Another Life escrita por Victoria Jackson


Capítulo 1
Capítulo 1




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Aeroporto Tegel - Berlim, Alemanha.
Uma voz feminina anunciou que o meu vôo e de John iria partir. Fomos até o portão de embarque cinco. Despedi-me de todos, demorando em especial em Katy, minha melhor amiga, que agora, chorava como um bebê, e Sam, que me apertava contra si a todo o segundo. Ele não queria que eu fosse e eu não queria ir.
- Não se esquece de mim, Drake. - Eu pedi, quando ele segurou meu rosto em suas mãos. Sentindo as lágrimas brotarem dos meus olhos e deixei que elas saíssem.
- Eu não vou esquecer, eu prometo. - E então ele me beijou. Me beijou como nunca. Um beijo de despedida. Um beijo de adeus.
Enquanto a funcionária do aeroporto verificava os meus documentos, olhei para trás, dando uma última olhada nas pessoas que me amavam, e John colocou a mão nas minhas costas, me encorajando a entrar no corredor que nos levaria para o avião.
Eu não pude mais vê-los. Meu coração se partiu.

FlashBack – Uma semana atrás.

– O que houve, Drake? O que aconteceu com você? – Perguntei, vendo Drake com uma cara horrível, branco feito papel. Uma mescla de medo, horror e.. Pena. Ele ficou olhando para mim sem dizer nada. Pude ver que seu peito subia e descia rapidamente. Aquilo me assustou.
- Você não viu o noticiário das oito? Não está sabendo de nada? – Perguntou receoso, ainda olhando fixamente pra mim.
- Claro que não Drake! – Falei como se fosse uma coisa óbvia. - Eu acabei de acordar. – Não estava entendendo nada do que ele estava falando. Por que ele não me contava logo o que tinha acontecido?
Tori, a sua mãe. – Ele disse com a voz carregada, totalmente diferente da sua voz carinhosa. - Ela sofreu um acidente.
- Minha mãe? – A mensagem demorou a processar, estava confusa. Eu tinha escutado bem? – Onde ela está?
Ele não respondeu. Ficou olhando pra mim como antes. E uma angústia no meu peito surgiu com uma força abrupta. Meu coração acelerou, e o desespero começou a crescer dentro de mim.
- Drake.. – Comecei, tentando ficar calma. – O que aconteceu com a minha mãe? Onde ela está?
- Ela.. – Ele respirou fundo, olhando para outra coisa em vez de mim. – Houve um acidente de estrada para o aeroporto de Dublin. Vários carros bateram e o da sua mãe foi um deles e acabou não sobrevivendo.
Eu não podia acreditar no que Drake estava dizendo. Era mentira! Minha mãe num acidente de carro? De repente, foi como se o chão se abrisse sob meus pés, e eu fosse engolida por um buraco negro sem ter onde me segurar. Meu peito doía, meu coração estava mais acelerado do que um dia eu podia imaginar que fosse possível. Fiquei paralisada, olhando para Drake a minha frente. Ele estava receoso, esperando uma reação minha, mas a única coisa que eu consegui fazer foi começar a chorar desesperadamente. Grossas lágrimas desciam para minhas bochechas, pela minha boca, deixando um gosto de água salgada nela. Minhas pernas ficaram bambas, frágeis, como se eu não tivesse ossos para sustentá-las. Eu sabia que elas não agüentariam muito tempo e quando me dei conta, estava no chão, tremendo compulsivamente. A dor no meu peito estava aumentando de uma forma assustadora, me corroendo por dentro, tomando cada parte do meu corpo, entranhando pela minha pele. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados, descompassados, era como se o meu coração fosse parar a qualquer momento. Depois de algum tempo, pude sentir a respiração de Sam do meu ouvido. Ele estava sentando ao meu lado, me abraçando de lado com certa força, com o rosto perto do meu, dizendo palavras que eu não conseguia entender. Minha audição não estava boa, meu tato e o resto dos meus outros sentidos também não. Mas eu não poderia prestar atenção em mais nada.
Eu estava sozinha agora.
As lágrimas desciam com mais força e em mais quantidade a cada segundo, a cada instante que eu me lembrava que não teria mais minha mãe comigo.
Uma tristeza tão grande, tão profunda se apoderou de mim, que eu pensei que nunca mais fosse ser feliz. Quando me deu por conta, estava chorando aos berros, e Drake, sem saber o que fazer, continuava me abraçando, me consolando, mas nada daquilo faria diferença agora porque nunca mais eu iria ver minha mãe. De repente aquela sensação que eu senti o dia inteiro fazia algum sentido pra mim como se fosse uma intuição e percebi que a última vez em que eu havia visto a minha mãe, nós estávamos conversando no meu quarto, dias antes, sobre nossa viagem de férias de natal. Nós nunca mais faríamos planos de viagens ou de qualquer outra coisa. Nunca mais riríamos juntas, contaríamos coisas uma pra outra. Nunca mais o cheiro do seu café de manhã antes de ir pro colégio invadiria minhas narinas, nunca mais sentiria o seu perfume ou seu abraço de consolo.
