Separados Por Uma Vida escrita por Tony


Capítulo 2
Capítulo 2 - A vida continua


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem segundo capítulo da minha fic! ^^



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Depois de minha decepção com Helena, fiquei arrasado por dias. Não sabia o que pensar, não sabia como agir... Fiquei até mesmo sem comer, apenas trancado no meu quarto, deitado na cama e pensando se algum dia ela iria perceber. Mas... Perceber o que?! Eu não a contei nada! Simplesmente porque a peguei beijando o Bruno, e aquela cena não saia da minha cabeça. Eu precisava me livrar dela, sinceramente. Aquilo estava me matando por dentro, retirando pedaço por pedaço do meu coração. Eu parecia um brinquedo manipulado por pessoas para seu próprio divertimento, e alguém estava rindo de mim... Eu sabia disso. Enfiei minha cabeça no travesseiro e deixei que meu coração se abrisse e se soltasse de vez todo aquele sofrimento e dor. Precisava me livrar daquele pensamento, precisava de uma salvação de tudo aquilo. Realmente eu estava sem chão, sem vida.

Escutei um barulho no andar de baixo e percebi que meu pai havia chegado. Corri para o banheiro e lavei meu rosto. Se meu pai me pegasse chorando, com certeza levaria uma para bronca. Afinal, na mente dele, homem que chora por amor – ou algo parecido – é gay. E isso era sempre motivo de briga e discussão, uma vez meu pai chegou a me bater.

Então, sempre que eu estava assim e percebia que ele chegava, corria para o banheiroe jogava uma água no rosto, a fim de me livrar de quaisquer vestígios de choro.

Pouco tempo depois, escutei uma batida na porta...

–Posso entrar? Sua mãe me disse que você ficou o dia inteiro aqui. E disse também que você passou a semana inteira no quarto. O que está aconteceu contigo, Leo? – Ele ainda esperava minha resposta, mas acho que ficaria sem uma. Apenas algum tempo depois, tomei coragem e me pronunciei.

–Pai... Estou estudando muito, por isso me tranquei no quarto. Não quero que ninguém me atrapalhe, então... Posso ficar sozinho? – Estava tentando segurar a voz de choro, já que a mesma poderia me denunciar.

–Tudo bem, então até amanhã. – A voz dele foi ficando mais fraca ao mesmo tempo em que se distanciava.

–Até. – Num deslize, minha voz me denunciou. Sorte a minha que meu pai não percebeu nada.

Deitei-me novamente na cama, deixando que as lágrimas caíssem para que minha dor cessasse totalmente.Quando me dei conta, acabei adormecendo.

Dormi demais, chegando a me atrasar para a escola. Mas o que importava? Aquilo não ia fazer a mínima diferença em nada.

Fui a pé para a escola, reparando no caminho os primeiros flocos de neve que começavam a cair. Aquele, com certeza, seria um inverno bastante rigoroso... Ao menos, para mim.

Quando cheguei, o professor já havia entrado na sala de aula. Disparei pelo corredor para entrar na sala a tempo e, por sorte, consegui. Era o começo de um novo bimestre e o professor de química resolveu fazer as duplas para o resto do bimestre. Não sei o porquê de tanto mudar, já que eu sempre caía com a mesma pessoa... Diego! Então me sentei no lugar de sempre – ao lado de Diego – enquanto o professor foi falando os nomes. Como sempre, fiquei com Diego. Já Helena,ficou com o Bruno. Já até pensei na “Química” que eles iriam estudar, mas tudo bem... Acho que seria isso mesmo. Afinal, o Bruno não prestava e a Helena estava derretida por ele. No fim das contas, ela o merecia e... Mas o que eu estava falando?! Não! Claro que ela não o merecia! Helena é uma garota legal, esperta e... Bonita demais pra ele. Perfeita demais para mim ou pra qualquer um. Ela é realmente um anjo... Que, infelizmente, estava fazendo as escolhas erradas.

Eu precisava ajudá-la, precisava voltar a ser o amigo que eu sempre fui para ela, o amigo que sempre lhe deu um ombro quando ela precisou. Caso ela se decepcione com ele... Quem sabe eu não pudesse ter uma chance? Eu deveria tentar. Acho que vou começar a me reaproximar dela e esperar pelo melhor... E que o sentimento fale mais alto.

Finalmente o sinal tocou e eu saí da sala, já que agora estava no horário do intervalo.

–Oi Helena... Tudo bom? Quanto tempo né? – Muitas perguntas... Fiquei nervoso. Mais até do que imaginei que ficaria. Mas o importante agora é manter a calma. Não posso deixar que ela perceba todo o meu nervosismo.

–Oi Leo! Estou bem sim! Faz muito tempo... Porque você não falou mais comigo? – Ela me olhava com um olhar tão sincero... Eu não poderia voltar atrás agora!

–Bom, eu vi que você fez novas amizades, então achei melhor... –Ela me interrompeu no meio da frase.

–Achou melhor nada! – estava sorrindo – O melhor é você continuar falando comigo. E se voltar a falar comigo vai voltar a ser meu melhor amigo como antes, certo?! – Agora ela estendia a mão para que fizéssemos o nosso aperto de mãos secreto de quando éramos crianças. E eu, com prazer, retribuí.

–Nem acredito! Achei que você estivesse brava comigo ou algo do tipo. – Sorri, na tentativa de expulsar o nervosismo que ainda insistia em me atormentar.

–Nunca! Como eu ficaria brava com meu melhor amigo?! – Ela me olhou de um jeito que... Ah... Realmente me tirava do sério, conseguindo me levar para uma dimensão onde tudo era possível, onde tudo o que eu fazia seria visto por ela... Evaleria a pena!

–Então está bem! Podemos sair um dia desses? –Eu a convidei para sair?! Agora eu pirei de vez! Ela nunca aceitaria... Ela era perfeita demais para alguém como eu.

–Claro! Aonde vamos? – Sorriu simplesmente, levando-me para outro mundo.

–Não sei... Um cinema. Pode ser? – Estava muito nervoso e acho que ela percebeu. Com certeza percebeu! Acho que esse é o fim.

–Claro! Que dia? – Ela pegou um bloquinho de papel e uma caneta, provavelmente para anotar o combinado sobre nosso... Encontro (?).

–Sexta à noite? Se você estiver livre, é claro. – Olhei para baixo.Acho que ela não estará livre.

–Na verdade não estou, mas posso abrir uma exceção para meu melhor amigo, então... Sexta estará ótimo! – Ela riscou algo no bloco e anotou o nosso possível “encontro” no lugar.

–Ok! Nos vemos na sexta e... Até lá! – o sinal que indicava o término do intervalo tocou bem na hora. Agora, era esperar sexta-feira chegar... E que seja o que Deus quiser.



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