Hate escrita por Etrom


Capítulo 6
Capítulo 6: essa droga que chamamos de vida


Notas iniciais do capítulo

É, passei um bom tempo sem postar, eu sei,eu sei, e não abandonei a fic, juro. Só... Bem, vou contar a verdade. A minha querida mami me botou de castigo e só pus as mãos no pc ontem, mas aí está. Bon apettit!!



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- Tem certeza de que é seguro fazer isso?

- Sim, sem problema nenhum.

- Acho melhor eu fazer...

- Ah, não vamos começar com esta discussão DE NOVO! – Dylan ajoelhou-se na borda do enorme lago onde a cachoeira desaguava – Eu vou fazer. Temos de ver se há sereias aqui, e esse é o melhor jeito.

- Ah, com certeza! E como você é super inteligente, vai enfiar a cabeça na água sem se importar com as consequências! Sequer passou pela sua mente que, se realmente houverem sereias aí também, uma delas pode simplesmente comer a sua cabeça? – pousei as mãos na cintura.

- Assim você me seduz.

- Você entendeu o que eu quis dizer! Dá licença, é melhor eu fazer isso.

- De modo algum! Aí, quem vai ter a cabeça DEVORADA vai ser você. Não, eu faço isso. – ele tomou fôlego, preparando-se para entrar na água.

- Ah, não! Eu faço! Sai pra lá...

- Abby! Não, não e não! Eu já falei. Sou EU quem vou fazer isso! – e, antes que eu pudesse tentar impedi-lo, rastejou até a mergem e enfiou a cabeça na água.

- Ah! Filho da...

O palavrão foi interrompido quando ele emergiu, poucos segundos depois de ter mergulhado a cabeça. E Dylan sorria.

- Limpo – falou, mostrando seus dentes brancos e brilhantes. Com um sorriso tão lindo, não pude evitar sorrir também. Então me aproximei e, só para ter certeza, aproximei o rosto da água cristalina. Não tinha total visibilidade, mas podia ver alguma coisa. O que podia ver com certeza era que, fora alguns peixes grandes e alaranjados, não havia nada lá que se movesse e fosse metade mulher, metade peixe.

- Dessa vez, você fica, e EU chamo Billie. E tente não ser devorado por nenhum híbrido – falei, levantando e entrando na mata de volta.

- E você ainda consegue fazer piada com isso... – comentou Dylan, balançando a cabeça.

- É isso ou ficar louca de pedra. Já volto, tente não secar a fonte enquanto isso, ok?

Dylan respondeu, mas eu já havia adentrado demais a mata para poder ouvir. E eu só conseguia pensar que era uma sorte muito grande que tivéssemos andado em linha reta, pois se não eu simplesmente NÃO CONSEGUIRIA encontrar o caminho de volta. Aí está algo que todos aquelas semanas em florestas desconhecidas NÃO ajudou a melhorar: meu senso de direção. E não digo isso por dizer não... Nunca pude estudar em colégios grandes demais por que costumava me perder a caminho das aulas. Estou dizendo, a coisa é séria

Desta vez, mais alguma coisa na floresta me incomodava, e não era apenas saber que haviam, tipo... sereias por ali. Era mais alguma coisa... mas eu não conseguia descobrir o quê. Dei de ombros, tentando me convencer de que era tudo da minha cabeça. Grande erro...

Assim que saí da floresta e pisei na areia, fui abordada por gritinhos de mulher que sempre abominei, mas que desta vez não representavam perigo algum. Billie correu até mim e agarrou meu braço, eufórica.

- Eu consegui, eu consegui! – ela falou, sorrindo para mim. Seu rosto estava limpo e livre da maquiagem escorrida.

- O quê, se livrar daquela maquiagem horrível? Parabéns, ficou MUITO melhor.- eu não tive exatamente a INTENÇÃO de ser rude, mas com o tempo a gente se acostuma, até que se torna irreversível.

- Não! – Billie parecia um pouco desapontada, e o sorriso desapareceu – Quero dizer, isso também, mas... Eu estava falando dos cocos. Veja.

Ela deu um passinho para o lado, de modo que a gora eu podia ver a ENORME pilha de cocos verdes atrás dela. E quando digo enorme, quero dizer, literalmente, ENORME. Quero dizer, eu pensei que a loira fosse conseguir, talvez, uns três ou quatro cocos, mas ali haviam, facilmente, umas quinze bolas verdes do tamanho de três punhos meus. Meu queixo caiu instantaneamente.