O nosso laço inquebrável que eu pensei que existisse, não estava mais ali. Ele tinha se partido em milhões de pedacinhos e estavam espalhados pelo ar, invisíveis.
Senti ódio. Ódio de todas as pessoas, das envolvidas no acidente ou não. Ódio de mim por não ter tempo de me despedir dela, de dizer o quanto a amava, o quanto ela era importante de mim. Isso só fez meus gritos ficarem mais e mais altos, minhas lágrimas mais grossas, mais pesadas e mais dolorosas. Senti-me sufocada com aquela dor que não cessava, não parava de aumentar, apertando meu coração de uma forma esmagadora.
Meu peito doía a ponto de eu querer arrancar meu coração. Angústia, medo, tristeza, desespero, ódio.. Tudo junto num só corpo. No meu corpo. Fechei meus olhos com força na intenção de fingir que tudo era mentira, abraçando minhas pernas, querendo que aquela dor passasse, mas eu sabia que ela passaria nunca. Ela só aumentava e aumentava, tomando conta de todas as partes do meu corpo. Eu queria que aquilo parasse, que tudo fosse uma brincadeira horrível que Drake tinha feito.
Parei de gritar. Não porque não tinha mais vontade, mas sim porque não havia mais forças. Meu corpo foi sendo erguido por mais braços além do de Drake e quando vi, Katy estava me segurando. Ela e Drake me carregavam com certa dificuldade porque meu peso todo estava nos braços deles. Eu estava paralisada a tal ponto que não sentia nenhum dos meus membros.
Fui colocada no sofá, eles se entreolharam na minha frente, conversando baixinho, enquanto eu voltava a abraças minhas pernas. As lágrimas continuavam descendo sem pedir permissão, sem aviso prévio. Minha cabeça girava como se eu tivesse acabado de sair de uma daquelas xícaras de parques de diversão, senti uma náusea muito forte, uma louca vontade de vomitar, mas não tinha nem forças para tentar colocar algo para fora.
Entrei em um estado de choque desesperador.
Tori.. – Katy se ajoelhou na minha frente, acariciando meu braço. – Precisamos falar com o seu pai. – Ergui meus olhos nublados de lágrimas, tentando entender o que ela queria dizer com aquilo. – Você sabe onde podemos encontrar o número dele?
- Na gaveta da estante. – Respondi com a voz fraca. Fraca demais.
Sabia que minha mãe guardava um caderno com todos os números dos meus amigos, clientes e é claro, de John. Katy discava os números enquanto Drake sentava ao meu lado, me abraçando como antes.
- Vai ficar tudo bem, Tori - Ele beijou minha testa, colocando minha cabeça em seu ombro.
Eu duvidava muito que isso fosse acontecer, mas não respondi nada. Deixei me levar pelo seu consolo.
Olhei de soslaio para Katy e vi que ela estava ao telefone falando freneticamente com alguém. Podia ser John, mas eu não pensei muito sobre isso.
- Ele vai pegar o primeiro vôo e vai vir o mais rápido que puder. – Ela avisou, sentado do meu outro lado.
Sabia que ela e Drake trocavam olhares. Estavam com pena de mim, odiei-os por isso. Não queria que sentissem pena de mim, porra!
Drake levantou, dizendo que teria que ir em casa e mas que voltaria logo. Katy continuou sentada, segurando minha mão.
Meu choro foi diminuindo gradativamente, só restando os soluços fortes e altos, e minha respiração ainda acelerada, também foi diminuindo. Fechei os olhos, descansando minha cabeça numa almofada qualquer. Katy sentava, olhava para mim com um olhar tão estranho que mal a reconheci.
Não era pena, nem tristeza. Era frieza, pura e simples frieza.
A porta de entrada foi fechada e Drake apareceu no hall, chamando Katy.
Fiquei perdida em pensamentos, alheia a todos ao meu redor. Meus olhos estavam abertos, mas era como se não estivessem.
Drake voltou e nem me dei conta de quanto tempo ele estivera fora. Ele deu um sorriso fraco para mim, sentando no espaço vazio, fazendo carinho na minha cabeça. Não dissemos nada. Não havia nada para ser dito.
Katy voltou trazendo uma caneca, entregando-a a mim, dizendo que me faria bem. Os meus sentidos estavam de volta e eu pude sentir um gosto estranho na bebida, mas continuei entornando-a para dentro. Depois de colocar a caneca em cima de mesinha de centro, me ajeitei no sofá, e Drake saiu para me deixar deitar direito. Alguns minutos depois meus olhos começaram a ficarem pesados, me obrigando a fechá-los. Eu estava cansada demais para lutar para deixá-los apertos. Minha cabeça ficou pensada e por fim, adormeci.

