Era tarde da noite, algumas gotas de chuva ainda caiam, vestígios do temporal de mais cedo. Aliais, por causa daquele toró tiveram que ficar em casa, não foram as aulas nem saíram para patinar como ele havia prometido. Ela não quis entender porque ele quebrou a sua promessa, por isso iniciou-se uma briga...

Como sempre chutes e pontapés... O ruivo irritadiço, ela ofegante... E no final ele pedindo desculpas a ela. Fazia essas coisas mais para irritar do que qualquer outra coisa. Até porque Rukia era muito inteligente e sabia que não teria como saírem com o tempo naquele estado. Mas só de vê-lo bufar, ficar vermelho das cabeças aos pés, seu cenho fechando violentamente a cada palavra gritada e, por ultimo, ele abaixando a cabeça derrotado a fazia feliz, adorava ver que ela sempre o vencia nesses jogos, ainda que ela mesma soubesse que não tinha razão. Estavam a sós os dois em casa. E Ichigo decidiu que não brigaria mais com ela naquele dia, afinal, parecia que era isso o que a morena queria, e ele não era de fazer as coisas para agradá-la. - Pelo menos se enganava disso. Ela estava brava porque o laranjão a ignorou o dia todo. Dormia, comia alguma coisa, dormia... Será que ele não sabia fazer mais nada?! Só uma hora que parou para escrever alguma coisa em seu caderno... Nada interessante ela pensou. Ela já acabou com todos os seus cadernos desenhando charpys, Era Charpy de cabelo laranja apanhando. Charpy de cabelo laranja sofrendo, resmungando, brigando... Ficou assim o dia inteiro. Estava entediada. Já era noite e ela não conseguia dormir. Iria continuar os seus desenhos, mas não tinha folhas. Decidiu pegar nas coisas do ruivo.

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“Às vezes quando acordo no meio da noite tenho vontade de levantar e arrancar a porta desse guarda-roupa”.

Incrível o fato de sempre perder o sono quando o seu rosto vem a minha mente.

Eu diria qualquer coisa para fazer você ficar.

Mas eu percebo nos teus olhos uma sombra de dor.

É Isso o que me impede de ir contra os meus sentimentos.

Não quero que fique por obrigação, não quero que fique por pena.

Certa vez escrevi uma canção. Era para ser amizade, mas acabou sendo uma canção de amor.

Nunca te mostrei todas as minhas verdades, nunca te mostrei todo o meu sentimento.

Nunca me abri e mostrei o que tenho por dentro: o teu nome.

Deveria ser somente minha amiga,

Mas por que nunca faz as coisas do jeito certo?

És mais do que a luz da minha vida sombria

É a água no meu deserto

E eu desejo a sua boca.

Talvez se você for embora eu fique bem

Talvez...

Uma palavra que engana

Nada fica bem se você não está

Desculpa se eu te magoo

É que não sei o que estou fazendo

Só sei que faço de tudo pra você não notar

– que eu te amo.

Não quero que você vá embora

Não preciso dessa muralha entre nós

O meu corpo precisa de você

Você é meu combustível!

Talvez eu esteja louco

Talvez não seja real,

Mas danem-se esses "e se".

Fica comigo?

É o que eu te peço

Fica comigo!

Sim

Outra resposta eu renego

Fica comigo

Ensina-me a eternidade

Fica comigo

Por que...

Rukia, eu te amo de verdade."

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As lágrimas começaram a rolar quando terminou de ler o pedaço de papel rasgado dentro do caderno dele. Em pensar que ela só queria alguma coisa para desenhar e passar o tempo já que perdera o sono e não queria acordá-lo. Talvez levasse bronca por ter mexido nas coisas dele sem permissão. Aquilo não era para ser visto por ela e sabia disso. Só que agora mesmo que não conseguiria dormir. Abriu a porta de correr do guarda-roupa. Foi uma surpresa. Não, não era surpresa. Ele estava acordado olhando fixamente para o guarda roupa. Ela o encarou por um instante. Desceu e foi até ele.

–Perdeu o sono?

–Parece que você também.

–Hum sonhou comigo?

–Mas que pergunta é essa? Se fosse com você seria um pesadelo, nanica!

–Ichigo, já me mostrou todas as suas verdades e seus sentimentos?

–Você está bem, Rukia? Nem se importou em ter te chamado de nanica...

–Tudo bem, eu te desculpo quando você me magoa. Só não entendo essa muralha entre nós.

O Ruivo reconheceu essa última parte. Era a parte que sua cabeça mais repetia; o que fazia que eles ficassem distantes.

–A hm... Bom eu estou com sede. Vou beber água, você quer?

–Quero - parando em frente a ele.

–Então me deixa passar.

–Mas você não está com sede? Beba!

–você ta pirada? Não tem água aqui e... - É Interrompido quando os lábios dela tocaram de leve os dele. Ele não consegue acreditar no que acontecia. "talvez estivesse louco, talvez não fosse real"...

–Fica comigo? - ela fala libertando-se dos lábios dele.

Ele ainda podia está sonhando, podia não ser verdade, mas “Dane-se esses “E se”“. Entregou-se no beijo agarrando-a pela cintura

–sim. - foi o que respondeu. Era a única resposta. Qualquer outra ela renegaria.

–Sorriu ainda no beijo e continuou

–Ichigo, me ensina a eternidade? - Ele parou um instante. Percebeu o pedaço de papel amaçado nas mãos pequenas dela. Ficaria bravo por ter mexido nas suas coisas sem permissão, mas como ficar bravo tendo-a ali em seus braços?

–Rukia, eu te am...

–Eu sei Ichigo. E o meu também é de verdade

E se beijaram como se a eternidade fosse todo aquele momento, onde o inicio e o fim se confundia naquele beijo, o mais verdadeiro beijo de amor...

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FIM S2