Pov Liam.

Meu celular tocou interrompendo meu clima com Candice. Peguei-o irritado, e me irritei mais ainda ao ver o nome de quem estava me ligando no visor, Jack.

- O que você quer? – perguntei impaciente e ele por um momento não me respondeu, mais eu podia ouvir sua respiração ofegante do outro lado da linha.

- Você não deveria ter feito isso Liam... – ele disse em um tom de voz ameaçador – você e sua namorada se arrependerão de terem matado ela, dou minha palavra...

- Ótimo – disse em voz firme, mostrando que eu realmente não temia às suas ameaças, e finalizei a ligação.

- O que houve? Quem era? – Candice perguntou rapidamente, apenas suspirei e levantei meu rosto para encara-la.

- Temos um novo problema...

- Que tipo de problema? – a voz dela era trêmula, o nervosismo estava estampado em seu rosto.

- Jack quer se vingar da morte de Victoria – respondi.

- Ah droga... – ela passou as mãos pelo cabelo em sinal de preocupação.

- Hey, não se preocupe... – tentei acalma-la e segurei sua mão.

- O que nós iremos fazer agora?

- Por enquanto nada, vamos esperar ele dar algum sinal ou vestígio de que esteja pronto para o bote...

- Mais Liam, e se ele já estiver armando alguma armadilha, e se de repente ele se unir com aquela bruxa...

- Katie? Não... ela não fazia mais parte do nosso grupo, Victoria estava abusando demais dos poderes dela, então não creio que ela irá ajudar Jack com mais algum feitiço maligno para nos matar ou algo do tipo...

- Eu não sei, acho que essas hipóteses não são confiáveis...

- Princesa confia em mim, vai ficar tudo bem ok? Ele não vai encostar um dedo em você, eu prometo.

- Não é só comigo que eu me preocupo, é com você também...

- Não esquenta comigo, vai dar tudo certo. Agora vai descansar um pouco amor, teve um dia muito cansativo hoje... – depositei um beijo em sua testa, e fiz com que ela se deitasse.

- Não sai daqui, tá bom? Não sai desse apartamento por nada... 

- Quando você acordar eu estarei exatamente aqui, eu prometo – sorri de lado, enquanto ainda segurava sua mão.

- Eu te amo – ela sussurrou, enquanto seus olhos já se fechavam lentamente.

- Eu também te amo – falei e ela sorriu de leve, fechando os olhos por completo.

Não demorou muito para ela pegar no sono. Eu não gostava de vê-la assim, com medo. Mais eu não a culpava, as situações na qual ela passou era de traumatizar qualquer um. Eu queria dar a ela uma vida tranquila. Eu queria mostrar a ela como a vida ao meu lado era boa e confortável, uma vida normal, mas isso simplesmente não é possível, por que... eu não sou normal, eu sou um vampiro. Eu sabia que eu poderia faze-la feliz, mais não sabia se a vida ao meu lado era a mais correta a se escolher. Mais ao olhar para aquele rosto angelical dormindo, eu esquecia todos os problemas e inseguranças. Eu não me imaginava sem ela, eu faria qualquer coisa para sempre protege-la, pois ela é a coisa mais importante no meu idiota e anormal mundo.

[...]

O sol fraco batia em meu rosto, enquanto eu observava Londres amanhecer pela janela do quarto. As ruas iam ficando movimentadas aos poucos, e um pouco mais longe eu avistava o big ben, que estava bem realçado por causa do sol.

- Liam? – a voz de Candice soou aos meus ouvidos e eu me virei, vendo que ela acabava de acordar.

- Estou aqui, como prometido – me aproximo da cama e me sento ao seu lado – dormiu bem?

- Sim, eu sonhei que nós tínhamos viajado para Paris, foi bem legal – ela sorriu ao lembrar.

- Um dia eu ainda te levo lá – sorri e seguro sua mão. Ela me encarou por alguns segundos e seu sorriso desmanchou. Ela se sentou na cama e franziu o cenho, colocando a mão sobre a barriga. Eu não estava entendendo nada –  tá tudo bem?

 Foi então que ela se levantou correndo da cama com a mão na boca e foi em direção ao banheiro, eu a segui rapidamente imaginando o que já fosse acontecer. Ela se ajoelhou diante o vaso e colocou tudo para fora. Me abaixei e segurei delicadamente seus cabelos, impedindo que eles fossem para frente de seu rosto.

- Você comeu alguma coisa? – pergunto assim que ela acaba ,e a guio até a pia.

- Eu não me lembro – ela responde, e logo começa a escovar os dentes.

- Deve ter comido algo que não fez bem...

 Ela ficou encarando o espelho por alguns minutos, como se estivesse assustada com alguma coisa. Aquilo já estava até me assustando.

- Liam, minha menstruação está atrasada – ela disse e meu corpo estremeceu.

- E isso não é normal? – perguntei já com a voz falhando e ela me encarou.

- Não, isso não é normal...

- Aonde você quer chegar?

- Acho que deveríamos comprar um teste de gravidez...

- Ou ou, calma ai... – apoiei uma mão na bancada da pia, garantindo que eu não fosse ter alguma falta de equilíbrio e cair – você está me dizendo que você está...

- Gravida? Há essa possibilidade...

- Não, isso é impossível... Vampiros não são capazes de engravidar ninguém.

- Mais é muita coincidência, não acha?