Fim do FlashBack

- Você vai gostar de York, é um lugar lindo. - John comentou quando nos acomodamos nas cadeiras quinze e dezesseis. – Eu sinto muito, Victoria. Sinto muito. - Ele colocou a mão em cima da minha brevemente, mas eu não relutei aquele toque. Mantive meus olhos fixos lá fora, ainda chorando.
Eu não estava feliz com isso e não fazia questão nenhuma de esconder. A ideia de morar com ele e sua família não me agradava, mas o que eu podia fazer? E mesmo que eu não queira admitir, eu precisava dele. John era meu pai e responsável pelo meu bem estar, mesmo que depois de tanto tempo. E ainda tinha a história dos calmantes. John me dopava por todos os dias desde que chegara e eu ainda me pergunto se era para evitar que eu assistisse os preparativos para o enterro ou se apenas me dopava por medo de que eu pudesse fazer alguma coisa.

FlashBack dois dias atrás.

A cabeça de John preencheu minha visão. Deveria estar frio, pois ele segurava o mesmo casaco grosso preto de quando chegara. Parou perto do armário, encostando-se nele, me encarando. Suspirou algumas vezes, passando a mão nos cabelos, como eu fazia quando estava preocupada, nervosa, ansiosa ou tudo junto. Irônico pensar na nossa semelhança não só fisicamente.
- Você está bem, Tori? – Foi tudo o que ele disse, ou melhor, perguntou. Não gostava do fato dele me chamar pelo apelido, só as pessoas íntimas me chamavam assim, mas deixei pra lá.
- Não. – Eu respondi francamente, desviando meus olhos para as paredes do meu quarto. Elas pareceriam ridículas com aquele tom alegre e feliz. Elas deveriam estar pretas.
- Precisamos conversar, você e eu, – Ele dizia enquanto voltava a mexer nos cabelos. – sobre como as coisas vão ser agora.
- O que quer dizer? – Perguntei aumentando o meu tom de voz, encarando-o. Parecia que uma pedra de gelo estava descendo pela minha garganta e caindo com estrépito no meu estômago.
- Você sabe o que eu quero dizer. - John falou num tom calmo e cauteloso. Totalmente diferente do meu. - Você não pode ficar sozinha aqui e eu não posso vir pra cá pra ficar com você, então, você vai voltar comigo...
Eu levantei abruptamente, ficando de pé, com os olhos semicerrados.
- Você só pode estar louco por pensar uma coisa dessas. - Cruzei os braços como uma criança faz quando é contrariada, mas que se foda! Naquele momento eu não ligava por estar parecendo infantil.
Victoria... – Ele voltou a falar em tom de quem vai começar a fazer uma concessão.
- Não! – O interrompi, protestando, quase batendo o pé. – Não! Não vou com você! Eu tenho uma vida aqui, tenho meus amigos, e além do mais, está é minha CASA!
- Não Victoria, não é mais. – Ele balançou a cabeça pra mim, falando o meu nome como se estivesse explicando uma coisa muito difícil a um retardado. – Você não vai ficar aqui sozinha, você vai pra minha casa, porque você é minha filha.
- Você deixou de ser meu pai desde que largou a minha mãe há dez anos e voltou para a Inglaterra para se casar com outra mulher! – Berrei, e eu acho que isso não deve ter machucado o bastante os sentimentos dele, se é que ele tinha algum sentimento por mim. John apenas balançou a cabeça, em sinal de negação.
- Você sabe muito bem que eu não larguei a sua mãe, apenas voltei para o meu país e lá conheci outra pessoa. Mas não vamos discutir isso, não nesse momento. - Ele soltou um suspiro longo antes de continuar. - O fato Victoria, é que você vai pra Inglaterra comigo. Já consegui uma transferência de colégio pra você e Rosalie já está providenciando o seu quarto.
Eu abri a minha boca para protestar mais uma vez, mas nenhum som saiu dela. Eu estava chocada, a raiva borbulhando na minha corrente sanguínea como a mesma velocidade de um carro de fórmula um. Minha vontade era pular na garganta daquele desgraçado, e apertá-la com toda a minha força até que seu o último estoque de oxigênio acabasse.
- Você não fez isso... – Foi tudo o que eu consegui dizer quando minha voz voltou. – Eu não acredito que você fez isso...
