Destino escrita por debindes


Capítulo 4
Buscando explicações




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- Bom dia! – acordei com Jacob trazendo café da manhã para mim na cama.

- Bom dia, Jake... – deu-lhe um beijo.

- E esse braço como está?!

- Tá melhor... Só preciso trocar o curativo...

- Deixa que eu faço isso pra você!

Ele foi até o banheiro e pegou a pequena maleta de primeiros-socorros que tínhamos para as emergências. Refez o curativo e continuou fazendo isso todas as manhãs seguintes, até que eu resolvi voltar no assunto.

- Jake, o que o Sam veio falar com você aquele dia?

- Que dia? – perguntou despreocupadamente.

- No dia do acidente...

Percebi ele ficar completamente tenso e contrair todos os músculos.

- Bella, eu pensei que você já tivesse eliminado esse assunto da sua mente! – disse, trincando os dentes.

- Jake, por favor! Olha para mim! Eu pensei que nós não deveríamos ter segredo um pro outro! Isso aqui – apontei para minha aliança – não é só para as horas boas, é para todos os momentos, bons ou ruins! Se você está com algum problema, você precisa dividir isso comigo! – ele permaneceu parado, sem me encarar – Jake, eu estou te pedindo!

- PARA, BELLA! PARA DE ME PRESSIONAR! – ele levantou como uma explosão e me assustou – EU QUERO FICAR BEM COM VOCÊ, MAS EU NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ FALANDO SOBRE O QUE ACONTECEU AQUELE DIA!!! ACABOU! – ele saiu de casa, em direção a floresta.

- Jake!!! – corri para tentar chamá-lo, mas ele já tinha desaparecido.

Fiquei muito chateada. Eu tinha até tentado esquecer o que tinha acontecido, mas eu não conseguia. Eu precisava ouvir a versão de Jacob. E não via o porquê dele ficar tão nervoso com isso. Eu pensava que ele confiasse em mim, que não tivéssemos segredos e percebi que estava errada.

Anoiteceu e nem sinal de Jake. Liguei para Billy e ele pediu para que eu não me preocupasse. Certamente Jake tinha passado por lá para dizer que nós tínhamos brigado. Mais uma vez.

Então, resolvi deitar, já que na manhã seguinte teria que voltar para o hospital para tirar os pontos.

Acordei e o tempo estava bem chuvoso. Olhei para a sala e, do jeito que as coisas estavam, Jake havia passado por lá. Tinha uma blusa jogada no sofá e prato sujo na pia. Arrumei a bagunça que ele sempre fazia.

Peguei o carro e dirigi até Forks calmamente, devido ao tempo.

Quando cheguei no hospital, Carlisle já me aguardava para a consulta.

- Como vai, senhora Black?!

- Estou bem, mas prefiro que me chame de Bella... – disse meio que lembrando da discussão do dia anterior. – E o senhor?!

- Também estou bem, mas pode me chamar de você! Sem formalidades, ok!?

- Ok! – concordei sorrindo.

- E esse braço, ainda dói muito?

- Não... Só algumas fisgadas de leve...

- Provavelmente por causa dos pontos... Vou começar a tirar isso aqui...

Carlisle tirou cuidadosamente o curativo e depois os pontos. Meu braço estava aparentemente bom, mas os cacos de vidro tinham deixado uma grande cicatriz no meu braço direito. Olhei a cicatriz com um certo medo, pois tinha ficado bem feia, e Carlisle percebeu.

- Vou receitar uma pomada para você passar todas as noites. Evite pegar sol. Logo a cicatriz será quase imperceptível, você vai ver... – ele disse acalmando-me.

- Tudo bem... – disse tentando disfarçar minha tensão.

- Você precisa de algum atestado para apresentar no trabalho, para justificar sua falta hoje e nos dias que estava de repouso?

- Não, eu não trabalho... – e num tom mais baixo completei – Bem que eu gostaria...

- O que foi que você disse?

- Que eu não trabalho... – respondi sem problemas.

- E depois?

Como ele poderia ter escutado se eu falei tão baixo? Enfim... Médicos devem escutar bem, a profissão deve exigir isso deles para cuidar de crianças tímidas e velhinhas com dificuldades na fala...

- Ah... Que eu gostaria de trabalhar... – disse meio sem graça.

- E por que você não trabalha?

- Quando nós nos casamos, Jake falou que eu não precisaria, afinal de contas, não temos problemas com grana...

- Mas você não precisa trabalhar só por dinheiro! Trabalhar é um prazer, pois distrai a mente dos problemas... Por que você não faz um trabalho voluntário?

- Mas existi isso por aqui?

- Sim, meus filhos trabalham numa ONG como voluntários!

- Ah, que legal! – disse animada com a ideia. – E onde fica?

- Aqui mesmo em Forks, você pode passar um dia lá para conhecer e, se gostar, pode se tornar uma voluntária!

- É uma ótima ideia!

Carlisle me passou todos os contatos e adiantou que essa ONG cuidava de famílias carentes, oferecendo-lhes alimento, agasalho, trabalho, estudo e muitas outras coisas. Disse que Edward, seu filho mais novo, era o diretor e eu poderia falar com ele quando fosse lá.

Fui para casa muito feliz, decidida que na manhã seguinte iria até a ONG e se tudo desse certo, trabalharia lá. Acabei percebendo que não nasci para ser exclusivamente uma esposa dedicada, principalmente porque meu marido não dava à mínima pra mim.


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