade! – eu não pude controlar minha voz, eu estava praticamente gritando.

– Relaxe, fica tão maiss fácil quando vocêss relaxam. – a dracaenae mais próxima disse, mostrando as presas.

Antes que ela pudesse chegar mais perto de mim, algo passou por cima de minha cabeça e a acertou em cheio, fazendo a explodir numa chuva de pó dourado. Uma flecha!

– Vão embora! – gritou uma das outras garotas que estavam visitando as escola, mirando mais uma flecha nas outras dracaenae.

– Eu disse que devíamosss ter matado essa antess…

– Calma aí! Você acabou de explodir uma garota em pó! Como… – Harry estava com os olhos arregalados olhando para a garota com o arco. A dracaenae que estava perto dele tentou atacá-lo e mais uma vez a garota com o arco acertou uma flecha em cheio, bem no meio dos olhos. – Garota, você é louca?!

– Cala a boca, por favor. – disse a menina, vindo em nossa direção enquanto a dracaenae se afastava e ia embora. – Muito bem. Dois semideuses nem tão poderosos… E nenhum sátiro. Meus deuses, e vocês tem tipo, dezessete anos? Isso não é bom. Enfim, sou Letícia. E vocês são…? – ela falava muito rápido.

– Eu sou Giovanna, e ele é o Harry. Quem é você? Porque aquelas coisas estavam querendo nos matar?

– Se acalme, respondo vocês enquanto estivermos indo.

– Indo pra onde? – Harry perguntou.

– Para o Acampamento Meio-Sangue, é claro. O único lugar seguro pra pessoas como nós.