Continued Story escrita por Karin


Capítulo 6
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Notas iniciais do capítulo

Spoilers leves de Cidade de Vidro. Boa leitura c:



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Três dias depois

–Você perdeu.

Alyssa suspirou, exasperada. Encarou o tabuleiro de xadrez, com desgosto. Johnatan estava certo; não importava para onde movesse o Rei, ou quaisquer outras peças que tivesse à disposição, era inútil.

Xeque-mate.

–Não faz sentido.

–É um jogo de estratégias, Alyssa. Nunca precisou de estratégias antes, presumo.

Ela deu de ombros.

–Nunca foi necessário. Eu só acho injusto você sempre ganhar, desde quando jogávamos quando éramos pequenos.

Sebastian sorriu, observando enquanto Alyssa fitava o tabuleiro, os olhos dourados estudando a posição de cada peça. Ele sabia que, ao a despertasse, libertaria a mesma personalidade que Alyssa tinha no passado. Um pouco infantil, apesar da infantilidade ficar muito bem escondida por de baixo dos olhos intensos, da expressão fria e a arrogância que emanava de cada palavra que ela proferia, se esta fosse a intenção dela.

Sebastian também sabia que, se precisasse lutar contra a Clave, Alyssa seria uma peça essencial e fundamental ao seu lado, e precisava ser aperfeiçoada. Pela personalidade característica de uma fada, era natural que ela não mentisse, e sempre tivesse a mesma atitude arrogante da Rainha Seelie com relação a mundanos e demais Caçadores de Sombras. E, como vampira, ela era forte; apenas não via, por enquanto, motivos para utilizar sua força, ou sua rapidez, ou quaisquer poderes vampíricos que ela possuía a seu dispor.

Ele sorriu. Um sorriso sádico e calculista, característico de alguém que sabia que já tinha a vitória garantida.

Se Alyssa ainda não via motivos para lutar...

Ele lhe daria motivos para lutar.

–Johnatan? – Alyssa chamou, franzindo a testa. – Por que está me encarando?

–Nada – ele disse. – Só estou feliz em tê-la de volta.

A desconfiança que antes era nítida nos olhos da garota se dissipou, e ela abriu um sorriso largo e sincero.

–Eu estou feliz em ter vindo.

–Posso lhe perguntar uma coisa?

–Claro. – Surpresa passou na expressão de Alyssa, enquanto Johnatan empurrava o tabuleiro de xadrez para o lado. – O que é? Algo de errado aconteceu?

–Só quero saber se posso confiar em você. Só quero saber que, se precisarmos lutar, você nunca sairá do meu lado.

Alyssa pareceu magoada.

–Não confia em mim? – sussurrou.

–Claro que confio – Johnatan disse, tomando as mãos dela entre as dele. – Você foi criada como minha irmã. É claro que eu confio. É apenas... Apenas para ter certeza de que você não me trairá.

–Eu nunca o trairei – ela respondeu, apertando a mão dele, cujos dedos finos eram muito mais longos que os dela. – Nunca.

Sebastian sorriu, e a campainha tocou, reverberando pela casa. Alyssa franziu a testa, confusa, na direção de Sebastian, e viu que este havia sorrido ainda mais. Ele se levantou, soltando-a gentilmente, enquanto se dirigia para a porta.

Alyssa inclinou-se para trás na cadeira, a fim de ter uma visão melhor do corredor que levava até a porta – os dois estavam na cozinha –, e seguiu Sebastian com os olhos, curiosa. Este abriu a porta, e duas figuras apareceram no portal, a silhueta contornada pela luz do sol, que brilhava por trás deles.

Ao se aproximarem, Alyssa viu que eram um homem, já velho e de idade, e um garotinho, no auge de seus 10 anos. Os óculos escorregavam pela ponta do nariz do menino, e este os ajeitou um tanto impaciente, tirando uma mecha de cabelo preto do rosto.

–Alyssa? – Johnatan a chamou, e ela se levantou, seguindo até a porta. Viu os olhos do velho se arregalarem sutilmente, e o garotinho erguer a cabeça para encará-la, tombando-a um pouco para o lado. – Estes são Hodge Starweather – Johnatan continuou, apontando para o homem mais velho – e Max Lightwood. Hodge vai nos ajudar a chegar ao Instituto de Nova York, e Max nos fará companhia.

Hodge Starkweather estendeu-lhe a mão, enquanto Alyssa a apertava.