- Candice, não vamos nos precipitar né? Sem chance de você está gravida, isso deve ter sido alguma coisa que você comeu, então volta pra cama, eu vou pegar algum remédio pra você... – falei o mais calmo possível, ela suspirou impaciente e passou por mim indo em direção a porta, mais eu segurei seu braço antes – o que que foi agora?

- Nada, só acho que você ficou muito preocupado com isso, como se não quisesse que isso acontecesse de jeito nenhum... – ela tentou soltar o braço, mais eu o segurei com mais força.

- Ah, qual é Candice... Tente me compreender né, foram tantos acontecimentos impactantes que se isso realmente fosse verdade, você queria que eu falasse o que? Ah amor, que ótima notícia, agora vamos criar um filho mesmo estando com um vampiro na nossa cola...

- Eu já entendi, me desculpa, é que... eu estou meio nervosa – ela disse e eu passei minhas mãos pela sua cintura – acho melhor voltar pra cama...

- Vai lá, vou trazer alguma coisa para você...

E assim ela foi se deitar. Fui para cozinha preparar um chocolate quente e aproveitei para ligar a TV, estava em um jornal qualquer, até que uma noticia me chamou a atenção.

“Parece que há um novo animal a solta por Londres, pelo menos é o que o corpo das vítimas deixam a aparecer. Mordidas profundas no corpo, na maioria das vezes no pescoço. Foi assassinada ontem uma jovem de 18 anos, Giselle Bell. Seu corpo foi encontrado hoje pela manhã, já que em depoimento de amigas elas insistiu em ir para casa sozinha. Será que as histórias fictícias de vampiros estão se tornando verdade? ”

Desliguei a TV e suspirei. Giselle, Giselle... Ah! Pude reconhecer seu rosto em uma foto que haviam mostrado no jornal, ela era a pervertida que me bateu, amiga de... Candice! Que merda, não posso contar isso agora para ela, já são muitos problemas para ela digerir.

Peguei a caneca com o chocolate quente e adentrei o quarto dela, me aproximando e sentando ao seu lado. Estendi a caneca e ela sorriu para mim, em forma de agradecimento. Ela observou o que havia dentro por alguns segundos, e depois deu um gole, fazendo uma careta.

- Amor, acho que está estragado... viu se estava na validade? – ela perguntou e eu franzi o cenho.

- Deixa eu ver – peguei delicadamente a caneca de sua mão e dei uma golada, sentindo o gosto extremamente delicioso do chocolate descer por minha garganta.

- Não está estragado, experimenta mais uma vez – aproximei um pouco de seu rosto e ela colocou a mão na boca.

- Esse cheiro tá me enjoando – ela disse e eu assenti com a cabeça me levantando.

- Quer que eu prepare alguma outra coisa? – pergunto e ela balança a cabeça negativamente.

- Eu quero apenas que você deite aqui comigo, pode ser? – ela perguntou e sorriu, apenas retribui.

- Só se for agora – coloquei a caneca na mesinha que havia do lado da cama e me deitei ao seu lado, puxando-a para mais perto de mim.

Estava tudo na maior paz, até que o celular de Candice toca, ah que maravilha!

- Alô? – Candice atende. Ela fica por alguns segundos esperando a pessoa falar, sem me importar em ouvir a conversa, apenas continuo deitado tentando relaxar – COMO É QUE É? Diz que você está brincando Caroline, por favor... – me sentei na cama e encarei que Candice, que agora deixava algumas lágrimas escorrem em seu rosto.

- O que foi? – sussurrei para ela, que não me respondeu. Eu já imaginava o que era.

- Eu... eu, falo com você depois, obrigado por me avisar – e assim ela encerra a ligação, e me encara assustada – A Giselle, ela... ela morreu.

- Hey, fica calma...

- Foi ele Liam! Foi ele que a matou, eu sei que foi!

- Fica calma amor, vem aqui – eu a puxei para um abraço, enquanto ela chorava incontrolavelmente.

- Foi tudo minha culpa... – ela falava em meio aos soluços.

- Ei, olha para pra mim – seguro seu rosto com minhas mãos e a faço me encarar – isso não foi nada sua culpa, ok? Ele que não soube agir igual um verdadeiro homem!

- E se ele matar mais alguém?

- Ele não vai matar mais ninguém, eu não vou deixar – tentei conforta-la, mais como se a coisa não pudesse piorar, a campainha tocou. Candice me encarou e eu coloquei o indicador sobre os lábios, em sinal de silêncio. Me levantei e fui andando em direção a porta, mais Candice segura meu braço.

- Vou com você – ela sussurra.

- Não, fica aqui no quarto, vou só conferir quem é... – sussurro de volta e ela não parece convencida, mais faço ela largar do meu braço e assim corro rapidamente para a porta. Olho pelo olho mágico da porta, e não havia simplesmente ninguém do lado de fora, mais eu reconheço o cheiro... era aquele desgraçado, brincando de pique-esconde de novo.

Destranquei a porta e fui para o lado de fora, olhando de um lado para outro. Fui me aproximando cada vez mais do corredor.

- Aparece seu mané! – eu falo em voz alta, mais não havia nenhum sinal dele.

Estava quase achando que ele havia ido embora e feito aquilo só para intimidar, quando escuto o grito de Candice soar pelos meus ouvidos, olho rapidamente para trás e a porta de seu apartamento estava aberta. É hoje que eu acerto as  contas com aquele filho da mãe!