Victoria... – Ele começou de novo, e novamente o interrompi. Não ia desistir sem lutar.
- Você fez tudo nas minhas costas, você me dopou e brincou com a minha vida como se eu fosse uma boneca!
- Nosso vôo parte segunda de manhã. – John anunciou como se não fosse uma bobagem tudo aquilo. Como se ele estivesse apenas dizendo o dia que sairíamos para viajar com a família.
- Não vou a lugar nenhum com você. – O desafiei, voltando a estreitar meus olhos.
- Eu sou seu pai, você querendo ou não, e vou exercer o meu direito como tal. Não posso e não vou deixar você a cuidados dos outros. Segunda pegaremos um avião para Londres e não há nada que possa fazer pra mudar isso, já foi decidido! - Ele falou de uma vez só, sem parar nem para respirar, despejando tudo em cima de mim ainda com seu tom irritantemente calmo.
E agora? O que eu iria fazer? Eu o odiava a cada segundo que nos fitávamos. John estava lá, calmo, agora longe do meu armário, segurando o casaco, com seus olhos me perfurando, me desafiando a dizer que não iria com ele, me desafiando a não ir com ele. E foi aí que eu explodi. Eu achei que não seria capaz, mas lá estavam as lágrimas que pareciam ter secado. Lá estavam elas descendo sem parar, mas eu não estava triste, eu estava me rasgando de raiva e John sabia que era dele. Ele sabia que as minhas lágrimas eram de ódio e não de tristeza, dei um último berro, batendo a porta do meu quarto com força. Desci as escadas, derrubando tudo que aparecia na minha frente. Precisava descontar toda aquela raiva que estava contendo desde que soube a morte da minha mãe. Todos aqueles sentimentos ruins afloraram dentro de mim, e eu não vi mais nada diante dos meus olhos. Quando me dei conta, estava na sala, pegando o abajur favorito da minha mãe, jogando-o contra a parede, gritando de fúria. A próxima coisa que foi meu escape de raiva foi um vazo de flores do campo, ao que teve o mesmo destino do abajur; a parede. Eu estava pouco me importando com o que estava fazendo, eu só queria quebrar tudo, gritar e chorar. Escutei passos vindos da escada, e John apareceu diante de mim, mas não ousou entrar na sala e tentar me impedir. Apenas assistia enquanto eu estava tendo minha crise histérica. Eu berrei mais uma vez, procurando como uma leoa procura sua caça, mais algum objeto que eu pudesse quebrar e logo vi a mesinha de centro. Bati com toda a minha força contra a mesa, tendo sorte por nenhum caco de vidro me cortar. E mesmo que isso acontecesse, eu duvido que pudesse sentir. Nenhuma dor poderia ser comparada com a dor gigantesca que estava despedaçando o meu coração. Eu não queria ir! Não queria deixar Drake, Katy, nem muito menos a minha vida para trás. Eu precisava deles, por que John não entendia isso? Eu estava revoltada porque minha mãe havia morrido e havia me deixado com aquele homem horrível.
Minha raiva não passou, e quando vi, estava atacando a estante de livros, tirando as prateleiras do lugar, quebrando os objetos dali, abrindo os livros e rasgando-os sem pensar duas vezes. Rasguei até mesmo os meus prediletos, sem remorso algum. Tinha completa e absoluta certeza que não era uma cena agradável de ver, mas eu continuei destruindo cada parte da sala que conseguia que minhas mãos eram capazes de tocar. Meus olhos baixaram para uma foto, que agora se encontrava com o porta-retrato quebrado, meu e da minha mãe que havíamos tirado nas férias do ano passado na capital, em Berlim. Ver aquilo foi como se minha mãe estivesse morta na minha frente. Tudo estava acabado, e eu estava desesperada. E então, eu caí de joelhos no chão, sem gritos ou mais ataques loucos. Apenas chorava, chorava e chorava, sem saber o que fazer diante da realidade que se opunha para mim sem nenhum pouco de delicadeza. Senti braços em volta de mim, mas dessa vez não era Drake, pois logo eu escutei John me pedindo desculpas, em tom quase tão desesperado quanto eu me encontrava. Eu não iria desculpá-lo. Nunca