- Billie... Você... Você... Mas...

- Nem pergunte como eu fiz isso, por que nem eu mesma sei direito. Mas aí estão. E, ah, aqueles três vazios ali no canto foram os que eu bebi. Desculpa se foi demais – ela disse, enquanto analisava uma unha, ainda com esmalte rosa da festa, e fazia uma careta – Mas eu quebrei duas unhas, então nem pense em me pedir isso de novo.

Como ela faz isso?, me perguntei. Um instante, ela estava bondosa e prestativa e, no outro, voltava a ser a mesma pessoa ignorante de antes. Era como a calma sobrenmatural de Dylan: estranha e incomum. Pus a mão no ombro dela.

- Colega, com esse monte de coco aí, não acho que precisaremos pedir ninguém a fazer isso novamente tão cedo.

Ela ergueu uma sobrancelha, mas um leve sorriso apareceu em seus lábios. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha antes de continuar:

- Mas, bem, também trago uma notícia boa: eu e Dylan encontramos outra fonte de água, uma cachoeira linda...

- Livre de sereias? – perguntou ela, as feições ainda chocadas por causa do encontro com seres que ela pensou não existirem.

- Livre de sereias – concordei. – Quer vir ver?

- Com certeza... Por que, bem, eu nem gosto tanto assim de água de coco – ela deu de ombros e eu ri, enquanto procurava na mata o ponto entre um arbusto e um coqueiro particularmente grande, onde havia entrado na floresta e seguido em linha reta até encontrar a cachoeira. Puse ouvir os passos de Billie atrás de mim, então nem me importei com ela, apenas segui em frente até que recomeçei a ouvir o barulho da fonte. Quando chegamos, tive a nítida impressão de ter ouvido Billie ofegar, mas pode ter sido só impressão.

Realmente, aquela cachoeira era linda. A água era azul clara e cristalina,e a cachoeira era bem alta, a água escorrendo por um sulco profundo na pedra que a formava. Ela então ia parar na piscina natural, formando um pouco de espuma por causa da queda. Toda a cena era bem convidativa, a vontade era de arrancar as roupas e mergulhar com tudo na água... que estava levemente gelada, o que era ótimo no calor.

Quando estava realmente considerando em tirar o vestido e mandar uma bala de canhão bem no meio da piscina natural, descobri que alguém já havia tido esta ideia antes de mim.

É isso aí. A linda carinha de Dylan emergiu de um ponto bem perto da queda d’água, os cabelos loiros brilhando loucamente com a combinação de água cristalina e sol super forte.

- Isto aqui está uma delícia – Dylan falou, sorrindo – Não querem entrar? Só tem peixes aqui, e não acho que sejam do tipo que morde...

- Está brincando? Esta é a única roupa que eu tenho aqui, não vou molhá-la e não vou tomar banho na frente de vocês, ogros. Não, obrigada. Estou muito bem aqui, e acho que a... Abby... também – falou Billie – Certo, Abby? Abby?

Mas eu não estava prestando atenção. Estava mais ocupada passando o vestido pela cabeça, itrando a meia calça e os sapatos, até ficar só com o biquíni que eu usava por baixo. Assim, dei uma pequena corrida até a água e lancei-me nela com uma bomba que espirrou uma quantidade considerável de água em Billie. Só quando emergi pude escutar a gargalhada de Dylan, e Billie ofegando, encarando as roupas levemente molhadas. Ela abriu a boca para dizer alguma coisa.

- Se está pensando em reclamar, é melhor pensar de novo. Não estou afim de ouvir, todos nós já estamos sob estresse o sifuciente. Relaxe e divirta-se um pouco, ao menos uma vez na vida. – interrompi, nadando até a queda d’água e deixando a água cristalina lavar a maquiagem borrada que restava em meu rosto. Não era muita.

Quando olhei novamente para Billie, ela estava, ai meu deus creio em deus pai todo poderoso criador do céu e da terra, quieta, finalmente. Mas a Billie é a Bille, e, alguns miutos mais tarde, ela acabou abrindo a boca novamente.

- Você está de biquíni? Como poderia, possivelmente, saber que precisaria de um? – Billie parecia chocada.