–É um prazer conhecê-la, princesa.

–Igualmente.

–Quem é você?

A voz vinha do garotinho, chamado Max. Alyssa sorriu, agachando-se até ficar com o rosto à altura dos olhos de Max. Este a estudava com curiosidade, os olhos brilhantes por trás dos óculos.

–Meu nome é Alyssa. E você é Max, certo?

O garotinho balançou a cabeça, afirmativamente.

–Você me lembra pessoas que eu conheço – ele disse. – Tem o cabelo igual ao da minha irmã. Os olhos iguais aos do meu irmão, e é baixa como a namorada dele.

Alyssa sorriu, erguendo o olhar na direção de Sebastian. Ele e Hodge os encaravam com educação, e era óbvio que os dois tinham assuntos importantes para tratar.

–Venha, Max – Alyssa disse, levantando-se e estendendo-lhe a mão. – Vamos conversar lá dentro. Quer ver o primeiro andar?

–Claro.

Max pegou a mão estendida, e os dois subiram as escadas. Alyssa levou-o até o quarto dela.

–Você tem irmãos?

Alyssa olhou-o surpresa.

–Não exatamente. E você, tem quantos irmãos?

–Uma irmã e dois irmãos – Max respondeu. – O que quer dizer com "não exatamente"?

–É complicado. Não tenho nenhum irmão ou nenhuma irmã por laço de sangue, mas eu considero Johnatan como meu irmão.

–Johnatan? – Max franziu a testa. – Você é minha irmã também?

–Sua irmã? – Alyssa repetiu, confusa. – Do que está falando?

–Sim. Johnatan é meu irmão. Johnatan Lightwood. Assim como o Alec e a Isabelle. Você também é minha irmã?

–Não sou irmã de Johnatan Lightwood – Alyssa respondeu, sorrindo. – Sou irmã de Johnatan Morgenstern. Que estava lá embaixo.

–Mas ele...

Houve uma batida na porta, e em seguida Sebastian a abriu, sorrindo.

–Hodge disse que está tudo pronto. Poderemos partir logo.

–Para onde? – Alyssa perguntou, levantando-se da cama.

–Para o Instituto. Fazer uma visita para velhos amigos. Max? – Sebastian o chamou. – Por que não desce comigo até a sala? Eu tenho algumas revistinhas novas.

Os olhos de Max brilharam.

–Claro!

E correu para a porta. Sebastian fechou a porta assim que o menino saiu, e Alyssa sorriu. Entrou no banheiro, onde tomou um banho rápido, e em seguida dirigiu-se para o closet.

Suas roupas eram compostas, basicamente, por vestidos, e ela os adorava. Retirou um azul-escuro do cabide, e o vestiu, fitando-se no espelho. A parte de cima era mais escura, e a partir da linha da cintura, clareava, caindo liso até pouco acima dos joelhos dela. Calçou um par de sapatos cujos saltos tinham pouco menos de quatro centímetros e saiu do quarto, descendo as escadas.

Johnatan, Max e Hodge a aguardavam na sala de estar: Johnatan e Max, sentados em um sofá, com revistas nas mãos, e Hodge, sentado na poltrona, olhava para fora da janela, imerso em pensamentos.

Sebastian foi primeiro a erguer os olhos, e sorriu, estudando-a da cabeça aos pés. Sem demorar mais, ele se levantou. Vestia um terno preto, que realçava o branco dos cabelos e o negror dos olhos.

–Estamos prontos, Hodge?

Hodge assentiu, levantando-se também. Retirou uma pequena caixa preta de dentro do bolso da calça, depositando-a no chão. Johnatan e Max se aproximaram, e enquanto o faziam, a caixa tremeu, e um fio de luz ergueu-se de sobre a superfície dela. A luz, branca, expandiu-se para os lados, ofuscante, fazendo todos fecharem os olhos. Quando abriram, não fitavam mais uma caixa preta, no chão; estavam, agora, diante de um Portal branco. Se olhassem diretamente, podiam ver o trânsito caótico de Nova York e a igreja em ruínas, na qual o Instituto se encontrava.

–Pronta? –Johnatan sussurrou para Alyssa, subitamente ao seu lado.

Alyssa sorriu, segurando-lhe a mão. Com a outra, alcançou a mão pequenina de Max.

–Pronta.

E os três deram um passo para frente, entrando no Portal.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando, e continuem lendo :D



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