Fim do FlashBack

Desembarcamos no aeroporto londrino de Heathrow, e John ligou para alguém enquanto eu ia numa loja comprar chocolate para ver se melhorava o meu humor. E funcionou. John mal me viu chegar e já começou a me bombardear de informações sobre a "nova família". Primeiro de tudo: eu tinha uma irmã de nove anos chamada Emma. Dá pra acreditar nisso? E então ele falou sobre Harry, o tal cara com quem Katy falou pelo telefone quando o avisou sobre tudo. Ele tinha dezessete anos, e para o meu alívio ou não, John me contou que Harry, não era meu irmão de sangue. Era na verdade filho do outro casamento de Rosalie, sua atual esposa. Bom, pelo menos isso. Já basta ter uma irmã, não precisava de mais um! Nem entendi porque ele continuava a me contar tudo aquilo, afinal eu só vou terminar o colégio esse ano e voltar para Kassel. Sim, esse era o plano. Eu vou me formar e voltar para a minha casa de verdade, ao lado dos meus amigos. 
Continuamos andando para a entrada do aeroporto, empurrando nossas bagagens, enquanto John me contava que ele tem uma empresa de engenharia e Rosalie é fotógrafa numa agência de modelos famosíssima. O que me fez pensar que ambos tinham muito dinheiro. 
- Ali está ela. – John apontou para algum ponto do aeroporto. 
De repente, uma mulher de cabelos castanhos claros e lisos até os ombros, acenou para nós. Logo reparei na sua bolsa azul clara da Chanel e as sapatinhas claras, deixando aparecer sua estatura média. Magra, mas não aquela coisa magricela, a mulher mais parecia uma modelo ou uma daquelas atrizes coroas de Hollywood com um rosto bem conservado. A melhor palavra para defini-la era chique. Mas não com a aparência arrogante, na verdade ela parecia ser bem simpática com um sorriso enorme estampado no rosto quando chegamos mais perto. 
- Seja bem vinda, Victoria, - Ela tirou os óculos de sol, deixando um belo par de olhos verdes a mostra. Me abraçou e deu um beijo na minha bochecha, me pegando totalmente de surpresa. Ela era muito mais linda de perto e seu sorriso bem sincero, deu pra sacar. - Acho que você já ouviu falar de mim, sou a Rosalie. Como foi a viagem de vocês? 
- Tranquila. - respondi sem graça, dando um sorriso fechado. 
- Foi ótima, querida. - John lhe deu um beijo na boca e eu olhei para o lado, fingindo olhar para outro lugar. - Por que Harry não veio com você? 
- Ele teve treino hoje. - Rosalie passou o braço pelos meus ombros, me levando para fora do aeroporto com John atrás de nós. - Acho que quando chegarmos ele já vai estar em casa. 
- E Emma? Ela já chegou da casa da Mia? - John perguntou, enquanto andávamos a procura do carro de Rosalie
- Não, deve chegar amanhã de manhã. – Ouvi um barulho do alarme sendo desativado e procurei pelo carro, um Toyota Prius. Logo me veio à cabeça que Rosalie devia ser uma pessoa que preserva o meio ambiente. 
Ajudei John e Rosalie a colocarem as bagagens dentro da mala e partimos. Eu atrás, olhando a cidade, Rosalie dirigindo e John no carona.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam na fic? Espero que tenham gostado. Bom, ela é bem grandinha, mas queria que vocês acompanhassem até o final.
Reviews? Por favor, quem saber eu poste mais rápido?



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