- Não haja como se eu tivesse planejado todo o nosso acidente com o bote salva vidas. Eu estava indo para uma festa em um iate, que por sinal é um tipo de barco. É assim tão inacreditável que eu possa ter levado um biquíni, levamdo em conta que eu estava em um espaço limitado com um número recorde de pessoas que amam pregar peças em mim? De fato, eu quase levei um banho de tinta ontem, se você não se lembra – falei, distanciando-me da cachoeira um pouco. Ah, eu não estava bem mentindo. Só estava contando parte da verdade, só isso.

Billie pareceu perceber, pois continuou me encarando e cerrou os olhos, parecendo uma cobra, focando sua presa antes de dar o bote.

- Não, não é isso, com certeza. Você está escondendo alguma coisa. O que que...

- Billie! – a interrompi – Acredite em mim. Melhor não perguntar – comecei a boiar nas águas claras, encarando o céu azul por entre as copas das árvores. – Conversamos sobre isso mais tarde.

Ela pareceu satisfeita, pois não tocou mais no assunto. Achei tê-la visto tirar os sapatos e enfiar os pés na água, mas pode ter sido só impressão.

E então, tudo estava calmo... O sol brilhava, Billie estava quieta, eu boiava calmamente na água. Começava a pensar que havia alguma coisa faltando quando senti duas mãos em minha cintura, puxando-me para baixo. Sereias! Mas não havia nenhuma quando olhamos! Será que estam lá embaixo em algum lugar, se escondendo, esperando, para nos pegar de surpresa? Com o susto, nem pensei em gritar até que já era tarde demais, eu já estava embaixo d’água.

Mas, para a minha surpresa, nem precisei lutar para me libertar. As mãos me soltaram quase imediatamente depois que eu submergi. Confusa, dei uma pirueta na água, procurando ver o por que da sereia ter me largado. Mas o ser com o qual me deparei era muito mais complexo e aterrorizante do que uma sereia. Era...

Dylan.

Emergi, e ele também Joguei água nele, furiosa, mas o maldito não parava de rir.

- Imbecil! Pensei que fosse uma sereia – xinguei mas, poucos segundos depois, comecei a rir também.

- Certo, agora estou ofendido. Nunca fui confundido com uma sereia antes – ele zombou, jogando água em mim, provavelmente como vingança.

- Seu idiota! Nunca mais faça isso de novo – avisei, quase metendo a unha comprida do indicador no olho dele.

- Não prometo nada – disse ele, com um sorriso zombeteiro no rosto. Revirei os olhos, mas não podia negar que estava apenas fingindo estar brava. Esse tipo de brincadeira era boa para descontrair, em uma situação como a nossa.

Passamos mais algum tempo nadando e etc, mas não podíamos passar o dia inteiro ali, tínhamos coisas a fazer antes do anoitecer. Suspirei.

- Temos que ir – avisei, indo em direção á borda e saindo do lago. – Vamos, crianças, temos coisas a fazer.

- Ok, agora estou confusa. O que, possivelmente, teríamos para fazer de tão importante assim em uma ilha deserta? – reclamou... Adivinhe! É isso aí, Billie. Suspirei, tentando conter a irritação e espremendo o cabelo para retirar o excesso de água.

- Precisamos construir um abrigo – falei -, e depressa. Bem antes do anoitecer. E também vamos precisar de uma fogueira, se quisermos passar essa primeira noite vivos. Se estou certa, e se tratando de natureza geralmente estou, este lugar é do tipo que é calor como o inferno durante o dia e frio como a Antártida durante a noite. Tipo como um deserto – expliquei, enquanto juntava minhas coisas e colocava as roupas de volta.

- Basicamente, ela está dizendo que vai estar frio á noite, então, ao trabalho – Dylan completou, enquanto me seguia para fora da água.

- É isso aí. Mais alguma reclamação ou vai parar de perder nosso tempo? – estendi a mão para ajudar Billie a se levantar, mas a garota ignorou-a e se pôs de pé sozinha. Dei de ombros e tomei o caminho em direção á praia, carregando na mão o par de saltos altos e tomando cuidado por onde pisava. Pouco tempo depois, nós três estavamos de volta á praia.

- Tudo bem, o que fazemos primeiro, então? – Dylan perguntou. De fato, fora o incidente dos cocos, apenas ele parecia disposto em ajudar na luta pela nosa sobrevivência.

- Primeiro? – devolvi a pergunta, sorrindo – Nós contruímos um abrigo.


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Notas finais do capítulo

Esse cap não trouxe nada de novo, mas a fic só está mesmo é começando. Beijos, meus caros, e até breve. Câmbio, desligo.



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